Foto de satélite do Inpe mostra focos de queimada no país registrados em 3/9/2018 - Reprodução do Inpe
Pará
tem 30% dos focos de incêndio registrados no país em 48 horas
Nas últimas 48 horas, foram registrados
mais de 3 mil focos de incêndio em todo o país. Quase 30% das ocorrências, de
acordo com os dados compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), estão concentradas no estado do Pará, com 849 queimadas identificadas.
Coordenador do Programa de Monitoramento
de Queimadas do instituto, Alberto Setzer, lembra que a grande maioria dos
incêndios tem origem humana. “Eu diria que mais de 99%, sendo por acidente ou
proposital. E essa ação humana é proibida por lei”, disse. Segundo o
pesquisador, apesar dos números deste ano ainda estarem abaixo dos registrados
em 2017, quando foi registrada uma forte estiagem neste período, as ocorrências
ainda são alarmantes e as autoridades locais não conseguem coibir essas ações.
“Com certeza, novos desmatamentos estão
associados a estes incêndios e antigos desmatamentos também para cobrir o
entorno da vegetação, assim como o uso do fogo para preparar a roça”, citou.
Setzer lembrou que muitas propriedades na região recorrem à queima da vegetação
para criar uma camada de nutrientes para a plantação. “Mas, a longo prazo,
usando fogo todos os anos, o solo fica pobre e exausto”, completou.
Amazônia
Durante todo o mês de agosto, o território
paraense, que historicamente é citado pelos números de desmatamento, teve 1.380
ocorrências ante de mais de 5 mil em todo Brasil. Três cidades lideram o
ranking de focos de incêndios: Novo Progresso (340), Altamira (277) e São Félix
do Xingu (236).
No mesmo mês, Mato Grosso registrou 790
focos e o Amazonas, 503. Os três estados têm a Amazônia como o bioma exclusivo
ou parcial, no caso do Mato Grosso. Pelos registros do Inpe, quase dois terços
das queimadas impactaram diretamente esse bioma, que predomina na maior parte
do território nacional (49,29%).
Apesar de ser caracterizado pelo clima
quente e úmido e por florestas, a região contemplada por este bioma tem, nos
meses de agosto, setembro e outubro, baixa ocorrência de chuvas.
“Em parte do Piauí e do Maranhão não
choveu nada. Em Mato Grosso, no Tocantins e Pará choveu muito pouco. Foi um mês
que choveu muito pouco e onde choveu foi abaixo da média”, disse.
Cerrado
O segundo maior bioma da América do Sul,
presente em 22% do território brasileiro, também ocupa o segundo lugar no
ranking de biomas afetados pelos incêndios de agosto. Mesmo sendo
característico de áreas onde o clima seco predomina neste período do ano, como
a totalidade do Distrito Federal e boa parte de Goiás, Tocantins, do Maranhão,
de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, os focos no Cerrado ao longo do mês
representaram 35% do volume total registrado na Amazônia.
Entre os estados cobertos por este bioma,
o Maranhão lidera a lista com 473 casos, seguindo por Tocantins (447) e Minas
Gerais (271).
Fonte: Agência Brasil
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