1. (UFG GO/2006) O movimento cruzadístico,
iniciado no século XI, revelou as tensões sociais próprias ao mundo feudal, que
se expressaram:
a) no esforço da Igreja Católica em incentivar
a veneração das relíquias e dos lugares santos em Jerusalém.
b) na expectativa dos cavaleiros cristãos e dos
comerciantes genoveses e venezianos de obter fama e fortuna no Oriente
Próximo.
c) no controle e na proteção, pelas ordens
monásticomilitares, dos peregrinos europeus cristãos em viagem à Terra Santa.
d) na crítica ao imobilismo da Igreja Católica,
incapaz de conter o avanço dos muçulmanos na Península Ibérica.
e) na ascensão de guerreiros europeus,
excluídos da herança de terras, à posição de senhores feudais, na Terra Santa.
2. (UFC CE/2006) No ano de 1348, a peste
negra devastou a Europa e ceifou um terço de sua população. Analise as
afirmações abaixo sobre essa catástrofe.
I. Veio da Ásia pela rota da seda, em virtude
do comércio estabelecido por negociantes genoveses e venezianos.
II. Ocorreu num século de retração da economia
européia, marcado por várias revoltas camponesas, e contribuiu para o
enfraquecimento do feudalismo.
III. Atingiu indiscriminadamente as várias
categorias sociais, tanto das cidades como das áreas rurais, como ocorria com
uma outra doença comum na época, a lepra.
Com
base nas três assertivas, é correto afirmar que somente:
a) I é correta
b) II é correta
c) III é correta
d) I e II são corretas
e) II e III são corretas
3. (UFG GO/2007) Leia o texto abaixo, que
se refere à história do significado do trabalho.
Do
ponto de vista da história, uma das revoluções do cristianismo no Ocidente,
reforçada pela tradição monástica hostil ao ócio, é ter feito do trabalho um
valor.
IOGNA-PRAT,
Dominique. Ordem (ns). In: Dicionário temático do ocidente medieval. Bauru/SP:
EDUSC: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. p. 313. [Adaptado].
A
respeito da história da concepção de trabalho, pode-se afirmar que, na
a) Grécia Antiga, as atividades manuais eram
consideradas socialmente superiores.
b) Roma Antiga, o estatuto da escravidão
limitava o trabalho do escravo às atividades no campo.
c) Roma republicana, o trabalho foi pensado
como preço a ser pago pelo castigo decorrente do pecado original.
d) Idade Média, concebeu-se o trabalho como
meio pelo qual o fiel poderia elevar-se de sua condição mundana.
e) Baixa Idade Média, o estatuto do trabalho
nas cidades era semelhante ao da servidão nos campos.
4. (UFPB/2006) Nos séculos XIV e XV, após
um longo período de crescimento e expansão, a Ordem Feudal do Ocidente europeu
vivenciou uma longa e profunda crise que culminou no advento dos ‘Tempos
Modernos’.
Nesse
sentido, NÃO constitui um acontecimento histórico relacionado à crise:
a) A Peste Negra
b) A Guerra dos Trinta Anos
c) As revoltas comunais
d) A Guerra dos Cem Anos
e) As Jacqueries
5. (UFPE/2006) Analise as afirmativas
abaixo relacionadas com a existência das Cruzadas.
I) As Cruzadas eram expedições organizadas
pelos senhores feudais, com a finalidade de reativar a vida nos feudos.
II) As Cruzadas, expedições marcadas por
interesses religiosos e econômicos, contavam com a participação da Igreja
Católica.
III) As Cruzadas não trouxeram contribuições para
a economia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e exacerbaram o
fanatismo religioso.
IV) A participação da população pobre nas
Cruzadas foi significativa e aponta para um dos momentos de crise do sistema
feudal.
V) Os lucros dos nobres nas Cruzadas
contribuíram para revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho
assalariado.
