1. (UEG GO/2009) A Idade Média e a Idade
Moderna são duas fases da história européia marcadas, em muitos aspectos, por
visões distintas de mundo: a primeira, teocêntrica, procurava conciliar fé e
razão; a segunda, antropocêntrica, se destaca pelo racionalismo. Em termos
filosóficos, seus principais representantes foram, respectivamente:
a) Tomás de Aquino e René Descartes
b) Santo Agostinho e Thomas Hobbes
c) Maquiavel e Bossuet
d) Cícero e Copérnico
2. (UEPB/2009) “A multiplicação das
heresias na Baixa Idade Média foi um sintoma da crise da ordem feudal, incapaz
de atender às necessidades espirituais e materiais de largos setores da
população.” (Myriam Mota e Patrícia Braick, História das Cavernas ao Terceiro
Milênio, 2002, p. 155)
Assinale
a alternativa correta:
a) Os heréticos não criticavam os privilégios e
o estilo da vida da nobreza. Suas preocupações eram exclusivamente doutrinais.
b) Os cátaros não acreditavam na existência do
bem, porque para eles as almas eram dominadas pelo Diabo.
c) O clima sexual perverso, implícito na ideia de feitiçaria, colaborou
para dar aos heréticos uma imagem de depravação, ainda que estes, como faziam
os cátaros, pregassem a castidade absoluta.
d) A heresia mais significativa do século XII
foi o arianismo. Os arianos não admitiam sacramentos e juramentos.
e) O Tribunal de Inquisição criado no século
XVI foi instituído com a exclusiva finalidade de combater o protestantismo.
3. (UFSM RS/2009) Assinale verdadeira (V) ou
falsa (F) nas afirmações a respeito da tecnologia medieval.
(__) O extenso e populoso Império Romano Legou
para a Idade Média uma engenharia desenvolvida para construir e manter uma
complexa rede de estradas e aquedutos, além de uma tecnologia que permita a
construção de edifícios e outras obras, utilizando arcos, abóbadas e cúpulas.
(__) Os povos bárbaros desprezaram o legado
cultural romano e, como não desenvolveram nenhuma tecnologia expressiva, foram
os responsáveis pelo fato de a Europa ter atravessado o longo período de
miséria, fome, doença e violência que caracterizou a “idade das trevas”.
(__) A tecnologia da Europa medieval desenvolveu o
aproveitamento de fontes de energia, como a eólica, com os moinhos de vento, e
a hidráulica, com as rodas d’água, elementos que, somados á rotação de culturas
no rodízio trienal dos campos agricultáveis, permitiram o aumento da produção
de alimentos.
(__) Os mosteiros medievais, embora preservasse o
conhecimento através do trabalho dos monges copistas, não desenvolveram nenhuma
inovação tecnológica expressiva, por entender que a natureza era perfeita como
a criação de Deus e que só o demônio poderia querer transformá-la para destruí-la.
A sequência
correta é
a) F - V - F - V.
b) F - F - V - F.
c) V - V - F - V.
d) V - F - V - F.
e) V - V - V - F.
4. (ESPM/2010) Desde o século XII as cidades
organizaram a sua produção artesanal por meio das corporações de ofício. As
corporações agrupavam os artesãos de cada ofício: havia em cada cidade a
corporação dos sapateiros, dos tecelões, dos curtidores etc.
(Rubim
Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas
às sociedades medievais)
As
corporações de ofício medievais tinham por objetivo:
a) defender o livre mercado;
b) estimular novas invenções e descobertas;
c) lutar pelos salários dos aprendizes;
d) impedir a concorrência;
e) eliminar a organização hierárquica existente
nas corporações.
5. (UDESC SC/2010) Leia o excerto.
“Há
fome. Cada grão de trigo semeado não dá mais de três, ou de quatro, quando o
ano é realmente bom. Uma miséria. O obsidiante fantasma: atravessar o Inverno, aguentar
até a Primavera para ir então à natureza, por brejos e matas, arrancar o
sustento, armar ciladas, lançar as redes, procurar as bagas, as ervas, as
raízes. Enganar a fome. De fato, este mundo parece vazio; na verdade, está
sobrepovoado. Há três séculos que a população desatou a crescer, desde que
abrandaram as grandes vagas de peste que durante os primórdios da Alta Idade
Média, haviam assolado o mundo Ocidental.”
