1. (UNIMONTES MG/2008) Em seu livro
“Sobre as Revoluções dos Corpos Celestes”, Copérnico afirmava:
“O
centro da Terra não é o centro do Universo, mas apenas o centro da gravidade e
da Lua.”
“Todos
os planetas giram em torno do Sol, como ponto médio de suas órbitas.”
“O que
parece ser o movimento do firmamento não é senão o movimento da Terra. A Terra
realiza uma rotação completa nos seus polos fixos, num movimento diário,
enquanto o firmamento permanece inalterado.”
“O que
parece ser o movimento do Sol é o movimento da Terra em sua órbita. A Terra
tem, portanto, mais de um movimento.”
As ideias
expressas na obra de Copérnico
a) contribuíram para a Teoria da Gravitação
Universal dos Corpos, apresentada mais tarde por Isaac Newton.
b) deram origem ao heliocentrismo, contrariando as afirmações de
Ptolomeu quanto ao posicionamento da Terra no sistema solar.
c) confirmaram a opinião da Igreja Católica
quanto ao posicionamento da Terra em relação ao Sol e aos planetas.
d) reafirmaram a autoridade do pensamento
defendido pela Igreja Católica em relação a questões científicas no campo da
Astronomia e da Física.
2. (UNIMONTES MG/2008) O papel da
igreja se tornava relevante. Como tinha em suas mãos a educação das pessoas, o
‘controle das almas’ na vida diária era um instrumento muito eficaz para
veicular a ideia geral de obediência e, em especial, a de obediência ao poder
do Estado. Mas o papel da Igreja não se limitava a isso. Ela estava presente na
vida e na morte das pessoas, nos episódios decisivos do nascimento, casamento e
morte. O ingresso na comunidade, o enquadramento nos padrões de uma vida
decente, a partida sem pecado deste ‘vale de lágrimas’ dependiam de atos
monopolizados pela Igreja.
(FAUSTO, Boris. A história do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000, p.
60)
Conforme
o texto e seus conhecimentos históricos, pode-se afirmar que
a) a Igreja Católica, em virtude da sua
presença no dia-a-dia colonial, detinha mais poder do que o próprio Estado,
constituindo-se em séria ameaça à Coroa Portuguesa.
b) a Igreja Católica, embora detivesse papéis
abrangentes, mantinha-se adstrita ao trabalho eclesiástico, uma vez que seu
envolvimento em temas políticos contrariava recomendações expressas do
Vaticano.
c) o ensino ministrado no período colonial, em
virtude do controle da Igreja Católica sobre a educação e da omissão da Coroa
Portuguesa, restringia-se ao estudo da história e teologia católicas.
d) a Igreja Católica ocupava amplos espaços
na sociedade colonial, estando ao seu encargo a administração e controle sobre
os registros de nascimento, casamento e óbito, bem como a administração dos
cemitérios.
3. (FUVEST SP/2009) “A Idade Média européia é
inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na
convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do
islamismo, sobre uma área comum impregnada pela cultura greco-romana.”
José
Ortega y Gasset (1883-1955).
O texto
acima permite afirmar que, na Europa ocidental medieval,
a) formou-se uma civilização complementar à
islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
b) originou-se uma civilização menos complexa
que a islâmica devido à predominância da cultura germânica.
c) desenvolveu-se uma civilização que se
beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
d) cristalizou-se uma civilização marcada pela
flexibilidade religiosa e tolerância cultural.
e) criou-se uma civilização sem dinamismo, em
virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.
4. (UESPI/2009) As corporações de ofício
movimentaram a vida econômica das cidades medievais na Europa, onde a ideia do
lucro era:
a) aceita, devido às influências de uma
burguesia que se expandia no comércio da época, sobretudo no mundo urbano.
b) condenada pela prevalência de uma
mentalidade religiosa que defendia a existência do justo preço no comércio.
c) malvista, apenas, por aqueles que estavam
ligados ao clero católico, dono das maiores corporações da época.
d) praticada por todas as corporações, pois não
havia influências da Igreja nas atividades econômicas das cidades.
e) restrita às corporações existentes nas
cidades italianas, não sendo aceita pelas cidades da Europa Central.
5. (PUC RS/2009) As transformações
históricas que marcaram a Europa Ocidental ao longo dos séculos XI a XV se
caracterizaram por um processo progressivo de
a) ruralização das atividades econômicas e
culturais.
b) crescimento do poder político não
eclesiástico.
c) decadência do grande comércio internacional.
d) expansão do poder senhorial sobre as
cidades.
e) diminuição da importância econômica das
guildas.
