1.
(FGV-2003) “Os escravos são as mãos
e os pés do senhor de engenho, porque sem eles não é possível fazer, conservar
e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.” ANTONIL, Cultura e opulência do
Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.
Assinale a alternativa correta:
a) A escravização dos negros
africanos permitiu que os índios deixassem de ser escravizados durante o
período colonial.
b) O trabalho manual era visto como degradante pelos senhores brancos, e a
escravidão, uma forma de lhes garantir uma vida honrada no continente
americano.
c) Apesar dos vultosos
lucros obtidos com o tráfico, a adoção da escravidão de africanos explica-se
pela melhor adequação dos negros à rotina do trabalho colonial.
d) Extremamente difundida na
Região Nordeste, a escravidão teve um papel secundário e marginal na exploração
das minas de metais e pedras preciosas no interior do Brasil.
e) Diante das condições de
vida dos escravos, os jesuítas criticaram duramente a escravidão dos negros
africanos, o que provocou diversos conflitos no período colonial.
2.
(PUC-SP-2005) A utilização
de escravos negros africanos teve papel bastante importante na colonização das
Américas porque
a) diminuiu a produtividade
na agricultura, dada a baixa capacidade de trabalho dos africanos, implicando
declínio da lavoura açucareira, como se pode notar no Nordeste brasileiro e no
Caribe.
b) facilitou a busca de
metais nobres, principal objetivo dos colonizadores, em virtude da falta de
habilidade dos africanos na procura e localização de minas e no manejo dos
instrumentos de mineração.
c) ofereceu mercado para os
produtos primários das colônias, como se pode notar no crescimento intenso do
consumo no sul dos Estados Unidos, onde se utilizava mão-de-obra escrava.
d) garantiu acumulação de capital nas metrópoles, em virtude dos ganhos
obtidos no tráfico, que envolvia desde a aquisição de negros na África até sua
venda para o trabalho escravo na América.
e) impediu a escravização do
índio e assegurou a persistência de grandes comunidades indígenas, como se pode
notar nas regiões dos antigos Impérios Inca, Maia e Asteca, que se mantiveram
intocadas pelo espanhol.
3.
(FUVEST) No Brasil, os escravos
1. trabalhavam tanto no
campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas.
2. sofriam castigos físicos,
em praça pública, determinados por seus senhores.
3. resistiam de diversas
formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões.
4. tinham a mesma cultura e
religião, já que eram todos provenientes de Angola.
5. estavam proibidos pela legislação de efetuar
pagamento por sua alforria.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
a) 1, 2 e 4.
b) 3, 4 e 5.
c) 1, 3 e 5.
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 5.
4.
(UNIFESP) Estima-se que, no fim do
período colonial, cerca de 42% da população negra ou mulata era constituída por
africanos ou afro-brasileiros livres ou libertos. Sobre esse expressivo
contingente, é correto afirmar que
a) era o responsável pela
criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação.
b) vivia, em sua maior
parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época.
c) possuía todos os
direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas.
d) tinha uma situação ambígua, pois não estava livre de recair,
arbitrariamente, na escravidão.
e) formava a mão-de-obra
livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades.
5. (ENEM) A identidade negra não surge da tomada de
consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre
populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo
processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente
africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse
que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico
negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus
povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a
diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação:
reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto
acima, é correto afirmar que
a) a colonização da África
pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo
comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente. c) o surgimento do tráfico negreiro foi
posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do
início da Idade Moderna.
e) a colonização da África
antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
6. (UEL) “Há trezentos anos que o africano tem sido o
principal instrumento da ocupação e da manutenção do nosso território pelo
europeu, e que os seus descendentes se misturam com o nosso povo. Onde ele não
chegou ainda, o país apresenta o aspecto com que surpreendeu aos seus primeiros
descobridores. Tudo o que significa luta do homem com a natureza, conquista do
solo para habitação e cultura, estradas e edifícios, canaviais e cafezais, a
casa do senhor e a senzala dos escravos, igrejas e escolas, alfândegas e
correios, telégrafos e caminhos de ferro, academias e hospitais, tudo,
absolutamente tudo, que existe no país, como resultado do trabalho manual, como
emprego de capital, como acumulação de riqueza, não passa de uma doação
gratuita da raça que trabalha à que faz trabalhar.”