(DUBY, Georges, 1989, p. 10.)
Assinale
a alternativa que contém o grupo social que mais se adapta à descrição
referente ao cenário medieval acima.
a) A dura realidade da fome que se abatia sobre
todos os grupos sociais da ordem feudal indistintamente.
b) A realidade vivida pelos membros do clero,
que, por serem da Igreja Católica, praticavam o voto de pobreza.
c) A realidade da massa camponesa, base da
sociedade feudal, que enfrentava períodos de escassez devido à baixa
produtividade do cultivo de alimentos, entre outros fatores.
d) A realidade dos cavaleiros, que não sabiam
cultivar a terra.
e) A realidade dos senhores feudais, que
ficavam à mercê da produção dos servos do feudo.
6. (UEG GO/2010) A Idade Média teve como
característica principal o teocentrismo. Neste período, a Igreja Romana
dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava cruzadas à terra santa e
criava, em torno das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. A
filosofia desse período passa a ser chamada de:
a) filosofia iluminista
b) filosofia patrística
c) filosofia escolástica
d) filosofia renascentista
7. (UEL PR/2010) Leia o texto a seguir:
A
partir do século XIII, foram-se definindo por uma série de batalhas algumas
fronteiras da Europa que, no caso da França, da Inglaterra e da Espanha,
permanecem aproximadamente as mesmas até hoje. Dentro das fronteiras foi
nascendo o Estado como uma organização política centralizada, cuja figura
dominante – o príncipe – e a burocracia em que se apoiava tomaram contornos
próprios que não se confundiam com os grupos sociais mesmo os mais
privilegiados, como a nobreza. Esse processo durou séculos e alcançou seu ponto
decisivo entre 1450 e 1550.
Também
ocorreu uma expansão geográfica da Europa cristã, antecessora em outras
condições da expansão marítima iniciada no século XV, pela reconquista de
territórios ou a ocupação de novos espaços. A Península Ibérica foi sendo
retomada dos mouros; o Mediterrâneo deixou de ser um ’lago árabe’, onde os
europeus não conseguiam sequer colocar um barquinho; os cruzados ocuparam
Chipre, a Palestina, a Síria, Creta e as ilhas do Mar Egeu; no noroeste da
Europa, houve expansão inglesa na direção do País de Gales, da Escócia e da
Irlanda; no leste europeu, alemães e escandinavos conquistaram as terras do
Báltico e as habitadas pelos eslavos.
(FAUSTO,
B. História do Brasil. São Paulo: USP: Fundação para o Desenvolvimento
da Educação, 1996. p. 20.)
Com base
no texto, considere as afirmativas a seguir:
I. A península ibérica, que vivenciou a
ocupação de parte de seus territórios pelos muçulmanos – denominados mouros –
deu início ao processo de formação de seu Estado com a luta dos cristãos para a
retomada dos espaços ocupados por estes habitantes de origem árabe, e que ficou
conhecida como Reconquista.
II. Um dos aspectos da colonização do continente
recém-descoberto – denominado América – deveu-se à preocupação das nações
espanhola e portuguesa em relação à prática religiosa dos habitantes nativos.
Estas nações, católicas, empreenderam um processo de evangelização cristã para
as diferentes culturas indígenas que habitavam o Novo Mundo.
III. Espanhóis e portugueses, que iniciaram
conjuntamente o processo de expansão marítima, acordaram que as terras do Novo
Mundo deveriam ser repartidas de maneira igualitária. A Espanha, com sua
superioridade científica e militar, tentou romper o acordo, levando tais nações
à arbitragem do Vaticano que com a bula papal João XXIII deu origem à
formulação do Tratado de Tordesilhas.
IV. A Espanha finalizou seu processo de
centralização do poder monárquico por volta do ano de 1492, quando foram
expulsos os últimos habitantes árabes de seu território – ainda presentes na
região de Granada. A partir de então, entrou para o ciclo das grandes
navegações marítimas pelo Atlântico, que já vinha sendo desenvolvido por
Portugal.
Assinale
a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são
corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são
corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são
corretas.
8. (UEPB/2010) A reforma gregoriana,
implementada pelo papa Gregório VII (1073- 1085), teve como principais pontos a
serem combatidos
a) o nicolaísmo e a simonia.
b) as indulgências e as mendicâncias.
c) os valdenses e o nicolaísmo.
d) as indulgências e a simonia.
e) os albigenses e os valdenses.
