1. (UFF RJ) Nos últimos anos, estudos acerca da escravidão têm revelado uma sociedade onde os negros, mesmo submetidos a condições subumanas, foram sujeitos de sua própria história. Sobre a atitude rebelde dos cativos, assegura-se que:
a) Tarefas mal feitas e incompletas atestavam a veracidade dos argumentos sobre a ignorância dos escravos, o que impossibilitava a organização de movimentos rebeldes.
b) A vigilância e fiscalização do feitor impediam a rebeldia, restringindo as alternativas de contestação à fuga e ao suicídio.
c) As revoltas raramente ocorriam, pois, considerados mercadorias, os escravos se reconheciam como coisas e não como humanos.
d) A rebeldia negra apoiou-se, sobretudo, na manutenção, por parte dos cativos, de seus valores culturais.
e) O levante dos malês, em 1835, tinha forte conteúdo étnico, o que explica a excepcionalidade desse motim ocorrido na Bahia.


2. (UFMG) A utilização da escravidão negra no processo de colonização do Brasil deveu-se:
a) À disposição de parte da população africana em emigrar para o Brasil.
b) à inclinação dos portugueses à miscigenação racial.
c) Ao emprego dos jesuítas em impedir a utilização do trabalho do indígena.
d) Aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro.


3. (FUVEST) Em 1694, uma expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho foi encarregada pelo governo metropolitano de destruir o quilombo de Palmares.
Isto se deu porque:
a) Os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam aí estabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos.
b) Os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais aliados aos negros de Palmares ameaçavam o governo com movimentos milenaristas.
c) O quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial.
d) Os senhores de engenho temiam que os quilombolas, que haviam atraído brancos e mestiços pobres, organizassem um movimento de independência da colônia.
e) Os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole visando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês.


4. (MACKENZIE) Considere as seguintes afirmações.
I. A atividade mineradora exigiu, durante o século XVIII em Minas, grande quantidade de trabalhadores escravos. Com a expansão cafeeira, no início do XIX, o excedente de mão-de-obra deixado pela decadente economia mineira pôde suplementar a carência de braços na lavoura.
II. Além de seu valor como mão-de-obra e como mercadoria, o escravo representava para seus senhores, nos séculos coloniais, a oportunidade de distinção social e autoridade política, segundo a mentalidade senhorial da época.
III. A desagregação do sistema escravista em escala mundial, no século XIX, ocasionou, no Brasil, por um lado, o aumento da pressão da diplomacia britânica pela cessação do tráfico, e, por outro, a difusão interna de ideais abolicionistas e republicanos.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas II é correta.
c) se apenas III é correta. 
d) se apenas I e II são corretas.
e) se I, II e III são corretas.


5. (UFRN) No Brasil colonial, grande parte da mão-de-obra era suprida pela exploração do trabalho escravo de africanos e de seus descendentes. Sua condição perante a lei era ambígua. Quando se tratava de puni-los, eram considerados pessoas, sendo responsabilizados pelas faltas cometidas e recebendo, por isso, severos castigos.
Por outro lado, eram tratados também como coisas, uma vez que:
a) a propriedade sobre o indivíduo escravizado era transmissível por herança, doação, legado, aluguel, empréstimo e confisco.
b) a condição social de escravo era perpétua e se transmitia hereditariamente, pela linha materna, tal como no antigo direito romano.
c) a convivência dos escravos domésticos com os seus senhores resultava em maior intimidade e gerava maiores chances de alforria.
d) a jornada de trabalho dos escravos, nas plantações e nos engenhos de açúcar, era muito longa e esgotava suas forças em poucos anos.


6. (UNIFESP) Para um homem ter o pão da terra, há de ter roça; para comer carne, há de ter caçador; para comer peixe, pescador; para vestir roupa lavada, lavadeira; ... e os que não podem alcançar a tanto número de escravos, ou passam miséria, realmente, ou vendo-se no espelho dos demais lhes parece que é miserável a sua vida.
(Padre Vieira, 1608-1697.)
O texto mostra que, para se viver bem na Colônia, seria preciso ter, sobretudo:
a) escravos.
b) terras.
c) animais.
d) cultura.
e) habilidades.