(NABUCO, Joaquim. Minha formação. Brasília:
Editora UnB, 1981. p. 28-29.)
Com base no texto do integrante do parlamento
no Brasil Império e nos conhecimentos sobre o trabalho escravo, é correto
afirmar:
a) Apesar de defender a
instituição permanente da escravidão, Joaquim Nabuco destaca a presença
fundamental da mão-de-obra livre no contexto do desenvolvimento econômico do
Brasil Império.
b) Para o estadista, o fim
da escravidão abalaria de forma irreversível a produção agrícola e o comércio
no Império.
c) O parlamentar é enfático em suas opiniões sobre a relevância que teve o
trabalho escravo para a economia e a sociedade brasileiras.
d) A persistência da
escravidão no Brasil por três séculos resulta da submissão dos africanos e da
ausência de lutas contra o rigor do cativeiro.
e) A condição de grande
proprietário, desfrutada por Joaquim Nabuco, reflete-se em sua visão contrária
ao reconhecimento da contribuição do negro para a cultura nacional.
7. (MACK)
Folga, nego, branco não vem cá;
Se vier, o diabo há de levar.
Samba, nego, branco não vem cá;
Se vier, pau há de levar.”
Cantiga de Quilombo, dança folclórica
alagoana
Sobre a utilização do trabalho escravo,
podemos afirmar que:
a) a submissão dos indígenas
foi eficiente, pois eles não ofereciam resistência à dominação, já que eram
familiarizados com o meio ambiente.
b) a escravização dos
indígenas não foi satisfatória, pela oposição das ordens religiosas, apesar do
apoio da legislação oficial à utilização desses indivíduos.
c) a Igreja católica condenava
a imposição da escravidão aos africanos e estimulava as fugas, em protesto
contra as práticas cruéis.
d) a habilidade dos
africanos em atividades como a criação de animais e a agricultura era uma das
vantagens oferecidas, apesar de os africanos serem menos resistentes às
epidemias.
e) a utilização dos escravos africanos permitia aumentar o lucro gerado
pelo tráfico intercontinental, apesar de os africanos resistirem à dominação,
organizando-se em quilombos.
8. (VUNESP) Efetivamente, ocorriam casamentos mesmo
entre os escravos. É preciso lembrar que a Igreja incumbia os senhores de
manter seus cativos na religião católica, responsabilizando-os pelo acesso aos
sacramentos e ritos de culto. Dessa forma, o casamento era não só forma de
aculturação, mas também de estabilidade nos plantéis, desestimulando fugas e
mesmo as alforrias, revertendo sempre no interesse do próprio senhor. Como
exemplo, no Serro Frio, Francisca da Silva de Oliveira, a conhecida Chica da
Silva, casava sistematicamente seus escravos. Em 30 de julho de 1765, na matriz
de Santo Antônio do Tejuco, casaram-se seus escravos Joaquim Pardo e Gertrudes
Crioula.
(Júnia Ferreira Furtado, Cultura e sociedade
no Brasil colônia.)
Assim, para os senhores de escravos, permitir
e incentivar o casamento dos seus escravos significava
a) se contrapor aos interesses da Igreja Católica, que defendia os rituais
religiosos apenas aos homens livres.
b) ampliar, de maneira
substancial, as ocorrências de alforrias das crianças nascidas desses
casamentos.
c) resgatar as tradições
culturais e religiosas dos povos africanos, garantindo o casamento entre
pessoas da mesma etnia.
d) ter escravos disciplinados para o trabalho e menos propensos aos atos
de rebeldia contra a escravidão.
e) evitar as uniões entre
africanos e colonizadores brancos, em nome do projeto de “embranquecimento” do
Brasil.
