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QUESTÕES SOBRE A BAIXA IDADE MÉDIA XI



1. (PUC SP/2010) Alguns historiadores consideram que as Cruzadas medievais tinham finalidade exclusivamente mercantil. A historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa, por exemplo,
a) a intenção de frear as imigrações judaicas e muçulmanas para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas heresias.
b) o esforço de engajar a população pobre dos países islâmicos na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de Meca.
c) a busca do controle estratégico do Mar Mediterrâneo, facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do litoral da África.
d) o anseio europeu de aproximação com o mundo árabe, visando à realização de trocas e diálogos culturais.
e) a tentativa de unificar a fé cristã, reafirmando a liderança papal e ampliando a difusão da doutrina católica.


2. (ESPM/2011) A antiga Flandres situava-se no nordeste da França, ocupando também uma parte da Bélgica e constituía-se num ponto central e de fácil acesso no Ocidente da Europa.
(Raymundo Campos. História Geral)
Sobre a importância da Flandres na Baixa Idade Média é correto assinalar que:
a) era uma região sob domínio dos muçulmanos, desde quando estes invadiram a Europa no século VIII;
b) era uma região banhada pelo Mar Báltico e importante centro de produtos como mel, peixe salgado, cereais, madeiras;
c) foi o berço de uma gigantesca associação de comerciantes denominada Liga Hanseática, conhecida ainda como Hansa Teotônica;
d) era uma região em que se realizavam feiras, que após o século XIII tornaram-se as mais procuradas do continente, famosas por seus tecidos de lã de carneiro.
e) era uma região cortada pelos varegues, comerciantes nórdicos, conhecidos pelo controle sobre o comércio de produtos orientais.


3. (FUVEST SP/2011) Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
a) difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.
b) maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.
c) imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
d) resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.


4. (UDESC SC/2011) De modo geral, a historiografia considera o século XIV como aquele que assinala o início da crise do sistema feudal europeu. Sobre os fatores que contribuíram para configurar este cenário de crise do sistema feudal, assinale a alternativa incorreta.
a) As reformas religiosas de Lutero e Calvino.
b) A superexploração da terra e dos camponeses.
c) A crise de abastecimento de alimentos que levou fome à Europa.
d) A Peste Negra, que atingiu a Europa e se espalhou por todo o continente.
e) Emergência de revoltas rurais e urbanas em toda a Europa.


5. (UEPB/2011) Considerando o fenômeno das cruzadas, podemos afirmar:
a) condenavam a prática da indulgência pela Igreja Católica.
b) fortaleceram a descentralização política dos reis, consolidando o sistema feudal.
c) inibiram o desenvolvimento comercial devido à prática constante de escambos e saques.
d) tiveram motivação exclusivamente religiosa, com a noção de “guerra santa”.
e) possibilitaram aos ocidentais o contato com importantes conhecimentos produzidos pelos muçulmanos, no campo da matemática, da medicina e da astronomia.


6. (UEPB/2011) Compreender o homem medieval é algo complexo, pois conhecimento empírico, crenças e fervor religiosos, código dos nobres cavaleiros e exploração do trabalho camponês conviviam gerando contradições e conflitos. O historiador Robert Bartlett diz que “... os homens medievais eram parecidos conosco, em termos de sentimentos e ambições, mesmo acreditando que os mortos perambulavam entre os vivos”.
Analise as proposições abaixo:
I. Os medievais preferiam ver o eclipse como um sinal de Deus, mesmo conscientes de que este se dá quando um corpo celeste passa em frente a outro. Na “Crônica da cruzada” (1220) escreve-se que “... houve um eclipse da lua, dado por causas naturais. Mas, como o Senhor diz que há sinais no sol e na lua, o interpretamos como algo ruim para o inimigo”.
II. A consciência em torno da desigualdade social era apurada no medievo. A diferenciação entre as classes não era aceita por parte “dos que trabalhavam” e “dos que lutavam” como algo da ordem natural das coisas. Apenas “os que rezavam” viam a desigualdade como um desígnio de Deus, portanto, imutável.
III. O mapa-múndi da catedral de Hereford, na Inglaterra de 1290, mistura especulação e conhecimento empírico. Exibe um planeta Terra redondo e três continentes (Europa, Ásia e África) com precisão. E nas regiões periféricas, criaturas fantásticas como unicórnios e pessoas com cabeça de cachorro.
IV. Os adultos não se interessavam pela infância nem a tinham como uma fase com características próprias. Por isso mesmo o historiador Philippe Áries afirmou que a ideia de infância não existia na sociedade medieval.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas I, II e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.


