ONU pede mais diálogo
e respeito aos direitos humanos na Catalunha
Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid al-Hussein
O alto-comissário das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, afirmou hoje (2), em
Genebra, Suíça, estar muito perturbado pela violência observada durante o
referendo de ontem na Catalunha.
“Com centenas de pessoas
feridas, exorto as autoridades espanholas a assegurar investigações completas,
independentes e imparciais de todos os atos de violência. As respostas da
polícia devem, em todos os momentos, ser proporcionais e necessárias. Acredito
firmemente que a situação atual deve ser resolvida através do diálogo político,
com pleno respeito às liberdades democráticas. Exorto o governo da Espanha a
aceitar sem demora os pedidos de especialistas relevantes dos direitos humanos
da ONU”, disse ele.
Pouco mais de dois milhões
de pessoas votaram ontem a favor de que a Catalunha se torne um estado
independente da Espanha. A Catalunha tem, no total, 7,5 milhões de habitantes.
Segundo o governo catalão, 90% dos eleitores votaram "sim" pela
independência da região e 7,8% votaram "não".
Independência
Após a divulgação dos
resultados, o governo catalão afirma que vai começar o processo de
independência nos próximos dias, enquanto o governo espanhol declara que o
referendo foi ilegal e não será levado em conta.
A Generalitat (governo
catalão) pediu hoje a saída da Polícia Nacional e da Guarda Civil espanhola do
território da Catalunha. Para amanhã, há previsão de uma greve geral na região,
em protesto pela violência que deixou quase 900 feridos, segundo a Generalitat.
“Brutalidade, repressão
brutal e abusiva e grave violência policial” foram algumas expressões usadas
hoje pelo chefe do governo catalão,
Carles Puigdemont, ao afirmar que os catalães “ganharam o direito a
serem escutados, respeitados e reconhecidos” pela União Europeia, que “não pode
continuar olhando para o outro lado”.
Puigdemont disse ainda que
os cidadãos da Catalunha ganharam o direito de ter um Estado independente que
se constitua em forma de República.
O artigo 4.4 da Lei de Transitoriedade aprovada pelo Parlamento catalão e que permitia a realização do referendo afirma que dentro de dois dias após a divulgação dos resultados o Legislativo catalão celebrará uma sessão ordinária para efetuar a declaração formal da independência da Catalunha. Essa norma contudo foi suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol.
O artigo 4.4 da Lei de Transitoriedade aprovada pelo Parlamento catalão e que permitia a realização do referendo afirma que dentro de dois dias após a divulgação dos resultados o Legislativo catalão celebrará uma sessão ordinária para efetuar a declaração formal da independência da Catalunha. Essa norma contudo foi suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol.
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