Período republicano
A era
republicana no Brasil teve início em 1889, com a proclamação da República pelo
Marechal Deodoro da Fonseca, e vigora até os dias de hoje. Nesses anos, o país
passou por importantes mudanças de governo, inclusive um período de ditadura
militar.
O Brasil
República pode ser dividido em cinco fases: República Velha, Era Vargas,
República Populista, Ditadura Militar e Nova República.
República Velha (1889 – 1930)
O período
começa com a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da
Fonseca em 1889. Em 1891, é promulgada a primeira constituição da era
republicana.
Também
conhecido como República das Oligarquias, o período foi marcado por governos
ligados ao setor agrário, que se mantinham no poder de forma alternada: a
“política do café com leite”. A quebra dessa troca de governo provocou a
Revolução de 1930 e marcou o fim da República Velha.
Era Vargas (1930-1945)
Os
primeiros anos da Era Vargas foram marcados pelo clima de tensão entre as
oligarquias e os militares - principalmente no estado de São Paulo – o que
provocou a Revolução Constitucionalista de 1932.
Em 1935,
a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promoveu uma tentativa de golpe contra o
governo Getúlio Vargas – a Intentona Comunista. Getúlio aproveitou o episódio
para declarar estado de sítio e ampliar seus poderes políticos. Nessa época,
Getúlio adotou um discurso nacionalista e começou a articular um movimento pela
sua permanência no cargo. Mas em 1945, o Exército derrubou o presidente.
República Populista (1945-1964)
Após a
queda de Getúlio, o general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente. A Assembleia
Constituinte criou a quinta constituição brasileira, que estabeleceu os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em 1950,
Getúlio volta ao cenário político e vence as eleições presidenciais. Graças a
sua postura nacionalista, ele recebe apoio de empresários, Forças Armadas,
grupos de políticos no Congresso, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da
sociedade.
Enquanto
isso, a oposição crescia e se organizava contra o governo. Em 23 de agosto de
1954, 27 generais exigem publicamente a renúncia de Vargas. Na manhã de 24 de
agosto, Vargas comete suicídio.
Juscelino
Kubitschek assume a presidência em janeiro de 1955 com a promessa de realizar “cinquenta
anos em cinco”. A reação à política de JK veio com a eleição do populista Jânio
Quadros, que renunciou ao mandato no ano seguinte. Na época, especulou-se que a
renúncia foi uma estratégia usada pelo presidente para conseguir que o
Congresso lhe oferecesse poderes totais. Mas ao contrário do que Jânio
esperava, o Congresso aceitou prontamente sua saída.
Ditadura Militar (1964-1985)
Com o
aumento da crise política e das tensões sociais, em março de 1964 tropas em
Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. No dia 9 de abril, é decretado o Ato
Institucional Número 1 (AI-1), que cassa mandatos políticos e tira a
estabilidade de funcionários públicos.
O marechal
Humberto de Alencar Castello Branco foi eleito presidente. Em seu governo,
foram promulgados os Atos Institucionais, que suspenderam os direitos políticos
dos cidadãos.
Em 1967,
o marechal Arthur da Costa e Silva assume a presidência e decreta, em 1968, o
Ato Institucional Número 5 (AI-5), que fechou o sistema político e ampliou a
repressão da ditadura.
No final
de 1969, Costa e Silva adoece e é substituído por uma junta militar. Em
seguida, o general Emílio Garrastazu Médici assume a presidência. Com ele,
cresce a repressão e uma severa política de censura é colocada em prática para
todos os meios de comunicação e expressão.
Sucessor
de Médici, o general Ernesto Geisel inicia um lento processo de transição rumo
à democracia. Em 1978, ele acaba com o AI-5 e impõe o general João Batista
Figueiredo para a sucessão. Figueiredo decreta então a Lei da Anistia e
restabelece o pluripartidarismo.
Nova República (1985-hoje)
A Nova
República é o período que se seguiu ao governo militar caracterizado pela
democratização política e pela estabilização econômica.
Em 1984,
o movimento “Diretas Já” mobilizou milhões de brasileiros que pediam eleições
diretas para presidente. A Câmara dos Deputados, no entanto, não aprova e o
Colégio Eleitoral elege o deputado oposicionista Tancredo Neves que concorria
contra Paulo Maluf.
Tancredo
não chega a tomar posse, falecendo vítima de infecção hospitalar. O vice, José
Sarney assume e, no seu governo, é promulgada a Constituição de 1988. O
documento instituiu o Estado democrático e a república presidencialista.
Em 1989,
Fernando Collor de Mello vence as primeiras eleições diretas para presidente
realizadas desde 1960. Praticamente desconhecido no resto do país, sua campanha
foi baseada na promessa de combate à corrupção e da construção de uma imagem de
líder jovem e dinâmico.
Após dois
anos de governo, o Congresso Nacional instaura uma CPI cujas conclusões levam
ao pedido de afastamento do presidente (impeachment), mas Collor renunciou
antes de ter seu impedimento aprovado. Mesmo assim, o ex-presidente teve seus
direitos políticos suspensos por dez anos.
Um dos
fatos mais marcantes desse período foi o movimento dos “Caras Pintadas”, quando
milhares de estudantes saíram às ruas pedindo o impeachment de Collor.
Após a
renúncia, o vice-presidente Itamar Franco assume o cargo. Em sua administração,
é implantado o Plano Real. O projeto foi executado pela equipe do então
ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que se elegeu presidente em
1994 e foi reeleito em 1998.
Desde
então, o Brasil elegeu democraticamente quatro governantes: Fernando Henrique
Cardoso (1995 a 2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2010), Dilma Rousseff
(2011 a 2016) e Jair Messias Bolsonaro (2019).
Fonte: GOVBR
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