7. (UEPB/2011) Analise as proposições a seguir:
I. O chamado renascimento urbano, entre os séculos XI e XIII, deve ser analisado como um processo que atingiu a minoria da população europeia. Mais de 80% das pessoas continuavam a viver no campo.
II. As cidades também eram fonte de renda para os senhores, pois elas se localizavam dentro dos domínios feudais e eram obrigadas a pagar taxas aos senhores.
III. A cidade medieval era bastante penetrada pelo campo. Os citadinos levavam uma vida semirrural no interior das muralhas que abrigavam vinhas, jardins e mesmos prados e campos, gado, estrume e excrementos.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.


8. (UEPB/2011) Más colheitas, fome, pestes, desemprego, inflação, abandono de aldeias e rebeliões violentas nas cidades e nos campos foram elementos que marcaram a sociedade medieval do século XIV. Considerando esta realidade, analise as proposições a seguir:
I. O uso ilimitado de adubos e o escasso conhecimento sobre conservação esgotaram o solo, agravando a crise de produção.
II. Para a religiosidade medieval tais catástrofes provocaram histeria, alimentavam superstições populares e aceleraram transformações.
III. Na França, o campesinato sublevou-se num movimento que ficou conhecido como “jacqueries” e que juntamente com outras revoltas rurais ameaçou a própria sobrevivência da nobreza e do clero.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.


9. (UFAL/2011) O florescimento das cidades na Europa Medieval se deu em um processo estreitamente relacionado ao desenvolvimento comercial. Sobre esse assunto, analise as proposições abaixo.
1) As feiras, organizadas no interior dos feudos, comercializavam os produtos locais, obtendo um papel preponderante na fundação dos burgos.
2) As Cruzadas, embora tenham contribuído para a circulação das mercadorias, por força das proibições da Igreja Católica, não estimularam o desenvolvimento de atividades relacionadas ao crédito financeiro.
3) Para proteger-se e garantir maiores lucros, os mercadores reuniram-se em associações, como a Liga Hanseática, que chegou a reunir cerca de 150 cidades.
4) A intensificação das atividades mercantis possibilitou o surgimento de feiras regulares nos cruzamentos das rotas dos mercadores, como as de Champanhe e Flandres.
5) Os empréstimos a juros, ainda que proibidos pela Igreja Católica, tornaram-se frequentes, favorecendo o surgimento de instituições financeiras de vários portes.
Estão corretas apenas:
a) 1, 2 e 3
b) 1, 3 e 4
c) 2, 3 e 5
d) 3, 4 e 5
e) 1, 3 e 5


10. (UFG GO/2011) A partir do século XII, as corporações de ofício passaram a expressar uma cultura do trabalho própria ao mundo medieval, na medida em que
a) propiciavam a troca de conhecimento entre os mestres das corporações.
b) ampliavam o processo de divisão do trabalho na produção dos artefatos.
c) promoviam uma rede de proteção entre os membros das corporações.
d) redefiniam a noção de preço justo ao incorporar os juros no valor da mercadoria.
e) estabeleciam uma nova temporalidade, associada ao processo de circulação monetária.


