Novas
formas de ser índio
Você também acha que em 1500 todo dia era
dia de índio, mas que hoje eles só têm o dia 19 de abril? Ou que lugar de índio
é andar pelado no mato, com cocar e caçando de arco e flecha? Nem sempre. Os
povos indígenas no Brasil de hoje são muitos e diversos, e todo dia é dia de
algum povo específico nas milhares de aldeias e muitas cidades por quase todo o
País. Mas o Dia do Índio é uma oportunidade que o calendário oficial oferece e
muitos índios aproveitam para se expressar, ter visibilidade.
Nos últimos 30 anos, vários povos
indígenas considerados “extintos” reafirmaram suas identidades e emergiram à
cena pública. Nos últimos 15 anos, surgiram centenas de organizações indígenas
fora das aldeias, dirigidas por jovens lideranças que administram projetos com
recursos não-reembolsáveis da cooperação internacional e de fontes
governamentais. Há música e literatura indígena começando a ser publicadas,
várias experiências de escolas indígenas diferenciadas e outras iniciativas de
valorização e intercâmbio cultural, além de projetos com alternativas
econômicas voltadas para a comercialização de produtos com valor cultural e
ambiental agregados. Em abril de 2004, houve a primeira mostra de realizadores
indígenas de vídeo num centro cultural da cidade do Rio de Janeiro. Há índios
na universidade e proposta de criação de universidade indígena.
Há representantes indígenas em algumas
instâncias consultivas de políticas públicas governamentais. Alguns indígenas
se aventuram pelo caminho da política partidária municipal.
Os povos indígenas têm direito, como todas
os demais povos e culturas do mundo, a incorporar novidades, fazer empréstimos
culturais, inventar novas tradições e atualizar suas identidades.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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