1. (FGV/2003) Rui Barbosa, como candidato à presidência da República nas eleições que se realizaram em 1910, declarava:
“Mas por isso mesmo que quero o exército grande, forte, exemplar, não o queria pesando sobre o governo do país. A nação governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece”.
(Apud Edgard Carone. A Primeira República.1889-1930. São Paulo. Difel. 1969. p. 51)
Nesta declaração, Rui Barbosa expressava uma:
a) crítica ao governo militar do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca.
b) crítica à candidatura de seu oponente, o militar Hermes da Fonseca.
c) defesa da maior atuação do Exército na política nacional.
d) resposta à tentativa de golpe militar liderada pelo Marechal Floriano Peixoto.
e) recusa ao apoio da oligarquia paulista para sua candidatura.


2. (PUC PR/2006) O governo republicano apoiaria os grupos dominantes nos Estados, enquanto estes, em troca, apoiariam a política do presidente. Esse arranjo, concebido por Campos Sales, ficou conhecido como:
a) Política dos Governadores.
b) Encilhamento.
c) Plano de Metas.
d) Café-com-leite.
e) Civilismo.


3. (UESPI/2004) Leia as afirmativas referentes às mudanças trazidas pelos primeiros anos de República no Brasil.
1) A República trouxe a desmontagem das oligarquias regionais, inclusive no Piauí.
2) A Constituição de 1891 não trouxe ideais democráticos importantes para a sociedade.
3) O sistema eleitoral não conseguiu agilizar a convivência democrática que se esperava com a República.
4) Não houve uma política que desse conta da inserção dos ex-escravos na sociedade.
5) Apesar das mudanças, o coronelismo permaneceu em muitas regiões do Brasil, impedindo a democratização.
Estão corretas apenas:
a) 2, 3 e 4
b) 1, 2 e 3
c) 2, 3 e 5
d) 3, 4 e 5
e) 1, 4 e 5


4. (UESPI/2004) O governo de Campos Sales procurou estabelecer pactos políticos para facilitar a administração e superar as possibilidades de aprofundamento das crises econômica e social. A conhecida política dos governadores por ele desenvolvida:
a) ajudou substancialmente aos Estados mais desfavorecidos politicamente, inclusive, o Piauí, que passou a ter mais representatividade.
b) desfez o poder que os coronéis tinham, ajudando na reformulação política dos Estados do Nordeste.
c) fortaleceu a centralização política, consolidando mais ainda as forças políticas das elites governantes e do presidente da república.
d) trouxe expectativas positivas com relação à modernização das elites e as reformas sociais.
e) favoreceu os investimentos nos Estados mais pobres, provocando reação de São Paulo e Minas Gerais, que se sentiram prejudicados.


5. (UFRRJ/2005) Ao compararmos a política econômica do Estado Novo (1937/45) com a política dominante na República Velha (1889/1930), observamos que:
a) os dois períodos apresentaram grande expansão da agro-manufatura açucareira e da lavoura cafeeira, com o objetivo de atender ao crescente mercado asiático.
b) na República Velha verificou-se, apesar da crise dos anos 20, o grande desenvolvimento da indústria de base, enquanto o Estado Novo priorizou a lavoura, em detrimento do investimento industrial.
c) o Estado Novo promoveu a interiorização da economia, ocupando o cerrado central, em oposição à política essencialmente litorânea da República Velha.
d) durante o Estado Novo constatou-se uma forte intervenção do Estado na economia, contrapondo-se ao modelo liberal, em que predominavam os interesses dos cafeicultores da República Velha.
e) grandes contingentes de mão-de-obra foram deslocados pelo Estado, nos dois períodos, para atender à demanda de mão-de-obra nas áreas de fronteira, no norte e no sul, onde crescia o extrativismo vegetal.


6. (PUC MG/2005) Durante a República Velha (1889-1930), surgiu a figura política do coronel, sendo essa denominação dada aos:
a) grandes proprietários de terras, nome originado dos títulos de coronel de milícias e da guarda nacional dos períodos colonial e imperial-republicano, respectivamente.
b) militares de carreira, os quais passaram a ter grande peso político nos governos republicanos a partir do Marechal Deodoro da Fonseca.
c) intelectuais e profissionais liberais, que passaram a ter grande peso político ao divulgarem a ideologia republicana.
d) chefes políticos locais, que dividiam seus lucros e poderes com seus empregados e agregados através do sistema de parceria.