11. (UPE/2011) Na Baixa Idade Média (séculos X-XV), a sociedade feudal europeia assistiu a mudanças em sua estruturação e dinâmica de funcionamento que foram essenciais para a construção do mundo moderno. Sendo assim, é CORRETO afirmar que, neste período,
a) a burguesia surge e começa a atuar predominantemente, no contexto social dos incipientes centros urbanos feudais.
b) a igreja católica assiste a uma redução drástica do seu poder no contexto sócio-político mais amplo com a eclosão da Reforma Protestante.
c) o poder régio nas monarquias feudais, em especial na França e Inglaterra, passa a restringir a atuação da burguesia por meio de medidas de repressão fiscal.
d) há uma expansão do modelo agrário feudal na economia europeia de então, com a diminuição dos centros urbanos.
e) as cidades feudais passam a sofrer com guerras locais ligadas aos conflitos religiosos entre os cristãos e os judeus, em especial na Península Ibérica.



12. (UCS RS/2010) O período medieval é, geralmente, apresentado como época de superstição, atraso e estagnação. Entretanto, a Idade Média teve vários avanços tecnológicos e intelectuais que favoreceram a melhoria da qualidade de vida cotidiana.
Analise a veracidade (V) ou falsidade (F) das proposições abaixo, com relação aos avanços tecnológicos e intelectuais na Idade Média.
(__) Passou-se a utilizar o relógio mecânico e a imprensa, e surgiram as universidades.
(__) Deu-se início à exploração do vento e da água como recursos enérgicos; ocorreu o desenvolvimento da cartografia e o aperfeiçoamento dos instrumentos de navegação.
(__) Os pesados panos de lã foram substituídos pelo linho, que passou a ser empregado na confecção de roupas, proporcionando melhoria na higiene do corpo.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
a) V – F – F
b) V – F – V
c) F – F – V
d) V – V – V
e) F – V – F


13. (UEFS BA/2011) A proximidade temporal entre a instauração da Inquisição no reino e o processo efetivo de colonização da América portuguesa, a partir da década de 1530, contribuiu para que muitos cristãos-novos que se sentiam ameaçados em Portugal decidissem atravessar o Atlântico em direção ao Brasil, onde participavam da organização política e social existente. (ASSIS, 2010, p. 19).
A ameaça sistemática da Inquisição, contra judeus e cristãos-novos, em Portugal e na Colônia, decorria, no aspecto religioso,
a) do apoio prestado pelos muçulmanos aos refugiados judeus no norte da África.
b) da interpretação do judaísmo como ameaça à unidade doutrinária da Igreja Católica.
c) da divulgação do Velho Testamento judeu entre os habitantes católicos do Brasil colonial.
d) da utilização de modelos da arquitetura das igrejas católicas na construção de sinagogas judaicas.
e) da expansão de colônias judaicas no litoral afro-atlântico, fazendo concorrência ao comércio português.


14. (FATEC SP/2011) Segundo o historiador Jacques Le Goff, ao longo dos caminhos que percorre e por onde transporta suas mercadorias, o comerciante encontra muitos obstáculos. Antes de tudo, obstáculos naturais. Depois, a insuficiência dos meios de transporte. Acrescente-se a isso a insegurança, os bandidos... Acrescente-se, muito especialmente, por serem mais frequentes e mais regulares, os impostos e direitos e os pedágios de todos os tipos que os senhores feudais, as cidades ou as comunidades cobravam para se atravessar uma ponte, se cruzar um rio ou para simplesmente transitar através de suas terras, em tempos de extremo parcelamento territorial e descentralização política.
As condições descritas no texto permitem associá-lo
a) ao Egito Faraônico.
b) ao Império Romano, século II.
c) à Europa Cristã, século XIII.
d) à Península Ibérica, século XVI.
e) à França, século XVII.


