44 Enem No clima das
ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos
para um levante armado dos artífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto
muito especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancos conscientes
tinham já começado a compreender: as ideias de igualdade social estavam a
propagar-se numa sociedade em que só um terço da população era de brancos e
iriam inevitavelmente ser interpretados em termos raciais.
MAXWELL. K. Condicionalismos da Independência
do Brasil. In: SILVA, M.N. (coord.) O Império luso-brasileiro, 1750-1822.
Lisboa: Estampa, 1986.
O temor do radicalismo da luta negra no Haiti
e das propostas das lideranças populares da Conjuração Baiana (1798) levaram
setores da elite colonial brasileira a novas posturas diante das reivindicações
populares. No período da Independência, parte da elite participou ativamente do
processo, no intuito de
a) instalar um partido nacional, sob sua liderança, garantindo
participação controlada dos afro-brasileiros e inibindo novas rebeliões de
negros.
b) atender aos clamores apresentados no movimento baiano, de modo a
inviabilizar novas rebeliões, garantindo o controle da situação.
c) firmar alianças com as lideranças escravas, permitindo a promoção de
mudanças exigidas pelo povo sem a profundidade proposta inicialmente.
d) impedir que o povo conferisse ao movimento um teor libertário, o que
terminaria por prejudicar seus interesses e seu projeto de nação.
e) rebelar-se contra as representações metropolitanas, isolando
politicamente o Príncipe Regente, instalando um governo conservador para controlar
o povo.
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