6. (UFRN/2009) O linguista russo Mikhail
Bakhtin (1895-1975) analisou concepções e práticas culturais vigentes na Idade
Média. Em uma de suas análises, ele afirmou:
O riso
era condenado pelo cristianismo oficial da Idade Média. O tom sério caracterizava
a cultura medieval oficial, sendo a única forma de expressar a verdade, o bem e
tudo o que era importante.
Apud:
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2005. p.
153.
As
reflexões de M. Bakhtin foram incorporadas pela pesquisa histórica
contemporânea que trata do quadro cultural da Idade Média. O panorama da Idade
Média delineado por essas pesquisas revela que
a) uma cultura popular, impregnada de humor,
também se manifestava por meio dos festejos carnavalescos, das encenações
cômicas e satíricas e dos gracejos dos bufões e dos bobos.
b) a influência da Igreja Católica conseguiu
homogeneizar a cultura do Ocidente medieval, moldando-a segundo seus valores e
extinguindo as criações humorísticas, consideradas profanas.
c) uma série de elementos culturais trazidos
pelos novos invasores (normandos e magiares) alteraram significativamente o
modelo cultural predominante na Europa ocidental.
d) a cultura universitária, também pregando a
austeridade e consagrando a divisão social dominante, foi o mais eficiente
sustentáculo dos modelos defendidos pela Igreja e pelos senhores feudais.
7. (UFRN/2009) Em 1095, atendendo ao
apelo do papa Urbano II para que iniciassem uma guerra contra os muçulmanos, os
nobres cristãos, motivados por ideais religiosos e econômicos, organizaram as
Cruzadas.
Considerando-se
o conjunto dessas expedições, que se prolongaram até 1270, pode-se destacar
como uma de suas consequências:
a) o enfraquecimento do comércio italiano no
Mar Mediterrâneo, em razão da insegurança e dos perigos gerados pelos conflitos
militares.
b) o fortalecimento da autoridade dos senhores
feudais, cujas finanças foram consolidadas com a exploração dos territórios do
Oriente.
c) a difusão e a assimilação da cultura
germânica pelo império bizantino, alterando significativamente o modo de viver
dos povos orientais.
d) a ampliação do universo cultural dos povos europeus, possibilitada
pelo contato com a rica cultura dos povos orientais.
8. (UNINOVE SP/2009) Nas cidades
medievais, as chamadas corporações de ofício dos artesãos controlavam a
produção e impediam a concorrência desleal, fixando os preços, os salários e os
padrões de qualidade. Dentre todas as funções dessas corporações, destacava-se
a de
a) regulamentar as relações comerciais entre
seus membros, além de incentivar o desenvolvimento de um mercado nacional.
b) reservar o mercado da cidade aos seus
membros, além de torná-los mais fortes para negociar com os senhores feudais.
c) incentivar a produção agrícola e
manufatureira, além de promover a ampliação do mercado para a produção
artesanal.
d) financiar as máquinas de seus membros para
aumentar a produção e ampliar o mercado dos artigos manufaturados.
e) garantir a autonomia administrativa da
cidade para libertar os artesãos e comerciantes das obrigações feudais.
9. (FGV/2009) (...) constituíram-se na Idade Média dois
poderes que se colocavam acima da autoridade dos reis e dos senhores e, por
isso, eram denominados poderes universais: o papado (poder espiritual ou
religioso) e o império (poder temporal ou político). A relação entre esses dois
poderes foi sempre problemática (...).
(Luiz
Koshiba, História – origens, estruturas e processos)
Pode
ser apontado(a) como um exemplo dessa relação problemática
a) a promulgação do Edito de Milão, em 313, que
reconheceu o poder espiritual do papa e estabeleceu o cristianismo como a
religião oficial do Império Romano, condição revogada pelo imperador Décio, no
fim do século IV.
b) o conflito conhecido como a Querela das
Investiduras, de 1076, que opôs o papa Gregório VII ao imperador Henrique IV,
do Sacro Império, e só foi superado em 1122, com a Concordata de Worms.
c) a determinação do imperador Teodósio I, a
partir de 391, em proibir todas as práticas não pagãs, que gerou uma forte
perseguição aos cristãos e o poder religioso voltou para a mão do imperador
romano.
d) o incentivo dos reinos cristãos,
principalmente do Império Carolíngio, em construir mosteiros longes das
cidades, o que efetivou a separação entre o poder temporal dos reis e o poder
espiritual dos monges e do clero em geral.
e) o apoio decisivo do imperador Constantino à
heresia ariana, construída pelos bispos do Oriente, no Concílio de Nicéia
(325), que defendia a concepção de que o poder temporal caberia apenas ao
soberano romano, mas com o beneplácito do papa.