15. (UEL PR/2011) O rei espanhol Alfonso X, o Sábio, na sua obra “El Libro de Ajedrez”, simula, por meio de uma partida de xadrez, os conflitos entre cristãos e mouros.
Tais conflitos devem ser entendidos no contexto
a) da expansão muçulmana para o Oriente, a qual entrou em choque com os interesses portugueses e espanhóis naquela região.
b) das Guerras Púnicas, quando Ocidente e Oriente disputaram o controle do Mar Vermelho.
c) das Cruzadas, quando cristãos, pela força, retomaram o Estreito de Gibraltar que estava sob domínio mouro.
d) das heresias medievais, quando o poder eclesiástico foi ameaçado pela concentração do poder burguês.
e) da Reconquista, que praticamente varreu das terras ibéricas a presença do elemento não cristão.


16. (PUC RS/2011) Considere o texto abaixo, relato de uma pessoa que testemunhou em vida os fatos descritos.
“Eis que, em outubro do ano 1347 da Encarnação do Senhor (...), muitos genoveses, em doze galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão de sua iniquidade, acostaram no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam consigo, impregnada em seus ossos, uma doença tal que quem quer que tivesse falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal; essa morte, morte imediata, era absolutamente impossível de se evitar.”
(Michel de Piazza. Historia secula ab anno 1337 ad annum 1361. Apud DUBY, Georges. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.118)
Considerando o contexto europeu do período, é correto afirmar que o surto epidêmico descrito
a) permaneceu restrito às cidades e regiões mencionadas.
b) fortaleceu a ordem sociopolítica clássica do feudalismo.
c) condicionou o abandono das explicações sobrenaturais para doenças e morte.
d) afetou apenas os pobres e a parcela mais velha das populações.
e) causou surtos de perseguição a grupos religiosos minoritários.


17. (UNESP SP/2011) Com o crescimento comercial, na Baixa Idade Média, a Europa atravessou períodos de pânico coletivo, provocados por manifestações endêmicas ou epidêmicas da peste bubônica e de outras doenças, como tifo, varíola, gripe pulmonar e disenteria. A disseminação de várias dessas doenças era facilitada, entre outros motivos, pela
a) condição precária de higiene, enfrentada principalmente pelos habitantes das cidades.
b) crença de que as epidemias não podiam ser combatidas, pois advinham da vontade divina.
c) dificuldade de contato e comunicação entre as populações do continente europeu.
d) proibição religiosa das pesquisas médicas e científicas durante toda a Idade Média.
e) omissão dos poderes políticos, uma vez que as doenças só atingiam as camadas pobres.


18. (FGV/2012) Leia o documento.
Deus criador do universo fixou duas grandes luminárias no firmamento do céu: a luminária maior para dirigir o dia e a luminária menor para dirigir a noite. Da mesma maneira, para o firmamento da Igreja universal, como se se tratasse do Céu, nomeou duas grandes dignidades; a maior para tomar a direção das almas, como se estas fossem dias, a menor para tomar a direção dos corpos, como se estes fossem as noites. Estas dignidades são a autoridade pontifícia e o poder real. Assim como a Lua deriva a sua luz da do Sol e na verdade é inferior ao Sol tanto em quantidade como em qualidade, em posição como em efeito, da mesma maneira o poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade pontifícia: e quanto mais intimamente se lhe unir, tanto maior será a luz com que é adornado; quanto mais prolongar [essa união], mais crescerá em esplendor.
(Apud Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
No documento – escrito pelo papa Inocêncio III, em 1198 – é correto identificar
a) a recuperação de um preceito dos primeiros tempos do cristianismo, que defendia a pureza da alma e a pecaminosidade do corpo.
b) uma associação entre a estrutura moral dos monarcas e a aprovação dos seus governos pelas autoridades religiosas.
c) a condenação de todas as teorias que adotavam a cosmologia divina sobre a constituição do poder dos líderes da Igreja Católica.
d) uma determinada visão sobre as relações hierárquicas entre o poder espiritual e o poder temporal no mundo medieval europeu.
e) os resquícios de uma concepção da Antiguidade Oriental que reconhecia a supremacia das religiões monoteístas sobre o paganismo.


