1. (UFES/1997) Segundo a crença dos cristãos de Bizâncio, os ícones (imagens pintadas ou esculpidas de Cristo, da Virgem e dos Santos) constituíam a "revelação da eternidade do tempo, a comprovação da própria encarnação, a lembrança de que Deus tinha se revelado ao homem e por isso era possível representá-lo de forma visível".
(Franco Jr., H. e Andrade F°, R. O. O Império Bizantino.São Paulo, Brasiliense, 1994. p.27.)
Apesar da extrema difusão da adoração dos ícones no Império Bizantino, o imperador Leão III, em 726, condenou tal prática por idolatria, desencadeando assim a chamada "crise iconoclasta".
Dentre os fatores que motivaram a ação de Leão III, podemos citar o (a):
a) Intolerância da corte imperial para com os habitantes da Ásia Menor, região onde o culto aos ícones servia de pretexto para a aglutinação de povos que pretendiam se emancipar.
b) Necessidade de conter a proliferação de culto as imagens, num contexto de reaproximação da Sé de Roma com o imperador bizantino, uma vez que o papado se posicionava contra a instituição dos ícones e exigia a sua erradicação.
c) Tentativa de minar as bases políticas de apoio à sua irmã, Teodora, a qual, valendo-se do prestígio de que gozava junto aos altos dignitários da Igreja Bizantina, aspirava secretamente a sagrar-se imperatriz.
d) Aproximação do imperador, por meio do califado de Damasco, com o credo islâmico que, recuperando os princípios originais do monoteísmo judaico-cristão, condenava a materialização da essência sagrada da divindade em pedaços de pano ou madeira.
e) Descontentamento imperial com o crescente prestígio e riqueza dos mosteiros (principais possuidores e fabricantes de ícones), que atraiam para o serviço monástico numerosos jovens, impedindo-os, com isso, de contribuírem para o Estado na qualidade de soldados, marinheiros e camponeses.


2. (UFPB/1998) Em inícios do século VIII, o Império Bizantino, tendo à frente Leão Isáurico, encontrava-se abatido diante da expansão muçulmana. Leão entendeu que as derrotas do Império deviam-se à adoração crescente dos fiéis às imagens de santos e resolveu destruí-las.
Esse movimento ficou conhecido como:
a) Monofisista
b) Cesaropapista
c) Iconoclasta
d) Telefisista
e) Legitimista


3. (UNIPAR PR/2002) O chamado Cisma do Oriente, ocorrido em 1054, implicou:
a) na divisão do Império Romano em duas partes.
b) no avanço dos árabes sobre as terras da Europa rompendo o acordo que demarcava as fronteiras que dividiam cristãos e muçulmanos.
c) a divisão do Império de Carlos Magno fazendo surgir a França e a Alemanha.
d) a divisão da Igreja Católica com o surgimento da Igreja Ortodoxa em Constantinopla.
e) a formação dos reinos cristãos na Palestina desvinculados da Igreja de Roma.


4. (UNIFOR CE/1998) Considere as proposições abaixo sobre o Império Bizantino.
I. O Império Romano do Oriente foi criado quando o imperador Teodósio admitiu o Cristianismo em 395.
II. O apogeu do Império Bizantino ocorreu sob o governo do imperador Justiniano (século VI).
III. O governante máximo do Império Bizantino era o imperador, denominado basileu.
IV. Um dos principais fatores da sobrevivência do Império Bizantino por tantos séculos foi o grande desenvolvimento comercial favorecido pela localização geográfica de Constantinopla.
V. O predomínio da população grega na sociedade bizantina e seu gosto pela discussão de questões filosóficas e religiosas provocaram numerosos desvios nos dogmas estabelecidos pela Igreja Romana.
Pode-se afirmar que SOMENTE
a) I está correta.
b) I e II estão corretas.
c) II, III e IV estão corretas.
d) III, IV e V estão corretas.
e) II, III, IV e V estão corretas.


5. (EFOA MG/2005) O Império Bizantino se originou do Império Romano do Oriente, reunindo diferentes povos: gregos, egípcios, eslavos, semitas e asiáticos. Em razão disso, foi preciso criar um eficiente sistema político e administrativo para dar força e coesão àquele mosaico de povos e culturas.
Sobre o Império Bizantino é INCORRETO afirmar que:
a) a religião fornecia a fundamentação do poder imperial, mas absorvia grande parte dos recursos econômicos, originando várias crises.
b) a intolerância religiosa não deixava espaço de autonomia para que os indivíduos escolhessem seus próprios caminhos para a salvação.
c) a estrutura eclesiástica era extensa e muito influente, provocando intensa espiritualidade popular e várias controvérsias teológicas.
d) a fusão entre poder temporal e poder espiritual permitia que o Imperador indicasse laicos para postos na hierarquia eclesiástica.
e) a importância política do Imperador impediu que o Patriarcado se desenvolvesse independentemente, tal como o Papado do Ocidente.


