A sociedade feudal, predominante na
Europa Ocidental medieval, tinha como contradição fundamental a relação entre
senhores e servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram
propriedade deles. Eles serviam a seus senhores em troca da ocupação de pequena
parcela da grande propriedade senhorial, ou seja, em troca de poderem usufruir
de casa e comida. Os camponeses trabalhavam para garantir a sua sobrevivência e
a de sua família, por meio da agricultura de subsistência, e estavam sujeitos a
uma série de obrigações para com o senhor das terras, dentre as quais a mais
importante era o trabalho forçado em determinados dias da semana diretamente
nas terras administradas pelo senhor feudal. A submissão ao senhor também podia
se traduzir na obrigação de entregar o excedente da produção agrícola ou, no
momento de decadência do sistema, do pagamento de taxas e impostos por dinheiro
obtido no comércio dos bens produzidos pelos camponeses.
A exploração senhorial do braço camponês
se dava através da coerção extraeconômica, ou seja, por meios não puramente
econômicos, através da força das armas e de imposições ideológicas e de ordem
cultural-religiosa. Somente
com o uso superior da força militar e ideológica, o senhor feudal submetia o
camponês ao trabalho compulsório e ao conjunto de obrigações servis.
Num determinado momento, as relações
feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a
exploração sobre os servos no campo aumentava, devido à necessidade crescente
de os senhores feudais, para manterem sua posição de domínio, ostentarem luxo e
riqueza, elementos simbólicos essenciais numa sociedade aristocrática, o
rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da
produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio
crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal. A crise da sociedade
feudal, provocada pelas próprias leis internas ao sistema, abriu caminho para o
desenvolvimento progressivo das relações capitalistas de produção.
Disponível em: http://www.pcb.org.br/portal/docs/modosdeproducao.pdf - Acesso em: 04/01/2018
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