9. (UEPB/2010) Analise as proposições a
seguir:
I - Além do canto gregoriano havia na Europa
Medieval cantos profanos feitos pelos trovadores que, acompanhados de
instrumentos como o alaúde e os tambores, cantavam os amores dentro do ideal da
cavalaria.
II - No século XIII destacou-se na literatura
Dante Alighieri, autor da Divina Comédia – uma viagem simbólica através do
inferno, do purgatório e do paraíso.
III - Na Europa Medieval a pintura estava
diretamente associada à divulgação de temas religiosos, dedicando-se, durante
muito tempo, à representação humanizada de santos.
Está(ão)
correta(s) a(s) proposição(ões)
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, apenas.
10. (UEPB/2010) Nos dias de hoje o Estado
é o principal agente orientador das políticas educacionais, enquanto na Idade
Média, a escola e toda forma de conhecimento deviam se orientados pelo(a) (s):
a) Reinos Germânicos.
b) Estado Absolutista.
c) Senhores Feudais.
d) Igreja Católica.
e) Império Franco.
11. (UFT TO/2010) Finalmente, esse medo
social que ardia permanentemente em fogo lento constituiu uma das mais
poderosas forças motrizes do controle social que todos os membros da classe
superior exerciam sobre si mesmos e sobre outros membros do círculo em que viviam.
Expressava-se na intensa vigilância com que observavam e poliam tudo o que os
distinguia das pessoas de categoria mais baixa; não apenas nos sinais externos
de status, mas também na fala, nos gestos, nas distrações e maneiras. A
pressão constantemente exercida a partir de baixo e o medo que induzia em cima
foram, em uma palavra, algumas das mais fortes forças propulsoras – embora não
as únicas – do refinamento especificamente civilizado que distinguiu os membros
dessa classe superior das outras e, finalmente, para eles se tornou como que
uma segunda natureza.
ELIAS,
Norbet. O processo civilizador: formação do Estado e Civilização, vol. 2. Trad.
Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993, p.251
O texto
acima faz referência às mudanças sociais em curso na passagem do período
medieval para o moderno, envolvendo a nobreza, a burguesia e o campesinato. Com
base nas considerações do autor é CORRETO afirmar que:
a) as guerras e o monopólio foram os únicos
elementos que marcaram o domínio das classes superiores em relação às demais.
b) durante o período moderno, a ascensão
econômica seria quesito único para garantir a aceitabilidade da burguesia pela
nobreza.
c) a civilidade demonstrada nos gestos, na
fala, nas maneiras e nas distrações era um indicador das diferenças entre as
camadas superiores e as demais.
d) a vigilância de uma classe sobre as outras
se restringia às ações comerciais e de segurança.
e) para a classe superior, no século XVI, não
havia necessidade de controlar as falas e os gestos de seus membros. O que
deveria ser controlado eram as falas e os gestos da burguesia e do campesinato.
12. (UFRR/2010) O DIABO E A PEDAGOGIA DO
TERROR.
“Para
melhor ensinar o caminho da virtude, os padres e pregadores instituíram junto
aos fiéis sobre os perigos que rondavam o mundo, associando-o com o diabo. A
figura do diabo, aliás, tornou-se bastante importante como instrumento
pedagógico. Era o ensinamento pelo medo. Os pregadores incentivavam as pessoas
a pensar que estivessem continuamente entre uma guerra inacabável entre as
forças do bem e do mal e, para melhor ensinar a lição, reforçavam as cores na
figura do criador das tentações, no príncipe de mil disfarces, naquele que a
todo instante poderia fazer a alma cair em tentação”.
(Carlos
Roberto F. Nogueira. O diabo no imaginário cristão. (Série princípios.). São
Paulo: Ática, 1986, PP. 53-54. In: MACEDO, José Rivair; OLIVEIRA, Mariley W. Uma
história em construção. São Paulo: Ática, 2001. (volume 3, p.155).