7. (UEPB/2006) Considere a afirmação abaixo e assinale a alternativa correta:
“Nos municípios, sede do poder local, a autoridade do
“coronel” se afirma na liderança efetiva por ele exercida
como chefe político, na sua capacidade de “arrebanhar” e
manter o eleitorado de “cabresto”. A atuação do “coronel”
é permanente e abrange diversos serviços de assistência,
executados como favores que acarretam a penhora do voto.
A maior ou menor capacidade de fazer favores (dar emprego,
ceder terras, proteção policial, -assistência médica,
remédios, etc.) e aplicar atos de violência sempre que julgar
necessário e ficar impune, determina o grau de prestígio do
“coronel”.
(Eliete de Queiroz Gurjão, 1999, p. 78).
A afirmação faz referência, especificamente:
a) à integração da elite rural ao poder monárquico na condição de comandantes da recém-criada Guarda Nacional.
b) à afirmação da dominação dos grupos que comandavam a política local, pela implantação do federalismo republicano.
c) às lutas constantes entre famílias, marcadas pela corrupção e violência.
d) ao falseamento de votos no processo eleitoral, uma vez que a legislação permitia aos coronéis exercer o controle sobre as eleições.
e) ao esquema de dominação que beneficiava os grupos familiares que disputavam entre si o controle da política em cada município.


8. (UFC CE/2006) A imprensa é identificada como o meio de comunicação mais importante do Brasil, na Primeira República, porque:
I. o regime republicano assegurava a liberdade de imprensa, sendo vetada qualquer ação repressiva contra os periódicos e as redações. 
II. muitos periódicos tinham caráter político, como a “grande imprensa”, ligada aos grupos oligárquicos no poder, e diversos jornais anarquistas, sindicalistas e socialistas.
III. a queda nos índices de analfabetismo, a partir do regime republicano, permitiu que os periódicos atingissem um público nas mesmas proporções que a televisão nos dias atuais.
Com respeito às três assertivas, é correto afirmar que somente:
a) I e II são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.
d) I é verdadeira.
e) II é verdadeira.


9. (UFRR/2006) Podemos afirmar corretamente sobre a República Velha (1889-1930).
a) Sua primeira fase (1889-1891) ficou conhecida como a “República da Espada”.
b) A Constituição de 1891 estabelecia que o presidente e o vice seriam eleitos pelo voto indireto.
c) Teve como primeiro presidente o civil Campos Sales, responsável pela criação da política do café com leite.
d) Foi no governo de Prudente Moraes que houve aplicação do “funling lean” (suspensão do pagamento dos juros da dívida externa por três anos e do Capital por treze anos).
e) Foi na gestão de Afonso Pena que ocorreu a “Revolta da Chibata” e a “Revolta de Canudos”.


10. (UFAM/2006) Ao longo da República Velha os conflitos sociais tenderam a ser tratados como “caso de polícia”. Sobre o movimento operário que se desenvolveu neste período é incorreto afirmar que:
a) Recebeu importante contribuição de imigrantes europeus, muitos dos quais haviam tido contato com o ideário socialista e anarquista em franca expansão na Europa, desde meados do século XIX.
b) Evoluiu a partir dos primeiros Sindicatos criados no século XIX, radicalizando suas ações através das Associações de Socorro Mútuo e das Sociedades Beneficentes.
c) Foi extremamente diversificado e influenciado por uma multiplicidade de tendências políticas que iam do reformismo ao socialismo revolucionário.
d) O ideário anarquista foi largamente difundido, principalmente pela ação da Confederação Operária Brasileira (COB), criada em 1908.
e) A criação do Partido Comunista Brasileiro em 1922 foi responsável pelo avanço do ideário socialista e a consequente retração da influência anarquista entre os operários do país.


