O Estado da Bahia
Localizado ao sul da Região Nordeste do Brasil, o Estado da Bahia
ocupa área de 564.7 km², limitando-se ao norte com os Estados de Alagoas,
Sergipe, Pernambuco e Piauí; a leste com o Oceano Atlântico, ao sul com os
Estados de Minas Gerais e Espírito Santo; e a oeste com os Estados de Goiás e
Tocantins. Sua costa litorânea tem 1100 km de extensão e o relevo de seu
território caracteriza-se por grande diversidade, que inclui a existência de dunas,
planícies e manguezais no litoral; um planalto localizado na parte sudeste; uma
região de clima e vegetação semiáridos e a depressão do vale do rio São
Francisco, que corta o Estado. O ponto mais elevado de seu território é o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude.
O clima predominante é tropical, com temperaturas médias anuais que oscilam entre 19,2º C e 26,6º C. As temperaturas mais baixas, que chegam a 6,1º C, ocorrem no município de Caetité, enquanto a mais alta, 41º C, é normalmente registrada no município de Remanso. A média de precipitação anual varia de 363 mm, nas porções norte e nordeste do Estado, a 2.000 mm registrada na planície costeira do município de Ilhéus.
O Pico do Barbado é o mais alto do Nordeste com 2.033 metros de
altitude - FOTO: Reprodução/Estradas e Trilhas
O clima predominante é tropical, com temperaturas médias anuais que oscilam entre 19,2º C e 26,6º C. As temperaturas mais baixas, que chegam a 6,1º C, ocorrem no município de Caetité, enquanto a mais alta, 41º C, é normalmente registrada no município de Remanso. A média de precipitação anual varia de 363 mm, nas porções norte e nordeste do Estado, a 2.000 mm registrada na planície costeira do município de Ilhéus.
O Estado da Bahia possui extensão de 1.065 km coberta por cursos
d’água. O principal rio do complexo hidrográfico do Estado da Bahia é o São
Francisco, cuja bacia ocupa área de 640.000 km². A bacia do São Francisco se
estende até o extremo norte do Estado, beneficiando, em seu curso, alguns
centros econômicos e parte da sua região semiárida.
Outras bacias também
importantes pertencem aos rios Itapicuru, Paraguaçu, Contas, Pardo e
Jequitinhonha.
Mapa da extensão
total do rio São Francisco. Em seus 2.830 km o rio passa por cinco estados
brasileiros. A área de sua bacia mede 640 000 km².
População - A população do Estado da Bahia é de 14.016.90 habitantes, distribuídos
em 417 municípios, com densidade populacional de 24,82 habitantes por km² (IBGE
2010).
Economia - A
composição da economia do Estado da Bahia tem como base os setores agrícola,
industrial e de turismo. Na agricultura destaca-se a produção de mandioca,
feijão, milho, cacau, sisal, soja, algodão, dendê e tomate, além de frutas
tropicais como o côco, a banana, a laranja e a manga, e frutas de clima
temperado, como uvas e melões, no perímetro irrigado do rio São Francisco. Na
criação animal destaca-se o rebanho bovino e as criações de ovinos e caprinos.
Reservas de ouro, cobre, magnesita, materiais de construção, rochas ornamentais
e a cromita também são exploradas no Estado da Bahia. No setor industrial têm
especial importância as indústrias químicas, petroquímicas e a agroindústria,
funcionando em três complexos diferentes - o Polo Petroquímico de Camaçari -
COPEC, o Complexo Industrial de Aratu - CIA e o Centro Industrial de Subaé -
SIC.
Formação
Histórica - O Estado da Bahia foi o local onde, primeiramente, aportaram
os portugueses no Brasil, em 1500. Seu povoamento teve início no ano de 1534,
sob forte influência dos jesuítas. A cidade de Salvador foi fundada em 1549
como a primeira capital do Brasil, pelo Governador-Geral Tomé de Souza. O
tráfico de escravos africanos teve, na Bahia, um de seus principais polos
receptores no Brasil. No século XVIII, a região foi atacada por holandeses,
expulsos depois pelos portugueses, com o reforço de milhares de brasileiros,
filhos de europeus com indígenas, que habitavam a terra. Como primeiro foco de
colonização portuguesa no Brasil, a Bahia manteve, por cerca de um século, o
título de mais importante porto marítimo do hemisfério sul, movimentando
intenso comércio com a Europa, Ásia e África, enquanto a criação de gado, o
plantio da cana e o fabrico de açúcar impulsionavam a colonização do interior.