Está(ão)
correta(s):
a) IV apenas
b) II e III apenas
c) I apenas
d) I, II, III, IV e V
e) II e IV apenas
6. (EFOA MG/2006) A partir da baixa Idade
Média, alguns fatores, como o desenvolvimento comercial e urbano, contribuíram
para o fortalecimento do poder real. Sobre as consequências da centralização do
poder nas mãos dos reis, é INCORRETO afirmar que:
a) o comércio ficou enfraquecido, pois se
reduziu a liberdade dos grupos mercantis que percorriam a Europa vendendo seus
produtos.
b) o rei passou a monopolizar a força, a
justiça e a tributação, o que contribuiu para o fortalecimento da burguesia e o
enfraquecimento do clero e da nobreza.
c) o poder do rei se estendeu por todo o
território, o que contribuiu para a uniformização das leis e das instituições
políticas, jurídicas e administrativas.
d) o particularismo, ou seja, o poder exercido
pelos senhores feudais, e o universalismo, designando o poder papal e do Sacro
Império, foram enfraquecidos.
e) o Renascimento acelerou a centralização
monárquica, uma vez que a defesa do individualismo era um estímulo para a
identificação do rei com o ideal nacional.
7. (UFU MG/2005) A Baixa Idade Média,
período que vai do século X ao XV, foi marcada por processos históricos que
desencadearam a crise do feudalismo, transformações de hábitos e costumes em
relação ao tempo e ao trabalho. A esse respeito, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) as cruzadas mesclaram interesses de
cristianização de povos considerados infiéis e de expulsão de povos bárbaros de
importantes regiões e rotas comerciais. A expulsão dos mouros da Península
Ibérica fortaleceu as monarquias de Portugal e Espanha, criando condições para
que estes se tornassem pioneiros nas grandes navegações.
b) nas cidades, a nascente burguesia aliou-se
à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do
poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura
e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga
escala de artigos manufaturados.
c) na Baixa Idade Média foram construídas grandes
catedrais em estilo gótico, mostrando a imponência da Igreja Católica. Por
outro lado, proliferam obras que rompiam com dogmas católicos e apresentam
visões profanas e laicas sobre o homem.
d) na crise do feudalismo o tempo passou do
domínio sagrado para o laico. O tempo cíclico da Igreja, em que predominavam as
mudanças naturais e climáticas, deu lugar ao tempo regido pelas necessidades de
acumulação de capital pela nascente burguesia, promovendo a disciplina e a
rotina semanal de trabalho nas manufaturas.
8. (UNAERP SP/2006) As corporações eram
organizações existentes nas cidades, das quais participavam indivíduos que
praticavam o mesmo oficio, os artesãos. Inicialmente, esse sistema apresentava
duas características básicas:
a) Igualdade entre os mestres das diferentes
corporações e possibilidades de acesso ao posto de mestre pelos seus
colaboradores constituídos pelos oficiais ou companheiros e aprendizes.
b) Alargamento do mercado e a diferenciação
dentro da corporação.
c) As maiores controlavam as atividades mais
rendosas e monopolizavam, juntamente com os grandes comerciantes, o governo das
cidades.
d) Os ricos artesãos, através de uma série de
regulamentos, dificultavam o acesso ao posto de mestre dentro das corporações e
monopolizavam o comercio dos produtos orientais.
e) Impossibilidade de os aprendizes ascenderem
ao posto de mestre e inexistência de diferenciação dentro das corporações.
9. (UNESP SP/2006) Leia os dois textos
seguintes.
No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é
o dia [...] definido pela referência mutável ao tempo natural, do levantar ao
pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda dominada
pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem
inquietações de produtividade.
(Jacques
Le Goff. O tempo de trabalho na ‘crise’ do século XIV.)
Na
verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o
que queriam. Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e
atrasados à tarde e em lugar de serem instrumentos de medida do tempo eram
utilizados para o engano e a opressão.
(Anônimo.
Capítulos na vida de um menino operário de Dundee, 1887.)
Entre
as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar:
a) a predominância no campo de uma relação
próxima entre empregadores e assalariados, uma vez que as atividades agrárias
eram regidas pelos ritmos da natureza.
b) o impacto do aparecimento dos relógios
mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que passa a ser calculado
em horas no campo e na cidade.
c) as mudanças trazidas pela organização
industrial da produção, que originou uma nova disciplina e percepção do tempo,
regida pela lógica da produtividade.
d) o conflito entre a Igreja Católica, que
condenava os lucros obtidos a partir da exploração do trabalhador, e os
industriais, que aumentavam as jornadas.
e) a luta entre a nobreza, que defendia os
direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que defendia o êxodo
rural e a industrialização.
