O Brasil é a origem de mais de 50% das importações de carne de frango do país asiático (Arquivo/Agência Brasil)
China
vai impor medidas antidumping sobre importação de frango
A decisão foi tomada depois que uma
pesquisa determinou que o dumping está ocorrendo nas exportações do frango
brasileiro, o que vem prejudicando “substancialmente" o setor chinês,
disse o comunicado do ministério.
O Brasil é a origem de mais de 50% das
importações de carne de frango do país asiático. A China é o maior consumidor
mundial de frango brasileiro, e 85% das importações congeladas dessa carne
procedem do Brasil.
A decisão da China é resultado de
investigações sobre a prática de dumping que começaram em agosto do ano
passado, por solicitação de produtores locais. Mas ainda é uma decisão
provisória uma vez que o prazo de conclusão da investigação é agosto deste ano,
com a possibilidade de prorrogação por mais 12 meses.
ABPA
Em nota, a Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA) afirmou que “não há qualquer nexo causal entre as
exportações de carne de frango do Brasil e eventuais situações mercadológicas
locais”. “Os esclarecimentos apresentados pelo setor produtivo e pelas
agroindústrias exportadoras deixaram clara a ausência de qualquer possível dano
aos produtores e ao mercado chinês”, acrescenta a associação.
A entidade considera que a medida é “um
retrocesso nas boas relações comerciais construídas por brasileiros e chineses
ao longo desta década, bem como na parceria visando à complementariedade na
garantia da segurança alimentar da China”.
Segundo a ABPA, apesar de uma potencial
retração no desempenho dos embarques em toneladas, o fluxo comercial deverá ser
mantido mesmo com a imposição da medida, frente à necessidade e alta demanda do
mercado chinês. Em 2017, o país asiático foi destino de 391,4 mil toneladas de
carne de frango do Brasil, equivalente a 9,2% de tudo o que o país embarcou no
período.
“A decisão é provisória. A medida final
será anunciada em agosto deste ano. A ABPA continuará a trabalhar no âmbito do
processo, buscando reverter a decisão imposta temporariamente”, disse a
associação.
Os ministérios das Relações Exteriores e
da Indústria, Comércio Exterior e Serviço devem divulgar ainda hoje (8) uma
nota conjunta sobre a decisão da China.
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