O que vai acontecer se todo o gelo do planeta
derreter?
Por Natasha Romanzoti
Apenas 3%
da água na Terra é fresca, ou seja, não salgada. 70% dessa água, no entanto,
está congelada.
Isso
equivale a 30 milhões de quilômetros cúbicos de gelo. O que aconteceria se todo
esse gelo derretesse?
As primeiras consequências
O gelo da
Terra vem em forma de geleiras, mantos de gelo, permafrost e neve.
Como o
Ártico é em grande parte composto de oceano, o gelo por lá adquire
principalmente a forma de blocos flutuantes, como icebergs maciços. Em contato
direto com as águas cada vez mais aquecidas do oceano, esse gelo será a
primeira forma de água congelada a desaparecer.
Este ano,
a NASA informou que a extensão de gelo do mar Ártico foi a menor já registrada
para os meses de janeiro, fevereiro, abril, maio e junho.
De acordo
com Bill Nye, do canal do YouTube AsapSCIENCE, uma vez que todo o gelo do mar
derreter, você poderia tomar um navio diretamente de qualquer lugar da Europa
para a Rússia, porque não haveria o gelo do Polo Norte no meio do caminho para
bloquear a rota.
Mas esse
é um péssimo prêmio de consolação quando consideramos que todas as focas,
morsas e ursos polares que chamam o Polo Norte de casa desapareceriam. Além
disso, com o derretimento do gelo, mais e mais companhias explorariam o mar a
procura de petróleo, e esse processo mexe com todo o ambiente aquático,
causando, por exemplo, o realojamento de baleias.
O horror
Em termos
de nível do mar, o derretimento de todo o gelo do mar não vai fazer muita
diferença. Os blocos maciços já deslocam a água em volta deles, de forma que
não mudariam muito a paisagem caso se tornassem líquidos.
Mas o que
você pode não saber é que 95% do gelo na Terra é, na verdade, terrestre.
Existem cadeias de montanhas na Antártida quase tão extensas quanto os Alpes
inteiramente cobertas de gelo.
Então, se
esse gelo derreter… Aí, sim, a história de terror começa. Segundo Bill Nye, tal
derretimento, quando escoado para os oceanos, causaria estragos graves. Os
níveis do mar subiriam cerca de 70 metros!
Considerando
que metade dos cidadãos do mundo vivem em cidades costeiras ou próximas da
costa (pois é lá que o comércio está), esse pessoal todo teria que fugir para
outro lugar do mundo para não morrer afogado. Mas para onde? Como (e com que
dinheiro) realocaríamos toda essa gente?
Em números
Tóquio,
Nova York, São Paulo, Mumbai e Xangai são alguns exemplos de cidades que
estariam fadadas. O vídeo afirma que mesmo um aumento muito menor do nível do
mar poderia causar trilhões de dólares em danos por enchentes.
E muito mais
Os Polos
Norte e Sul do planeta são cobertos de gelo. O gelo, por ser branco, reflete a
luz do sol para o espaço.
Com o aumento
das temperaturas, esse gelo derrete e reflete menos luz solar. Isso, por sua
vez, agrava o ciclo, já que a luz solar é absorvida pelo oceano e aquece ainda
mais a Terra.
E, é
claro, o próprio oceano fica muito diferente. Com a água fresca derretendo e
passando a se misturar com a água salgada, as correntes podem mudar. E mexer
com essas correntes não é uma boa ideia, porque elas carregam nutrientes por
todo o globo, que alimentam plânctons, que por sua vez alimentam peixes, que
por sua vez nos alimentam.
Sem
contar que metade do oxigênio que respiramos no mundo é feito por plantas no
mar. Será que é uma boa ideia mesmo deixar todo o ecossistema aquático se
transformar violentamente?
Por fim,
a mudança das correntes oceânicas também vai afetar o clima das cidades. Por
exemplo, a corrente do Golfo pode mudar, e a Europa pode ficar mais fria. Isso
significa que o continente não será mais capaz de cultivar determinados alimentos.
Logo, pode-se esperar (mais) grandes alterações em política e economia global.
Fonte: Hypescience
0 Comentários