1. (ADVISE) A escravidão negra no Brasil teve várias
facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser considerada uma marca
do escravismo brasileiro?
a) A vida nos engenhos era
dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena.
b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim
da infame escravidão.
c) O processo de derrocada
da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase quarenta
anos (1850-1888).
d) Era relativamente comum
ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo.
e) Os escravos que
conseguiam, ao longo de muitos anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam
a sua liberdade.
2. (UFPB) O texto, a seguir, retrata uma das mais
tristes páginas da história do Brasil: a escravidão.
“O bojo dos navios da danação e da morte era
o ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando
incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as
mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos
traficantes de homens.”
(Fonte:
BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo:
Ática, 2003. p. 112).
Sobre a escravidão como atividade econômica
no Brasil Colônia, é correto afirmar:
a) As pressões inglesas,
para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de
Queiróz, ocorreu o fim do tráfico intercontinental e, praticamente,
desapareceu o tráfico interno entre as regiões.
b) A mão-de-obra escrava no
Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas
complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações
de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café.
c) A compra e posse de
escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida
para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição
justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos.
d) Muitos cativos, no início
da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso
explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se
grandes proprietários de terras.
e) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da
África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição
de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino.
3. (UFPE) As razões que fizeram com que no Brasil
colonial e mesmo durante o império a escravidão africana predominasse em lugar
da escravidão dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à):
a) setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas,
epidemias e legislação antiescravista indígena que a tornaram menos atraente e
lucrativa.
b) religião dos povos
indígenas, que proibia o trabalho escravo. Preferiam morrer a ter que se se
submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de açúcar
ou mesmo em outros trabalhos.
c) reação dos povos
indígenas, que, por serem bastante organizados e unidos, toda vez que se tentou
capturá-los, eles encontravam alguma forma de escapar ao cerco dos portugueses.
d) ausência de comunicação
entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao interior
do continente, face ao pouco conhecimento que se tinha do território e das
línguas indígenas.
e) um enorme preconceito que
existia do europeu em relação ao indígena, e não em relação ao africano, o que
dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em qualquer atividade.
4. (UFC), as relações de produção escravista
predominaram no Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mineração.
Sobre este sistema escravista é correto afirmar que:
a) impediu as negociações
entre escravos e senhores, daí o grande número de fugas.
b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital em razão do tráfico
negreiro.
c) possibilitou a
cristianização dos escravos, fazendo desaparecer as culturas africanas.
d) foi combatido por
inúmeras revoltas escravas, como a dos Malês e a do Contestado.
e) foi alimentado pelo fluxo
contínuo de mão de obra africana até o momento de sua extinção em 1822.
5. (FAFI) Analisando as estruturas econômicas
coloniais, o historiador Caio Prado Jr., assim se referiu ao tema da
escravidão: “É aliás esta exigência da colonização que explica o renascimento,
na civilização ocidental, da escravidão em declínio desde os fins do Império
Romano e já quase extinta de todo neste século XVI em que se inicia aquela
colonização”
A qual exigência da colonização o autor está
se referindo?
a) Ao fato de o litoral
brasileiro apresentar imenso potencial mineral e somente os escravos africanos
terem a necessária técnica de extração.
b) À definição de uma colonização baseada na plantation, dentro dos
padrões mercantilistas da época moderna.
c) À impossibilidade de se
utilizar o trabalho escravo dos indígenas, visto que não se adaptaram de forma
conveniente ao trabalho compulsório.
d) À especialidade própria
das regiões americanas, que estavam a exigir a implantação de um amplo sistema
de feitorias destinadas ao comércio dos produtos tropicais.
6.
(CESGRANRIO) No Brasil, o
quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre os
quilombos no Brasil, é correto afirmar que o(a):
a) maior número de quilombos
se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da decadência da lavoura
cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos,
incentivavam-lhes a fuga.
b) maior dos quilombos
brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o
governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que
desejassem retornar às fazendas.
c) existência de poucos
quilombos na região Norte pode ser explicada pela administração diferenciada,
já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a
escravidão negra.
d) quase inexistência de
quilombos no Sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros na
região, o que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à
segregação racial.
e) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados
pelos europeus, brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora
predominassem africanos e seus descendentes.
7.
(FATEC) Em 4 de setembro de 1850,
foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que
abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo
imperial brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras".
Dentre as alternativas a seguir, assinale a
correta.
a) A Lei de Terras
facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao
Brasil.
b) A Lei de Terras
dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros
libertos o acesso a elas.
c) O governo imperial,
temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no "Act
Homesteade" americano, para realizar uma distribuição de terras aos
camponeses mais pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os
imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo
imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de
quilombos que existiam no Brasil.
8. (ENEM) A escravidão não há de ser suprimida no
Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais.
Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos.
Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na
França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento
e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades,
que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).
No
texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o
fim da escravidão no Brasil, no qual
a) copiava o modelo haitiano de
emancipação negra.
b) incentivava a conquista de
alforrias por meio de ações judiciais.
c) optava pela via legalista de libertação.
d) priorizava a negociação em torno
das indenizações aos senhores.
e) antecipava a libertação
paternalista dos cativos.
9.
(ENEM) Em
um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo
muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua
paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de
três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão:
uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que
lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de
dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo
despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo
maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as
chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se
for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto:
Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O
trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão
de Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de
açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar
durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na
conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na
administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
10. (ENEM)
Negro,
filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das
letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo
pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos
de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem
diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em
proeminente advogado da causa abolicionista.
