Latino-americanos
renovam compromisso pelo desenvolvimento sustentável
Países da América Latina e do Caribe
firmaram novo compromisso para promover o desenvolvimento sustentável na região
e identificaram o combate à pobreza, em especial à pobreza extrema, como o
maior desafio.
O compromisso está no documento final da
2ª Reunião do Fórum dos Países da América Latina e Caribe sobre Desenvolvimento
Sustentável, que terminou sexta-feira (20), no Chile.
Articulado pela Comissão Econômica para a
região (Cepal), o evento reuniu representantes de governos, empresas e
organizações da sociedade civil para discutir a Agenda 2030, conjunto de metas
elaborado em 2015 a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover maior inclusão social nos
continentes.
A Agenda 2030 trabalha com 17 objetivos,
entre os quais, erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável;
saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e
saneamento; energia acessível e limpa; trabalho decente e crescimento econômico
e indústria, inovação e infraestrutura, consumo e produção responsáveis e
redução das desigualdades.
Pobreza
e desigualdades
“Considerando as dificuldades da região
para alcançar o desenvolvimento sustentável, em particular, a pobreza, as
desigualdades, a elevada dívida global e a redução dos níveis de cooperação
internacional, destacamos a necessidade de acelerar tanto o ritmo de
implementação quanto o de conscientização sobre os ODS em todos os níveis”,
destaca o documento.
Segundo estudo da Cepal divulgado no
evento, no ano passado, ainda havia 187 milhões de pessoas em situação de
pobreza, sendo 62 milhões em pobreza extrema.
Mesmo nos países de renda mais elevada, a
desigualdade segue como um fenômeno recorrente na região. As melhoras ocorridas
na economia mundial não teriam chegado a todos os setores. De acordo com o
estudo, a superação desse quadro estaria na majoração de investimentos em
políticas sociais e na ampliação das oportunidades.
Outra temática considerada importante para
o cumprimento da Agenda 2030 é a igualdade de gênero e o empoderamento das
mulheres. “Recomendamos maior integração do enfoque de gênero nas políticas e
estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável”, sugere o relatório final
do encontro.
Recursos
naturais
Ainda conforme as conclusões do evento, o
crescimento e a oferta de serviços públicos, como saneamento e energia, devem
estar combinados com a preservação do meio ambiente. “Reconhecemos a
necessidade de promover uma mudança estrutural progressiva rumo a um
desenvolvimento sustentável para proteger os ecossistemas e a biodiversidade,
reduzir o desmatamento, combater a desertificação e degradação das terras e
fomentar estratégia de usos sustentáveis dos recursos naturais. ”
Nesse âmbito, o documento recomenda que se
dediquem mais esforços à redução de riscos de desastre mais amplo e inclusivo.
A preocupação primordial das medidas deve estar nas pessoas, assegurando
políticas públicas claras para mitigar esses riscos e recursos disponíveis para
essas ações de prevenção e reconstrução de áreas e estruturas danificadas.
Cooperação
internacional
O texto defende um olhar mais atento das
Nações Unidas aos países de renda média, perfil da América Latina e do Caribe,
sede de 73% da população mundial. As deficiências dos países da região devem
ser examinadas nas instâncias da ONU e ser objeto das assembleias da
organização, acrescenta o estudo.
No âmbito da cooperação internacional,
permanecem dificuldades provenientes das restrições de acesso a condições econômicas
adequadas pelos países de renda média. Para alterar esse quadro, os governos
chamam a atenção para a importância de repasses de países mais ricos a título
de assistência para o desenvolvimento.
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