6. (FGV/2001) Entre as múltiplas razões que explicam a sobrevivência do Império Romano no Oriente, até meados do século XV, está a:
a) capacidade política dos bizantinos em manter o controle sobre seu território, subordinado a uma Monarquia Despótica e Teocrática.
b) autonomia comercial das Cidades-estados otomanas, subordinadas ao Império Romano do Ocidente.
c) essencial ruralização da sociedade para proteger-se de migrações desagregadoras.
d) capacidade do Sultão Maomé II e manter, ao longo de seu governo, a unidade otomana do Império Bizantino.
e) política descentralizada, consequência das migrações gregas e romanas.


7. (UESPI/2003) Sobre o Império Bizantino é incorreto afirmar que:
a) Teve entre seus governantes o imperador Justiniano, sob quem foi feita a compilação do direito romano, mais tarde incorporado aos modernos sistemas de leis ocidentais.
b) Tinha sua capital na antiga Bizâncio grega, transformada em Constantinopla pelo imperador romano Constantino.
c) Foi o único império da Antiguidade que resistiu ao domínio romano.
d) Era governado por um poder imperial centralizado e despótico.
e) As principais heresias ali observadas eram as dos monofisistas e iconoclastas.


8. (UESPI/2003) Falando sobre o Império Bizantino, Cláudio Vicentino lembra que “com a obstrução do Mediterrâneo, intensificou-se o processo de ruralização da Europa ocidental, acentuando-se as características do feudalismo. Ao mesmo tempo, no lado oriental, crescia sob bases inteiramente diferentes uma sociedade rica, marcada por influências diversas, a sociedade bizantina, [cuja] produção agrícola desenvolvia-se em grandes extensões de terra, utilizando o trabalho de colonos livres e de escravos, situação inversa da que ocorreu com a produção rural feudal do Ocidente”.
(História Geral. São Paulo: Scipione, 1999. p. 114-115).
Nessa observação, o autor sugere elementos diferenciadores fundamentais entre a dinâmica da sociedade bizantina e o ocidente europeu feudal, diferenças cujo exemplo mais significativo é a:
a) Produção artesanal de trabalhadores semi-urbanos livres;
b) Atividade financeira intensa lastreada numa (para o tempo) sofisticada rede bancária;
c) Condição de ‘sociedade bloqueada’ da antiga pátria bizantina;
d) Concepção religiosa menos tolerante dos bizantinos quanto às atividades econômicas que denotassem trabalho compulsório;
e) Atividade comercial.


9. (UFPB/2005) Bizâncio, também chamada de Constantinopla, e, depois, de Istambul, capital da atual Turquia, era o centro de poder do Império Romano do Oriente, constituindo-se numa experiência histórica relevante e distinta, sob muitos aspectos, em relação às sociedades medievais do Ocidente europeu. A civilização bizantina NÃO tem como característica:
a) Cristianismo ortodoxo, diferenciado do apostólico romano.
b) Poder político fragmentado e feudal.
c) Desenvolvimento do comércio e da vida urbana.
d) Poder político centralizado e teocrático.
e) Diversidade cultural de base grega, romana e asiática.


10. (UFPB/2006) O Império Bizantino dominou vastas regiões de diferentes etnias, em três continentes (Europa, Ásia e África), sob a égide de um modelo teocrático centralizado, conhecido como cesaropapismo, no qual o Basileus concentrava, em suas mãos, a chefia suprema do exército, da administração do Estado (Poder de César) e da religião cristã (Poder de Papa). Por conseguinte, os conflitos de natureza política, econômica, social e cultural se manifestavam como questões de religião: as famosas “querelas religiosas” bizantinas.
Sobre essas querelas, é correto afirmar:
a) O Monofisismo, uma corrente religiosa europeia, concebia o caráter unicamente humano de Cristo, contrapondo-se ao poder central e à influência das províncias asiáticas, que defendiam a dupla natureza de Cristo (divina e humana).
b) A Questão Iconoclasta expressou as divergências entre os sacerdotes orientais (egípcios e maronitas) – defensores do culto das imagens – e os sacerdotes ocidentais (gregos e latinos) – contrários ao culto das imagens.
c) O Cisma do Oriente (1054) dividiu o Cristianismo em duas Igrejas, a Católica Romana e a Cristã Ortodoxa, significando um dos passos decisivos para a afirmação do poder papal na Europa Ocidental e da influência bizantina no leste europeu.
d) O Tribunal do Santo Ofício (a Inquisição) servia para garantir a ortodoxia da Igreja e foi criado pelo Basileus como instrumento de controle do poder central sobre as heresias, que explodiram primeiramente no Império Bizantino.
e) O Arianismo, uma heresia religiosa, foi responsável pela conversão dos povos germânicos (os “Bárbaros”) ao cristianismo, defendendo a superioridade dos povos arianos sobre asiáticos e semitas.