11. (UEG GO/2006) Os anos iniciais da República foram marcados por rupturas e continuidades que vão além da mudança de regime político. Sobre esse período, é CORRETO afirmar:
a) A passagem do regime imperial para o regime republicano transformou o panorama político das províncias através do processo de centralização, observado na política do “encilhamento”.
b) Como no restante do país, a mudança de regime em Goiás provocou a ascensão de novos grupos sociais que vinham-se organizando sob as bandeiras do abolicionismo e do republicanismo.
c) A dicotomia entre o Brasil litorâneo e o Brasil sertanejo é explícita: em oposição à modernidade do Rio de Janeiro, misticismo, banditismo e pobreza caracterizam o interior do país.
d) O predomínio dos grupos urbanos, oriundos do comércio e da indústria, possibilitando uma maior representatividade das camadas populares, é uma realidade, como se observa já no governo de Campos Sales.


12. (FURG RS/2007) “Cabo de enxada engrossa as mãos – o laço de couro cru, machado e foice também. Caneta e lápis são ferramentas muito delicadas. A lida é outra: labuta pesada, de sol a sol, nos campos e nos currais (...) Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora é preciso: a eleição vem aí, e o alistamento rende a estima do patrão, a gente vira pessoa.”
(Mário Palmério – Vila dos Confins. Rio de Janeiro: Editora José Olympio.)
A partir da leitura do texto acima, podemos afirmar que na República Velha: 
a) a ampliação do poder político dos grandes proprietários era a forma de fortalecer a organização dos trabalhadores rurais.
b) a campanha eleitoral visava a atingir os trabalhadores urbanos.
c) o predomínio oligárquico pode ser representado pela troca de favores.
d) os coronéis, em época de eleição, preocupados com o analfabetismo, estimulavam a melhoria da educação.
e) o período eleitoral era o único momento em que os chefes locais dispensavam os trabalhadores do trabalho árduo para garantir-lhes o direito de cidadania.


13. (UEPB/2007) Sobre a estrutura política e ideológica da República, formada no Brasil a partir da proclamação de 1889, assinale V para as proposições Verdadeiras e F para as Falsas.
(__) O projeto republicano jacobino, defendido por setores da baixa classe média e por ex-escravos, exigia a participação popular na administração pública. Mesmo contrário aos interesses dos cafeicultores, ele foi o responsável direto pela Proclamação da República em 15 de novembro de 1889.
(__) O ideário republicano propunha um governo forte e centralizador formatado em uma verdadeira ditadura republicana, onde a livre manifestação dos indivíduos não poderia servir de motivação para o estabelecimento de direitos.
(__) A base ideológica do projeto republicano era fundada na defesa do progresso calcado em um espírito ordeiro e antirrevolucionário, no qual o Estado teria papel preponderante de zelar pela proteção dos cidadãos e de garantir seus direitos.
(__) A proclamação da República foi impulsionada pela aliança entre os cafeicultores paulistas e o alto comando do Exército, que resolveram unir forças contra o inimigo comum – o Império –, mesmo tendo ideias distintas sobre a República a ser instalada.
Marque a alternativa correta:
a) FVVV
b) VVVF
c) VFVF
d) FVFV
e) FVVF


14. (UNIMONTES MG/2007) Comparando-se as estruturas político-administrativa e de poder, vigentes durante o Império e a República Velha, analise as afirmativas abaixo.
I. O principal grupo social de sustentação do poder no Império era representado por pequenos e médios proprietários rurais, enquanto, na República Velha, o governo se apoiou na classe média urbana.
II. As eleições no Império eram indiretas e censitárias, enquanto, na República Velha, eram diretas, com voto a descoberto para maiores de 21 anos.
III. No Império, a religião católica era a religião do Estado e, em função disso, o clero secular atuava de modo semelhante aos funcionários do governo, enquanto, na República, o Estado se tornou laico.
IV. No Império, predominou a descentralização política das províncias, enquanto, na República Velha, o sistema federativo impôs uma ampla centralização.
Estão CORRETAS as afirmativas
a) II e III, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II, III e IV, apenas.


