Pampa - vegetação e a fauna
O projeto Radam Brasil classificou a
vegetação do Pampa como estepe, também chamada de campos sulinos por alguns
autores. Tais designações soam estranhas para os gaúchos, que reconhecem a
região como Pampa, pampa gaúcho ou campanha.
O Pampa é constituído basicamente por campos
nativos, mata ciliar e capões de mato (porção de mato isolado que surge no
campo). São extensas planícies, cuja altitude não ultrapassa os 200 metros, com
suaves ondulações chamadas de coxilhas. Suas pequenas matas são constituídas de
árvores de pequeno porte, como a aroeira (Lithraea brasiliensis) e o salgueiro
(Salix humboldtiana), também chamado de “chorão” pela sua inconfundível
fisionomia.
Em razão do valor econômico da região,
em 1906, Lindmann, em A Vegetação no Rio Grande do Sul, já classificava os
campos como paleáceos, subarbustivos e gramados. Outro pesquisador, Ávila de
Araújo, citado por Lindmann, usou a nomenclatura comum aos fazendeiros para
classificá-los: campos finos, por apresentarem uma cobertura vegetal pouco
elevada e pastagens de boa qualidade, e campos grossos, por serem dominados por
gramíneas altas e duras.
Várias espécies animais habitam o Pampa,
sendo o quero-quero (Vanellus chilensis) e o joão-de-barro (Furnarius rufus)
figuras típicas da paisagem. É comum ver no horizonte revoadas de marrecos e
marrecões de várias espécies e emas (Rhea americana).
Outros animais podem ser vistos com alguma
frequência e há registro de várias espécies ameaçadas de extinção, como tatus
(Tolypeutes tricinctus), tamanduás (Tamaduá tetradactyl), lobos-guará
(Chrysocyon brachyuruse), graxains do-campo (Pseudalopex gymnocercus) e
zorrilhos (Conepatuschinga).
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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