Ecossistemas costeiros
Os principais ecossistemas associados à
Zona Costeira incluem estuários, florestas costeiras, deltas, canais de maré,
mangues, marismas, recifes de coral, dunas frontais, campos de dunas e
planícies de maré. As florestas costeiras podem ser encontradas em trechos desde
Natal, no Rio Grande do Norte, até o Chuí, no Rio Grande do Sul, e,
continuamente, desde o Rio de Janeiro até Santa Catarina.
Estuário de Maracaípe - PE
Podem ser definidos como um corpo de
água semifechado com uma livre conexão com o oceano, no interior do qual a água
do mar é mensuravelmente diluída pela água doce da drenagem continental. São as
áreas mais ricas da Zona Costeira e que sofrem influência direta da maré. As
águas estuarinas também são altamente vulneráveis a distúrbios antrópicos, pois
a maior parte das megacidades costeiras do mundo está localizada nestas áreas. Logo,
estes ambientes estão sujeitos à constante poluição das águas, o que reduz sua
capacidade de suporte.
O manguezal é um ecossistema costeiro,
tropical, com vegetação típica adaptada às condições inóspitas do ambiente, sendo
um produtor de bens e serviços ambientais gratuito por suas particularidades. É
utilizado por inúmeras espécies como área de alimentação e procriação. Entretanto,
as áreas ocupadas pelo manguezal são constantemente lesadas, suprimidas e
substituídas perante o argumento de que são pouco rentáveis economicamente. Esses
danos ambientais poderiam ser reduzidos e eliminados se, e somente se, a
legislação vigente fosse cumprida e aplicada para todos sem distinção.
É a porção mais interna do manguezal e
funciona como sua reserva de nutrientes. É o apicum que mantém o equilíbrio dos
níveis de salinidade e a constância da quantidade de nutrientes dos manguezais.
À semelhança dos manguezais nas regiões
tropicais, as marismas representam nas regiões temperadas importante fonte de
nutrientes e de detritos para a cadeia alimentar, além de abrigo e substrato para
inúmeras espécies animais de importância econômica e ecológica. Sua
produtividade é controlada pela amplitude das marés, salinidade, grau de
inundação, disponibilidade de nutrientes e temperatura, que determina um ciclo
sazonal no desenvolvimento das espécies.
Restingas
Em cada uma das grandes regiões da costa
brasileira, ocorrem planícies formadas por sedimentos depositados predominantemente
em ambientes marinho, continental ou de transição; frequentemente, tais
planícies estão associadas a desembocaduras de grandes rios e/ou reentrâncias
na linha de costa, e podem estar intercaladas por falésias e costões rochosos. O
termo restinga define o conjunto formado por essas regiões (também chamadas de
planícies litorâneas).
Restinga na praia da Jureia, em Iguape, SP.
Costões
Rochosos
Os locais no litoral dominados por
rochas que se encontram diretamente com o mar são denominados costões rochosos.
Estes ambientes são condicionados pela ação das ondas e marés, que ao erodirem
as partes moles das rochas configuram a paisagem e criam ambientes propícios
para a fixação de uma diversidade de organismos adaptados a viver neste
dinâmico ecossistema. Proteger esse ecossistema não é fundamental apenas para
conservar os organismos aquáticos, mas também para a sobrevivência das
comunidades humanas.
As praias arenosas constituem-se num dos
ambientes mais dinâmicos da Zona Costeira. São dominadas por ondas e limitadas internamente
pelos níveis máximos da ação das ondas de tempestades e pelo início da
ocorrência das dunas ou qualquer outra feição fisiográfica brusca. Externamente,
são limitadas pela zona de arrebentação. É um ambiente complexo e que se
encontra num constante estágio de equilíbrio dinâmico, consequência da
interação entre as ondas incidentes na costa, do transporte de sedimento e da
morfologia da praia.
São feições naturais da maioria das
praias arenosas do mundo, as quais recebem contínuos aportes de areia,
transportadas pelos ventos dominantes. O principal papel desempenhado pelo
sistema de dunas costeiras é na manutenção e preservação da integridade da
morfologia da costa, pois atuam como barreiras dinâmicas contra ação das ondas
e tempestades. Constituem habitats para numerosas espécies de insetos, répteis,
pequenos mamíferos, e locais de nidificação de algumas aves marinhas.
São ambientes de fundo consolidado, isto
é, resistentes à ação de ondas e correntes marinhas. Podem ter origem biogênica
ou não e servem de moradia para grande variedade de organismos. Recifes
biogênicos – os chamados recifes de coral – são formados por organismos marinhos
(animais e vegetais) providos de esqueleto calcário. Os recifes de coral estão
entre os ecossistemas mais ricos em biodiversidade, só comparáveis às
exuberantes florestas tropicais, e desenvolvem-se em áreas rasas e quentes. Recifes
de origem inorgânica também podem ser de diversos tipos, como os costões
rochosos.
Pradarias
marinhas
São vegetações que florescem em águas costeiras
protegidas, como estuários, baías ou em recifes de corais. Suas raízes crescem
a partir de rizomas que se fixam no fundo dos quais resistem a correntes e
movimentos de marés. Estas formam redes intricadas que auxiliam a retenção de
nutrientes e a consolidação do sedimento. As pradarias marinhas são utilizadas
como habitats essenciais, servindo como áreas de alimentação, abrigo,
reprodução e de viveiro.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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