O agravamento das secas na África Ocidental é uma das grandes consequências das mudanças climáticas.
O ano de 2017 foi o mais dispendioso por
causa de eventos climáticos extremos, segundo um relatório da Organização
Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado hoje (22), na véspera do 23 de março,
Dia Mundial da Meteorologia. A informação é da ONU News.
Entre os vários fenômenos adversos,
destacaram-se a grave temporada de furacões no Atlântico Norte, cheias extremas
no subcontinente indiano e a continuação da seca na África Ocidental. Segundo o
estudo, os prejuízos causados são estimados em cerca de US$ 320 bilhões.
O relatório da agência especializada das
Nações Unidas para a Meteorologia sublinha o impacto que estes eventos tiveram
no desenvolvimento econômico, segurança alimentar, saúde e migração
internacional. O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que “2018
começou da mesma forma que 2017 terminou – com um clima extremo a roubar vidas
e destruir formas de subsistência”.
Os eventos climáticos já provocaram o
deslocamento de cerca de 23,5 milhões de pessoas. O risco de contrair doenças
relacionadas com temperaturas altas aumentou de forma constante desde os anos
80. Hoje, 30% a população vive em locais com temperaturas potencialmente
mortais durante, pelo menos, 20 dias do ano.
Segundo o relatório da OMM, os impactos
do clima afetam nações vulneráveis de forma mais forte. Os autores garantem,
por exemplo, que “a época de furacões erradicou décadas de ganhos de desenvolvimento
nas ilhas do Caribe”.
Aquecimento crescente
Numa declaração, o chefe da OMM citou o
aumento dos níveis de dióxido de carbono na Terra e disse que “estes níveis
devem manter-se nas próximas gerações, condenando o nosso planeta a um futuro
mais quente, com mais extremos meteorológicos, climáticos e de água. ”
O documento confirma que 2017 foi o
terceiro ano mais quente desde que há registros. Se não for tida em conta a
influência do El Niño, foi o ano mais quente. Os nove anos com calor mais
intenso de que há registro aconteceram todos depois de 2005. Os cinco anos mais
quentes aconteceram todos depois de 2010.
A temperatura dos oceanos baixou em
relação aos dois anos anteriores, mas 2017 ainda foi o terceiro ano mais quente
que se tem notícia. O estudo diz que “a magnitude de todos os componentes que
provocam a subida do nível dos mares aumentou nos últimos anos”. E a extensão
do gelo, tanto no Ártico como na Antártida, foi a menor já medida.
Preparação
Este ano, a agência especializada da ONU
sublinha a necessidade de fazer um planeamento informando previamente sobre
acidentes, como cheias, assim como para a variação normal do clima e as
mudanças de longo prazo. O secretário-geral da OMM disse que este tema é
importante porque “as mudanças climáticas de longo prazo estão a aumentar a intensidade
e a frequência dos eventos climáticos extremos”.
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