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QUESTÕES SOBRE A BAIXA IDADE MÉDIA VIII



1. (UEL PR/2008) Aqui em baixo uns rezam, outros combatem e outros ainda trabalham.
(DE LAON, Adalberão. Carmen ad Rodbertum Regem. In: DUBY, G. As três ordens: o imaginário do feudalismo. Lisboa: Editora Estampa, 1982. p. 25.)
Esse preceito, apresentado inicialmente pelo bispo Adalberão, no século XI, em parte reflete as funções/atividades mais características do período medieval, em parte tem função ideológica, pois esse ordenamento pretendia fortalecer a divisão e a hierarquia.
Ainda sobre a sociedade medieval, é correto afirmar:
a) A divisão acima mencionada reflete uma sociedade na qual a religiosidade se impõe nas várias esferas da vida, em que o braço armado tende a impor seu poder sobre os desarmados, em que a economia se fundamenta no trabalho agrícola.
b) Definida a sociedade entre religiosos, guerreiros e camponeses a partir do Tratado de Verdum, as atividades não permitidas pela Igreja foram perseguidas pelos tribunais inquisitoriais.
c) Diante da limitação das funções às três ordens e perseguição aos comerciantes promovida pelas monarquias nascentes, a atividade comercial declinou, situação essa que se reverteu no século XVI no contexto do Renascimento Comercial.
d) O poder eclesiástico se impunha a partir do momento do batismo, quando era definido o destino de cada criança, de acordo com as necessidades fundadas na sociedade de ordens.
e) A divisão apresentada, característica do período entre os séculos XI e XIII, revela a estagnação econômica da sociedade, o que explica a crise agrícola e o recuo demográfico.


2. (UEL PR/2008) Sobre a religiosidade medieval, é correto afirmar:
a) Com o fim do Império Romano, o Cristianismo, até então perseguido, difundiu-se pela Europa, sendo seus adeptos liberados dos impostos pagos pelos idólatras.
b) A prática da bruxaria, então disseminada nos meios clericais, provocou a reação dos crentes e a Revolução Protestante, levando à renovação da experiência cristã.
c) O ateísmo foi combatido duramente pela inquisição, tendo como consequência o desaparecimento dos descrentes até o século XVIII.
d) A experiência da reclusão foi bastante característica na vida religiosa do período medieval, sobressaindo-se a ordem beneditina, fundada sobre o princípio da vida dedicada à oração e ao trabalho.
e) A ativa participação dos leigos na instituição eclesiástica, assim como uma tendência ao enfraquecimento da hierarquia dessa, podem ser apontadas como características do período.


3. (UFCG PB/2008) Leia o fragmento textual a seguir:
O soldado de Cristo mata com segurança e morre com mais segurança ainda. Não é sem razão que ele empunha a espada! É um instrumento de Deus para o castigo dos malfeitores. Na verdade, quando mata um malfeitor, isso não é homicídio... e ele é considerado um carrasco legal de Cristo contra os malfeitores.
(Adaptado de SILVA, Pedro. História e Mistério dos Templários. São Paulo: Ediouro, 2001).
Entre tensão e promessas cristãs, os soldados de Cristo, ou templários, construíram identidades para si e para os outros, espalhando-se por diversas regiões da Europa.
Com base no texto acima e nos conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que os Templários eram
a) soldados da Ordem Luterana que prometeram recuperar Jerusalém das mãos dos muçulmanos.
b) cavaleiros que travavam batalhas sangrentas durante a Idade Média, com o objetivo de defender os servos das mãos dos senhores feudais.
c) soldados da Ordem Militar, fundada no século XII, em Jerusalém, para proteger os peregrinos e os lugares sagrados da Terra Santa.
d) monges inquisidores que perseguiam judeus e cristãos novos, particularmente na Península Ibérica e na América Espanhola.
e) seguidores de Calvino, ao pregarem a doutrina da predestinação e da justificação pela fé.