10. (FGV/2009) Caro, o pão faltava nas
mesas dos pobres. Na Inglaterra, após mais de cem anos de estabilidade, seu
valor quintuplicou em 1315. Na França, aumentou 25 vezes em 1313 e
multiplicou-se por 21 em 1316. A carestia disseminou-se por toda a Europa e
perdurou por décadas.
(...) Faltava
comida não por ausência de braços ou de terras. (...) Afinal, se os camponeses
– esteio do crescimento demográfico verificado desde o ano 1000 – não
conseguiam produzir mais, era porque já haviam cultivado toda a terra a que
tinham acesso legal. Já os senhores não faziam pura e simplesmente porque não
queriam. Moeda sonante não era exatamente a base de seu poder e glória.
(Manolo
Florentino, Os sem-marmita, Folha de S.Paulo, 07.09.2008)
O texto
traz alguns elementos da chamada crise do século XIV, sobre a qual é correto
afirmar que
a) resultou da discrepância entre o aumento da
produtividade nos domínios senhoriais desde o século XI e o recuo da produção
urbana de manufaturas.
b) foi decorrência direta da peste negra, que
assolou o norte da Europa durante todo o século XIV, e fez com que os salários
fossem fixados em níveis muito baixos.
c) resultou do recrudescimento das obrigações
feudais, que gerou a concentração da produção de trigo e cevada nas mãos de
poucos senhores feudais da França.
d) foi deflagrada, após as inúmeras revoltas
operárias, no campo e na cidade, que quebraram com a longa estabilidade do
mundo feudal europeu.
e) teve ligação com as estruturas feudais
que impediam que a produção crescesse no mesmo ritmo do crescimento da
população em certas regiões da Europa.
11. (UNCISAL AL/2009) A crise do
feudalismo na Idade Média foi, em grande medida, consequência:
a) do aumento do prestígio da Igreja.
b) do sucesso militar do movimento das
Cruzadas.
c) das transformações das relações de
trabalho.
d) do crescimento da população européia no
século XIV.
e) da consolidação da política dos feudos.
12. (UNIFESP SP/2009) Por trás do
ressurgimento da indústria e do comércio, que se verificou entre o século XI e
XIII, achava-se um fato de importância econômica mais fundamental: a imensa
ampliação das terras aráveis por toda a Europa e a aplicação à terra de métodos
mais adequados de cultivo, inclusive a aplicação sistemática de esterco urbano
às plantações vizinhas.
(Lewis
Mumford. A cidade na história. São Paulo: Martins Fontes, 1982.)
O texto
trata da expansão agrícola na Europa ocidental e central entre os séculos XI e
XIII. Dentre as razões desse aumento de produtividade, podemos citar
a) o crescimento populacional, com decorrente
aumento do mercado consumidor de alimentos.
b) a oportunidade de fornecer alimentos para os
participantes das cruzadas e para as áreas por eles conquistadas.
c) o fim das guerras e o estabelecimento de
novos padrões de relacionamento entre servos e senhores de terras.
d) a formação de associações de profissionais,
com decorrente aperfeiçoamento da mão-de-obra rural.
e) o aprimoramento das técnicas de cultivo e
uma relação mais intensa entre cidade e campo.
13. (PUC SP/2009)
“Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura
E
grande vitória sobre os Infiéis.”
Citado
por Georges Duby. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.
13
Os três
versos são do século XII e reproduzem a fala de um rei na sagração de um
cavaleiro. Eles sugerem
a) o caráter religioso predominante nas
relações de servidão, que uniam os nobres medievais e asseguravam a mão-de-obra
nos feudos.
b) a ausência de centralização política na Alta
Idade Média, quando todos podiam, por decisão real, ser sagrados nobres e
cavaleiros.
c) o reconhecimento do poder de Deus como
supremo e a crença de que a coragem dependia apenas da ação e da capacidade
humanas.
d) a hierarquia nas relações de vassalagem e o significado político e
religioso, para os nobres, das ações militares contra os muçulmanos.
e) o juramento que todos os nobres deviam fazer
diante do rei e do Papa e a exigência de valentia e força para participação nos
torneios.
