Modelo de estratificação das camadas de um sambaqui do litoral sul catarinense, no Brasil.
O QUE
SÃO OS SAMBAQUIS?
Formações típicas de amontoados de
conchas, ossos, restos de fogueiras e artefatos, misturados à areia, os sambaquis
são construções típicas de comunidades que viveram de 1,5 mil a 8 mil anos, e
podem chegar a uma altura de 30 metros, além de ocupar uma área que alcança
alguns hectares, espalhados por praticamente todo o litoral, incluindo a área
do baixo Amazonas.
São particularmente mais numerosos na
região de Santa Catarina, onde estão os mais antigos e bem preservados
sambaquis do País. Mas essas construções não são exclusivas do Brasil. As
primeiras foram estudadas na Noruega e eram vistas como um monte de lixo. Hoje,
existem registros no Chile, na costa do Pacífico, no Canadá, no Japão e em
várias outras áreas litorâneas é possível encontrar construções semelhantes. As
sociedades dos sambaquieiros eram mais sedentárias que os tradicionais
caçadores-coletores. Peixes eram a base de sua alimentação, mas berbigões
(molusco da espécie Anomalocardia brasilensis), moluscos, crustáceos, vegetais
e pequenas caças também compunham sua dieta.
Apesar do número de sambaquis existentes
no Brasil não ser consenso entre os arqueólogos, é possível que possam passar
de mil, sendo que a maioria tem cerca de 4 mil anos. Muito se especula sobre o
desaparecimento dos sambaquieiros, mas poucas são as certezas. Uma das
hipóteses diz que o contato com outras culturas, como a dos guarani – grupo de
ceramistas, bélicos – ou Carijó, poderia tê-los exterminado em lutas,
semelhante ao que ocorreu com muitas comunidades após a chegada dos europeus ao
Brasil.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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