10. (UNIFESP SP/2006) Na Baixa Idade
Média, mais precisamente entre os séculos XII e XIII, o centro-norte da Itália
formava um viveiro de prósperas cidades que expressavam o vigor da retomada
econômica do Ocidente naqueles séculos. Muitas dessas cidades, em termos político-administrativos,
eram:
a) autônomas, organizadas como repúblicas, e
internamente divididas em simpatizantes do papa (guelfos) e simpatizantes do
imperador (gibelinos).
b) repúblicas, internamente coesas, e aliadas
umas às outras na luta contra os poderes universais do papa e do imperador.
c) organizadas internamente como democracias, e
externamente como uma federação, para tratar com o papa e o imperador.
d) governadas por condottieri, que
garantiam sua independência frente aos inimigos externos, constituídos pelo
papa e pelo imperador.
e) soberanas que, para escapar à dominação
bizantina e sarracena, financiavam o Império e o Papado.
11. (UNIFOR CE/2006) Leia
atentamente o texto a seguir.
Deixai
os que outrora estavam acostumados a se baterem, impiedosamente, contra os
fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os infiéis (...) Deixai os que
até aqui foram ladrões, tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora se
bateram contra seus irmãos e parentes, lutarem agora contra os bárbaros, como devem.
Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários, receberem agora a
recompensa eterna. (...)
(Papa
Urbano II, em Clermont, França, em 1095. In Leo Huberman. História da riqueza
do homem. Trad. São Paulo: Zahar, 1984. p. 28)
O Papa
Urbano II, no Concílio de Clermont, convocou os cristãos a retornarem a Terra
Santa, ocupada pelos muçulmanos, dando origem:
a) às expedições militares motivadas
exclusivamente pelo sentimento religioso de retomar as terras da cristandade
aos infiéis.
b) ao movimento da cristandade em direção ao
Oriente unicamente para estabelecer relações comerciais com os muçulmanos.
c) às expedições religiosas da Igreja Bizantina
para manter contato mais próximo com os muçulmanos, importantes para o controle
da região.
d) às expedições cristãs empreendidas contra
os muçulmanos, motivadas pelo fervor religioso, conquistas territoriais e
interesses comerciais.
e) às expedições cristãs organizadas pela
Igreja com o intuito de conquistar terras e fortuna para a nobreza do Império
Bizantino.
12. (UPE/2006) A Igreja dominou muitas
das manifestações medievais. Seu poder ia além da religião, salientando-se
também sua riqueza econômica. No entanto, existiram resistências e críticas aos
exageros do poder católico. A ordem dominicana, fundada no século XIII,
a) incorporou muito dos ensinamentos das
heresias existentes, revolucionando o catolicismo.
b) destacou-se pelos seus combates aos
pagãos e pela sua atuação nas universidades da época.
c) seguiu o caminho aberto pelos franciscanos,
criticando a vida dos papas medievais, cercada de luxo e poder.
d) aceitou as heresias da época, estimulando o
desenvolvimento intelectual da Idade Média.
e) foi fundada para fazer oposição à ordem
franciscana, que liderava a Igreja da época com seus ensinamentos.
13. (UFAM/2006) As Jacqueries que
marcaram profundamente os momentos finais da Idade Média constituíam-se em:
a) Organizações de trabalhadores em guildas e
corporações de ofício para fazer frente ao avanço da produção manufatureira;
b) Guerras religiosas iniciadas pelos
calvinistas na Alemanha e Países baixos;
c) Cercamento dos campos pelos grandes
proprietários rurais, com a consequente expulsão de camponeses e posseiros.
d) Revoltas populares urbanas contra o domínio
senhorial e por maior liberdade de comércio;
e) Revoltas populares empreendidas pelas
populações pobres do campo como consequência da escassez de alimentos, carestia
e aumento de impostos.
14. (UFJF MG/2006) As primeiras universidades
criadas na Baixa Idade Média foram a Universidade de Bolonha e a de Paris. Em
sua grande maioria, eram ligadas à Igreja, fundadas pelo Papa ou por ele
confirmadas. Monarcas e príncipes também julgavam-se no direito de poder criá-las.
