Trump
fala sobre guerra comercial com China e Oriente Médio, na ONU
O presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, não conseguiu chegar a tempo à sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York, nesta terça-feira (25) para seu segundo discurso na
Assembleia Geral. Com isso, o pronunciamento do presidente do Equador, Lenín
Moreno, foi antecipado.
Como líder do país anfitrião da Assembleia
Geral, Trump tinha o privilégio de ser o segundo a falar, logo depois do
presidente do Brasil, Michel Temer, nação que sempre abre as sessões por razões
históricas.
Mas o presidente norte-americano só deixou
a Trump Tower, na 5ª Avenida, às 10h08 (11h08 em Brasília), sete minutos antes
da hora marcada para o início do seu discurso, conforme jornalistas que o
acompanhavam.
Para não atrasar a sessão, e de acordo com
o protocolo da ONU, Moreno, que falaria após Trump, fez o seu discurso depois
que Temer terminou o dele.
Oriente
Médio
Sobre os conflitos no Oriente Médio,
Donald Trump pediu que a comunidade internacional "isole o regime do
Irã" e prometeu que aplicará mais sanções ao país, além das que entrarão
em vigor em novembro.
"Pedimos para que todos os países
isolem o regime iraniano enquanto continuarem as agressões [por parte do
Irã]", declarou Trump em seu discurso. Ele argumentou que a saída dos EUA
do acordo nuclear firmado com o governo iraniano foi bem recebida no Oriente
Médio.
Ele aproveitou o discurso para reafirmar o
compromisso dos EUA com um "futuro de paz e estabilidade" no Oriente
Médio e considerou que sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de
Israel não prejudica o processo de paz entre palestinos e israelenses.
"Neste ano demos um importante passo
no Oriente Médio. Em reconhecimento ao princípio de que cada Estado soberano
pode determinar sua capital, transferi a embaixada dos EUA de Israel para
Jerusalém", lembrou o governante americano em discurso na Assembleia Geral
das Nações Unidas.
Nas últimas semanas, Trump ordenou o
fechamento do escritório da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em
Washington e eliminou todos os recursos que os EUA concedem à Agência da ONU para
os Refugiados Palestinos (UNRWA), o que impactará nos serviços fornecidos a
milhões de pessoas.
Em resposta às declarações de Trump, o
secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb
Erekat, divulgou um comunicado no qual critica o presidente dos Estados Unidos
pelo discurso proferido na ONU e considera que o governo americano "fechou
as portas para a paz".
Na opinião de Erekat, Trump "não pode
desempenhar um papel no estabelecimento da paz [entre palestinos e israelenses]
após afirmar que sua decisão de transferir a embaixada americana de Israel para
Jerusalém, em violação à Resolução 478 [do Conselho de Segurança da ONU], foi
'um reconhecimento da realidade'".
Segundo a OLP, os EUA "recompensam e
incentivam as violações do direito internacional, a colonização, os crimes de
guerra e o apartheid" de Israel.
China
Trump também aproveitou sua fala para
exigir que os países façam mudanças urgentes no sistema de comércio global e
defender a postura americana em relação à guerra comercial com China, por
considerar que o déficit com o governo chinês "não é aceitável".
"No mês passado, anunciei um
revolucionário acordo comercial entre Estados Unidos e México. Ontem, estive
com o presidente (sul-coreano) Moon Jae-in para anunciar a assinatura
bem-sucedida do novo acordo comercial EUA - Coreia do Sul", disse Trump ao
comentar sobre a revisão do trato de 2012.
"E isso é só o início. Muitos países
nesta sala concordarão que o sistema de comércio global necessita urgentemente
uma mudança", acrescentou.
Trump avisou que não tolerará mais
"os abusos" comerciais de outros países nem permitirá que
"vitimizem" ou "enganem" os trabalhadores e empresas
americanos.
"Os Estados Unidos acabam de anunciar
tarifas para outros 200 bilhões de produtos chineses, totalizando US$ 250
bilhões. Tenho um grande respeito e afeto por meu amigo, o presidente [chinês]
Xi Jinping. Mas deixei claro que nosso desequilíbrio comercial simplesmente não
é aceitável", esclareceu.
Segundo o presidente americano, "as
distorções do mercado da China e a forma como elas são enfrentadas não podem
ser toleradas, e os EUA sempre atuarão em prol do interesse nacional".
Fonte: Agência Brasil
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