68. Enem Para
consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se
com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo.
Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como
herói cívico religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo
inteiro.
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
I – Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da
multidão
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o
Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M. C. A
formação das almas: O imaginário da Republica no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.
A 1ª República brasileira, nos seus
primórdios, precisava constituir uma figura heroica capaz de congregar
diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de
lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do
inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo
por parte da República estava relacionado
a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas
ideias e na atuação de Tiradentes.
b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do
positivismo brasileiro.
c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas
raízes populares, que precisava de legitimação.
d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um
povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.
e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos
separatistas no Nordeste e no Sul do país.
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