15. (FFFCMPA RS/2007) “A rarefação do poder público em nosso país contribuiu muito para preservar a ascendência dos ‘coronéis’, já que, por esse motivo, estão em condições de exercer, extraoficialmente, grande número de funções do Estado em relação aos seus dependentes”.
(Victor Nunes Leal. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1975, p.42).
Sobre o voto e a participação política na Primeira República, assinale a alternativa correta.
a) Com a proclamação da República em 1889, o voto deixou de ser visto como uma moeda de troca pela população, a qual passou a participar mais ativamente da vida política do país exercendo a cidadania.
b) A Constituição de 1891 garantia o amplo direito de voto a todos os brasileiros maiores de 21 anos, inclusive aos analfabetos.
c) Com a federalização do Brasil, os latifundiários perderam seu espaço político para a classe média urbana, a qual era composta majoritariamente por profissionais liberais.
d) O coronelismo pode ser definido como um conjunto de práticas políticas caracterizadas pela base familiar e rural, pelo voto de cabresto e pelo fisiologismo.
e) A continuidade do sistema oligárquico na primeira república engendrou um processo político marcado pela democratização, na medida em que diferentes grupos e partidos políticos se revezavam no poder.


16. (Mackenzie SP/2007) (...) A pergunta “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel Fulano”. Essa maneira de redarguir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política.
Maria I. P. de Queiroz – História Geral da Civilização Brasileira
O fenômeno sociopolítico, a que se alude no fragmento acima e que alcançou seu maior vigor nas primeiras décadas do Brasil republicano, pode ser entendido como
a) a expressão do poder político dos empresários industriais, que, embora formassem uma classe numericamente pequena, experimentavam desde o Império um significativo crescimento de sua importância econômica.
b) o resultado da militarização das instituições políticas brasileiras em virtude de a liderança do movimento republicano ter sido exercida por militares, como Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
c) uma reação dos líderes políticos nos Estados à instituição do voto secreto pela Constituição de 1891, inovação que reduziu drasticamente o poder dos grandes proprietários rurais.
d) uma forma de clientelismo em que chefes políticos locais (geralmente proprietários rurais), dominando grupos de eleitores e lançando mão sistematicamente da fraude eleitoral, sustentavam o poder das oligarquias no plano estadual e, indiretamente, no federal.
e) a consequência da ascensão social – por meio das escolas militares – de membros das classes médias urbanas, formando uma oficialidade coesa de tenentes, capitães, majores e coronéis.


17. (PUC RS/2007) Considere as afirmativas sobre a República Velha (Oligárquica).
I. A consolidação da República Oligárquica do Brasil foi completada com a sucessão de Prudente de Morais por Getúlio Vargas.
II. Para harmonizar os poderes Executivo e Legislativo, Campos Sales concebeu um arranjo político conhecido como “política dos governadores”.
III. Nos primeiros anos da República Oligárquica, a crise brasileira, no plano financeiro, era grave, provocando a negociação da dívida brasileira (funding loan).
IV. A República Oligárquica concretizou o ideal positivista, isto é, a diminuição da autonomia dos estados da federação.
Estão corretas apenas
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e III.


18. (UFSM RS/2007) Com a desestruturação da ordem escravista em 1888, deixou de existir a instituição que definia o lugar de cada um na sociedade brasileira. A 1ª República, a partir de 1889, adota práticas políticas que provocam reações dos setores sociais populares, que passam a defender seus direitos, utilizando as estratégias a seguir, EXCETO 
a) movimentos operário, que se mobilizava em greves e outras ações, contra as longas jornadas de trabalho, habitações precárias e ausência de políticas sociais.
b) atuação das camadas sociais populares, como na cidade do Rio de Janeiro, que desenvolviam atividades culturais como o futebol e o samba.
c) oposição de parcela significativa da população carioca à vacinação obrigatória, à nomeação de um interventor estadual e à nacionalização do petróleo.
d) resistência de populares às reformas urbanas do governo municipal carioca que pretendia expulsar do centro da cidade as “classes perigosas” constituídas, entre outras, pelos moradores dos cortiços considerados insalubres pelas autoridades públicas.
e) revolta de marinheiros que pedia o fim dos castigos físicos, melhoria nos vencimentos e nas condições higiênicas e de alimentação existentes nos navios.


19. (UEMS/2008) Em 1889, com o advento da República no Brasil, assistiu–se ao surgimento de uma nova modalidade de regime político. Foi característica marcante do período entre 1889 e 1930:
a) a divisão de poderes, na qual o povo foi agraciado com uma fatia dele para atender seus interesses. Assim, houve grandes benefícios em favor dos segmentos sociais mais desfavorecidos.
b) o controle do poder político pelos novos segmentos empresariais do país: os comerciantes e industriais.
c) o controle político do Estado Nacional, que se manteve nas mãos das oligarquias, tendo no comando os coronéis, produtores de café, especialmente os de São Paulo, que se revezavam no poder com os de Minas Gerais. Essa prática ficou conhecida como a “política do café com leite”.
d) a velha aristocracia rural de mentalidade colonial escravista que continuou no poder.
e) a grande participação política da sociedade como um todo, que interferiu decisivamente em muitos debates políticos travados na época.


