VOCÊ
SABE O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
Escrito
por Renata Cabrera de Morais/Portal Politize!
Termo que tem sido muito utilizado nos
últimos anos tanto pela mídia, quanto por acadêmicos e governantes do mundo
inteiro, o desenvolvimento sustentável é de extrema importância não apenas para
o nosso bem-estar, mas sobretudo para o das gerações futuras. Apesar de
ouvirmos constantes debates sobre o assunto, você conseguiria definir esse
conceito sem pestanejar?
DESENVOLVIMENTO
X CRESCIMENTO ECONÔMICO
Em primeiro lugar, é importante deixar claro
que desenvolvimento não se confunde com crescimento econômico, pois não implica
apenas a geração de riquezas. Quando um governo faz um projeto de
desenvolvimento, ele busca maximizar o bem-estar social e distribuir os
benefícios do crescimento do país para a população. Isso significa melhorar a
infraestrutura, ampliar o fornecimento de energia e garantir o acesso à
educação e à moradia, por exemplo.
A definição mais aceita para se considerar
o desenvolvimento como sustentável é a de que ele deve ser capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações. A ideia é que as atividades humanas não
esgotem os recursos naturais, como a água limpa, as terras aráveis e as
florestas. Ao mesmo tempo, todo desenvolvimento deve garantir condições de
educação, de moradia e de saúde que forneçam vida digna à população.
Sustentabilidade, portanto, é o
crescimento econômico com igualdade e justiça social, sem esgotar os recursos
naturais.
HISTÓRICO
DAS DISCUSSÕES MUNDIAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE
Até o final do século XX, a proteção do
meio ambiente não tinha a visibilidade e a importância que tem hoje. A
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, de 1972, em
Estocolmo, é considerada o marco das discussões globais sobre o tema. Abordou-se,
pela primeira vez, a produção industrial dos países ricos como causa importante
da degradação da natureza.
Depois disso, em 1987, o Relatório Nosso
Futuro Comum (também chamado de Relatório Brundtland) retomou o debate e lançou
o conceito de desenvolvimento sustentável, o qual foi consagrado pelas nações
participantes da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, a Rio-92. Nessa conferência, os países assinaram documentos
como a Agenda 21, em que se estabeleceram estratégias globais, nacionais e
locais para promover o desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 baseia-se nas
premissas de que os países desenvolvidos
devem mudar seu padrão de produção, de que os países em desenvolvimento
devem adotar métodos mais sustentáveis para seu crescimento econômico e de que
as nações mais industrializadas devem apoiar o crescimento das mais pobres com
recursos financeiros e tecnológicos.
Em 2012, na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), os países avançaram nas discussões
sobre o tema. O objetivo era renovar o compromisso mundial com o
desenvolvimento sustentável. Desse modo, foi feita uma avaliação do progresso
na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas anteriores e
uma discussão sobre temas novos e emergentes.
O momento foi oportuno para se rever o
modelo de crescimento dos países diante da crise econômica mundial que teve
início em 2008. Para isso, foi elaborado o conceito de economia verde, que
propõe um novo modelo de produção que não prejudique o meio ambiente, aumente a
eficiência no uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, promova a
erradicação da fome e da pobreza. Estas definições são encontradas no relatório
final da conferência, O Futuro que Queremos, que foi o ponto de partida do
processo negociador intergovernamental para definir os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados recentemente pelos países da ONU.
POR
QUE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É TÃO ESSENCIAL?
A preocupação é a de que, se os países não
mudarem os diversos modelos predatórios e inconsequentes de desenvolvimento em
direção a um modelo mais sustentável,
muitas regiões do planeta sofrerão as consequências da degradação ambiental,
como a intensificação de fenômenos naturais (secas, tsunamis, furacões), a
queda na produtividade de alimentos e o consequente aumento da fome, por
exemplo.
COMO O
BRASIL ESTÁ PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
O país tem tido papel de destaque nas
conferências internacionais relacionadas ao tema, sobretudo por causa de seus
programas de redução da pobreza, do combate ao desmatamento e da grande
porcentagem de energia limpa em sua matriz energética total, como a advinda de
hidrelétricas e de biomassa.
Em 2012, foi aprovada a lei brasileira nº
12.651 sobre Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal, sobre a
exploração florestal e o controle e prevenção dos incêndios florestais, com
previsão de instrumentos econômicos e financeiros para o alcance do
desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente
desenvolveu, por exemplo, o programa Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis,
com o objetivo de promover a recuperação de ecossistemas nos moldes da lei.
Em recente discurso na ONU, a presidente
Dilma Rousseff afirmou que o Brasil pretende por fim ao desmatamento ilegal até
2020, além de recuperar áreas de florestas e de pastagens degradas. Quanto à
contribuição para minimizar o aquecimento global, o Brasil se comprometeu a
reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030 em comparação aos
dados de 2005. Essa é a meta que o Brasil apresentará na próxima Cúpula do
Clima (COP 21) em Paris. Além disso, outro compromisso apresentado pela
presidente foi o de estabelecer um limite de 45% de fontes renováveis no total
da matriz energética. Cabe destacar que a matriz energética brasileira é a mais
limpa do mundo, correspondendo a 39% do total em 2014, enquanto no mundo a taxa
média é de 14%.
DESAFIOS
É importante destacar, porém, que o Brasil
ainda possui inúmeros problemas na garantia do desenvolvimento baseado no tripé
da sustentabilidade.
Um deles é a falta de planejamento no
crescimento das cidades, o que leva a enchentes, grandes engarrafamentos,
excesso de poluição e redução das áreas verdes. Além disso, ocorre a
especulação imobiliária, que tende a marginalizar a população de baixa renda, a
qual muitas vezes se vê obrigada a ocupar terrenos irregulares e impróprios, sem
fornecimento de energia e de esgoto.
Outro desafio é o de promover o
crescimento da agropecuária sem que se necessite ocupar novas áreas, a exemplo
da expansão da fronteira agrícola no Cerrado e na Amazônia. Para isso, a
agropecuária busca aumentar sua produtividade, sobretudo por meio da
mecanização da produção.
O QUE
VOCÊ PODE FAZER PELO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
A sustentabilidade pode estar presente no
nosso cotidiano de maneiras muito simples. Ao separar o lixo em casa,
economizar água, desligar as luzes quando necessário, escolher eletrodomésticos
que economizem energia, usar produtos biodegradáveis, priorizar o transporte
público e reduzir o consumo supérfluo, você está colaborando com a
sustentabilidade do planeta. São medidas que parecem simples, mas que se fossem
de fato adotadas pela maior parte da população, certamente diminuiriam os
riscos de danificar os recursos naturais, ao mesmo tempo em que haveria
economia na produção e aumento da qualidade de vida das pessoas.
Além disso, tendo consciência do que se
pode fazer para promover o desenvolvimento sustentável, podemos pressionar
nossos governantes para implementar políticas públicas nessa direção.
Fonte: http://www.politize.com.br
1 Comentários
Gostei muito deste artigo.O desenvolvimento sustentável é a única maneira de conseguirmos deixar para nosos netos um mundo melhor de se viver e mais humano no real sentido da palavra.Muito obrigada.Estou fazendo a minha parte.
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