O Ibama multou a Vale em R$ 4,3 milhões por manter em depósito a madeira nativa sem licença válida para usar como dormente de trilhos / Ibama / Divulgação
Madeira
nativa é encontrada no pátio da mineradora Vale
Em um dos pátios da Estrada de Ferro
Carajás (EFC) em Açailândia, no Maranhão, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu madeiras nativas
da Amazônia que seriam utilizadas de forma ilegal na construção de trilhos para
a ferrovia da empresa Vale.
Na nota fiscal as madeiras estavam
identificadas como peças de eucalipto, um total de 14.233 dormentes, contudo
verificou-se que eram madeiras nativas da floresta. As peças eram dormentes,
colocadas de forma transversal na via férreas é nelas que passam os caris ou
trilhos. Todo o material foi apreendido
durante inspeção pelo órgão.
De acordo com o Ibama a empresa foi
multada em R$ 4,3 milhões por manter em depósito a madeira nativa sem licença
válida, contudo a Vale, em nota, nega que tenha sido multada pelo Ibama e que
adquiriu produto florestal processado. A mineradora acionou a fornecedora dos
dormentes para que preste esclarecimentos e apresente documentação necessária
ao órgão ambiental.
Ainda segundo o Ibama cerca de 38 amostras
foram encaminhadas para a identificação anatômica pelo Laboratório de Produtos
Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Foram identificadas no
lote de madeira, negociado como eucalipto, espécies como Roxinho” (Peltogynes
sp), “Jatobá” (Hymenaea sp) e “Cedrinho” (Erisma sp).
O Ibama investiga os fornecedores e o
local de extração da madeira nativa. Os resultados serão encaminhados ao Ministério
Público do Estado para a apuração de responsabilidade na área criminal. Por
meio de nota o coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Renê Oliveira,
afirmou que a “Essa investigação expôs mais um método de esquentamento de
madeira nativa com notas fiscais fraudulentas”.
Fonte:
Ibama
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