Martin Luther King denunciou a guerra do Vietnã e convocou uma marcha inter-racial de pessoas pobres em Washington / Wikimedia Commons
Há
50 anos, Martin Luther King era assassinado
Eram 6 horas da tarde quando o tiro foi
disparado, ferindo mortalmente Martin Luther King, o pastor negro estadunidense
que sonhava com uma sociedade racialmente igualitária à qual a minoria afrodescendente
estaria plenamente integrada.
Nesse 4 de abril de 1968, um dos líderes
mais importantes do movimento por direitos civis se encontrava na sacada do 2º
andar do Lorraine Motel em Memphis, Tennessee. Ele estava na cidade para apoiar
a greve dos trabalhadores em serviços sanitários e ia jantar quando um projétil
o atingiu no queixo e rompeu sua medula espinhal.
King foi declarado morto logo depois de
sua chegada a um hospital local. Aos 39 anos.
No dia anterior, King tinha feito seu
último discurso, intitulado “Eu estive no topo da montanha”. Ele estava em
Memphis para apoiar os lixeiros locais que estavam em greve há mais de duas
semanas, reivindicando melhores salários e melhores condições de trabalho.
“Nós precisamos nos entregar a essa luta
até o fim. Nada seria mais trágico do que parar neste momento em Memphis.
Quando fizermos nossa marcha, vocês precisam estar nela. Se isso significa
deixar o trabalho, se isso significa deixar a escola: estejam lá. Cuide de seu
irmão. Você talvez não esteja em greve. Mas, ou ascendemos juntos ou caímos
juntos”.
O líder da não-violência foi assassinado
por um franco-atirador. Assim que a notícia se espalhou, a população saiu às
ruas em várias cidades do país. A Guarda Nacional foi deslocada para Memphis e
Washington.
Em 9 de abril, King foi enterrado em sua
cidade natal, Atlanta, no estado de Geórgia. Dezenas de milhares de pessoas
alinharam-se nas ruas para ver passar o ataúde colocado sobre uma simples
carroça rural puxada por dois burros.
Nos meses que antecederam seu
assassinato, Martin Luther estava crescentemente preocupado com a desigualdade
econômica nos Estados Unidos. Ele organizou a Campanha do Povo Pobre para
enfrentar a questão e convocou uma marcha inter-racial de pessoas pobres em
Washington.
Durante os anos 1990, a esposa e os
filhos de Martin Luther King especularam sobre o envolvimento de autoridades
estadunidenses no assassinato. Nos últimos seis anos de vida, o apóstolo da
não-violência esteve sob constante escuta telefônica e assédio por parte do
FBI.
Antes de sua morte, King foi também
monitorado pela inteligência militar, que foi chamada a vigiá-lo depois que ele
denunciou publicamente a Guerra do Vietnã. Além do mais, por pregar por
reformas econômicas radicais em 1968, inclusive uma renda anual mínimo para
todos, criou inimigos em Washington.
0 Comentários