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CERRADO – DINÂMICA DO DESMATAMENTO E OCUPAÇÃO

O Cerrado é um dos principais fornecedores de carvão ilegal no país  © Wilson Dias / Agência Brasil
CERRADO – DINÂMICA DO DESMATAMENTO E OCUPAÇÃO
A dinâmica do desmatamento no Cerrado começa no momento em que o fazendeiro se associa a um carvoeiro, que agencia mão-de-obra e instala o acampamento e fornos necessários à produção do carvão com o Cerrado desmatado. O carvoejamento diminui significativamente os custos do desmatamento para o fazendeiro que, de outro modo, simplesmente queimaria a matéria vegetal do desmate.
Uma vez concluída a retirada da vegetação, as pastagens serão semeadas. Gado e capim, via de regra, serão manejados sem orientação técnica e com base apenas em conhecimentos empíricos. O resultado rotineiramente é a paulatina degradação da qualidade do pasto pela falta de cuidados básicos. O passo seguinte poderá ser o abandono da área e a abertura de outras mais além, onde o custo da terra apresenta-se atrativo.
Dois fatores são fundamentais para que o desmatamento continue sendo uma alternativa economicamente viável: a falta de capacidade dos órgãos de meio ambiente para a fiscalização e a existência de mercado consumidor para o carvão vegetal.
Os grandes consumidores do carvão vegetal produzido no Cerrado são as siderurgias localizadas em Minas Gerais. Ainda que a legislação florestal de alguns dos principais estados do Cerrado, como minas gerais e goiás, obrigue-as ao auto suprimento através de florestas plantadas, a realidade é que nosso ferro e aço seguem recebendo esse subsídio espúrio às custas da vegetação do Cerrado.
Pior ainda, a produção de carvão continua sendo também um grave problema de direitos humanos, pela utilização não rara de mão-de-obra escrava e infantil. Segundo dados da Funatura, são hoje mais de 40 siderúrgicas em Minas responsáveis por 75% do consumo de carvão vegetal no País, destinado a produzir 5 milhões de toneladas de ferro-gusa/ano.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)

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