20. (UFGD MS/2008) Com relação ao período da história brasileira conhecido como República Velha, é CORRETO afirmar o seguinte:
a) Em Mato Grosso, devido ao isolamento em que se encontrava esse estado em relação ao restante do país, não se verificou o fenômeno conhecido como coronelismo.
b) No estado de Mato Grosso, as práticas políticas, embora tipicamente coronelistas, apresentavam caráter essencialmente pacífico, sem o constante recurso à violência e às lutas armadas, como era comum em outros estados brasileiros.
c) Na porção norte de Mato Grosso as lutas políticas eram caracterizadas pelos frequentes conflitos armados, enquanto na porção meridional, devido à grande influência exercida pela Companhia Mate Laranjeira, os embates políticos transcorriam dentro dos limites das práticas eleitorais, sem o recurso à violência.
d) Em Mato Grosso, o fenômeno do coronelismo ocorreu de modo similar ao de muitos outros estados brasileiros, sendo caracterizado pelo clientelismo, pelas fraudes eleitorais e pelo constante uso da violência armada contra adversários políticos.
e) Em Mato Grosso, o fenômeno conhecido como coronelismo ocorreu apenas na primeira década do regime republicano, uma vez que, nos anos subsequentes, os novos migrantes que chegaram ao estado promoveram uma renovação das práticas políticas, no sentido do respeito à vontade dos eleitores e da recusa à utilização da violência como forma de alcançar o poder.


21. (UNIMONTES MG/2008) A simulação eleitoral nos Estados não bastava, pois havia ainda o reconhecimento nas Câmaras, onde uma maioria audaz e desavergonhada podia tudo fazer e desfazer com o monte de atas falsas que chegavam. De forma que todo o trabalho dos feudatários estaduais estava em ter sempre ao seu lado essa maioria, para que os descontentes de todos os matizes não se servissem deles para alcançarem os postos de governo. (...) Se houvesse algum chefe estadual recalcitrante, a entrada do seu representante no Senado seria cortada; e, como todos queriam essa entrada, faziam os seus homens na Câmara obedecer aos ditames dos chefes coligados.
(Lima Barreto. In: http://pt.wikisource.org/wiki/AventurasdoDrBogoloff/IV)
Com base no texto de Lima Barreto e nos seus conhecimentos históricos, pode-se afirmar que 
I. as eleições, na República Velha, definiam, de imediato, os candidatos eleitos pelo povo.
II. a Comissão Verificadora, controlada pelo governo federal, podia anular a eleição de candidatos não alinhados aos presidentes dos Estados.
III. a existência dos chamados currais eleitorais levaram os coronéis a desempenharem papel decisivo no cenário político da Primeira República.
IV. o coronelismo derivava da não-correspondência real entre o sistema eleitoral e representativo com as condições sociais e econômicas predominantes no país.
Estão CORRETAS as afirmativas
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.


22. (FUVEST SP/2009) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu:
... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais.
A crise nacional, 1925.
De acordo com o texto, o autor
a) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
b) propõe limites ao federalismo.
c) defende o regime parlamentarista.
d) critica o poder oligárquico.
e) defende a supremacia política do sul do país.


23. (UFTM MG/2009) No Brasil, o passado é sempre revisitado. E com direito a reviver seus hábitos, mesmo os pérfidos. É o caso do coronelismo do ciclo agrícola, que castigava o livre exercício dos direitos políticos.
Os velhos coronéis da Primeira República (1889-1930) consideravam os eleitores como súditos, não como cidadãos.
(Gaudêncio Torquato, O Estado de S.Paulo, 03.08.2008)
Na Primeira República, esse “hábito” pode ser relacionado à
a) manipulação do eleitorado graças ao voto aberto e ao clientelismo entre latifundiários e dependentes.
b) crescente militarização da sociedade e à exclusão dos analfabetos, maioria da população, do processo eleitoral.
c) manutenção da estrutura latifundiária excludente e à proibição legal de os trabalhadores rurais participarem das eleições.
d) supremacia do presidente sobre as demais autoridades e às fraudes nas votações dada a conivência da justiça eleitoral.
e) extensão do direito de voto aos homens alfabetizados e ao amplo controle do poder central sobre os municípios.