9. (VUNESP) A ideia exposta neste livro é diferente e
relativamente simples: a colonização portuguesa, fundada no escravismo, deu
lugar a um espaço econômico e social bipolar, englobando uma zona de produção
escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de
escravos centrada em Angola.
(Luis Felipe de Alencastro, O trato dos
viventes.)
A partir do texto, pode-se concluir que
a) as duas regiões de
colonização no Atlântico Sul eram independentes, unidas somente pela
subordinação à metrópole.
b) a presença dos
colonizadores portugueses assegurou a produção agroexportadora no continente
africano, do século XVI ao XVIII.
c) as duas regiões unidas pelo oceano formaram um só sistema de exploração
colonial criado pelos portugueses nos séculos XVI e XVII.
d) a Coroa portuguesa
privilegiava a porção africana, isto é, a reprodução de escravos, dentro do
império colonial, nos séculos XVI e XVII.
e) nossa história não
coincide com o nosso território colonial, isto é, a colônia portuguesa da
América do Sul era simples prolongamento da Europa.
10. (MACK)
Talvez a mais importante de todas as
influências e a menos estudada seja a que derivou não propriamente da tradição
africana, mas das condições sociais criadas com o sistema escravista. A
existência de dominadores e dominados numa relação de senhores e escravos
propiciou situações particulares específicas, marcando a mentalidade nacional.
Um dos efeitos mais típicos dessa situação foi a desmoralização do trabalho. O
trabalho que se dignifica, à medida que se resume no esforço do homem para
dominar a natureza na luta pela sobrevivência, corrompe-se com o regime da
escravidão, quando se torna resultado de opressão, de exploração.
Emília Viotti da Costa - Da senzala à colônia
Partindo do texto, podemos corretamente
afirmar que
a) o sistema escravista que vigorou no Brasil ao longo de mais de três
séculos, por se sustentar sobre uma relação de dominação, associou
depreciativamente a noção de trabalho à de sujeição e aviltamento social, isto
é, à condição escrava.
b) a introdução, nas
lavouras brasil e iras, de africanos que desconheciam o trabalho levou-o à
desmoralização, transformando o, de esforço para dominar a natureza, em mera
luta pela sobrevivência.
c) a escravidão foi o único
regime possível nos séculos coloniais, pois o trabalho “dignificante” era
impraticável em uma natureza hostil como a que encontraram os portugueses no
Brasil.
d) a relação entre senhores
e escravos, no Brasil colonial, se exprimia, quanto ao trabalho, num conflito
entre duas concepções: a de trabalho como “esforço para dominar a natureza”
(visão dos senhores) e a de trabalho como “luta pela sobrevivência” (visão dos
escravos).
e) a tradição africana, que
considerava o trabalho como função exclusiva de escravos, provocou sua desmoralização,
sobretudo numa sociedade como a colonial brasileira.
11. (MACK) “A escravidão moderna, aquela que se
inaugurou no século XVI, após os descobrimentos, é uma instituição diretamente
relacionada com o sistema colonial. A escravidão do negro foi a fórmula
encontrada pelos colonizadores para explorar as terras descobertas. Durante
mais de três séculos utilizaram eles o trabalho escravo com maior ou menor
intensidade, em quase toda a faixa colonial.”
Emília Viotti da Costa - Da senzala à colônia
Estão entre as circunstâncias e os fatores
históricos que explicam, no caso brasileiro, a instituição da escravidão
mencionada acima, EXCETO
a) a importância econômica
que representava, desde o início do século XV, o comércio de escravos africanos
como fonte de lucros aos comerciantes metropolitanos, bem como indiretamente à
própria Coroa portuguesa.
b) a mansidão dos trabalhadores africanos, afeitos, havia muito, à
condição escrava nas selvas africanas, onde tribos subjugavam outras por meio
das guerras.
c) a inexistência, em
Portugal, de contingentes suficientemente numerosos de trabalhadores livres,
que se dispusessem a emigrar para a América, onde trabalhassem em regime de
semidependência ou como trabalhadores assalariados.
d) a inexistência então, quer
nos princípios religiosos católicos, quer na legislação da Metrópole, de
qualquer proibição à escravização de africanos, tanto diretamente aprisionados
como comprados a chefes tribais na África.
e) o caráter essencialmente
mercantilista da exploração colonial, que favorecia o emprego de uma
mão-de-obra igualmente interessante — enquanto mercadoria — ao comércio
metropolitano.
