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SUB-REGIÕES DA AMÉRICA DO SUL



Guianas
Duas Guianas são países independentes - a Guiana, com capital em Georgetown, e o Suriname, com capital em Paramaribo - e a terceira delas, a Guiana Francesa, é um departamento de ultramar francês. Sua capital é Caiena.
A maior parte da paisagem das Guianas é dominada pelo planalto das Guianas, que se apresenta como um bloco de terras soerguido como uma grande mesa, cujos pontos mais altos não ultrapassam 3.200 metros. É ocupado pela floresta equatorial e tropical e por trechos esparsos de campos e, por localizar numa área tipicamente tropical, apresenta clima quente e muito úmido. Acompanhando o litoral, aparece uma extensa planície, que abriga a maior parte da população regional. As economias da Guiana e do Suriname baseiam-se na extração de bauxita e outros minérios de alumínio e na agricultura. A cana-de-açúcar, o arroz e as frutas tropicais são as principais culturas.
Apesar de reduzida, a população das três Guianas destaca-se pela sua diversidade étnica e linguística. Há grande número de indianos, negros, mestiços e uma minoria de brancos e chineses. As línguas oficiais são as das antigas metrópoles - inglês (Guiana), neerlandês (Suriname) e francês (Guiana Francesa), embora também sejam faladas as línguas dos núcleos imigrantes, além de diversos dialetos indígenas e mestiços.
América Andina
Embora os Andes atinjam também terras da Argentina, costuma-se denominar de América Andina o conjunto formado por Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile. Nessa região, que se estende por toda a vertente oeste da América do Sul, junto às águas do oceano Pacífico, destaca-se a cordilheira dos Andes, uma fantástica elevação montanhosa pontilhada por cumes cobertos de neve e muitos vulcões.
Alinhando-se no sentido norte-sul por mais de 6 mil quilômetros, essa cordilheira apresenta três quadros climáticos diferentes: os Andes equatoriais úmidos, recobertos por florestas e savanas, conhecidas por páramos; os Andes tropicais secos, onde aparecem desertos ou estepes conhecidas por punas; e, bem mais ao sul, os Andes glaciais, frios e úmidos, propícios ao desenvolvimento de coníferas.
Os países andinos enfrentam dificuldades naturais impostas pela cordilheira. Os transportes são sempre mais difíceis em áreas montanhosas e a intensidade da erosão prejudica as práticas agrícolas. Essas montanhas permitem um mesmo país ter diferentes faixas climáticas e, portanto, uma produção agrícola bastante variada.
A proporção de índios e mestiços na América Andina é muito grande.  Os países com maior contingente indígena são: Bolívia (55%), Peru (46%) e Equador (40%), enquanto Colômbia, Venezuela e Chile são os de maior número de mestiços, que representam, respectivamente, 79%, 67% e 44% de suas populações. O percentual da população de origem europeia, sobretudo espanhola, oscila entre 10% no Equador e 52,7%, no Chile, e os negros, cuja presença é praticamente nula nos países andinos, constituem 10% das populações equatoriana, e venezuelana.
O espanhol é o idioma predominante na América Latina, sendo falado pela quase totalidade da população do Chile, Colômbia, Equador e Venezuela.  O quíchua, a língua do antigo império inca, é utilizado por cerca de 40% dos peruanos e bolivianos e por 7% dos equatorianos. No Peru e na Bolívia, além do espanhol e do quíchua é falado também o aimará, língua dos índios andinos desses países.
A maior ou menor integração das populações indígenas com os colonizadores esteve relacionadas aos diferentes estágios de desenvolvimento dessas populações nativas. Desta forma, no Equador, Peru e Bolívia, onde se localizava o império inca, de complexa estrutura social, política e econômica, a miscigenação processou de forma mais lenta. As grandes riquezas nacionais dos países andinos provêm das exportações de minérios.