4. (UFG GO/2008) Leia o texto.
“Somos anões carregados nos ombros de gigantes. Assim vemos mais, e vemos mais longe do que eles, não porque nossa visão seja mais aguda ou nossa estatura mais elevada, mas porque eles nos carregam no alto e nos levantam acima de sua altura gigantesca”.
LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olímpio, 2003. p. 36.
As Universidades nasceram no Ocidente, nos séculos XII e XIII, no cenário do renascimento urbano, ligadas ao desenvolvimento da escolástica e sob o peso da contribuição greco-árabe. O texto apresentado acima é uma citação do mestre Bernard, professor do principal centro científico do século XII, a Escola de Chartres, e expressa uma nova concepção do que é a ciência e o conhecimento. Nesse período, conhecer significava
a) produzir um saber singular, que se diferenciasse da tradição clássica.
b) desenvolver a tradição por meio do comentário dos textos herdados da cultura antiga.
c) utilizar instrumentos científicos, que permitissem alcançar a verdade.
d) observar os fenômenos naturais para encontrar as leis que regiam seu funcionamento.
e) cultivar o espírito racional por meio da refutação da autoridade dos textos teológicos.


5. (UFRN/2008) As muralhas construídas em torno das cidades medievais deram-lhes feição física semelhante à dos castelos fortificados dos senhores feudais. No entanto, a organização dessas cidades era distinta das estruturas feudais, pelo fato de, no espaço urbano,
a) estruturar-se uma vida econômica com base nas atividades comerciais e industriais.
b) desenvolver-se uma agricultura voltada à produção de excedentes comerciais.
c) manter-se o trabalho das oficinas urbanas com a utilização da mão-de-obra servil.
d) cobrarem-se altos tributos dos servos da gleba, em benefício da burguesia urbana.


6. (UFSCAR SP/2008) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, decretou medidas contra os senhores seculares caso protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do Concílio e como consequência dele, as autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a disseminação de heresias em seus territórios, a começar por Aragão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232.
(Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.)
A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
a) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica.
b) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racionalmente a natureza divina e humana da Trindade no século XIII.
c) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma nova visão ética da instituição eclesiástica.
d) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otomano.
e) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das relações entre a Igreja e o Estado.


7. (UFTM MG/2008) Dentre os resultados das Cruzadas para a Europa medieval, é correto mencionar
a) a conquista de Jerusalém pelos cristãos e a aliança duradoura entre latinos e bizantinos.
b) a ampliação dos contatos mercantis com o Oriente e a introdução de novos costumes.
c) o monopólio italiano sobre o comércio asiático e a união da cristandade ocidental e oriental.
d) a vitória sobre os muçulmanos e o fortalecimento das relações feudais de produção.
e) a consolidação da autoridade do papa e o controle das rotas mediterrâneas pelos árabes.


8. (UNIMONTES MG/2008) “Do alto das muralhas que os romanos escalaram no ano 70 e os cruzados cristãos, em 1099, jovens palestinos armados de fundas cobriam de pedras os carros blindados da polícia. (...) Nas proximidades, nas ruelas estreitas, elevavam-se vozes [de representantes] das três fés que fazem a cidade sagrada. (...)”
(ELON, A. In: BARBOSA, E. S. A encruzilhada das civilizações. São Paulo: Moderna, 1977. Encarte)
A cidade e as religiosidades implícitas no texto são, respectivamente:
a) Xangai; xiitas, sunitas e ortodoxos.
b) Goa; catolicismo, hinduísmo e budismo.
c) Jerusalém; islamismo, judaísmo e cristianismo.
d) Calcutá; judaísmo, hinduísmo e islamismo.