Características
básicas da sociedade medieval:
a) Apenas os servos eram guiados pelo mundo
maravilhoso dos símbolos, das crenças e ritos religiosos.
b) Maniqueístas, estava sempre entre dois
mundos: o do bem, das virtudes - o de Deus e o do mal, das tentações e disfarces
do Diabo.
c) A Igreja detinha o poder: suas orientações
estavam presentes em todos os atos da vida medieval, instituindo rituais,
liturgias, bênçãos e exorcismo, mas sempre respeitou os excluídos da Idade
Média.
d) Permitia ascensão social, todos(as) tinham
direito de conquistar uma posição social melhor.
e) Maniqueísta, hierárquica e materialista.
13. (UFTM MG/2010) “Livrai-nos,
Senhor, da fome, da peste e da guerra!” Esse pedido, repetido todos os anos, em
todas as igrejas, tinha motivação concreta: no século XIV, foram essas as
grandes calamidades enfrentadas pelos europeus.
(Luiz
Koshiba e Denise M. F. Pereira, História Geral e do Brasil: trabalho,
cultura e poder)
Nesse
contexto, acerca das revoltas populares ocorridas, é correto afirmar que
a) os artesãos dos maiores burgos europeus,
inspirados nas críticas dos humanistas contra a prática de simonia da Igreja,
se insurgiram contra o pagamento do dízimo eclesial.
b) uma rebelião de servos varreu a Europa, após
a peste negra, pois um grande número de senhores feudais ampliou a reserva
senhorial em prejuízo para as terras comunais.
c) o crescimento demográfico europeu, a partir
do século X, não veio acompanhado de melhorias técnicas, o que potencializou as
revoltas camponesas pela falta de alimentos.
d) em Flandres, a partir de 1323, os
camponeses se rebelaram em virtude do aumento dos impostos e ainda ocorreram
revoltas de camponeses franceses e ingleses.
e) o renascimento comercial e urbano, a partir
do século IX, desestruturou as relações servis e levou os servos para os
burgos, onde se revoltaram contra a exploração das corporações de ofícios.
14. (UFV MG/2010) Considerada por muitos
como a “Idade das Trevas”, a Idade Média foi marcada por uma intensa
transformação cultural, pois aos poucos a deterioração da herança cultural do
Império Romano foi abrindo espaço para o surgimento de um outro tipo de
cultura, baseada no poder crescente da Igreja Católica. Com relação à cultura
Medieval, é INCORRETO afirmar:
a) A proliferação das universidades retardou
o fortalecimento do Renascimento Cultural Europeu, visto que estas seguiam
fielmente os desígnios do Papa e do Catolicismo.
b) Durante a Alta Idade Média, a Igreja
adquiriu o controle sobre a educação, dominando o ensino através das escolas
religiosas e sendo o clero a elite intelectual.
c) Os mosteiros funcionaram como depositários
da cultura e os monges atuavam, em grande parte, como copiadores de manuscritos
antigos.
d) Na Baixa Idade Média, a filosofia
escolástica buscava a harmonia entre a razão e a fé, afirmando que o progresso
dependia também do esforço do homem.
15. (UESPI/2010) Muitas análises
historiográficas focalizam diferentes aspectos históricos e culturais da Idade
Média. Não podemos esquecer as desigualdades e o forte poder da Igreja nesse
período. No contexto da vida urbana medieval, as cidades:
a) dependiam exclusivamente das atividades
agrícolas, todas administradas por senhores feudais.
b) tinham relações com a intensificação do
comércio, fazendo, em muitas delas, trocas de produtos com cidades do Oriente.
c) possuíam autonomia política, pouco se
preocupando com os feitos dos senhores feudais e suas guerras constantes.
d) firmavam uma hierarquia social rígida, onde
a liberdade ficava restrita ao direito de assistir aos atos religiosos
católicos.
e) conseguiram manter na Europa e durante o
feudalismo, uma vida comercial agitada, devido ao crescimento de burguesia.
16. (UFCG PB/2010) Eixo temático: os significados atribuídos à
felicidade no medievo: poder, tensão e promessas cristãs
“Desde
a época romântica, continuada pela literatura e pelo cinema fantásticos até a
história em quadrinhos contemporânea, os fantasmas fazem parte do cenário
obrigatório da Idade Média tal como gostamos de imaginá-la. Uma Idade Média de
castelos mal-assombrados, de dragões, de fantasmas ou mesmo de vampiros. Nem
tudo é falso nessa imagem não obstante fácil demais: em uma cultura
eminentemente religiosa (no sentido em que cada um admitia a existência e o
poder de seres sobrenaturais, geralmente invisíveis, mas muito próximos) e
familiar à morte e aos mortos, a ‘crença nos fantasmas’ era admitida por
todos.”
