Destruição deixada pelo garimpo Ubim, no rio Mapaoni © Ibama / Christoph JASTER
Garimpo
ilegal torna-se vetor de desmatamento em UCs na Amazônia
O estudo do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgado na terça durante a Conferência
do Clima (COP23), na Alemanha, que aponta que o desmatamento dentro das
Unidades de Conservação federais (UCs) caiu 28% entre agosto de 2016 e julho de
2017 traz um detalhe revelador sobre a forma como os desmates estão ocorrendo
nessas áreas protegidas.
Apesar da queda do desmatamento – onde
ele sequer deveria estar ocorrendo –, uma nova dinâmica da destruição vem à
tona.
Se a presença das unidades de
conservação no arco do desmatamento sempre foi uma aposta eficaz para frear o
avanço do desmatamento na Amazônia, hoje essa verdade está sendo agora colocada
em xeque.
O estudo corrobora não só que o
desmatamento pulou a cerca para dentro das unidades de conservação. A
destruição no interior das áreas protegidas agora tem como principal vetor o
garimpo ilegal.
Unidades de conservação como a Área de
Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, no Pará, ou Parque Nacional do Mapinguari
(AM) têm hoje sua dinâmica de desmatamento associada à expansão dos garimpos,
diz o estudo.
Os sistemas de monitoramento do
desmatamento apontam uma alteração no tipo de conversão das florestas no
interior das UCs federais, principalmente na região do trecho paraense da
BR-163.
Em
2017 foram registrados, até o mês de setembro, 949 polígonos mapeados como
mineração pelo sistema DETER-B/INPE, somando uma área total de 45,8 km². Em
todo o ano de 2016 foram mapeados 382 polígonos, somando uma área de 29,3
km².
“Pode-se observar zonas de alta
concentração na região sul do Amazonas e norte de Rondônia, o que significa que
a pressão sobre as unidades de conservação localizadas nesta região vem
aumentando no último ano”, diz o estudo.
Entre as UCs mais pressionadas
destacam-se a Floresta Nacional do Bom Futuro (RO), Parque Nacional do
Mapinguari (AM), além da Floresta Nacional de Itaituba II (PA), localizada na
região da BR 163.
Fonte: https://www.wwf.org.br
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