14. (UECE/2009) “Numa sociedade em que toda
consciência é uma consciência religiosa, os obstáculos são antes de tudo – ou
finalmente – religiosos. A esperança de escapar ao Inferno, graças ao
Purgatório, permite ao usurário fazer avançar a economia e a sociedade do
século XIII em direção ao capitalismo”.
(LE
GOFF, J. A bolsa e a vida – a usura na Idade Média. Trad. Rogério Silveira
Muoio. São Paulo: Brasiliense, 2004. p.90).
Sobre a
usura, assinale o correto.
a) Foi uma prática utilizada e incentivada pela
Igreja Católica no decorrer da Idade Média.
b) Foi considerada um pecado grave para a
doutrina e a mentalidade eclesiástica da Idade Média.
c) Foi utilizada como inspiração para o modelo
econômico predominante na Idade Média.
d) Foi o impulso econômico para o incentivo das
grandes navegações pós-medievais.
15. (UFAC/2009) O chamado “Cisma do
Oriente” se deu em 1054, quando:
a) Os senhores feudais romperam com os dogmas
da igreja católica na Europa ocidental.
b) O Papa da igreja católica da Europa
Ocidental fez aliança com o cristianismo de Constantinopla.
c) Os religiosos do ocidente ficaram
desconfiados dos hereges.
d) O Patriarca de Constantinopla, Miguel
Cerulário, proclamou a autonomia total da Igreja Oriental em relação à Igreja
Católica Ocidental.
e) O Papa do ocidente se rende aos dogmas do
mundo americano.
16. (UFPA/2009) Para o historiador Jacques
Le Goff: “Os homens da Idade Média entram em contato com a realidade física por
intermédio de abstrações místicas e pseudocientíficas”.
(LE
GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Bauru, SP: Edusc,
2005. p.131.)
Isto
quer dizer que o misticismo e o cristianismo dos homens medievais interferiam
na sua forma de entender o mundo que os cercava e a natureza. Sobre a forma
medieval de conceber o mundo natural, é correto afirmar que aqueles homens
a) eram incapazes de entender a natureza e as
leis que a governavam, decretando assim o atraso da época medieval em relação
aos tempos de hoje.
b) tinham uma interpretação simbólica do
mundo natural, pela qual a fauna e a flora valiam pelo que significavam, não
pelo que podemos apurar pela experiência científica.
c) eram herdeiros do mundo grego fundado na
primazia de um Deus onipotente e onipresente, o que marcava a percepção
medieval sobre o ambiente, tido como uma manifestação do poder de Deus.
d) tinham uma concepção mecanicista da
natureza, entendida como uma máquina perfeita, governada por leis e iluminada
por Deus.
e) desenvolveram o processo de matematização da
realidade natural, fundamento da ciência moderna e exata.
17. (UNIFOR CE/2009) Analise o
texto.
Os
promotores das cruzadas e os cruzados haviam se colocado, pelo menos, três
objetivos. A conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a
união da cristandade contra os infiéis. Mas nenhum desses objetivos havia sido
alcançado plenamente. Nas palavras de um importante historiador da Idade Média:
"se os cruzados são os grandes perdedores da expansão cristã no século XII,
os grandes ganhadores foram em definitivo, os comerciantes".
(Jacques
Le Goff. La Baja Edad Média. In: Myriam Becho Mota e Patrícia Ramos Braick. História:
das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2002. p. 116)
Quando
refere-se ao contexto histórico da Baixa Idade Média, o autor deixa implícito a
ideia de que as cruzadas
a) tiveram uma papel fundamental na expansão
territorial européia, o que contribuiu para resolver os problemas decorrentes
da escassez de terras.
b) permitiram a difusão dos valores religiosos
cristãos entre os povos pagãos, o que explica o aumento de poder da Igreja
católica sobre as regiões conquistadas.
c) foram responsáveis pela expulsão dos judeus
da região da Palestina, o que comprova o fato de eles terem sido submetidos
durante muito tempo pelos cristãos.
d) provocaram transformações na economia, estimulando a ação de mercadores
que se aproveitaram das viagens para criarem novas atividades econômicas.
e) unificaram toda a cristandade contra os
povos do Império Bizantino, gerando intensos conflitos que possibilitaram os
movimentos de unificação das nações da Europa Ocidental.
