1. (PUC SP/2010) Alguns historiadores
consideram que as Cruzadas medievais tinham finalidade exclusivamente
mercantil. A historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras
motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa, por exemplo,
a) a intenção de frear as imigrações judaicas e
muçulmanas para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas heresias.
b) o esforço de engajar a população pobre dos
países islâmicos na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de Meca.
c) a busca do controle estratégico do Mar
Mediterrâneo, facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do
litoral da África.
d) o anseio europeu de aproximação com o mundo
árabe, visando à realização de trocas e diálogos culturais.
e) a tentativa de unificar a fé cristã,
reafirmando a liderança papal e ampliando a difusão da doutrina católica.
2. (ESPM/2011) A antiga Flandres
situava-se no nordeste da França, ocupando também uma parte da Bélgica e
constituía-se num ponto central e de fácil acesso no Ocidente da Europa.
(Raymundo
Campos. História Geral)
Sobre a
importância da Flandres na Baixa Idade Média é correto assinalar que:
a) era uma região sob domínio dos muçulmanos,
desde quando estes invadiram a Europa no século VIII;
b) era uma região banhada pelo Mar Báltico e
importante centro de produtos como mel, peixe salgado, cereais, madeiras;
c) foi o berço de uma gigantesca associação de
comerciantes denominada Liga Hanseática, conhecida ainda como Hansa Teotônica;
d) era uma região em que se realizavam
feiras, que após o século XIII tornaram-se as mais procuradas do continente,
famosas por seus tecidos de lã de carneiro.
e) era uma região cortada pelos varegues,
comerciantes nórdicos, conhecidos pelo controle sobre o comércio de produtos
orientais.
3. (FUVEST SP/2011) Se o Ocidente procurava,
através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi
exatamente o inverso.
Amin
Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241,
2007.
Um
exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
a) difusão do islamismo no interior dos Reinos
Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.
b) maior organização militar dos muçulmanos
e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.
c) imediata reação terrorista islâmica, que
colocou em risco o Império britânico na Ásia.
d) resistência ininterrupta que os cruzados
enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu
desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.
4. (UDESC SC/2011) De modo geral, a
historiografia considera o século XIV como aquele que assinala o início da
crise do sistema feudal europeu. Sobre os fatores que contribuíram para
configurar este cenário de crise do sistema feudal, assinale a alternativa incorreta.
a) As reformas religiosas de Lutero e
Calvino.
b) A superexploração da terra e dos camponeses.
c) A crise de abastecimento de alimentos que
levou fome à Europa.
d) A Peste Negra, que atingiu a Europa e se
espalhou por todo o continente.
e) Emergência de revoltas rurais e urbanas em
toda a Europa.
5. (UEPB/2011) Considerando o fenômeno
das cruzadas, podemos afirmar:
a) condenavam a prática da indulgência pela
Igreja Católica.
b) fortaleceram a descentralização política dos
reis, consolidando o sistema feudal.
c) inibiram o desenvolvimento comercial devido
à prática constante de escambos e saques.
d) tiveram motivação exclusivamente religiosa,
com a noção de “guerra santa”.
e) possibilitaram aos ocidentais o contato
com importantes conhecimentos produzidos pelos muçulmanos, no campo da
matemática, da medicina e da astronomia.
6. (UEPB/2011) Compreender o homem
medieval é algo complexo, pois conhecimento empírico, crenças e fervor
religiosos, código dos nobres cavaleiros e exploração do trabalho camponês
conviviam gerando contradições e conflitos. O historiador Robert Bartlett diz
que “... os homens medievais eram parecidos conosco, em termos de
sentimentos e ambições, mesmo acreditando que os mortos perambulavam entre os
vivos”.
Analise
as proposições abaixo:
I. Os medievais preferiam ver o eclipse como um
sinal de Deus, mesmo conscientes de que este se dá quando um corpo celeste
passa em frente a outro. Na “Crônica da cruzada” (1220) escreve-se que “...
houve um eclipse da lua, dado por causas naturais. Mas, como o Senhor diz que
há sinais no sol e na lua, o interpretamos como algo ruim para o inimigo”.
