Poluição do ar e seus impactos na nossa saúde
* Frederico Lobo
Anualmente
inúmeras pessoas morrem em decorrência de complicações oriundas da poluição
ambiental. A poluição por veículos é apenas uma das poluições e que tem suma
importância na nossa saúde.
Segundo o
maior pesquisador brasileiro em matéria de Poluição Atmosférica, o Médico e
professor da USP, Dr. Paulo Saldiva, a poluição mata cerca de 12 pessoas por
dia só em São Paulo. Mata mais idosos que jovens. Mata mais pobres que ricos.
Quem mora na periferia e tem que esperar nos pontos de ônibus respira mais
veneno do que quem está passando pelo ponto de carro soltando fumaça.
Para
complicar ainda mais a situação, a poluição em decorrência das fumaças emitidas
por veículos, agrava as mudanças climáticas o que ocasiona mais doenças.
Gerando um ciclo.
Uma
recente pesquisa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada),
evidenciou que esse tipo de poluição é um fator importante na saúde dos moradores
das cidades e que a emissão de gás carbônico por veículos automotores aumentou
283% em 30 anos no Brasil.
Inúmeras
são as doenças que podem ser ocasionadas por essa fumaça e a cada momento a
ciência nos mostra estudos que correlacionam a poluição ambiental como fator de
risco para diversas patologias.
Durante
décadas a poluição ambiental ficou relacionada apenas a patologias das vias
aéreas superiores e inferiores. Por exemplo: fator causal ou de piora de
rinites, sinusites, desencadeamento de pneumonias, descompensação de pacientes
portadores de Doença Pulmonar Obstrutitva crônica – DPOC (enfisema pulmonar e
bronquite crônica), desencadeamento de crises asmáticas. Isso acontece,
justamente pelo fato das vias áreas serem a via de entrada para os contaminantes
presentes na fumaça.
Um estudo
interessante publicado em 2011 em uma das revistas médicas mais renomadas “The
Lancet”, sugeriu que a poluição poderia impedir que os pulmões de crianças
crescessem normalmente, alcançando todo o seu potencial.
Em 2010 o
laboratório de poluição atmosférica experimental da USP (Universidade de São
Paulo), realizou uma pesquisa em 18 capitais e concluíram que todas essas
cidades vêm sofrendo uma influência cada vez maior de poluentes na saúde de sua
população, por causa do aumento da frota de carros.
Um estudo
publicado na revista Circulation correlacionou a poluição do ar ao aumento da
incidência de doenças cardiovasculares. Já um estudo interessante e recente,
feito pelo British Heart Association, da Inglaterra, evidenciou que quanto
maior a exposição à fumada de veículos maior o risco do indivíduo ter um
infarto agudo do miocárdio.
Outro
estudo publicado agora em 2011 mostrou que a exposição crônica à fumaça de
veículos leva a uma diminuição na capacidade de aprendizagem e memória em ratos
que foram expostos ao ar poluído por 15 horas por semana durante 10 semanas. De
acordo com os pesquisadores, foram encontrados “sinais de inflamação associados
ao envelhecimento precoce e à doença de Alzheimer”.
O aumento
da prevalência do Diabetes Mellitus também pode estar relacionado a partículas
finas decorrentes da poluição atmosférica, foi o que mostrou um recente estudo
publicado na Diabetes Care.
Outro
estudo evidenciou alterações na pressão arterial, níveis de lipídios e
marcadores inflamatórios de indivíduos expostos à um ar poluído.
Mas e aí, qual a solução?
Isso é
algo que os governantes em ação conjunta com o ministério da saúde e
pesquisadores da área deverão buscar. Não só pelas doenças em si ocasionadas,
mas pelos gastos que ocorrem, dinheiro este que poderia ser empregado em outras
áreas da saúde.
A
melhoria do sistema de transporte público e aumentar o número de ciclovias é
uma opção, já que está bem estabelecido que o aumento da frota de carros eleva
a produção de fumaça e com isso problemas de saúde.
As
produtoras de combustíveis devem tentar produzir substâncias que durante a
combustão, lancem produtos menos tóxicos no ar das cidades.
As
montadoras deveriam procurar lançar filtros de combustíveis mais eficientes,
além de motores menos poluentes, busca por fontes renováveis de energia,
fabricação de carros elétricos…
Cada
cidade deveria implantar a inspeção veicular. Esta seria hoje o principal
projeto de saúde pública no Brasil. Com isso os carros desregulados seriam retirados
de circulação e auxiliariam a reduzir o que denominam de “fumaça preta”.
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