18. (UPE/2009) A religião teve
importância para a Idade Média em amplos aspectos da sua vida social. Além do
seu destaque político, merece ressaltar figuras, como Tomás de Aquino, pensador
influente, que, no período Medieval,
a) foi um crítico dos costumes da época, sendo
partidário de heresias que incomodavam o clero secular.
b) se firmou como um dos pensadores
importantes da Igreja Católica, embora tivesse ligações filosóficas com
Aristóteles.
c) negou a necessidade de acreditar em Deus de
forma institucional, defendendo o pensamento de santo Agostinho.
d) influenciou as ideias da Igreja no período
da Alta Idade Média, com sua exaltação da fé individual.
e) se tornou o centro do pensamento cristão no
Ocidente, construindo uma reflexão a partir de Platão e dos pré-socráticos.
19. (UNCISAL AL/2008) O texto a
seguir revela a visão de um historiador sobre conflitos ocorridos na Europa, no
final do período medieval.
A
principal fonte de tensões sociais estava no campo. A luta entre senhores e
camponeses era endêmica. Exasperava-se por vezes em crises de extrema
violência. (...) Mas a forma habitual da luta dos camponeses contra os senhores
é a surda guerrilha dos roubos nas terras do senhor, da caça furtiva em suas
florestas, do incêndio de suas colheitas. É resistência passiva, com o mau
trabalho nas corveias, a recusa de entrega de prestações em espécie, a fuga aos
pagamentos. (...) A hostilidade dos camponeses ao progresso técnico é ainda
mais impressionante. Essa hostilidade não se explica por nenhum desemprego
tecnológico, mas sim porque o maquinismo medieval vinha acompanhado de um
monopólio da máquina em benefício do senhor, que fazia obrigatória e onerosa, em
seu proveito, a respectiva utilização.
(J. Le
Goff. A Civilização do Ocidente Medieval)
A
partir da leitura do texto, pode-se afirmar que os camponeses revoltaram-se
contra
a) as obrigações servis que tinham de pagar
pelo uso de instalações, como moinhos e fornos, dos senhores feudais.
b) grupos de servos que praticavam todas as
formas de violência e destruíam as plantações e praticavam assaltos.
c) os senhores feudais porque estes proibiam a
utilização de máquinas mais modernas no processo de produção.
d) o desemprego que era provocado pela
introdução de máquinas agrícolas em todas as atividades agropecuárias.
e) os baixos salários pagos pelos senhores
feudais aos que trabalhavam na criação de animais e nas colheitas.
20. (UFT TO/2008) “Afirmou-se com freqüência
que o mercador medieval foi importunado em sua atividade profissional e
rebaixado em seu meio social devido à atitude da Igreja a seu respeito.
Condenado
por ela no próprio exercício de sua profissão, teria sido uma espécie de pária
da sociedade medieval dominada pela influência cristã”.
(LE
GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. São Paulo:
Martins Fontes, 1991, p. 71)
Considerando-se
as informações desse texto, é CORRETO afirmar que uma das ações condenadas pela
Igreja era:
a) o celibato
b) a usura
c) a ordem mendicante
d) a investidura
21. (CEFET PR/2009) "Os séculos XII e
XIII poderiam ser chamados de séculos heréticos, caso pudéssemos olhar a
história de uma época ou período sob um único prisma, ou seja, o da história da
Igreja Ocidental. (...) As primeiras heresias distinguem-se das que ocorreram
nos séculos XII e XIII, pelo seu caráter puramente filosófico e teológico, que
fazia especulação racional em torno dos princípios ou dogmas cristãos, em geral
planos do pensamento que tratavam da Trindade, da natureza divina e humana de
Cristo e da própria relação existente entre ambas, bem como de questões ligadas
à essência da divindade. Porém, o que caracteriza as heresias (...) da Baixa
Idade Média, é o seu cunho popular assentado sobre uma nova visão ética da
instituição eclesiástica e do cristianismo como religião vigente na sociedade
ocidental".
(FALBEL,
Nachman. Heresias Medievais. São Paulo: Perspectiva, 1976. p. 13)
Tendo
como base o texto acima transcrito, assinale, das heresias abaixo relacionadas,
aquela que NÃO corresponde ao período compreendido entre os séculos XII
e XIII.
a) Monofisismo: afirmavam que Cristo tinha
apenas natureza divina.
b) Albigenses ou Cátaros: acreditavam em um
deus do Bem e outro do Mal.
c) Valdenses: afirmavam que os sacramentos não
tinham valor se o padre que os ministrasse fosse pecador.
d) Bogomilismo: acreditavam que a Igreja de
Roma fora corrompida pela riqueza e que o cristianismo verdadeiro existia
apenas na pobreza e na vida simples.
e) Joaquim de Fiori: desenvolveu um fantástico
simbolismo numérico e uma profunda interpretação alegórica e tipológica das
Sagradas Escrituras.