Sobre
as universidades medievais, é INCORRETO afirmar que:
a) o crescimento do número de universidades,
principalmente após o século XII, estava atrelado à expansão dos setores urbano
e comercial.
b) desde seu início, as universidades
conseguiram manter-se afastadas da influência do pensamento predominante da
Igreja Católica.
c) a criação das universidades ampliou a
atividade de ensino, anteriormente centralizada junto aos mosteiros situados no
campo.
d) o ensino abordava áreas de conhecimento como
a gramática, a retórica, a lógica, a aritmética, a geometria, a astronomia e a
música.
e) a filosofia escolástica, estudada nas
universidades, buscava harmonizar a razão com a fé.
15. (UFPA/2006) Do século XII ao XIII,
entre os cristãos europeus, a ideia da existência do Purgatório começou a tomar
corpo no Ocidente Cristão como uma espécie de espaço da tolerância. Se antes as
almas dos homens inevitavelmente se dirigiam para o Inferno ou para o Paraíso,
agora houve uma transformação da mentalidade cristã, que
a) recuperava elementos religiosos do Paganismo
antigo que estavam afinados com os preceitos dos dogmas cristãos.
b) criava as bases para a beatificação e
canonização de santos que viveram na Antiguidade, na Grécia ou em Roma, antes
do aparecimento de Cristo.
c) retomava o preceito platônico do mito da caverna - a formulação clássica do Purgatório na Filosofia grega, que separava a terra
dos homens e o Olimpo dos deuses.
d) rompia com o preceito de que todos
aqueles que haviam nascido antes do aparecimento de Jesus Cristo, mesmo os
sábios e homens exemplares, estavam automaticamente condenados às profundezas
das trevas.
e) possibilitou surgir, na doutrina oficial da
Igreja, a tolerância defendida por Santo Agostinho em relação aos povos pagãos
e as suas formas de religiosidade.
16. (FURG RS/2006) Sobre as Cruzadas, podemos
afirmar que
a) surgiram pela influência da igreja
católica na mentalidade popular.
b) expressavam certas especificidades como a
não belicosidade.
c) ocorreram entre os séculos V e X d.C.
d) agiam em nome dos reis, sem ligações com a
igreja católica.
e) representaram expedições militares
realizadas pelos cristãos orientais.
17. (UEPB/2006) “Burgo é a denominação de
inúmeras fortalezas edificadas nos inseguros séculos IX e X. Mantinham
guarnições permanentes, sediavam os tribunais e residências dos grandes senhores
e serviam de refúgio às populações vizinhas, tornando-se locais extremamente
procurados por mercadores.
Com o
crescimento demográfico, esses burgos ficaram pequenos para abrigar o crescente
número de viajantes e comerciantes. Estes instalavam-se, então, em subúrbios
fora das muralhas, chamados de forisburgos. Com o tempo os forisburgos cercavam-se
também de muralhas que, envolvendo as antigas fortificações senhoriais, davam
origem a novas cidades”.
(Ciro
de Barros Rezende filho. As cidades medievais. São Paulo: Ática, 2003)
A
respeito das cidades medievais, é correto afirmar:
a) O principal núcleo da população urbana era
formado por nobres, artesãos e comerciantes.
b) A organização das cidades variava
conforme os direitos e liberdades adquiridos pelos burgueses, mediante
pagamento ao senhor feudal.
c) A estagnação comercial da Baixa Idade Média deu
origem a novas cidades e à construção de castelos.
d) As hansas caracterizavam-se como um
importante órgão administrativo das cidades medievais, indicando magistrados e
prefeitos para a gestão urbana.
e) Por determinação da Igreja, as abadias não
puderam se constituir como núcleos urbanos, como forma de impedir-se a ajuda
aos pobres e necessitados que viviam sob seus muros.
18. (UFAC/2006) Falando do Período
Medieval europeu, é errado fazer a seguinte afirmação:
a) Os laços de vassalagem no período medieval
envolviam direitos e obrigações, dentre as quais se destaca a prestação de
serviço militar para a proteção do suserano.
b) A educação era controlada principalmente
pelo clero católico, que dominava as escolas dos mosteiros, as escolas
paroquiais e as universidades.
c) A cultura, em geral, estava impregnada do
ideal religioso e a fé superava a razão.
d) A Igreja foi, durante toda a Idade Média,
uma instituição poderosa, não apenas do ponto de vista religioso, mas também em
termos políticos, sociais, econômicos e culturais.
e) O Período Medieval europeu foi marcado
pela total paralisação das atividades culturais, sendo corretamente chamado de
Idade das Trevas.