19. (FGV/2012) Leia o texto.
Entre 1315 e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de forma tão intensa e ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma situação de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o grande movimento de crise do século XIV.
(Francisco C. Teixeira da Silva, Sociedade feudal: guerreiros, sacerdotes e trabalhadores)
Pode-se apontar, entre outros elementos, como parte da chamada Crise do Século XIV,
a) o progressivo processo de enfraquecimento das monarquias nacionais, em especial da França, diante da forte resistência liderada pela fração da nobreza voltada aos negócios financeiros.
b) a enorme disparidade entre a frágil produção de alimentos e o crescimento da população europeia, este resultado da ausência de conflitos bélicos e de revoltas populares importantes.
c) o efeito positivo das revoltas camponesas para a maioria dos trabalhadores dos campos e das cidades, especialmente na Europa Oriental, pois houve para estes consideráveis aumentos salariais e a concessão do direito à sindicalização.
d) o descompasso entre uma produção de mercadorias sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis na Europa, provocando um inédito processo de hiperinflação, que paralisou a atividade produtiva no final do século.
e) a conversão da prestação do trabalho gratuito – a corveia - ao senhor, pelo pagamento em produto ou em dinheiro por parte do servo, que representou um dos passos em direção à dissolução dos laços servis.


20. (UFG GO/2012) Leia o poema a seguir.
A morte para todos faz capa escura,
E faz da terra uma toalha;
Sem distinção, ela nos serve,
Põe os segredos a descoberto,
A morte libera o escravo,
A morte submete rei e papa
E paga a cada um seu salário,
E devolve ao pobre o que ele perde
E toma do rico o que ele abocanha.
FROIDMONT, Hélinand. Os versos da morte. São Paulo: Ateliê/Imaginário, 1996. p. 50. [Adaptado].
Este poema do século XII refere-se ao impacto das mudanças ocorridas no Ocidente Medieval, relacionadas à expansão urbana e comercial. Tendo em vista esse ambiente, ao transformar a morte em personagem, o poema caracteriza-a com uma atitude
a) moralizadora, que expressa a necessidade de correção dos costumes na vida terrena.
b) racionalista, que manifesta a retomada do pensamento aristotélico.
c) idealista, que constrói uma imagem sublime do homem como criatura de Deus.
d) heroica, que denota o desejo de incentivar a coragem nos homens.
e) indulgente, que promove a convivência tolerante entre cristãos e pagãos.


21. (Mackenzie SP/2012) “Ao lado dos sinos dos conventos e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas canônicas dos ofícios religiosos, aparecem os sinos laicos, sobretudo utilizados para a proclamação do tempo do trabalho (início, interrupções e fim). Nas cidades do nordeste da Europa, importante região têxtil, os novos sinos opõem à autoridade dos campanários da igreja a altivez das torres que os desafiam. Em face do tempo da Igreja, afirma-se o tempo do mercador, senhor do processo de trabalho”.
Dicionário temático do Ocidente Medieval, v.II, p.163
O texto aponta
a) os erros de certas análises historiográficas a respeito das concepções medievais de tempo e de trabalho. De forma precipitada, tais análises tendem a considerar a Igreja detentora absoluta de tais concepções, durante toda a Idade Média, demonstrando a falta de análises históricas empíricas.
b) que as estruturas e as mentalidades medievais não sofreram transformações substanciais. De fato, como apontado no texto, as ideias acerca do trabalho e do tempo continuaram as mesmas durante o período, demonstrando que mentalidades não se alteram rapidamente.
c) para as transformações processadas na Idade Média acerca do papel regulador da Igreja e do mercador. Aquela atenta à nova realidade, adaptando-se cada vez mais; este, senhor do comércio e das mercadorias, demonstra o seu poder ao impor o domínio sobre os sinos e os campanários medievais.
d) para as transformações processadas no final da Idade Média em relação ao tempo e ao trabalho. De fato, se antes tais conceitos eram regidos e dominados pela Igreja, a partir daquele momento as concepções valorativas acerca deles passam a predominar na transição feudo-capitalista, sobretudo nos ambientes laicos.
e) que as concepções de tempo e de trabalho se alteraram ao longo do tempo, exceto na Idade Média. De fato, analisado empiricamente, o período é rico em representações a respeito desses conceitos, sempre demonstrando a fragilidade eclesiástica em impor seus conceitos para a população em geral.


