Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil
Bicentenário,
saiba o que Museu Nacional guardava
O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista,
como é conhecido, fica instalado no bairro imperial de São Cristóvão, zona
norte da cidade, e reúne mais de 20 milhões de itens, divididos em coleções de
paleontologia, zoologia, botânica, antropologia, arqueologia, entre outras. O
lugar já foi residência oficial da família imperial brasileira. Dom João VI
inaugurou em 1818 o museu com o nome de Museu Real, que funcionou primeiramente
no Campo de Santana, no centro do Rio.
O diretor de Preservação do Museu Nacional
do Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou à Agência Brasil que o incêndio
causa um “dano irreparável” ao acervo e à pesquisa nacional, mas ainda não é
possível saber o que foi destruído.
Conheça alguns itens:
- Um dos mais importantes itens era um
fóssil humano, achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974. Batizado de
Luzia, fazia parte da coleção de antropologia. Trata-se do fóssil de uma mulher
que morreu entre 20 e 25 anos e seria a habitante mais antiga das Américas.
- Outra preciosidade era o maior meteorito
já encontrado no Brasil, chamado de Bendegó e pesa 5,36 toneladas. A pedra é de
uma região do sistema solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem mais de 4
bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, no sertão da Bahia, na
localidade de Monte Santo. Quando foi encontrado era o segundo maior do mundo.
A pedra integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.
- Dom Pedro arrematou em 1826 a maior
coleção de múmias egípcias da América Latina. São múmias de adultos, crianças e
também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria das peças veio da região
de Tebas.
História
Fundado por Dom João VI em 6 de junho de
1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no
Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural,
popularmente chamada "Casa dos Pássaros", criada em 1784 pelo
Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de
mineralogia e zoologia.
A criação do museu visava a atender aos
interesses de promoção do progresso socioeconômico do país através da difusão
da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como
o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1946.
O Museu Nacional abrigava um vasto acervo
com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes
registros da história brasileira no campo das ciências naturais e
antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens provenientes
de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e civilizações antigas.
Formado ao longo de mais de dois séculos
por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o acervo é
subdividido em diversas coleções. É a principal base para as pesquisas
desenvolvidas m todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo
o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em
ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e 2.400 obras raras.
No campo da educação, o museu oferece
cursos de extensão, especialização e pós-graduação em diversas áreas do
conhecimento, além de exposições temporárias e atividades educacionais.
Administra o Horto Botânico, ao lado do Palácio de São Cristóvão, além do campus
avançado na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo — a Estação Biológica de
Santa Lúcia, mantida em conjunto com o Museu de Biologia Professor Mello
Leitão. Um terceiro espaço no município de Saquarema é utilizado como centro de
apoio às pesquisas de campo.
Fonte: Agência Brasil
0 Comentários