24. (UNIFESP SP/2009) Nesse regime, (...) a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no poder central, deslocou-se para os Estados. A política dos Estados, isto é, a política que fortifica os vínculos de harmonia entre os Estados e a União é, pois, na sua essência, a política nacional. É lá, na soma dessas unidades autônomas, que se encontra a verdadeira soberania da opinião. O que pensam os Estados, pensa a União.
(Campos Salles. “Mensagem” (3 de maio de 1902), in Manifestos e mensagens. São Paulo: Fundap/Imprensa Oficial, 2007.) 
Ao defender a “política dos Estados” (ou política dos governadores) e associá-la às ideias de “harmonia”, “soma” e “soberania da opinião”, o então presidente da República Campos Salles defendia
a) o fim da autonomia dos estados e o início de um período de centralização política, que caracterizou a República como uma ditadura.
b) uma perspectiva de democratização para a recente República brasileira, impedindo que novos protestos políticos e armados irrompessem.
c) a relação diplomática com os demais países sul-americanos e se dispunha a obter alianças e acordos comerciais no exterior.
d) um pacto entre o governo federal e os governos estaduais, que teriam autonomia econômica, mas assegurariam apoio político ao Presidente.
e) o modelo político adotado como capaz de democratizar o Brasil e de obter, sem lutas, a unidade política e territorial ainda inexistente.


25. (UECE/2009) “Grosso modo, na primeira república, especialmente no nordeste, as oligarquias instituem relações de poder com as classes populares, através de certos elementos observáveis ao longo da história do Brasil”.
Fonte: ARAÚJO, Erick Assis. Nos Labirintos da Cidade: Estado Novo e Cotidiano das Classes populares em Fortaleza. Fortaleza, Inesp, 2007. p,15-18.
Analise os itens a seguir, classificando como verdadeiros (V) os que podem ser considerados como esses elementos aos quais o autor se refere e como falsos (F) os que não podem ser considerados como tais.
(__) Laços de apadrinhamento e lealdade de determinados setores populares para com os chefes políticos.
(__) Troca de favores entre as oligarquias, compreendendo os níveis municipal, estadual e federal.
(__) O caráter singular das estruturas políticas brasileiras que explicitam a oposição organizada e articulada dos segmentos populares em relação às oligarquias instituídas.
(__) Fraqueza política e equívoco ideológico das classes populares que, incapazes de pensar por si mesmas, apoiavam plenamente as oligarquias.
Assinale a opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) VVFF
b) VVFV
c) VFFV
d) FFVV


26. (UFCG PB/2009) “... meia dúzia de retratos, lanche, passagem. Fora a distribuição de máquinas de costura, empréstimos de vaca com cria pra quem tá carecendo de leite, casa de graça para morar, mula pra quem precisa de montaria. E depois de tudo isso, no dia da eleição, ainda tem matuto querendo ver direito o nome dos candidatos. Pode não, oxente!”
(RIBEIRO, Marcus Venício et alii. Brasil Vivo. Petrópolis, Ed. Vozes, 1992.)
No fragmento textual acima, o historiador Marcus Venício Ribeiro faz uma crítica à prática política brasileira identificada como:
a) Política do café-com-leite, conforme ironiza na frase “empréstimos de vaca com cria pra quem tá carecendo de leite”.
b) Indústria da Seca, em que a figura da mula é utilizada pelo historiador para criticar os fazendeiros que fazem os pobres de “burros de carga” no período de estiagem.
c) Voto de cabresto, representado no texto em tom caricatural através dos favores políticos e do controle dos eleitores.
d) Lei de Terras, que desde 1850 vem normatizando o acesso à terra no Brasil, prejudicando o homem do campo que precisa de “casa de graça para morar”.
e) Migração, em que os nordestinos, sem conhecerem os candidatos do centro-sul, votam em qualquer um, conforme diz o autor: “no dia da eleição, ainda tem matuto querendo ver direito o nome dos candidatos”.