(SCHMITT,
Jean-Claude. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. São Paulo: Companhia
das Letras, 1999, p. 16.)
Sobre
as atribuições dos vivos em relação aos mortos na Europa Medieval, é correto
afirmar que:
I. A força da mística cristã conseguiu apagar
as marcas de tradições pagãs greco-romanas e “bárbaras” referentes a modos
singulares de culto aos mortos, apaziguando a crença nos castelos mal-assombrados
e nos vampiros.
II. A crença no mundo sobrenatural era experimentada
pelos medievais, favorecendo o crescimento de relatos sobre fantasmas que, após
o ano 1000, passaram a ser difundidos pelo clero católico, interessado em
preservar a memória dos mortos.
III. A lembrança acerca dos mortos era uma forma
de administrar a dor da perda, na medida em que aplacava as consciências e
reforçava a separação entre o mundo dos vivos e o dos mortos.
IV. A criação do purgatório pela Igreja
Católica, no século XII, implicou no enfraquecimento das práticas de culto aos
mortos, o que só seria retomado a partir das Reformas religiosas.
Estão
corretas:
a) II e III.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I e II.
e) I, II e IV.
17. (UNIOESTE PR/2010) “O século XIII
é o século das universidades porque é o das corporações. Em cada cidade onde
existe um ofício agrupando um número significativo de membros, estes se
organizam para a defesa de seus interesses e a instauração de um monopólio em
seu proveito”.
(LE
GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade média. São Paulo: Brasiliense,
1993, p. 59)
A
partir deste contexto podemos afirmar que:
I. Assiste-se à conversão de certas ordens
monásticas ao ensino universitário, a partir do século XIII.
II. Nas universidades nascentes, o cristianismo
e o pensamento antigo são utilizados pelo método da escolástica.
III. Há grande apoio do papado às instituições
universitárias surgidas neste período.
Para
tanto, assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão
corretas.
c) Apenas as afirmativas I e III estão
corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
18. (Mackenzie SP/2010) “Enfim, em
novembro de 1095, (...) o papa Urbano II (...) dirigiu à aristocracia guerreira
francesa uma advertência, divulgada, a seguir, por toda a Europa: aqueles que
até então tinham vivido como saqueadores, martirizando seus irmãos cristãos,
poderiam ir para o Oriente, onde os cristãos encontravam-se ameaçados pelos
muçulmanos, e empregar suas energias contra os infiéis. Assim, com o recurso
deste expediente destinado a ‘exportar a violência’, foi assentada a primeira
pedra no edifício das futuras Cruzadas”.
Jacques
Le Goff & Jean-Claude Schmitt. Dicionário Temático do Ocidente Medieval
De
acordo com o texto, é correto afirmar que as Cruzadas
a) foram expedições de caráter essencialmente
religioso, conclamando os europeus para um acordo de paz com os “infiéis” no
Oriente Médio.
b) tiveram nas ações militares contra os
“infiéis” no Oriente sua característica mais marcante, como maneira de solucionar
problemas sociais vividos na Europa.
c) tiveram a característica de exportar para a
América a ideia fixa de converter os indígenas em seguidores fiéis do cristianismo.
d) analisaram sistematicamente as civilizações
do Oriente, com o intuito de preservar sua cultura após a luta contra os
“infiéis”.
e) mesclaram princípios religiosos e militares,
buscando, por meio da conversão dos “infiéis” no Oriente, aumentar seguidores
do Cristianismo, então ameaçado pela Reforma Religiosa.
19. (FMABC SP/2010) “[A peste negra] era
transmitida essencialmente pelos parasitas, principalmente as pulgas e os
ratos. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não
tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda.
Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do
progresso, do crescimento.”
Georges
Duby. Ano 1000 Ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Editora da
Unesp, 1998, p. 80
A partir
do texto acima, que trata do aparecimento da peste negra na Europa do século
XIV, podemos dizer que
a) problemas de saúde, como a peste negra,
derivam sempre da miséria social e as epidemias avançam apenas em períodos de
crise econômica e conflitos sociais.
b) as doenças ficam em geral confinadas ao
local de manifestação original e quando se alastram para outras áreas não
provocam grandes problemas nem geram epidemias.
c) epidemias, como a peste negra, são
provocadas pela ira divina e não podem ser tratadas pelos homens, a não ser que
a medicina recorra a procedimentos religiosos.
d) a integração entre regiões diferentes do
planeta, provocada pelo comércio e por intercâmbios culturais, também pode
contribuir para a disseminação de doenças.
e) más condições de higiene e a falta de um
sistema unificado de atendimento médico foram os principais responsáveis pela
proliferação dos parasitas que provocaram a peste negra.