Apesar das grandes riquezas do subsolo, todos os países andinos revelam uma economia subdesenvolvida, com deficiente rede de transportes, insuficiência energética, falta de capital e problemas sociais diversos. A industrialização é ainda incipiente. Os centros fabris de maior importância são Caracas, na Venezuela. Bogotá, Medellín e Cali, na Colômbia; Guayaquil e Quito, no Equador; Lima, no Peru; e Santiago e Concepción, no Chile. Os países da América Andina fundaram em 1969 o Pacto Andino. A organização visava estabelecer um mercado comum entre os países-membros, além de coordenar programas de industrialização. O futuro do Pacto Andino é incerto. O Chile retirou da organização retirou-se da organização em 1977, tal como ocorreu com a Venezuela em 2006. Seus atuais membros são Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
A agricultura é uma atividade econômica importante nos países andinos, embora pouco desenvolvida. Contribuem para o atraso agrícola o sistema de grandes propriedades herdado dos colonizadores espanhóis, a proporção das terras cultivadas e o fato de a produção estar largamente voltada para a exportação de produtos tropicais. Essa última característica colabora para o subdesenvolvimento da América Latina e dependência em relação aos países desenvolvidos, pois as exportações de produtos agrícolas dependem da demanda e da oscilação dos preços no mercado internacional, que é controlado por esses países. Na agricultura comercial para exportação, tem destaque a produção de café, na Colômbia; banana e cacau, no Equador; fibras (sisal e juta), na Colômbia e Equador; e cana-de-açúcar, no Peru. A pecuária é pouco desenvolvida nos Andes, em razão do relevo muito acidentado. Os rebanhos de alpaca e lhama são que melhor adaptam às condições locais.
A pesca marítima é uma atividade importante no Peru e, com menor destaque, no Equador. As espécies de pescado mais importantes são o atum, o bonito, salmão e a anchoveta. A pesca abundante nessa região do Pacífico é favorecida pela corrente de Humboldt. Carregando plâncton, que serve de alimento aos cardumes, essa corrente marítima atrai os peixes para as costas dos países dessa região. Além disso, o encontro da corrente de Humboldt (fria) com a massa de ar quente conhecida como El niño cria condições de temperatura favoráveis para a desova de peixes.
América Platina
Essa é a única região, na América Latina, dominada inteiramente por climas subtropicais e temperados. Localiza-se na porção centro-sul da América do Sul, limitada pelos Andes e pelo oceano Atlântico. Compreende a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, recebendo o nome de América Platina, por ser banhada, em grande extensão, pelos rios que formam a bacia Platina (Paraná, Paraguai, Uruguai e afluentes).
Os rios da bacia Platina deságuam em uma enseada chamada Rio da Prata. A bacia tem esse nome porque, em 1526, quando o navegador Sebastião Caboto visitava a região, notou que os índios nativos usavam muitos adornos de prata. Como prata em espanhol é plata, a região foi denominada platina.
Os espanhóis abriram muitas minas de prata em suas colônias da bacia Platina. A produção era enviada à Europa pelo porto de Buenos Aires, atual capital da Argentina. O nome desse país tem a mesma origem, derivado de argentum ("prata" em latim).
As grandes planícies constituem o elemento dominante na paisagem, na qual é possível distinguir três regiões: o Chaco, com clima e florestas tropicais; o Pantanal, trecho de planície parcialmente alagado pelo rio Paraguai, coberto por manchas de floresta tropical, campos sujos, campos limpos e um emaranhado vegetal; e o Pampa, com clima temperado úmido em alguns trechos e seco em outros, recoberto com vegetação rasteira.
No sudeste da Argentina localiza-se a Patagônia, que se estende até o extremo sul do continente. Limitada a leste pelo Atlântico e a oeste pela cordilheira dos Andes, divide-se em duas partes: a primeira é caracterizada por um planalto no qual afloram rochas, formando serras; a segunda, é uma estreita faixa montanhosa, conhecida como Andes Patagônicos. Enquanto no planalto a vegetação é estépica, indicando clima frio e seco, nos Andes há uma estreita faixa de floresta fria.