Em 1798, ocorreu na região a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta
dos Alfaiates que, inspirada nas ideias da Revolução Francesa e da
Inconfidência Mineira, propunha a independência, a igualdade racial, o fim da
escravidão e o livre comércio entre os povos. Teve a participação de escravos,
negros libertos e pequenos artesãos da Bahia, que divulgaram, na ocasião, um manifesto
conclamando o povo para um levante em defesa da República Baiense. O movimento
foi delatado e reprimido. Alguns integrantes da facção mais popular foram
condenados à morte e outros ao exílio. Outro acontecimento marcante na história
da Bahia foi a Guerra de Canudos, em 1897. A população humilde do sertão baiano
passara a ver em Antônio Vicente Mendes Maciel, o Conselheiro, um líder
espiritual messiânico que teve seu movimento violentamente sufocado por tropas
federais, comandadas pelo major Moreira César. A vila por ele fundada, Belo
Monte, com 25 mil habitantes, foi inteiramente destruída e sua população
massacrada. O episódio gerou o famoso livro "Os Sertões", do escritor
brasileiro Euclides da Cunha; "A Guerra do Fim do Mundo", do escritor
peruano Mario Vargas Llosa; e, recentemente, o filme épico "Canudos",
do cineasta Sérgio Resende.
Salvador - A
capital do Estado da Bahia é parte fundamental da história do País. Foi o
primeiro foco de colonização europeia na América do Sul e a primeira capital do
Brasil. Sua área abrange 692,8 km². A
cidade possui traços culturais marcantes, ligados à religiosidade de raízes
africanas e ao misticismo, que se traduzem em diferentes tipos de rituais e
festas populares.
A cidade foi construída em dois níveis distintos - "cidade
alta" e "cidade baixa" - ligados tanto por elevadores destinados
a pedestres, quanto por vias de acesso a meios de transporte rodoviários. O
clima favorável durante o ano inteiro e a ampla infraestrutura voltada para o
turismo fazem com que a cidade de Salvador esteja recebendo, permanentemente,
visitantes estrangeiros e de outros Estados do País. No entanto, é durante os
festejos de Carnaval que a procura por lazer na cidade aumenta
consideravelmente, tornando-a conhecida pela grande festa que dura quatro dias.
Além do Carnaval, outras festas também importantes mobilizam a população da
cidade e turistas que chegam de todas as partes do mundo. São os festivais
ligados ao sincretismo religioso oriundo da fusão do catolicismo e da religião
africana denominada "candomblé". Entre as festas mais populares
encontram-se a de Nossa Senhora da Conceição, no dia 8 de dezembro, a procissão
marítima em homenagem ao Senhor dos Navegantes, no dia 1º de janeiro, a festa
do Senhor do Bonfim, na segunda quinta-feira de janeiro, e a festa de Iemanjá,
em homenagem à deusa das águas, no dia 2 de fevereiro. Poucos locais no mundo
possuem o forte misticismo existente na cidade de Salvador, também conhecida
como Terra de Todos os Santos ou Terra dos Orixás. Existem centenas de
terreiros espalhados pela cidade, numa relação complementar ao catolicismo
dominante. As igrejas da Bahia são tão numerosas que um ditado diz somarem 365:
uma para cada dia do ano.
Famosas pela beleza natural e pela agradável temperatura de suas
águas, as praias do litoral baiano são muito procuradas por turistas do mundo
inteiro. Na cidade de Salvador as praias se estendem por uma extensão de 50 km,
que incluem Porto da Barra e Itapuã entre as mais conhecidas, além da praia do
Forte, localizada na direção norte.
Pelourinho - Tombado
pela UNESCO como patrimônio da humanidade em 1985, constitui-se um conjunto de
edifícios históricos e monumentos localizados numa área denominada "Centro
Histórico", onde se encontram também galerias de arte, restaurantes,
comércio de artesanato, a Associação Carnavalesca Afro Olodum e a Igreja de
Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída por escravos no século XVIII.
Entre as danças mais populares do Estado encontram-se também o maculelê e o Samba de Roda. A primeira originou-se com os trabalhadores das plantações de
cana-de-açúcar na região de Santo Amaro e o Samba de roda, dança em que
solistas executam os passos no centro de uma roda, teve origem na região de
Cachoeira, ambas a menos de duas horas de viagem de Salvador, por via
terrestre.
Local onde ficava o pelourinho que deu nome ao bairro
Cultura - Síntese da influência europeia,
indígena e africana, a cultura baiana desenvolveu características próprias,
traduzidas especialmente nos livros de Jorge Amado, seu mais ilustre escritor,
e de João Ubaldo Ribeiro. Nas artes figurativas destacam-se nomes como o de
Caribé, Mário Cravo, Calazans Neto, Carlos Bastos e Hansen Bahia.
A capoeira é
importante exemplo dos diferentes tipos de folclore baiano. É um tipo de
dança/luta cuja coreografia envolvente torna-se muito atrativa ao espectador.
Foi introduzida na região pelos escravos, que realizavam uma forma de jogos de
dança com utilização de técnicas de luta acrobática. O instrumento chamado
berimbau, uma das marcas registradas da Bahia, é o responsável pela manutenção
do ritmo na performance da capoeira.
