Crescimento da dívida, segundo o Tesouro, ocorreu por conta da apropriação positiva de juros, no valor de R$ 42,71 bilhões, descontado parcialmente pelo resgate líquido de títulos, que somam R$ 5,88 bilhões (Agência Brasil)
Dívida
pública sobe 0,98% e atinge R$ 3,785 trilhões em agosto
Por meio da dívida pública, o governo pega
recursos emprestados dos investidores para honrar compromissos. Em troca,
compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida
com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa
Selic, da inflação ou do câmbio.
Segundo o coordenador-geral de Operações
da Dívida Pública do Tesouro, Luis Felipe Vital, as operações do mês de agosto
foram marcadas pela volatilidade, tanto no cenário externo em relação aos
emergentes, causado pelas crises da Argentina e Turquia, quanto no mercado
doméstico, por causa do cenário eleitoral.
A Dívida Pública Mobiliária Federal
interna (DPMFi) – em circulação no mercado nacional, que é a parte da dívida
pública que pode ser paga em reais – teve o estoque ampliado em 0,65%, ao
passar de R$ 3,607 trilhões para R$ 3,630 trilhões, devido a apropriação
positiva de juros, no valor de R$ 28,92 bilhões, compensada, em parte, pelo
resgate líquido de R$ 5,56 bilhões.
A apropriação de juros representa o
reconhecimento gradual das taxas que corrigem os juros da dívida pública. As
taxas são incorporadas mês a mês ao estoque da dívida, conforme o indexador de
cada papel.
O estoque da Dívida Pública Federal
externa (DPFe), captada do mercado internacional, também teve aumento de 9,53%
sobre o estoque apurado em julho, encerrando agosto em R$ 154,75 bilhões (US$
37,42 bilhões), sendo R$ 140,29 bilhões (US$ 33,93 bilhões) referentes à dívida
mobiliária e R$ 14,46 bilhões (US$ 3,50 bilhões), à dívida contratual.
A DPF já alcançou as previsões do Tesouro.
De acordo com o Plano Anual de Financiamento, divulgado no fim de janeiro, a
tendência é que o estoque da DPF encerre o ano entre R$ 3,780 trilhões e R$
3,980 trilhões.
Ainda segundo Vital, este ano o colchão da
dívida pública (reserva de recursos financeiros) pode permitir ao Tesouro fazer
uma rolagem da dívida (renovação dos títulos em vencimento) um pouco inferior a
100%. Em 2017, o percentual de rolagem foi de 120%.
Detentores
da dívida
A variação do endividamento do Tesouro
pode ocorrer por meio da oferta de títulos públicos em leilões pela internet
(Tesouro Direto) ou pela emissão direta.
Além disso, pode ocorrer assinatura de
contratos de empréstimo para o Tesouro, tomado de uma instituição ou de um
banco de fomento, destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada
região. Já a redução do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate de
títulos.
Em agosto, os maiores detentores da dívida
pública eram os Fundos de Investimento, com 26,28% da dívida, alcançando R$
954,30 bilhões.
O grupo Previdência ficou em segundo
lugar, com uma participação relativa de 25,11% e variação positiva em seu
estoque, passando de R$ 886,60 bilhões para R$ 911,87 bilhões, entre julho e
agosto.
Em seguida, estão as instituições
financeiras com 22,88%, grupo que também aumentou o estoque em R$ 19,81
bilhões, chegando a R$ 830,82 bilhões. Já o governo possui 4,07% da dívida
pública; as seguradoras, 3,94%; e outros, 5,79%.
Os investidores estrangeiros, por sua vez,
apresentaram queda de R$ 20,62 bilhões em seu estoque e concentraram 11,92% da
dívida. De acordo com Vital, as condições de volatilidade do mercado e a
aversão ao risco estimulam o fluxo de saída de investidores não residentes no
país.
Segundo o Tesouro, a maior participação
desse grupo na detenção do estoque da dívida foi em dezembro de 2015, com
18,8%.
Leilões
Do total de R$ 75,47 bilhões de emissões
de títulos da DPMFi em agosto, foram emitidos R$ 73,68 bilhões nos leilões
tradicionais; R$ 32,15 milhões nos leilões de troca; R$ 1,61 bilhão relativo às
vendas de títulos do Tesouro Direto e R$ 154,36 milhões referente a emissões
diretas.
De acordo com o coordenador-geral, é o
terceiro maior volume de emissões do ano.
Para setembro, Vital disse que o Tesouro
tem visto níveis menores de volatilidade e tem ajustado as colocações com lotes
menores nos leilões da dívida pública.
Durante o período de volatilidade (fortes
oscilações) no mercado financeiro, em maio e junho, o Tesouro Nacional chegou a
realizar leilões extraordinários de títulos públicos.
Fonte: Agência Brasil
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