20. (UNIRG TO/2010) Leia o fragmento a seguir.
A Idade
Média não existe. Este período de quase mil anos [...] é uma fabricação, uma
construção, um mito, quer dizer um conjunto de representações e de imagens em
perpetuo movimento, amplamente difundidas na sociedade, de geração em geração
[...].
AMALVI,
Christian. Idade Média. In: LE GOFF, Jacques e SCHIMITT, Jean-Claude (orgs). Dicionário
Temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP: Edusc, 2006. p. 537.
O texto
aponta para a interpretação histórica sobre a Idade Média, sugerindo como as
imagens a respeito desse período são múltiplas. Contudo, uma interpretação
histórica consensual sobre a Idade Média afirma-se na
a) inexistência de um sistema de produção,
desconsiderando o feudalismo como uma possibilidade interpretativa para a
organização política e social, instituída a partir do século IX.
b) divisão desse período em duas fases, sendo
que a Baixa Idade Média (XI-XIII) notabilizou-se pelo refluxo do comércio
europeu e pelo fechamento dos centros urbanos.
c) crítica à representação da Idade Média
como uma “Idade das Trevas”, explicitando que essa denominação renascentista
pretendia valorizar as mudanças europeias no século XV.
d) predominância do poder dos senhores feudais
em relação ao poder religioso, indicando a ineficácia de um imaginário sagrado
em virtude do medo das manifestações sobrenaturais.
21. (UFT TO/2010) A captura de feiticeiras
era muito fácil e raramente se aplicavam torturas para obter confissões. A
maioria era composta de mulheres alienadas mentais. Diziam que se
metamorfoseavam em animais. As italianas frequentemente se transformavam em
gatos a deslizar pelas portas no âmbito de sugar o sangue das crianças (...) Todas
foram queimadas. Algumas afirmaram ter se entregado ao Diabo, mas descobria-se
que eram virgens. Também foram queimadas. Tudo era loucura, furor. Uma inglesa,
lançada à fogueira, gritou ao povo: “Não acusem meu juiz. Eu mesma desejei
minha perdição. Meus pais partiram para longe horrorizados. Meu marido me
repudiou, jamais serei readmitida na vida porque sou uma desonrada. Eu queria
morrer! Eu menti.”
MICHELET,
Jules. A Feiticeira. São Paulo: Círculo do Livro, 1989, p.124-125.
Com
base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. A multiplicação das heresias na Baixa Idade
Média foi um sintoma do apogeu da ordem feudal, demonstrando que a igreja
atendia às necessidades espirituais e materiais de amplos setores da população.
II. Muitas mulheres suspeitas de heresias foram
perseguidas pela igreja como bruxas ou feiticeiras. Entretanto, o imaginário
sexual perverso, implícito na ideia de feitiçaria não teve influências no
julgamento e nem tão pouco colaborou para dar aos heréticos uma imagem de
depravação.
III. Pessoas acusadas de heresia ou bruxaria eram
julgadas pelo Tribunal de Inquisição, instituído no século XIII com a
finalidade de investigar e punir os crimes contra a Coroa.
IV. A insatisfação com relação ao comportamento
do clero favoreceu o aparecimento de doutrinas contrárias aos ensinamentos da
igreja, as chamadas heresias. Nos séculos XII e XIII proliferaram movimentos
heréticos especialmente na França, que atraíram as populações humildes.
V. As pessoas acusadas de heresias eram presas,
submetidas a interrogatórios e submetidas à torturas cruéis. Quem fosse
considerado herético ou adepto à bruxaria poderia ter seus bens confiscados e
ser condenado à fogueira.