9. (UNIMONTES MG/2008) A civilização muçulmana define-se pela religião. Segundo Bernard Lewis, em sua obra O Oriente Médio, o mundo civilizado era a Dar al-Islam (a Casa do Islã) e esse mundo viveu historicamente cercado pela Dar al-Harb (a Casa da Guerra). Entretanto, nem todos os vizinhos eram inimigos ou representavam perigo. Na Baixa Idade Média, contudo, passaram a ser vistos como ameaça os habitantes além-fronteiras, no(s) território(s)
a) chinês e indiano, cuja religiosidade oriental, tendencialmente pacifista, foi tomada como modelo após a queda do califado fatímida, em oposição ao tom belicoso dos seus sucessores.
b) bizantino, que passou a concorrer com o mercado muçulmano de especiarias, desenvolvendo uma rede mercantil que se utilizava dos espaços sagrados da religiosidade muçulmana, sem respeitar seus dogmas e princípios.
c) europeu, nas terras da cristandade, a qual representava uma fé mundial, com senso de missão evangelizadora fortemente arraigado e cujos fiéis se consideravam também únicos portadores da mensagem de salvação da alma.
d) africano, cuja religiosidade notadamente politeísta se chocava frontalmente contra os princípios monoteístas muçulmanos, levando esses povos a conflitos constantes que só se encerraram com o fim da expansão muçulmana, no século XIV.


10. (URCA CE/2007) Para o historiador Perry Anderson, “No decurso do processo de instauração da harmonia entre a nobreza e o Estado Moderno, a antiga aristocracia feudal foi obrigada a abandonar as suas velhas tradições e a adquirir outras numerosas aptidões.”
(ANDERSON, Perry. Classes e Estados: problemas de periodização. 1984.)
O fragmento de texto acima se relaciona com:
a) O processo de fortalecimento do uso privado da força por parte dos nobres feudais.
b) O processo controle do Estado Absolutista sobre a aristocracia feudal, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
c) A decadência do modelo aristocrático em face às revoluções burguesas, nos séculos XII e XIII.
d) O processo revolucionário da nobreza que lutava para a eliminação dos privilégios da burguesia, como a propriedade por herança e o não pagamento de impostos.
e) O processo do início da Idade Média, com a ruralização da sociedade e economia em bases romano-germânicas.


11. (FGV/2008) “A noção de nobre e de nobreza conserva um lugar eminente entre os valores ocidentais (...) aparece, ao lado da nobreza de sangue, a ideia de uma nobreza de caráter, de comportamento, de virtude.”
Jacques Le Goff, As Raízes Medievais da Europa, 2007
Com base no texto, e tendo em vista o que se passava nas sociedades européias do Antigo Regime, pode-se afirmar que:
a) a nobreza considerava irrelevante a questão de qual critério utilizar para definir o seu lugar privilegiado na sociedade.
b) o clero, por causa da regra do celibato, era a única ordem a favor da abolição dos privilégios fundados no nascimento.
c) a burguesia lutava para incluir o mérito pessoal entre os critérios que deveriam constituir a elite social.
d) os camponeses e trabalhadores urbanos, por não se sentirem afetados com essa questão, eram indiferentes aos privilégios sociais.
e) a ordem social privilegiada era constituída por indivíduos cujas credenciais decorriam tanto do sangue quanto do mérito.


12. (UEG GO/2008) Na Idade Média (até o final do século XII, quando o papel produzido a partir de trapos começou a se difundir) em vez do papiro usava-se o pergaminho: couro de bezerro, muitas vezes de ovelha ou cabra, curtido e submetido a várias operações até ficar branco, macio, liso e fino.
FRUGONI, Chiara. Invenções da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. p. 34.
A citação é útil para se entender os obstáculos materiais ao desenvolvimento da vida intelectual na Idade Média.
Acerca deste tema, é INCORRETO afirmar:
a) O livro era um produto caro; uma Bíblia, por exemplo, podia exigir o sacrifício de um rebanho de ovelhas.
b) A pouca circulação de livros neste período explica-se pela ausência de universidades e pela extinção do Index.
c) A produção do livro era lenta e difícil, uma vez que todo o processo de transcrição era feito manualmente.
d) Os livros, em sua maioria, eram escritos em latim, uma língua compreendida por poucos, pois não era utilizada no cotidiano da população.


