Na atmosfera, a presença da radiação ultravioleta desencadeia um processo natural que leva à contínua formação e fragmentação do ozônio
Em volta da Terra há uma frágil camada
de um gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos
raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o ozônio
contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas
alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a
favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as
formas de vida no planeta.
O
que está acontecendo com a camada de ozônio?
Há evidências científicas de que
substâncias fabricadas pelo homem estão destruindo a camada de ozônio. Em 1977,
cientistas britânicos detectaram pela primeira vez a existência de um buraco na
camada de ozônio sobre a Antártida. Desde então, têm se acumulado registros de
que a camada está se tornando mais fina em várias partes do mundo,
especialmente nas regiões próximas do Polo Sul e, recentemente, do Polo Norte.
Diversas substâncias químicas acabam
destruindo o ozônio quando reagem com ele. Tais substâncias contribuem também
para o aquecimento do planeta, conhecido como efeito estufa. A lista negra dos
produtos danosos à camada de ozônio inclui os óxidos nítricos e nitrosos
expelidos pelos exaustores dos veículos e o CO2 produzido pela queima de
combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Mas, em termos de efeitos
destrutivos sobre a camada de ozônio, nada se compara ao grupo de gases chamado
clorofluorcarbonos, os CFCs.
Como
os CFCs destroem a camada de ozônio?
Depois de liberados no ar, os CFCs
(usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos de
refrigeração e para produzir materiais plásticos) levam cerca de oito anos para
chegar à estratosfera onde, atingidos pela radiação ultravioleta, se
desintegram e liberam cloro. Por sua vez, o cloro reage com o ozônio que, consequentemente,
é transformado em oxigênio (O2). O problema é que o oxigênio não é capaz de
proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode
destruir 100 mil moléculas de ozônio.
A
quebra dos gases CFCs é danosa ao processo natural de formação do ozônio.
Quando um desses gases (CFCl3) se fragmenta, um átomo de cloro é liberado e
reage com o ozônio. O resultado é a formação de uma molécula de oxigênio e de
uma molécula de monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série de reações,
um outro átomo de cloro será liberado e voltará a novamente desencadear a
destruição do ozônio
Quais
os problemas causados pelos raios ultravioleta?
Apesar de a camada de ozônio absorver a
maior parte da radiação ultravioleta, uma pequena porção atinge a superfície da
Terra. É essa radiação que acaba provocando o câncer de pele, que mata milhares
de pessoas por ano em todo o mundo. A radiação ultravioleta afeta também o
sistema imunológico, minando a resistência humana a doenças como herpes.
Os seres humanos não são os únicos
atingidos pelos raios ultravioleta. Todas as formas de vida, inclusive plantas,
podem ser debilitadas. Acredita-se que níveis mais altos da radiação podem
diminuir a produção agrícola, o que reduziria a oferta de alimentos. A vida
marinha também está seriamente ameaçada, especialmente o plâncton (plantas e
animais microscópicos) que vive na superfície do mar. Esses organismos
minúsculos estão na base da cadeia alimentar marinha e absorvem mais da metade
das emissões de dióxido de carbono (CO2) do planeta.
O
que é exatamente o buraco na camada de ozônio?
Uma série de fatores climáticos faz da
estratosfera sobre a Antártida uma região especialmente suscetível à destruição
do ozônio. Toda primavera, no Hemisfério Sul, aparece um buraco na camada de
ozônio sobre o continente. Os cientistas observaram que o buraco vem crescendo
e que seus efeitos têm se tornado mais evidentes. Médicos da região têm
relatado uma ocorrência anormal de pessoas com alergias e problemas de pele e
visão.
O Hemisfério Norte também é atingido: os
Estados Unidos, a maior parte da Europa, o norte da China e o Japão já perderam
6% da proteção de ozônio. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) calcula que cada 1% de perda da camada de ozônio cause 50 mil novos
casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados por
catarata, em todo o mundo.
Fonte: https://www.wwf.org.br
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