II. A consciência em torno da desigualdade
social era apurada no medievo. A diferenciação entre as classes não era aceita
por parte “dos que trabalhavam” e “dos que lutavam” como algo da
ordem natural das coisas. Apenas “os que rezavam” viam a desigualdade
como um desígnio de Deus, portanto, imutável.
III. O mapa-múndi da catedral de Hereford, na
Inglaterra de 1290, mistura especulação e conhecimento empírico. Exibe um
planeta Terra redondo e três continentes (Europa, Ásia e África) com precisão.
E nas regiões periféricas, criaturas fantásticas como unicórnios e pessoas com
cabeça de cachorro.
IV. Os adultos não se interessavam pela
infância nem a tinham como uma fase com características próprias. Por isso
mesmo o historiador Philippe Áries afirmou que a ideia de infância não existia
na sociedade medieval.
Assinale
a alternativa correta:
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas I, II e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.
7. (UEPB/2011) Analise as proposições a
seguir:
I. O chamado renascimento urbano, entre os
séculos XI e XIII, deve ser analisado como um processo que atingiu a minoria da
população europeia. Mais de 80% das pessoas continuavam a viver no campo.
II. As cidades também eram fonte de renda para
os senhores, pois elas se localizavam dentro dos domínios feudais e eram
obrigadas a pagar taxas aos senhores.
III. A cidade medieval era bastante penetrada pelo
campo. Os citadinos levavam uma vida semirrural no interior das muralhas que
abrigavam vinhas, jardins e mesmos prados e campos, gado, estrume e
excrementos.
Está(ão)
correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.
8. (UEPB/2011) Más colheitas, fome,
pestes, desemprego, inflação, abandono de aldeias e rebeliões violentas nas
cidades e nos campos foram elementos que marcaram a sociedade medieval do
século XIV. Considerando esta realidade, analise as proposições a seguir:
I. O uso ilimitado de adubos e o escasso
conhecimento sobre conservação esgotaram o solo, agravando a crise de produção.
II. Para a religiosidade medieval tais catástrofes
provocaram histeria, alimentavam superstições populares e aceleraram
transformações.
III. Na França, o campesinato sublevou-se num
movimento que ficou conhecido como “jacqueries” e que juntamente com outras
revoltas rurais ameaçou a própria sobrevivência da nobreza e do clero.
Está(ão)
correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.
9. (UFAL/2011) O florescimento das
cidades na Europa Medieval se deu em um processo estreitamente relacionado ao desenvolvimento
comercial. Sobre esse assunto, analise as proposições abaixo.
1) As feiras, organizadas no interior dos
feudos, comercializavam os produtos locais, obtendo um papel preponderante na
fundação dos burgos.
2) As Cruzadas, embora tenham contribuído para
a circulação das mercadorias, por força das proibições da Igreja Católica, não
estimularam o desenvolvimento de atividades relacionadas ao crédito financeiro.
3) Para proteger-se e garantir maiores lucros,
os mercadores reuniram-se em associações, como a Liga Hanseática, que chegou a
reunir cerca de 150 cidades.
4) A intensificação das atividades mercantis
possibilitou o surgimento de feiras regulares nos cruzamentos das rotas dos
mercadores, como as de Champanhe e Flandres.
5) Os empréstimos a juros, ainda que proibidos
pela Igreja Católica, tornaram-se frequentes, favorecendo o surgimento de
instituições financeiras de vários portes.
Estão
corretas apenas:
a) 1, 2 e 3
b) 1, 3 e 4
c) 2, 3 e 5
d) 3, 4 e 5
e) 1, 3 e 5
10. (UFG GO/2011) A partir do século XII, as
corporações de ofício passaram a expressar uma cultura do trabalho própria ao
mundo medieval, na medida em que
a) propiciavam a troca de conhecimento entre os
mestres das corporações.
b) ampliavam o processo de divisão do trabalho
na produção dos artefatos.
c) promoviam uma rede de proteção entre os
membros das corporações.
d) redefiniam a noção de preço justo ao incorporar
os juros no valor da mercadoria.
e) estabeleciam uma nova temporalidade,
associada ao processo de circulação monetária.