22. (CEFET PR/2009) As Cruzadas são
tradicionalmente definidas como expedições de caráter “militar” organizadas
pela Igreja, para combaterem os inimigos do cristianismo e libertarem a Terra
Santa (Jerusalém) das mãos desses infiéis. O movimento estendeu-se desde os
fins do século XI até meados do século XIII. Sobre esse assunto, assinale a
alternativa INCORRETA.
a) O termo Cruzadas passou a designar esse
movimento em virtude de seus adeptos serem identificados pelo símbolo da cruz
bordado em suas vestes.
b) As peregrinações em direção a Jerusalém,
assim como as lutas travadas contra os muçulmanos na Península Ibérica e contra
os hereges em toda a Europa Ocidental, foram justificadas e legitimadas pela
Igreja.
c) O movimento cruzadista foi motivado pelo
predomínio da Igreja sobre o comportamento do homem medieval.
d) Muitos nobres passaram a encarar as
expedições à Terra Santa como uma real possibilidade de ampliar seus domínios
territoriais.
e) As Cruzadas Medievais foram um conjunto
de fatos isolados e em nada influenciaram a superação da crise que se instalava
na sociedade feudal durante a Baixa Idade Média.
23. (CEFET PR/2009) Durante a Idade Média, a
ciência e a filosofia estavam entrelaçadas e as influências árabe e grega foram
muito fortes para o progresso da matemática, astronomia, biologia e medicina.
Um dos grandes nomes da ciência medieval foi o monge franciscano Roger Bacon
(1214- 1294), que introduziu a observação da natureza e o uso de experimentação
com métodos científicos. Na filosofia, a principal preocupação era tentar
harmonizar a fé cristã com a razão, cuja maior expressão foi o conjunto de
elaborações intelectuais dos doutores da Igreja, entre eles Santo Anselmo
(1033- 1109), São Bernardo (1090-1153), Santo Alberto Magno (1200-1280), São
Boaventura (1217-1274) e São Tomás de Aquino (1225-1274), que tentaram
reconstruir, dentro da visão cristã, boa parte das teorias de Aristóteles, mas
sempre sob a autoridade do seu magistério supremo, o Papa. Estamos tratando de:
a) Teologia Dogmática.
b) Escolástica.
c) Epicurismo.
d) Teodicéia.
e) Estoicismo.
24. (ESPM/2009) Leia o texto e responda:
A escolástica propunha-se a demonstrar que existia íntima relação entre
a fé e a razão, entre a teologia e a filosofia. Procurou-se conciliar os
postulados da fé cristã com as normas da razão humana. Adotaram-se os conceitos
racionalistas de Aristóteles, harmonizados com os ensinamentos da fé.
(Marvin
Perry. Civilização Ocidental)
É
possível assinalar que o maior filósofo escolástico foi
a) Bossuet.
b) Torquemada.
c) Cícero.
d) Tommaso Campanella.
e) Tomás de Aquino.
25. (ESPM/2009) Nos últimos anos do século
XI tiveram início as Cruzadas. Expedições de cunho religioso-militar em que
tomaram parte os cristãos constituíram um movimento de expansão dos cristãos
europeus em direção ao Oriente.
Ao
mesmo tempo serviram como uma forma de aliviar as pressões demográficas sobre o
sistema feudal.
(Leonel
Itaussu. História Antiga e Medieval: da Comunidade Primitiva ao Estado Moderno)
Assinale
a alternativa que apresente uma consequência das Cruzadas: a libertação
definitiva de Jerusalém do domínio dos muçulmanos;
a) a libertação definitiva de Jerusalém do
domínio dos muçulmanos;
b) a implantação do sistema feudal na Terra
Santa;
c) a interrupção das relações comerciais entre
o Ocidente e o Oriente;
d) a reabertura do Mediterrâneo ao comércio
europeu;
e) a transformação do Mediterrâneo em um “lago
muçulmano”, tendo em vista a vitória dos islamitas.
GABARITO
0 Comentários