12.
(FUVEST) No Brasil colonial, a
escravidão caracterizou-se essencialmente:
a) Por sua vinculação
exclusiva ao sistema agrário exportador.
b) Pelo incentivo da Igreja
e da Coroa à escravidão de índios e negros.
c) Por estar amplamente distribuída entre a população livre,
constituindo a base econômica da sociedade.
d) Por destinar os trabalhos
mais penosos aos negros e os mais leves aos índios.
e) Por impedir a emigração
em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
13. (VUNESP) Leia os seguintes trechos do poema Vozes d´
África, escrito por Castro Alves em 1868, e assinale a alternativa que os
interpreta corretamente.
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
(...)
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
(...)
Hoje em meu sangue a América se nutre
– Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão
(...)
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p´ra os crimes meus! ...
Há dois mil anos... eu soluço um grito...
(...)
a) O poeta procura convencer
a Igreja católica e os cristãos brasileiros dos malefícios econômicos da
escravidão.
b) Castro Alves defendeu os
postulados da filosofia positivista e da literatura realista, justificando a
escravidão.
c) O continente americano
figura no poema como a pátria da liberdade e da felicidade do povo africano.
d) Abolicionista, Castro
Alves leu em praça pública do Rio de Janeiro o poema Vozes d´ África para
comemorar a Lei Áurea.
e) Castro Alves incorpora no poema o mito bíblico da nação do povo
africano, cumprido através de milênios pela maldição da escravidão.
14. (PASUSP) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é
uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou
grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador
alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já
existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos
que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis
abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo
149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de
escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante
e de jornadas de trabalho excessivas.
Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o
trabalho escravo, 2007.
Com base no texto, considere as afirmações
abaixo:
I. O escravo africano era
propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II. O trabalho escravo foi
extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão
de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do
Brasil.
IV. A privação da liberdade
de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de
trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação
degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação
brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V
15. (FGV) “O espaço fechado e o calor do clima, a
juntar ao número de pessoas que iam no barco, tão cheio que cada um de nós mal
tinha espaço para se virar, quase nos sufocavam. Esta situação fazia-nos
transpirar muito, e pouco depois o ar ficava impróprio para respirar, com uma
série de cheiros repugnantes, e atingia os escravos como uma doença, da qual
muitos morriam”.
Relato do escravo Olaudah Equiano. Apud
ILIFFE, J., Os africanos. História dum continente. Lisboa, Terramar, 1999, p.
179. A respeito do tráfico negreiro, é correto afirmar:
a) Foi praticado
exclusivamente pelos portugueses que obtiveram o direito de asiento, ou seja,
direito ao fornecimento de escravos às plantações tropicais e às minas da
América espanhola e anglo-saxã.
b) Tornou-se uma atividade extraordinariamente lucrativa e decisiva no processo de acumulação primitiva de capitais que levou ao surgimento da sociedade industrial.
b) Tornou-se uma atividade extraordinariamente lucrativa e decisiva no processo de acumulação primitiva de capitais que levou ao surgimento da sociedade industrial.
c) Foi combatido pelos
holandeses à época de sua instalação em Pernambuco, o que provocou a revolta da
população luso-brasileira em meados do século XVII.
d) Tornou-se alvo de
divergências entre dominicanos, que defendiam o tráfico e a escravidão dos
africanos, e os jesuítas, contrários tanto ao tráfico quanto à escravidão.
e) O aperfeiçoamento do
transporte registrado no século XIX visava diminuir a mortandade dos escravos
durante a travessia do Atlântico, atenuava as críticas ao tráfico e ainda
ampliava a margem de lucros.
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