13. (UFC CE/2008) Na sociedade medieval, vigorava uma ideologia que considerava as mulheres inferiores aos homens, resultando em um cotidiano marcado pela hegemonia da autoridade masculina. Ainda que a Igreja pregasse que homens e mulheres eram objetos do amor de Deus, não eram poucos os religiosos que percebiam as mulheres como agentes do demônio.
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre a cultura e a sociedade européias, no período classicamente conhecido como Idade Média.
a) As mulheres eram consideradas inferiores aos homens por serem incapazes de trabalhar com as técnicas tradicionais de cura por meio do uso de plantas medicinais.
b) A mentalidade era profundamente marcada pelo ideário católico, que preconizava, inclusive, o papel que homens e mulheres deveriam desempenhar na sociedade.
c) A submissão feminina à autoridade masculina caracterizou a sociedade daquele tempo como uma organização tipicamente matriarcal.
d) A mulher, ainda que posta em uma condição submissa em relação ao homem, tinha grande poder e influência sobre a Igreja Católica.
e) A condição feminina era fruto da grande influência que o racionalismo científico exercia sobre a cultura daquele período.


14. (UFJF MG/2008) Leia, atentamente, o trecho a seguir.
“Para os filósofos da idade média, o fato do cristianismo significar a verdade era um dado praticamente irrefutável. A questão era saber se tínhamos que simplesmente acreditar na revelação cristã.”
(GAARNER, J. O mundo de Sofia.)
Sobre o pensamento filosófico da Baixa Idade Média, é CORRETO afirmar que:
a) o estudo da filosofia se restringia aos mosteiros, não estando presente nas discussões universitárias dos centros urbanos.
b) as mais importantes ideias filosóficas negavam a validade das obras dos pensadores da Antiguidade, por exemplo, Aristóteles.
c) o estudo dos problemas relativos aos fenômenos da natureza passou a ser compreendido através de mitos que narravam a atuação direta dos deuses.
d) um dos principais autores do período foi São Tomás de Aquino, que defendia a necessidade de conciliação entre a fé e a razão.
e) a perda de poder da Igreja Católica e a diminuição da autoridade papal se manifestavam na falta de controle sobre as obras produzidas.


15. (UFMA/2008) Assinale a alternativa que corretamente descreve a condição da ciência na chamada civilização medieval no ocidente.
a) Esteve diretamente ligada ao surgimento das universidades que desobedeciam às ordens clericais.
b) Reproduziu a livre interpretação acerca do mundo, da moralidade e da natureza por parte da burguesia emergente.
c) Caracterizou-se pelo experimentalismo dos monges no interior dos mosteiros com os seus herbários.
d) Destinou os resultados de sua pesquisa ao aumento da produção agrícola num período de escassez e fome.
e) Foi limitada pela visão simbólica do mundo e bloqueada pelas condições sociais e culturais da época.


16. (IBMEC SP/2008) “Na Idade Média, as relações espaciais tendiam a ser organizadas como símbolos e valores. O objeto mais alto da cidade era a flecha da Igreja que apontava para o céu e dominava as construções – como a Igreja dominava as esperanças e as crenças dos fiéis.”
(MUNFORD, L.)
A arte espiritual do início da Idade Média, que rejeitava toda a imitação da realidade, passa a dar lugar a um estilo mais naturalista e às construções verticalizadas. A arte gótica, desenvolvida na segunda metade do século XII, pode ser considerada um reflexo das transformações ocorridas na Baixa Idade Média, entre as quais
a) a transição, nas unidades feudais, da servidão feudal para o trabalho livre, devido ao crescimento populacional verificado desde o final do século X e, sobretudo, no século XI, na Europa Ocidental.
b) a nova mentalidade presente nas corporações de ofício, onde se passou a defender toda a possibilidade de lucro, e não mais o “justo preço” defendido pela Igreja Católica.
c) o abandono do espírito coletivista que regrava a vida social do homem medieval e a imposição de valores teocêntricos que passaram a direcionar um novo comportamento social.
d) a diminuição da influência cultural e do poder econômico da Igreja Católica Apostólica Romana que, com o Renascimento Comercial, já não era mais a maior proprietária de terras.
e) a mudança de mentalidade do homem medieval, fruto do desenvolvimento comercial e do crescimento da influência da classe burguesa, que passou a valorizar, cada vez mais, o espírito individualista e empreendedor.