11. (UPE/2011) Na Baixa Idade Média (séculos X-XV), a sociedade feudal europeia
assistiu a mudanças em sua estruturação e dinâmica de funcionamento que foram
essenciais para a construção do mundo moderno. Sendo assim, é CORRETO afirmar
que, neste período,
a) a burguesia surge e
começa a atuar predominantemente, no contexto social dos incipientes centros
urbanos feudais.
b) a igreja católica assiste
a uma redução drástica do seu poder no contexto sócio-político mais amplo com a
eclosão da Reforma Protestante.
c) o poder régio nas
monarquias feudais, em especial na França e Inglaterra, passa a restringir a
atuação da burguesia por meio de medidas de repressão fiscal.
d) há uma expansão do modelo
agrário feudal na economia europeia de então, com a diminuição dos centros
urbanos.
e) as cidades feudais passam
a sofrer com guerras locais ligadas aos conflitos religiosos entre os cristãos
e os judeus, em especial na Península Ibérica.
12. (UCS RS/2010) O período medieval é,
geralmente, apresentado como época de superstição, atraso e estagnação.
Entretanto, a Idade Média teve vários avanços tecnológicos e intelectuais que
favoreceram a melhoria da qualidade de vida cotidiana.
Analise
a veracidade (V) ou falsidade (F) das proposições abaixo, com relação aos
avanços tecnológicos e intelectuais na Idade Média.
(__) Passou-se a utilizar o relógio mecânico e a
imprensa, e surgiram as universidades.
(__) Deu-se início à exploração do vento e da água
como recursos enérgicos; ocorreu o desenvolvimento da cartografia e o aperfeiçoamento
dos instrumentos de navegação.
(__) Os pesados panos de lã foram substituídos
pelo linho, que passou a ser empregado na confecção de roupas, proporcionando
melhoria na higiene do corpo.
Assinale
a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
a) V – F – F
b) V – F – V
c) F – F – V
d) V – V – V
e) F – V – F
13. (UEFS BA/2011) A proximidade temporal
entre a instauração da Inquisição no reino e o processo efetivo de colonização
da América portuguesa, a partir da década de 1530, contribuiu para que muitos
cristãos-novos que se sentiam ameaçados em Portugal decidissem atravessar o
Atlântico em direção ao Brasil, onde participavam da organização política e
social existente. (ASSIS, 2010, p. 19).
A
ameaça sistemática da Inquisição, contra judeus e cristãos-novos, em Portugal e
na Colônia, decorria, no aspecto religioso,
a) do apoio prestado pelos muçulmanos aos
refugiados judeus no norte da África.
b) da interpretação do judaísmo como ameaça à unidade doutrinária da Igreja
Católica.
c) da divulgação do Velho Testamento judeu
entre os habitantes católicos do Brasil colonial.
d) da utilização de modelos da arquitetura das
igrejas católicas na construção de sinagogas judaicas.
e) da expansão de colônias judaicas no litoral
afro-atlântico, fazendo concorrência ao comércio português.
14. (FATEC SP/2011) Segundo o historiador
Jacques Le Goff, ao longo dos caminhos que percorre e por onde transporta suas
mercadorias, o comerciante encontra muitos obstáculos. Antes de tudo, obstáculos
naturais. Depois, a insuficiência dos meios de transporte. Acrescente-se a isso
a insegurança, os bandidos... Acrescente-se, muito especialmente, por serem
mais frequentes e mais regulares, os impostos e direitos e os pedágios de todos
os tipos que os senhores feudais, as cidades ou as comunidades cobravam para se
atravessar uma ponte, se cruzar um rio ou para simplesmente transitar através
de suas terras, em tempos de extremo parcelamento territorial e
descentralização política.