Capoeira, Bahia, Brasil
Samba de roda reúne musica, coreográfica, poesia e festividades - Foto:
Luiz Santos/Ministério do Turismo
Ilhéus - Fundada
em 1534 com o nome de Vila Velha de São Jorge dos Ilhéus, a cidade
desenvolveu-se em função do porto localizado 462 km ao sul de Salvador, que
deve seu crescimento à produção de cacau, iniciada pelos jesuítas no século
XVIII. No século XIX, o cacau tornou-se o segundo produto em importância nas
exportações brasileiras, trazendo grande prosperidade para a região de Ilhéus.
Cenário do romance "Gabriela Cravo e Canela", do escritor Jorge
Amado, a cidade possui atrações turísticas e praias frequentemente visitadas
por turistas de todas as partes do País. Entre os principais sítios históricos
locais encontram-se a igreja de São Jorge, construída entre 1535 e 1556, o
Museu de Arte Religiosa, com peças datadas dos séculos XVI, XVII e XVIII e a
capela de Santana, datada de 1537, hoje tombada como parte do patrimônio
histórico nacional.
Porto
Seguro - Localizada 730 km ao sul da cidade de Salvador, foi o
primeiro local onde aportaram os navegantes portugueses comandados por Pedro
Álvares Cabral, quando da descoberta do Brasil em 1500.
Possui alguns dos mais
antigos monumentos históricos do País, além de paisagens naturais de rara
beleza ao longo de sua costa. Entre suas principais atrações encontram-se a
igreja da Misericórdia, a mais antiga do Brasil, construída entre 1526 e 1530;
a igreja de Nossa Senhora da Penha, datada de 1535; e a Casa do Ouvidor José
Xavier de Machado, construída em 1535, para abrigar o juiz local (ouvidor).
Desembarque de Cabral em Porto Seguro (estudo), óleo sobre tela, Oscar
Pereira da Silva, 1904. Acervo do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.
Nas redondezas de Porto Seguro encontram-se sítios históricos e
turísticos de grande importância nacional, como a antiga cidade de Santa Cruz
Cabrália, onde existem ruínas de várias construções jesuítas e prédios do
período colonial. Entre as praias mais importantes da região, destacam-se a
praia da Ponta do Mutá e a praia da Coroa Vermelha, onde se encontra uma cruz
de pau-brasil marcando o local onde foi celebrada a primeira missa em
território brasileiro. O povoado de Arraial d’Ajuda, situado 4 km ao sul de
Porto Seguro, foi construído entre 1549 e 1551 e é muito procurado pelas lindas
praias de sua orla, especialmente Pitinga (paraíso de nudistas), Taípe e
Trancoso.
Artesanato - Uma
das formas mais representativas da arte no Estado, o artesanato confeccionado
na Bahia inclui especialmente artigos em couro, madeira, barro, metal e fibras.
Os mais importantes centros artesanais encontram-se nas cidades de Feira de
Santana (couro); Maragogipinho, Rio Real e Cachoeira (barro); Caldas do Jorro,
Caldas de Cipó e Itaparica (palha); Rio de Contas e Muritiba (metal); Ilha da
Maré (bordados e tecelagem); Jequié, Valença e Feira de Santana (madeira);
Santo Antônio de Jesus, Rio de Contas e Monte Santo (ouro e prata).
Culinária - O Estado da Bahia é também conhecido
pelas especiarias de sua culinária, marcadamente influenciada pelos costumes
africanos, que lhe conferiram sabor exótico inconfundível. Entre os pratos mais
apreciados da culinária baiana encontram-se o caruru, o vatapá, o efó e a
moqueca, todos preparados com dendê, óleo extraído de uma palmeira originária
da África. As baianas, mulheres vestidas em trajes típicos, que vendem comidas
em tabuleiros pelas ruas de Salvador, são atração especial na cidade. Entre os
quitutes mais populares estão o acarajé, o abará e a cocada. As frutas
tropicais também constituem atração especial da culinária baiana. Destacam-se o
caju, a mangaba, o maracujá, a manga e o umbu entre as mais conhecidas, além da
laranja e do abacaxi, que também são encontradas em grande quantidade. Os sucos
de frutas são muito utilizados também para fazer a chamada batida, tradicional
bebida brasileira, que mistura aos sucos, cachaça (aguardente de
cana-de-açúcar) e mel ou açúcar.
Monte
Pascoal - O Parque Nacional do Monte Pascoal, com área de 22.383 hectares, foi criado em 1961. Está localizado no município de Porto Seguro, 156
km ao sul da cidade. Suas matas contêm grande quantidade de vegetação típica da
floresta atlântica, incluindo jequitibás, maçarandubas, jatobás, perobas e
pau-brasil, a madeira que deu origem ao nome do País. Além da floresta
tropical, a paisagem do parque apresenta restingas, mangues, pântanos e lagoas,
habitados por diversas espécies de animais, algumas já em processo de extinção.
Uma das principais atrações do parque é o Monte Pascoal, de 536 metros de
altura, que foi o primeiro ponto avistado por Pedro Álvares Cabral quando de
sua chegada à costa brasileira.
Fonte: Domínio Público - Ministério das Relações Exteriores
Monte Pascoal
Fonte: Domínio Público - Ministério das Relações Exteriores
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