7. (MACKENZIE) Escrevendo sobre os fatores que contribuíram para a adoção do trabalho escravo no Brasil colonial, um importante historiador brasileiro indagava: Por que se apelou para uma relação de trabalho odiosa a nossos olhos, que parecia semimorta, exatamente na época chamada pomposamente de aurora dos tempos modernos? Das proposições abaixo, quais se combinam para responder corretamente à indagação feita?
I. Não havia, na Metrópole, contingentes suficientes de trabalhadores dispostos a emigrar para a colônia, onde pudessem trabalhar em regime de semidependência ou assalariamento, nem esse regime se ajustava ao caráter mercantilista da exploração colonial.
II. O comércio de escravos africanos representou, desde seu início, no século XV, uma atraente fonte de lucros para os comerciantes metropolitanos e, indiretamente, para a própria Coroa.
III. Os colonizadores europeus perceberam a inexistência de uma inclinação natural dos africanos à liberdade, o que facilitava sua acomodação rápida ao regime de trabalho compulsório.
IV. Em Portugal, nem a Coroa nem a Igreja Católica levantaram impedimentos jurídicos ou religiosos contra a escravidão de nativos comprados ou aprisionados na África.
a) I, II e III
b) I, II e IV
c) II, III e IV
d) I, III e IV
e) I, II, III e IV


8. (UEPB) Assinale a única alternativa que contém corretamente três características daquilo que podemos considerar como as bases de sustentação e funcionamento da colonização portuguesa na América:
a) Monopólio, liberdade de culto, grande propriedade com monocultura exportadora.
b) Clara separação entre público e privado, monopólio, tráfico negreiro e escravidão.
c) Subordinação da Igreja ao Estado, diversificação na produção agrícola, monopólio.
d) Monocultura exportadora, tráfico de escravos, autonomia política da colônia.
e) Monopólio, tráfico negreiro e escravidão, grande propriedade com monocultura exportadora.


9. (UFOPMG) No período chamado colonial, na América Portuguesa, houve predominância do uso de trabalho escravo. Entre os escravos, havia uma série de distinções relativas ao tipo e ao local de trabalho que exerciam. Outras distinções diziam respeito à etnia, à cor da pele ou à permanência do escravo no país. Por exemplo, chamava-se de “crioulo” o escravo nascido no Brasil. Marque a alternativa que apresenta a forma como eram chamados os cativos africanos recém-chegados à América Portuguesa.
a) ladinos
b) boçais
c) mulatos
d) broncos


10. (UECE) A Confederação dos Quilombos de Palmares é considerada por alguns historiadores como a maior ameaça à ordem escravista conhecida pelo estado colonial brasileiro.
No que tange à citada confederação, assinale a opção que contém afirmação INCORRETA.
a) Inicialmente, as “comunidades” quilombolas procuravam apenas passar despercebidas aos colonos e grandes proprietários de terras.
b) Os quilombos eram reprimidos pelos capitães-do-mato, pelas tropas particulares contratadas pelos grandes proprietários e por milícias oficiais.
c) O Quilombo de Palmares foi apenas um entre tantos outros quilombos existentes no Brasil e em nada se diferenciou de tantos outros perdidos nas matas brasileiras.
d) O Quilombo de Palmares era cercado por paliçadas, fossos e armadilhas e durante décadas resistiu aos ataques de tropas particulares e oficiais.


11. (UFU) Sobre os quilombos no Brasil colonial, é correto afirmar que:
a) formaram-se quilombos em várias regiões do Brasil, havendo o convívio entre populações escravas africanas e indígenas, tendo como principal exemplo o Quilombo dos Palmares, no atual estado de Alagoas.
b) os quilombolas dependiam da permissão dos senhores das propriedades próximas para transitar pelas cidades circunvizinhas, bem como para comercializar os produtos de suas terras.
c) todos os quilombos possuíam um exército próprio, de modo a proteger suas terras contra o avanço de inimigos, assim como uma complexa organização social.
d) as maiores populações quilombolas no Brasil formaram-se nas regiões de maior produção monocultora de exportação, como os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.


