Encontro
de Trump e Kim Jong-un é destaque na imprensa internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, e o da Coreia do Norte, Kim Jong-un, já estão em Cingapura, onde se
encontram amanhã (12) para discutir, entre outros assuntos, o fim do programa
nuclear coreano. A imprensa mundial está atenta para o encontro inusitado entre
os líderes dos países que, há décadas, são considerados inimigos.
Além da desnuclearização, Kim e Trump
devem debater a estabilização das relações diplomáticas entre os países e a
sobrevivência do regime de Pyongyang.
Direitos
Humanos
O jornal espanhol El País traz um alerta
na manchete: "Os direitos humanos relegados na cúpula de Kim e Trum".
Como o foco do encontro é a tentativa americana de convencer o líder coreano de
desistir de seu programa nuclear, pouco tem se falado sobre as violações de
direitos humanos na Coreia do Norte.
De acordo com o periódico, 300
organizações não governamentais enviaram uma carta a Kim Jong-un, pedindo mudanças
e o fim dos abusos que, segundo a Anistia Internacional, afetam entre 80 mil e
120 mil pessoas. O El País relembra ainda que, em janeiro deste ano, Trump
afirmou que "nenhum país oprimiu seus próprios cidadãos mais completa ou
brutalmente do que na cruel ditadura da Coreia do Norte”.
Um documento da Comissão da Organização
das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, de 2014, denunciava a
situação na Coreia do Norte, que incluía "crimes contra a humanidade como
extermínio, assassinato, escravidão, tortura, prisão, violações, abortos
forçados e outras violências sexuais, perseguições por motivos religiosos,
raciais e de gênero, deslocamentos forçados da população, desaparição de
pessoas, entre outros crimes".
Em outra matéria, o El País se refere ao
forte reforço de segurança, em Cingapura, para a Cúpula. "A cidade-estado
de 5,6 milhões de habitantes viu alterado seu ritmo habitual para sediar o
evento de maior ressonância internacional que já recebeu". O encontro vai
custar aos cofres de Cingapura US$ 15 milhões – metade dos quais em despesas de
segurança.
Novo
Relacionamento
Já a britânica BBC destacou a divulgação,
por parte da mídia estatal norte-coreana, da possibilidade de o país
"estabelecer um novo relacionamento" com os Estados Unidos. E ressalta
a mudança de tom da Coreia do Norte após décadas de animosidade.
A BBC noticiou também que Trump disse ter
um "bom pressentimento" sobre a tão esperada cúpula e twittou hoje de
manhã que havia "excitação no ar". O secretário de Estado
norte-americano, Mike Pompeo, disse que os EUA estão dispostos a oferecer
garantias de segurança "exclusivas" para a Coreia do Norte e
ressaltou que o objetivo norte-americano da desnuclearização completa,
verificável e irreversível da península coreana não mudou.
O jornal francês Le Figaro traz o seguinte
destaque: "Conversações entre Washington e Pyongyang movem-se
rapidamente". O jornal noticiou que os Estados Unidos estão "prontos
para dar condições de segurança à Coreia do Norte", mas cientes de que
haverá muito trabalho a ser feito. E destacou o tom otimista de Mike Pompeo em
uma coletiva dada ontem (11).
O jornal português Expresso afirma que a
desnuclearização da península coreana é o tema mais complexo, que pode
determinar o sucesso ou o fracasso da cúpula. "A desnuclearização é o
cerne absoluto do encontro, mantendo-se um enorme fosso que diplomatas de ambos
os países tentam contornar."
O Expresso trata ainda da pouco provável
aceitação de Kim Jong-un e desmontar um arsenal que foi construído ao longo de
décadas. E questiona ainda a confiança de Kim Jong-un em Trump, que vem
colecionando acordos rasgados, ao citar o exemplo do acordo nuclear iraniano,
"que tinha sido tão meticulosamente negociado".
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