19. (FMJ SP/2007) Após um período de
estagnação, percebe-se, por volta do século XII, um renascimento das atividades
comerciais no continente europeu. Dentre os fatores que possibilitaram tal
fato, pode-se destacar
a) a concentração de poder nas mãos dos reis,
submetendo os senhores feudais à sua autoridade e unificando a moeda em seus
reinos.w.historiaemfoco.com.br
b) o surgimento de novas religiões cristãs, a
partir da Reforma Protestante, que valorizavam o trabalho e o lucro.
c) a produção de um excedente agrícola, em
função da utilização de novas técnicas, gerando bens para o mercado.
d) o crescimento da classe guerreira, a partir
do aumento geral de população, garantindo a segurança das estradas.
e) o despovoamento dos campos, causado pela
Peste Negra, tornando necessária a compra de gêneros alimentícios básicos.
20. (UFTM MG/2006) A peste negra devasta a
Europa e ceifa um terço de sua população durante o verão de 1348. Como a Aids
para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado. Então,
procuram-se bodes expiatórios e encontram-se judeus e os leprosos, acusados de
envenenarem os poços. As cidades isolam-se, proibindo a entrada ao estrangeiro
suspeito de trazer o mal. A morte está em toda parte, na vida, na arte, na
literatura. Contudo, os homens desse tempo temem muito uma outra doença, a
lepra, considerada o sinal distintivo do desvio sexual. Nos corpos desses
infelizes refletir-se-ia a podridão de sua alma. Então leprosos são isolados,
enclausurados. Uma rejeição radical que evoca algumas atitudes em relação à
Aids.
(Georges
Duby, Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos)
De
acordo com o texto,
a) tanto a sociedade medieval quanto a
contemporânea desenvolveram atitudes solidárias em relação aos doentes.
b) explicações científicas acerca das epidemias
medievais e da Aids predominaram, desde o início, sobre as sobrenaturais.
c) a peste negra serviu para abrandar o
preconceito em relação a judeus e leprosos, levando ao questionamento dos
valores feudais.
d) a sociedade medieval encontrou, nos
estrangeiros, os verdadeiros culpados pelas epidemias, assim como se fez com a
Aids.
e) em diferentes épocas, algumas pessoas
consideraram a peste negra e a Aids como castigos divinos aos pecados.
21. (UFPEL RS/2006) “Sobre a Medicina: a existência
do contágio (1313-1374).
Para
aqueles que dizem: ‘Como poderemos nós admitir a possibilidade da infecção,
quando a lei religiosa a nega?’ Replicamos que a existência do contágio é
estabelecida pela experiência, investigação, evidência dos sentidos e relatos
dignos de fé. Esses fatos constituem um argumento válido. O fenômeno do
contágio torna-se claro para o investigador que verifica como aquele que entra
em contato com os enfermos apanha a doença, enquanto o que não está em contato
permanece são, e como a transmissão se efetua através do vestuário, vasilhame e
atavios.”
Ibn
al-Khatib de Granada. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade
Média: textos e testemunhas. São Paulo: UNESP, 2000. [adapt.]
O texto
do médico, na Idade Média, indica:
a) que há identificação entre Ciência e Fé, no
período da Reforma, sendo isso um dos fatores para a criação do Protestantismo.
b) divergências entre Medicina e Fé,
exemplificadas pela atual prevenção da AIDS, que tem por base o persistente
princípio religioso da inexistência de contágio.
c) que o empirismo científico foi estimulado
pela religiosidade européia medieval, durante o Renascimento.
d) entraves no desenvolvimento científico
provocados pelos ideais religiosos, quando a Igreja Católica era hegemônica na
Europa Ocidental.
e) que a Medicina ocidental apresentou grande
progresso, devido à fé religiosa, durante a Peste Negra na Europa.
22. (UFPR/2005) “No coração da obra, esta ideia:
Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa cada criatura.
Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua capacidade,
isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que o
pensamento de Deus hierarquicamente o situou.”
(DUBY,
Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.)