12. (UNCISAL) A forma mais elaborada de resistência à escravidão se deu por meio dos quilombos. No Brasil, considera-se o mais importante o de Palmares, que
a) foi formado exclusivamente por escravos nascidos na África e esteve em pleno funcionamento apenas durante a presença dos holandeses no nordeste brasileiro.
b) se formou no início do século XVII, chegou a ter por volta de 20 mil moradores e foi destruído no fim do mesmo século, pela ação de bandeirantes. 
c) se especializou, durante todo o século XVI, na exploração de metais preciosos, abundantes nas margens dos rios do interior de Pernambuco.
d) foi constituído no fim do século XVIII e contou com a importante contribuição de setores da Igreja Católica, que eram contrários ao escravismo.
e) contou com o decisivo apoio de importantes senhores de engenho de Pernambuco e da Bahia, com o intuito de sabotar a presença holandesa nessas capitanias.


13. (UNIFICADO) No Brasil Colônia, a fuga era o modo mais comum de rebeldia entre os escravos. Muitos desses fugitivos deram origem aos quilombos, ao se reunirem em núcleos fortificados no sertão. Sem dúvida, Palmares, em Alagoas, foi o maior quilombo de que se tem notícia. Nesse quilombo, praticava-se intenso comércio como uma das formas de garantia de sua manutenção e duração, entre 1630 e 1694.
O dinamismo comercial desse quilombo mantinha-se devido à
a) troca clandestina de mercadorias entre o quilombo e os governos regionais, especialmente com o de Pernambuco.
b) rede de trocas mercantis estabelecida entre quilombos, em função do conhecimento dos fugitivos sobre a região.
c) colaboração de brancos que forneciam armas e utensílios, pagos pelos negros com os seus excedentes agrícolas.
d) conivência da Coroa portuguesa, negligente com o efetivo poder do quilombo naquela região geográfica.
e) criação de cooperativas para a produção agrícola quilombola, comercializada nas cidades do sertão.


14. (UECE)
Leia atentamente o excerto abaixo.
“Negar-lhes [aos escravos negros] totalmente os seus
folguedos, que são o único alívio do seu cativeiro é
querê-los desconsolados e melancólicos, de pouca vida
e saúde. Portanto, não lhes estranhem os senhores, o
criarem seus reis, cantar e bailar por algumas horas...”
ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia, Edusp, 1992.
Observe as seguintes afirmações a respeito do que sugere o excerto acima:
I. Antonil, jesuíta do período colonial, percebeu a importância, em termos de controle social e ideológico, de se deixar aflorar as manifestações culturais dos africanos.
II. As manifestações festivas e culturais dos negros escravos escandalizavam o jesuíta, que temia o sincretismo afro-católico.
É correto afirmar-se que
a) I é falsa e II é verdadeira.
b) I é verdadeira e II é falsa.
c) ambas são verdadeiras.
d) ambas são falsas.


15. (UEPA) Os engenhos não eram apenas fábricas incríveis, mas verdadeiros infernos, com caldeiras que parecem lagos ferventes, trabalhos noturnos e gritos desesperados de escravos. Numa melhor posição social, trabalhadores livres desempenhavam funções especializadas. [...] O Brasil preparava-se para ser, segundo a visão de um cronista no período colonial, o inferno dos negros, o purgatório dos brancos e o paraíso dos mulatos.
(VICENTINO, Claudio. História Integrada: o mundo da Idade Moderna:6 séries. São Paulo: Scipione,1995, p.4 do Miniatlas histórico).
A visão do cronista do período colonial sobre a escravidão negra nos engenhos, localizados em terras brasileiras, se apoiava em princípios teológicos que viam:
a) na violência imposta aos escravos negros, um mal necessário ao combate de sua inferioridade racial, marcada pela indolência.
b) a escravidão como algo necessário à remissão dos negros, que encontravam no trabalho das caldeiras uma forma de pagar pelo mal que traziam em si, e assim garantir a salvação.
c) nos castigos impostos aos escravos e aos trabalhadores livres uma forma de disciplinar o corpo, pois eram portadores de maus hábitos, principalmente da luxúria.
d) o trabalho escravo como forma de sacrifício agradável a Deus, pois, sendo este o inferno, suas almas iriam para o céu depois que morressem, junto com os mulatos e brancos.
e) na ação dos senhores de engenho, uma expressão da presença divina, pois estes possibilitavam a negros e mulatos, o pagamento do pecado original pelo trabalho.



GABARITO