Pesquisa do IBGE mostra que 38,2% dos municípios brasileiros têm política de saneamento básico - Marcello Casal Jr / Arquivo Agência Brasil
Apesar
de aumento, menos de 40% das cidades têm política de saneamento
Entre os 5.570 municípios brasileiros,
2.126 têm política de saneamento básico, mesmo que não seja regulamentada por
instrumento legal, o que equivale a 38,2% do total. Apesar do baixo percentual,
o índice avançou 10 pontos percentuais desde 2011, quando 28,2% tinham uma
política estruturada para a área, que engloba os serviços de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e manejo de resíduos
sólidos.
Os dados foram divulgados hoje (19) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no suplemento Aspectos
gerais da gestão da política de saneamento básico, dentro da Pesquisa de
Informações Básicas Municipais (Munic) 2017.
O levantamento foi feito de abril a
setembro por meio de questionários às prefeituras. A pesquisa não avalia a
qualidade e a efetiva prestação dos serviços.
Conforme a pesquisa, 24,1% dos municípios
estavam elaborando política de saneamento básico no ano passado. Quanto ao
plano municipal de saneamento, que traz o detalhamento das ações, diagnóstico,
objetivos e metas de universalização, o percentual passou de 10,9% em 2011 para
41,5% em 2017.
A gerente da pesquisa, Vânia Pacheco, diz
que o plano é o instrumento mais adequado para monitorar e avaliar a prestação
do serviço. “Com mais possibilidade de acompanhamento, de monitoramento, de
regulamentação da política, de regulação dos serviços. Tudo isso permite que o
município possa se avaliar mais para frente.”
Controle
social
Sobre o controle social dos serviços,
apenas 17,2% dos municípios, 958 do total, afirmaram ter um Conselho Municipal
de Saneamento. Destes, 816 eram exclusivos da área e 142 em conjunto com outras
políticas, como meio ambiente, saúde ou desenvolvimento urbano. Porém, 41,5%
deles não tinham realizado nenhuma reunião nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Em 2011, 195 municípios tinham conselho para tratar do saneamento.
O Fundo Municipal de Saneamento Básico,
fonte de recursos exclusivos para a área, estava presente em 580 municípios,
10,4% do total. Enquanto que em 2011, eram 215, ou 3,9%.
Gestão
Em 30,2% (5.570 municípios), o saneamento
básico é administrado por consórcios,16,3% informaram ter sistema de
informações públicas e 31,4% tinham ouvidoria ou central de atendimento ao
usuário.
Para a gerente, a tendência é que os dados
melhorem e mais municípios implementem as políticas de saneamento nos próximos
anos. “O movimento do governo federal institucionalizando a existência de uma
política nacional e um decreto que regulamenta essa política, faz também com
que esses se movimentem para isso, deixem de trabalhar fora da
institucionalização e tenham instrumentos para gerir aquela política de uma
forma mais organizada, mais estruturada para tratar aquela política”.
Após 31 de dezembro de 2019, o plano
municipal de saneamento básico será condição para o acesso a recursos da União
ou geridos por órgão ou entidade da administração pública federal. A
pesquisadora lembra que o Decreto 7.217/2010, que regulamentou a Política
Nacional de Saneamento Básico, previa a data-limite de 31 de dezembro de 2013.
Depois, foi prorrogada para 2015, 2017 até chegar a 2019, estabelecida no
Decreto 9.254, 29 de dezembro de 2017.
Fonte: Agência Brasil
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