As condições dos migrantes e refugiados no Iêmen são extremamente precárias ONU/Ocha/Giles Clarke
Condições
de refugiados e migrantes no Iêmen assustam a Acnur
A Agência das Nações Unidas para
Refugiados (Acnur), está “profundamente preocupada” com a piora da situação dos
refugiados, migrantes e candidatos a asilo chegados recentemente ao Iêmen, país
assolado por conflitos e guerra civil.
Para o porta-voz da Acnur, William Spindler,
o “conflito inabalável, a deterioração das condições económicas e o aumento da
criminalidade estão a expor as pessoas a danos e exploração. ”
Segundo a Acnur, têm aumentado os relatos
de extorsão, tráfico e deportação no país. Spindler explicou que muitos
migrantes “são presos ou detidos, vítimas de abuso e depois empurrados para o
mar ou forçados a regressar ao seu país usando os mesmos contrabandistas que os
trouxeram.” Em janeiro, mais de 50 somalis morreram afogados durante uma dessas
operações.
A agência da ONU também registou casos de
extorsão. Em março, um grupo de migrantes da Etiópia foi levado até a fronteira
para ser deportado. Quando chegaram, foram detidos por contrabandistas, que
exigiram US$ 700 das famílias para os libertar.
Detenções e humilhações
Desde fevereiro, a Acnur tem acompanhado o
caso de cerca de 100 pessoas que foram detidas quando chegaram ao Iêmen. A
agência também acompanha “numerosos relatos” de abusos dentro dos centros de
detenção, incluindo violências sexual e física.
Segundo o porta-voz, os sobreviventes
descrevem “serem forçados a testemunhar execuções sumárias, serem atingidos por
tiros, espancados regulamente, violações de adultos e crianças, humilhação,
incluindo nudez, e privação de comida. ”
A Acnur disse que as suas tentativas de
intervir nestes casos têm sido em vão, devido às estruturas complexas de um
país em guerra. A agência também pede acesso sem restrições às pessoas que
precisam de ajuda.
Pior
crise humanitária do mundo
A ONU considera a situação humanitária no
Iêmen a pior do mundo, mas o país continua a ser um destino de migração e
trânsito para migrantes do extremo nordeste da África, que pretendem chegar à
Península Arábica e além.
Por conta disto, a Acnur tem alertado para
os riscos de atravessar um país em guerra. No ano passado, lançou uma campanha
com o título, Travessias Perigosas (“Dangerous Crossings”, em inglês)
advertindo para os perigos desse tipo de jornada.
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