17. (UESPI/2008) O surgimento da burguesia aconteceu com a intensificação das atividades comerciais na Idade Média, ajudando no seu crescimento material. O surgimento da burguesia trouxe:
a) o fim imediato do sistema feudal.
b) o esvaziamento do poder da Igreja Católica.
c) o fortalecimento dos senhores feudais.
d) o término do absolutismo político.
e) a busca de maiores lucros nos negócios.


18. (UESPI/2008) A existência de heresias mostra descontentamentos com o poder da Igreja Católica na Idade Média, a qual:
a) tinha um poder econômico que não correspondia ao poder político.
b) limitava-se a administrar a fé e os rituais religiosos existentes.
c) influenciava no mundo político, aliada aos membros da nobreza.
d) restringia sua atuação cultural à produção intensa de textos sagrados.
e) seguia os ensinamentos religiosos expressos pela ordem franciscana.


19. (UESPI/2008) A guerra dos Cem Anos (1337-1453) tumultuou a vida política da Europa. De fato, essa guerra:
a) envolveu a França e a Inglaterra, com a participação também decisiva da Espanha.
b) quebrou a economia européia, interrompendo todo comércio de especiarias com o Oriente.
c) acabou com os privilégios da nobreza francesa e com a organização da monarquia constitucional.
d) teve a participação da camponesa Joana D’Arc, integrada e atuante no exército francês.
e) firmou a liderança política da Inglaterra, com a chegada do absolutismo de Henrique IV.


20. (UFTM MG/2008) A população das cidades queria liberdade. Queria ir e vir quando lhe aprouvesse. Um velho provérbio alemão, aplicável a toda a Europa ocidental, Stadtluft macht frei (O ar das cidades torna um homem livre), prova que obtiveram o que almejavam.
(Leo Huberman, História da riqueza do homem)
O contexto a que o autor se refere está relacionado
a) ao fortalecimento das relações servis nas cidades europeias.
b) à formação do sistema feudal, a partir do êxodo urbano.
c) à desagregação das guildas e das corporações de ofício.
d) às fugas servis para as cidades, que se desenvolviam.
e) ao declínio das atividades mercantis após as Cruzadas.


21. (UFU MG/2008) “Para a camada superior da humanidade, o tempo é um inimigo, e [...] a sua principal atividade é matá-lo; ao passo que, para os outros, tempo e dinheiro são quase sinônimos”.
Henry Fielding. An enquiry into the causes of late increase of robbers, 1751, citado por:
THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional.
Trad. de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.267.
Sobre as noções de tempo e de disciplina de trabalho, marque a alternativa correta.
a) As mudanças na vida cotidiana, no século XVIII, relacionadas às novas manufaturas inglesas, não alteraram a percepção do tempo, tanto a noção de tempo mensurável e mecanizado, sintetizada no relógio, quanto cíclico e natural, expressa na separação entre dia e noite.
b) Segundo a tradição medieval, o tempo pertencia a Deus e, portanto, apenas o clero e o rei absoluto poderiam usá-lo em benefício do dinheiro e da usura.
c) Na chamada transição do feudalismo para o capitalismo, as mudanças lentas e profundas nas formas e relações de trabalho alteraram amplamente não só o mundo do trabalho, mas também as expressões culturais, como a própria ideia de tempo.
d) As formas de observação e medida do tempo são exclusivas das sociedades conhecidas como modernas, pois somente nelas o controle do trabalho passou a ser necessário, devido ao uso de máquinas e ferramentas manuais.


