Érico
Veríssimo (1905-1975)
Escritor de estilo simples, contador de
histórias por excelência, considerado uma das grandes expressões da moderna
ficção brasileira, Érico Veríssimo retratou como ninguém as histórias dos
gaúchos e do rio grande do Sul, das coxilhas e dos pampas. Uma de suas mais
notáveis obras é a trilogia O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato e O
Arquipélago com alguns inesquecíveis personagens como Ana Terra, Bibiana e Capitão
rodrigo Cambará. Nela, mais do que o drama de pessoas, mais do que a história
de uma família, Veríssimo narra a tragédia da formação de uma terra, de uma
cidade, de um país. A trilogia abarca 200 anos da história do Brasil - de 1745
a 1945.
Chamado de regionalista, Veríssimo não
concordava com o rótulo. Em entrevista à rosa Freire D’ Aguiar, para a revista
manchete, em 1973, ele afirmou: “em certo ponto de minha atividade de ficcionista,
senti que devia ao rio grande do Sul um romance sobre sua gente, sua terra e
sua história. Mas confesso que ainda me sinto atraído pela vida do homem
moderno numa grande metrópole, com todos os problemas do nosso tempo”.
Gaúcho de Cruz Alta, filho de família tradicional,
mas arruinada economicamente, Veríssimo estudou em Porto Alegre e voltou para
sua cidade natal onde trabalhou em banco e depois tornou-se sócio de uma farmácia.
Ali, entre remédios e o namoro com Mafalda Halen Volpe, com quem se casaria em 1931
e com quem teve dois filhos, dedicava as horas vagas à leitura. Ibsen, William
Shakespeare, George Bernard Shaw, Oscar Wilde e Machado de Assis eram seus
preferidos e influenciaram sua formação literária.
Em 1930, transferiu-se para a capital
gaúcha e aceitou o cargo de secretário do Departamento editorial da livraria do
globo. Já em 1934, conquistava, com Música ao Longe, o Prêmio Machado de Assis,
da Cia. editora nacional e, no ano seguinte, seu romance Caminhos Cruzados era
premiado pela Fundação Graça Aranha. Foi, porém, com Olhai os Lírios do Campo,
em 1938, que seu nome tornou-se realmente conhecido em todo o País.
Desde 1943, quando viajou pela primeira
vez aos EUA, empenhou-se em divulgar a literatura e a cultura brasileira no
exterior. Seu prestígio internacional cresceu a tal ponto que, em 1953, por
indicação do ministério das relações exteriores, assumiu a direção do Departamento
de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Traduziu mais de 50 títulos, do inglês,
francês, italiano e espanhol, além de organizar várias coleções literárias
célebres, como a Nobel e a Biblioteca dos Séculos. Seus livros foram traduzidos
e publicados em quase todo o mundo. No Brasil, recebeu, entre outros, os
prêmios Jabuti (1966), Personalidade literária do Ano (Pen Club, 1972) e o
Prêmio literário da Fundação moinhos Santista (1973), pelo conjunto da obra.
Além da festejada trilogia, destacam-se outros livros como O Senhor Embaixador
(1965), O Prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971). Érico morreu quando
escrevia o segundo volume de Solo de Clarineta, seu livro de memórias.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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