A citação
resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e
na escultura religiosas da Europa Ocidental no século XIII. Sobre esse estilo e
seus ideais, assinale a alternativa correta.
a) A luminosidade das catedrais góticas
representa uma tentativa dos arquitetos da época de identificar os espaços
sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, decorrente das boas
condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento urbano,
mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja
mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da
época.
b) A necessidade de luminosidade levou ao
desenvolvimento de técnicas cada vez mais apuradas de sustentação de grandes
candelabros nas altas abóbadas, a fim de garantir, com velas de cera, a luz no
interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte do ano
nas regiões setentrionais da Europa.
c) Na Idade Média, todos os pensadores que
discordavam do pensamento oficial da Igreja tinham que buscar espaços
alternativos para a manifestação de suas ideias. As catedrais góticas,
construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço.
d) Como as catedrais eram construídas por mestres
pedreiros, ferreiros, vitraleiros e carpinteiros, entre outros, a arquitetura
das altas igrejas e a aparência de poder e verticalidade das construções
decorriam das aspirações desses membros das corporações de ofícios de
conquistarem o poder dentro das cidades.
e) Os vitrais representavam cenas ocorridas
durante a construção das catedrais, que demoravam décadas até estarem
concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho dos mestres e
trabalhadores manuais.
23. (UNESP SP/2006) Sabei que concedi aos
tecelões de Londres para terem a sua guilda em Londres, com todas as liberdades
e costumes que tinham no tempo do rei Henrique, meu avô. E assim, que ninguém
dentro da cidade se intrometa neste ofício salvo por permissão dos [tecelões],
a não ser que pertença à guilda, (...) Por isso ordeno firmemente que possam
praticar legalmente o seu ofício em toda a parte e que possam ter todas as
coisas acima mencionadas, tão bem, pacífica, livre, honrada e inteiramente como
sempre as tiveram no tempo do rei Henrique, meu avô. Assim, paguem-me sempre em
cada ano 2 marcos de ouro pela festa de S. Miguel.
(Monumenta
Gildhallas Londoniensis, Líber Custamarum. Apud Marco Antônio Oliveira Pais, O
despertar da Europa.)
O
documento, de meados do século XII, faz referência
a) às corporações de ofício.
b) às relações de vassalagem.
c) ao Tribunal da Santa Inquisição.
d) ao direito senhorial da mão morta.
e) ao dízimo eclesiástico.
24. (UNIFAP AP/2006) A peste negra
devasta a Europa e ceifa um terço de sua população durante o verão de 1348.
Como a Aids para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado
[...].
(DUBY,
Georges. Ano 1000 ano 2000: na pista de nossos medos, 1995.)
Marque
a alternativa que NÃO expressa o contexto em que se insere o trecho acima.
a) Os efeitos da peste negra são uma das causas
da agonia da ordem feudal.
b) Neste momento alguns procuravam a causa da
peste em explicações sobrenaturais e preconceituosas. Assim, pode-se dizer que
a peste negra representou castigo divino ao pecado cometido por seus
portadores.
c) Na época, a epidemia conseguiu ser mais um
determinante da divisão social, pois os ricos fugiam para suas casas de campo,
enquanto que os pobres ficavam imobilizados nas cidades contaminadas.
d) A peste negra ocorreu no período chamado
Alta Idade Média, um momento de grande prosperidade da economia na Europa
Ocidental.
e) Enquanto alguns responsabilizaram os doentes
e estrangeiros pela epidemia; outros começaram a ver o mundo, nessa época, de
um modo diferente, questionando a ordem feudal.
25. (FGV/2007) “Em primeiro lugar,
fizeram homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria
tornar-se seu homem sem reservas, e este respondeu: ‘Eu o quero’; estando então
suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um beijo. Em segundo
lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé (...); em terceiro
lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão
que tinha à mão, o conde lhes deu a investidura (...).”
(Galbert
de Bruges, in Gustavo de Freitas, 900 textos e documentos de História)
Da
situação descrita no documento, resultou
a) a formação de um exército de mercenários,
pois os vassalos lutavam por terras, o que se tornou fundamental às monarquias
nacionais.
b) o fortalecimento da autoridade dos monarcas,
que ganharam o direito de comandar seus vassalos e, assim, reprimir as
rebeliões senhoriais e camponesas.
c) a organização das Cruzadas, devido ao
interesse do Papado em reafirmar seu poder sobre a cristandade após o Cisma do
Oriente.
d) o surgimento de Estados nacionais, já que os
reis conseguiram o apoio militar e financeiro dos nobres em sua luta contra os
poderes locais.
e) a fragmentação do poder real, uma vez que
os vassalos deviam obediência direta a seu suserano, que exercia autoridade em
sua região.
GABARITO
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