22. (UPE/2008) As lutas decorrentes das Cruzadas mostraram não somente o fanatismo religioso, mas também afirmaram a importância de interesses econômicos. As Cruzadas economicamente
a) fortaleceram o poder de Constantinopla, enfraquecendo o comércio europeu durante a Idade Média.
b) mantiveram as mesmas rotas comerciais do Império Romano, gerando prejuízos para os comerciantes.
c) acabaram com o comércio nas grandes cidades europeias, fortalecendo o feudalismo.
d) diminuíram bastante o prestígio comercial de Constantinopla, fortalecendo o comércio no Mediterrâneo.
e) consolidaram o poder da burguesia francesa, interessada em derrotar os comerciantes italianos.


23. (FEI SP/2008) “São Tomás de Aquino (1225-1274), professor da Universidade de Paris, foi o mais influente filósofo escolástico, inspirado na teologia cristã e no pensamento de Aristóteles, elaborou a Suma Teológica, obra em que discorreu sobre os mais diversos assuntos, como religião, economia e política. O pensamento de São Tomás constituiu poderoso instrumento de ação do clero durante a Baixa Idade Média.”
(Vicentino, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1999. p.158)
O tomismo, doutrina escolástica de São Tomás:
a) apoiava-se na ideia de predestinação de Santo Agostinho.
b) aceitava a usura, diferentemente das demais doutrinas cristãs.
c) substituiu a ideia agostiniana de predestinação pela de livre-arbítrio.
d) defendia a supressão do clero como mediador entre Deus e seus fiéis.
e) questionava a infalibilidade da autoridade papal.


24. (FFFCMPA RS/2008) Em relação à crise que abalou a Europa Ocidental durante os séculos XIV e XV, são feitas as seguintes afirmações:
I. A incapacidade de aumento da produção agrícola, devido à inexistência de novas terras a serem ocupadas, às características produtivas do período e à tecnologia agrícola disponível, foi agravada por alterações climáticas, que provocou um longo período de fome.
II. O declínio demográfico do período está associado à fome, às guerras, às pestes e às epidemias, sendo que a Peste Negra foi responsável pela morte de milhões de pessoas, em especial nos centros urbanos, que, desprovidos de infraestrutura e saneamento básico, facilitaram a propagação da doença.
III. O trinômio guerra, peste e fome provocou um aumento da mortalidade e escassez de mão-de–obra, obrigando os senhores feudais a diminuírem as obrigações servis e os impostos, que eram compensados pelas taxações impostas aos moradores dos nascentes núcleos urbanos através do comércio das Cartas de Franquia.
IV. Conflitos como a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas contribuíram para a desorganização da produção, do declínio populacional e para o aumento da tributação, que, na maioria das vezes, supria os gastos com armas e a formação de exércitos.
Quais estão corretas?
a) apenas I e II.
b) apenas III e IV.
c) apenas II e III.
d) apenas I, II e III.
e) apenas I, II e IV.


25. (UNIFOR CE/2008) Considere o texto.
O dinheiro não se gasta com o uso e não pode dar frutos; a um irmão que o pede, é necessário emprestar gratuitamente, por amor a Deus; os usuários agem, pois, contra a natureza e pecam contra a caridade.
(Roberto S. Lopez. Nascimento da Europa. Trad. Lisboa: Cosmos, 1965. p. 306)
No contexto da Europa medieval, as ideias do texto representavam
a) a visão desfavorável de teólogos contra a cobrança de juros.
b) o apoio da cúpula da Igreja católica à acumulação de riquezas.
c) os ideais da burguesia contra a usura nas relações econômicas.
d) o posicionamento dos nobres contra a venda das indulgências.
e) a defesa que a Igreja católica fazia da igualdade econômica.


GABARITO

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