22. (UFRN/2012) Leia com atenção a definição abaixo:
Capitalismo: sistema econômico e social predominante na maioria dos países industrializados ou em industrialização. Neles, a economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente livres, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, os quais são proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando à obtenção de lucro.
SANDRONI, Paulo (Org. e sup.). Dicionário de economia. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. p. 40.
Considerando as características apresentadas acima, o modelo socioeconômico do feudalismo europeu na Idade Média se diferencia do modelo capitalista, pois, entre outros elementos,
a) as demandas do comércio internacional por produtos agrícolas possibilitaram aos camponeses grandes lucros com a venda de excedentes da produção.
b) as revoltas camponesas do século XV aboliram as taxações feudais e favoreceram a adoção do sistema de colonato no regime feudal.
c) a maioria da mão de obra era empregada no campo, dedicando-se a uma produção de subsistência e ligando-se por laços servis à classe aristocrática.
d) a burguesia urbana enriquecida comprava títulos de nobreza e agravava a exploração da classe camponesa, submetida à servidão.



23. (Fameca SP/2013) No século XI, os tecelões de Flandres começaram a produzir a preço módico panos de lã que eram muito superiores aos tecidos em casa. Eles tiveram um crescente sucesso, primeiro em escala local, depois no exterior. Os tecelões tiveram que buscar em torno de si novas fontes de abastecimento. Acharam-nas na Inglaterra.
O comércio de genoveses, pisanos e venezianos no Leste transformou as lãs flamengas na mais popular e lucrativa de suas mercadorias, que se tornou um poderoso instrumento da expansão dessas cidades.
(Colin McEvedy. Atlas de história medieval, 2007. Adaptado.)
O texto descreve
a) os contatos comerciais entre cristãos e muçulmanos, graças às relações de suserania e vassalagem.
b) o dinamismo mercantil da Europa Medieval, com destaque para as cidades italianas e flamengas.
c) os motivos da decadência das feiras, devido às novas rotas comerciais entre o Norte e o Sul da Europa.
d) o processo de formação do feudalismo, devido à ruralização provocada pelas invasões à Europa.
e) o papel primordial do movimento cruzadista para o enriquecimento das cidades medievais, como as italianas.


24. (FGV/2013) A partir do século X, mas principalmente do XI, é o grande período de urbanização – prefiro utilizar esse termo mais do que o de renascimento urbano, já que penso que, salvo exceção, não há continuidade entre a Idade Média e a Antiguidade.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. Conversações com Jean Lebrun. São Paulo: Unesp, 1998, p. 16.
A respeito das cidades medievais, após o ano mil, é CORRETO afirmar:
a) Tornaram-se centros econômicos e financeiros e vinculados às rotas mercantis e à produção agrária das áreas rurais próximas.
b) Eram fundamentalmente sedes episcopais e centros administrativos do Sacro Império Romano Germânico.
c) Tornaram-se núcleos da produção industrial que começou a desenvolver-se sobretudo no norte da Itália, a partir do século XI.
d) Tornaram-se os principais entrepostos do comércio de escravos africanos desde o início das Cruzadas.
e) Apresentaram-se como legado das póleis gregas e das cidades romanas da Antiguidade.


25. (FGV/2013) Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade, esperando que as suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de Josué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é tomada a 15 de julho de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população. Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se precária.
Tate, G. Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente. In Arneville, M.-B. D’ e outros, As Cruzadas. Trad., Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.
O texto acima refere-se à
a) terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.
b) Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa empreitada.
c) sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia francesa.
d) primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação armada.
e) quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.


GABARITO

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