27. (UECE/2009) “Como é típico de qualquer estrutura clientelista, no coronelismo há uma interpenetração entre o público e o privado”.
FONTE: GOMES, Angela de Castro. O Populismo e as Ciências Sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito. Rio de Janeiro: In Tempo, 1998, p. 31-58.
Sobre o fenômeno político do coronelismo e seus desdobramentos são feitas as seguintes afirmações:
I. Utiliza-se o patrimônio público para fins pessoais, como no caso da concessão de empregos públicos aos afilhados e correligionários políticos em troca de votos.
II. Recorre-se ao poder e patrimônio privados para garantir, se necessário, o desempenho das funções públicas.
III. Baseia-se no assistencialismo, um desdobramento do coronelismo, em que todo o sistema eleitoral é oficialmente financiado pelos coronéis ainda em nossos dias.
Está correto o que se afirma
a) em I, II e III.
b) apenas em I e II.
c) apenas em III.
d) apenas em I e III.


28. (UNCISAL AL/2008) O coronelismo representou uma variante de uma relação sociopolítica mais geral – o clientelismo – existente tanto no campo como nas cidades. Esse fenômeno existia na colônia, mas a República criou condições para que os chefes políticos locais concentrassem maior soma de poder.
(Boris Fausto. História do Brasil. Adaptado)
Analise as afirmações a seguir, procurando identificar as que contêm características do fenômeno descrito no texto.
I. Os governos estaduais e federais perseguiam e prendiam muitos “coronéis” porque a prática de trocar votos por favores pessoais era inconstitucional.
II. Como o voto era secreto, os “coronéis” podiam influenciar o eleitor, mas não tinham como reprimir os que desrespeitavam sua indicação e orientação política.
III. Os “coronéis” forneciam votos aos chefes políticos do respectivo Estado, mas dependiam deles para proporcionar muitos dos benefícios esperados pelos eleitores.
IV. Apesar de serem importantes para a sustentação da base do sistema oligárquico, os “coronéis” precisavam de outras instâncias políticas para manter seu poder.
São corretas somente as afirmações
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.


29. (CEFET PR/2009) No Brasil, com o fim do primeiro período republicano, sob o domínio dos militares (1894), e superadas as crises de transição do governo Prudente de Morais, chegara o momento de institucionalizar as relações entre poder central e governos estaduais. Até então, o país vinha sendo governado por oligarquias regionais solidamente enraizadas no coronelismo do interior, onde cada Estado, praticamente, constituía uma unidade autônoma. Empossado na presidência a 15 de novembro de 1898, Campos Sales deparou-se com a tarefa de dar uma forma política mais acabada a essa estrutura fragmentada, o que significou, na prática, que o governo central deveria respeitar as decisões dos partidos que mantinham o poder em cada Estado, desde que estes elegessem bancadas no Congresso absolutamente fiéis ao presidente da República. O que permitia aos partidos estaduais assegurar antecipadamente a composição das bancadas era justamente o controle dos coronéis sobre seu eleitorado, os célebres “currais eleitorais”. Neste esquema, o coronel controlava os votantes em sua área de influência. Ele obtinha votos para seu candidato em troca de presentes, como roupas e sapatos, ou de benefícios, como uma vaga num hospital ou um cargo público. 
Com base nesse entendimento, estamos tratando de:
a) Encilhamento.
b) Parlamentarismo às Avessas.
c) Dominação Oligárquica.
d) Campanha Civilista.
e) Política dos Governadores.


30. (PUC RS/2009) Considere as informações a seguir. Na República Velha (Oligárquica), entre 1894 e 1930, predominaram no poder as oligarquias cafeicultoras, que controlavam a política brasileira, através de mecanismos que limitavam a participação nas eleições.
Como manobras políticas que restringiam a representação, aponta-se
I. o Coronelismo, controle político regional exercido através de favorecimentos e coerção pessoais.
II. o Voto de Cabresto, recurso violento utilizado contra o eleitor, em razão de o voto no Brasil ser, naquele momento, aberto.
III. a Política dos Governadores, que compreendia cooperação e revezamento entre as forças que ocupavam os governos estaduais e federal.
IV. a Política Salvacionista, que propunha a purificação das instituições republicanas.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.

GABARITO