AZEVEDO,
E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano 1, n.º 3. Rio de Janeiro:
Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).
A
conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi
resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A
biografia de Luiz Gama exemplifica
a) impossibilidade de ascensão
social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto
e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.
c) rigidez de uma sociedade,
assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social.
d) possibilidade de ascensão social,
viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai
português.
e) troca de favores entre um
representante negro e a elite agrária escravista que outorgara o direito
advocatício ao mesmo.
11.
(ENEM) A
dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos
políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a
possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa – caso típico de
São Paulo – desempenharam, ao mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, B. História do Brasil. São
Paulo: EDUSP, 2000.
A
crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da
mão de obra, que resultou
a) na constituição de um mercado
interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez que a maioria
dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
b) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a
escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela
modernização econômica com a adoção do trabalho livre.
c) no “branqueamento” da população,
para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a
ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
d) no tráfico interprovincial dos
escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a
garantia da rentabilidade do café.
e) na adoção de formas disfarçadas
de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma
vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.
12. (ENEM)
O
abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição
da escravatura com as seguintes palavras: "Cinco ações ou concursos diferentes
cooperaram para o resultado final: 1º) o espírito daqueles que criavam a
opinião pela ideia, pela palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por
meio do Parlamento, dos "meetings" [reuniões públicas], da imprensa,
do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 2º) a ação coercitiva dos que se
propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão,
arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3º) a ação complementar dos
próprios proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam
libertando em massa as suas 'fábricas'; 4º) a ação da política dos estadistas,
representando as concessões do governo; 5º) a ação da família imperial."
Joaquim Nabuco. Minha formação. São
Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com adaptações).
Nesse
texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de
uma luta
a) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o
auxílio de proprietários que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação
da família imperial.
b) de classes, associada a ações contra a
organização escravista, que foi seguida pela ajuda de proprietários que
substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de estadistas
e, posteriormente, ações republicanas.
c) partidária, associada a ações
contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que mudavam seu
foco de investimento e da ação da família imperial.
d) política, associada a ações
contra a organização escravista, sabotada por proprietários que buscavam manter
o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.
e) religiosa, associada a ações
contra a organização escravista, que fora apoiada por proprietários que haviam
substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na adesão de
estadistas republicanos na luta contra a realeza.
13. (UNESP) Entre as formas de resistência negra à
escravidão, durante o período colonial brasileiro, podemos citar
a) a organização de quilombos, nos quais,
sob supervisão de autoridades brancas, os negros podiam viver livremente.
b) as sabotagens realizadas nas
plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da África.
c) a
preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram
condenados pela Igreja Católica.
d) as revoltas e fugas em massa dos
engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios que rumavam para a
África.
e) a adoção da fé católica pelos negros,
que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.
14. (PUCPR) "O espelho da historiografia
reflete imagens côncavas e convexas. A imagem real em frente do espelho, porém,
parece revelar uma nação rude, dividida, de espírito escravista e
anti-legalista, que relutou ao máximo antes de alterar sua ordem econômica e
social baseada na exploração do trabalho escravo. Uma nação que, às 3h15 de uma
tarde ensolarada de domingo, 13 de maio de 1888, não apenas não se livraria de
seu passado conturbado como, ainda hoje, parece incapaz de lidar com
ele."
(Bueno,
Eduardo. "Brasil: uma História".1. edi. São Paulo, Ática, 2005, p.
218.)
Sobre
a abolição da escravidão:
I - Para historiadores com tendências
monarquistas, a princesa Isabel foi a heroína que teve a coragem de abolir a
escravidão, o que lhe causou a perda do trono.
II - A radical e intensa pressão da Igreja
durante quase todo o segundo reinado, foi uma das mais importantes forças a
favor da libertação dos escravos.
III
- A
Lei Rio Branco, também conhecida como "Lei dos Sexagenários", que
libertava escravos maiores de 60 anos, na verdade beneficiava os proprietários,
permitindo que se livrassem de escravos com idade avançada.
IV - Por meio do Fundo de Emancipação,
foram pagas indenizações apenas aos cafeicultores, após uma manobra política
bem executada por deputados que representavam os proprietários de terras do
oeste paulista.
É
correta ou são corretas:
a) apenas
I.
b) I e III.
c) I e IV.
d) apenas III.
e) III e IV.
15. (PUCRS) Responder à questão com base nas
afirmativas abaixo, sobre o movimento abolicionista no Brasil, na segunda
metade do século XIX.
I. A campanha abolicionista reforçava-se
pela pressão antiescravista internacional e pelo fato de o Brasil ser o último
país independente a manter a escravidão após 1865.
II. O movimento abolicionista tinha a
participação de setores agrários não-vinculados à escravidão e das camadas
médias urbanas: intelectuais, profissionais liberais e estudantes
universitários.
III. Importantes setores do abolicionismo
viam a necessidade de serem criados meios de integração dos negros à sociedade
na condição de trabalhadores assalariados após a abolição.
Pela
análise das afirmativas, conclui-se que
a) apenas a I está correta.
b) apenas a III está correta.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) apenas a II e a III estão
corretas.
e) a I, a II e a III estão corretas.
GABARITO
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