Assinale
as alternativas contendo apenas as afirmações INCORRETAS em relação ao texto de
Jules Michelet:
a) I, II, IV e V
b) I, III e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, III, IV e V
22. (UFTM MG/2010) O monge São Bernardo de
Claraval foi o pregador da segunda Cruzada, em 1147. Ele se referiu aos
cavaleiros, que participavam das Cruzadas, com as seguintes palavras: O
cavaleiro é verdadeiramente sem medo [...] e protege sua alma com a armadura da
fé como cobre seu corpo com uma couraça de malha. Duplamente armado, ele não
tem medo nem dos demônios nem dos homens. Aquele que deseja morrer não teme a
morte.
(Citado
por Albert Ollivier. Os Templários.)
São
Bernardo de Claraval refere-se
a) à crença que incutia confiança ao
combatente na luta contra o Islã, a qual trouxe modificações econômicas,
sociais e culturais na Europa Ocidental.
b) ao movimento militar que tinha como objetivo
fortalecer o poder dos reis nos países europeus, enfraquecendo os senhores
feudais.
c) ao nascimento do sentimento cristão na Europa
medieval devido à formação das cidades, o ressurgimento da moeda e o
desenvolvimento do comércio.
d) à oposição da Igreja católica medieval aos
servos rebelados, que se apropriaram das terras dos senhores que foram combater
os muçulmanos.
e) ao pessimismo dos homens medievais, que não
acreditavam que a crise econômica e social europeia pudesse ter solução fora da
Igreja.
23. (UNESP SP/2010) [Na Idade
Média], chamava-se ‘lepra’ a muitas doenças. Toda erupção pustulenta, a
escarlatina, por exemplo, qualquer afecção cutânea passava por lepra. Ora,
havia, com relação à lepra, um terror sagrado: os homens daquele tempo estavam
persuadidos de que no corpo reflete-se a podridão da alma. O leproso era, só
por sua aparência corporal, um pecador. Desagradara a Deus e seu pecado purgava
através dos poros.
(Georges
Duby. Ano 1000 Ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Unesp,
1998.)
O texto
mostra a associação entre doença e religião na Idade Média. Isso ocorre porque
os homens do período
a) abandonaram o conhecimento científico,
acumulado na Antiguidade, sobre saúde e doença; daí a época medieval ser apropriadamente
chamada de “era das trevas”.
b) recusavam-se a admitir que as condições de
higiene então existentes fossem inadequadas e preferiam criar explicações
astrológicas para os males que os afligiam.
c) estigmatizavam os portadores de doenças e os
isolavam, ao contrário do que ocorre hoje, quando todos os doentes são aceitos
no convívio social e recebem tratamento adequado.
d) eram marcados pelo imaginário cristão,
que apresentava o mundo como um espaço de conflito ininterrupto entre forças
divinas e forças demoníacas.
e) rejeitavam a medicina, pois a associavam a
práticas mágicas e a curandeirismo, preferindo recorrer a exorcistas a aceitar
os tratamentos prescritos nos hospitais.
24. (UNIMONTES MG/2010) Entre os
elementos que, de modo geral, concorreram para o processo de transição entre a
Idade Média e a Idade Moderna, no Ocidente, é INCORRETO elencar:
a) o fortalecimento político do Estado, que tomou
para si a responsabilidade de administrar as ditas questões nacionais.
b) a dinamização das práticas mercantis, com o impulso
dos processos de uniformização de moedas, pesos e medidas.
c) a crescente valorização da vida terrena, que
favoreceu a disseminação da ideia de liberdade, o racionalismo e o humanismo.
d) o fortalecimento dos senhores rurais, que
ocasionou o crescimento das populações ligadas à exploração agrícola.
25. (FGV/2010) A chamada “crise do século
XIV”, na Europa Ocidental, caracterizou-se por um conjunto de fatores como más
colheitas, fome, epidemias, rebeliões camponesas e guerras. Pode-se dizer que
tais elementos
a) fortaleceram as instituições medievais,
principalmente o caráter internacional das universidades.
b) abalaram o sistema feudal, provocando uma
acentuada queda demográfica, num processo inverso ao da expansão verificada
entre os séculos XI e XIII.
c) contribuíram para o aumento relativo da
população das cidades, onde os índices de mortalidade eram menores que no
campo.
d) provocaram um enfraquecimento geral da
cristandade, sobretudo na península Ibérica, o que permitiu uma nova ofensiva
islâmica na região.
e) fizeram diminuir as taxas e obrigações
senhoriais que recaíam sobre os servos e levaram à adoção da escravidão de africanos
nos senhorios feudais.
GABARITO
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