As populações da Argentina e do Uruguai têm características muito semelhantes: a quase totalidade é constituída por descendentes de europeus, sobretudo espanhóis e italianos. Já o Paraguai apresenta características opostas; cerca de 95% da população é constituída de mestiços de brancos de origem espanhola com indígenas (guaranis). O espanhol é a língua falada na Argentina e no Uruguai, enquanto no Paraguai fala-se também o guarani.
As economias argentina e uruguaia baseiam-se na agricultura e na pecuária, desenvolvidas sobretudo na região dos Pampas. A Argentina possui o sexto maior rebanho bovino do mundo, sendo, da mesma forma que o Uruguai, grande exportadora de couro de carne (in natura e industrializada). A criação de ovinos também é desenvolvida nesses países, que são grandes exportadores de lã. Embora o efetivo dos rebanhos seja maior na Argentina, a pecuária tem peso econômico maior no Uruguai, onde a carne e a lã correspondem a três quartos das exportações.
A agricultura é mais desenvolvida na Argentina, que é grande exportadora de cereais - sobretudo trigo e arroz -, além de tabaco, algodão e frutas, como maçãs, peras, ameixas, pêssegos e uvas, exportadas para os países do hemisfério norte no período de entressafra (inverno) e para outros países sul-americanos, inclusive o Brasil.
Dos países platinos, a Argentina é o mais industrializado, destacando-se as agroindústrias, como frigoríficos, laticínios, lanifícios, indústrias de moagem de cereais, etc. No Uruguai, a atividade industrial também se acha intimamente ligada à produção agropecuária.
Quanto ao extrativismo mineral, somente a Argentina se sobressai, com sua produção de petróleo, que a torna quase autossuficiente.
A economia paraguaia é pouco desenvolvida e se baseia na agricultura de subsistência (milho, mandioca, vegetais e cana-de-açúcar), na pecuária extensiva e na silvicultura. O comércio exterior do país está voltado principalmente para a exportação de madeiras, mas também são comercializadas soja, algodão, óleos vegetais e fumo. O país tem procurado intensificar suas relações comerciais com vizinhos platinos e com o Brasil.
A cidade de maior destaque da região é Buenos Aires, uma das maiores da América Latina, mas também merecem menção Montevideo, Rosário, Assunção, Córdoba e La Plata.
Brasil
O Brasil é estudado em particular não pelo fato de suas características físicas (relevo, hidrografia, clima, vegetação) constituírem uma região geográfica, mas por sua grandeza territorial e populacional. Suas terras ocupam quase a metade da América do Sul e sua população corresponde aproximadamente a metade do total sul-americano.
A maior parte do Brasil está situada entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, o que faz com que predominem climas quentes e bastante úmidos e existam florestas e savanas. O país possui, na região Nordeste, uma considerável extensão domina por clima semiárido, ocupada por uma vegetação xerófila; no Sul, um trecho de igual extensão dominado pelo clima subtropical, onde o solo era recoberto originalmente pela Mata de Araucária ou por campos limpos.
O povoamento é desigual, enquanto existem áreas praticamente vazias, na Amazônia e no Centro-Oeste, há outras densamente ocupadas, sobretudo nos trechos da região Sudeste mais próximos ao litoral. País de economia emergente, dotado de notáveis recursos agrícolas, pecuários, energéticos e minerais, o Brasil tem grandes contrastes: em alguns trechos comuns a miséria, o subemprego e as práticas agrícolas primitivas; em outros, grandes aglomerados industriais atestam o alto grau de desenvolvimento tecnológico.
Cerca de um terço dos rendimentos brasileiros provém da atividade industrial, merecendo destaque a fabricação de equipamentos elétricos e de comunicações, o processamento de alimentos e a fabricação de veículos.
Pouco mais de 10% da população nacional dedica-se às atividades agrícolas. O país destaca-se mundialmente na exportação de café, laranja, cana-de-açúcar, milho, soja, mandioca, arroz, algodão e cacau.
A grandeza do espaço territorial confere ao Brasil expressiva potencialidade na mineração, com destaque para a produção de ferro, manganês, bauxita, chumbo, ouro, tungstênio, cobre, estanho, petróleo e carvão.

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