As condições
descritas no texto permitem associá-lo
a) ao Egito Faraônico.
b) ao Império Romano, século II.
c) à Europa Cristã, século XIII.
d) à Península Ibérica, século XVI.
e) à França, século XVII.
15. (UEL PR/2011) O rei espanhol Alfonso X,
o Sábio, na sua obra “El Libro de Ajedrez”, simula, por meio de uma partida de
xadrez, os conflitos entre cristãos e mouros.
Tais
conflitos devem ser entendidos no contexto
a) da expansão muçulmana para o Oriente, a qual
entrou em choque com os interesses portugueses e espanhóis naquela região.
b) das Guerras Púnicas, quando Ocidente e
Oriente disputaram o controle do Mar Vermelho.
c) das Cruzadas, quando cristãos, pela força, retomaram
o Estreito de Gibraltar que estava sob domínio mouro.
d) das heresias medievais, quando o poder
eclesiástico foi ameaçado pela concentração do poder burguês.
e) da Reconquista, que praticamente varreu
das terras ibéricas a presença do elemento não cristão.
16. (PUC RS/2011) Considere o texto abaixo,
relato de uma pessoa que testemunhou em vida os fatos descritos.
“Eis
que, em outubro do ano 1347 da Encarnação do Senhor (...), muitos genoveses, em
doze galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão de sua
iniquidade, acostaram no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam
consigo, impregnada em seus ossos, uma doença tal que quem quer que tivesse
falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal; essa morte, morte
imediata, era absolutamente impossível de se evitar.”
(Michel
de Piazza. Historia secula ab anno 1337 ad annum 1361. Apud DUBY, Georges. A
Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.118)
Considerando
o contexto europeu do período, é correto afirmar que o surto epidêmico descrito
a) permaneceu restrito às cidades e regiões
mencionadas.
b) fortaleceu a ordem sociopolítica clássica do
feudalismo.
c) condicionou o abandono das explicações
sobrenaturais para doenças e morte.
d) afetou apenas os pobres e a parcela mais
velha das populações.
e) causou surtos de perseguição a grupos
religiosos minoritários.
17. (UNESP SP/2011) Com o crescimento
comercial, na Baixa Idade Média, a Europa atravessou períodos de pânico
coletivo, provocados por manifestações endêmicas ou epidêmicas da peste
bubônica e de outras doenças, como tifo, varíola, gripe pulmonar e disenteria.
A disseminação de várias dessas doenças era facilitada, entre outros motivos,
pela
a) condição precária de higiene, enfrentada
principalmente pelos habitantes das cidades.
b) crença de que as epidemias não podiam ser
combatidas, pois advinham da vontade divina.
c) dificuldade de contato e comunicação entre
as populações do continente europeu.
d) proibição religiosa das pesquisas médicas e
científicas durante toda a Idade Média.
e) omissão dos poderes políticos, uma vez que
as doenças só atingiam as camadas pobres.
18. (FGV/2012) Leia o documento.
Deus
criador do universo fixou duas grandes luminárias no firmamento do céu: a
luminária maior para dirigir o dia e a luminária menor para dirigir a noite. Da
mesma maneira, para o firmamento da Igreja universal, como se se tratasse do
Céu, nomeou duas grandes dignidades; a maior para tomar a direção das almas, como
se estas fossem dias, a menor para tomar a direção dos corpos, como se estes
fossem as noites. Estas dignidades são a autoridade pontifícia e o poder real.
Assim como a Lua deriva a sua luz da do Sol e na verdade é inferior ao Sol
tanto em quantidade como em qualidade, em posição como em efeito, da mesma
maneira o poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade
pontifícia: e quanto mais intimamente se lhe unir, tanto maior será a luz com
que é adornado; quanto mais prolongar [essa união], mais crescerá em esplendor.
(Apud
Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
No
documento – escrito pelo papa Inocêncio III, em 1198 – é correto identificar
a) a recuperação de um preceito dos primeiros
tempos do cristianismo, que defendia a pureza da alma e a pecaminosidade do
corpo.
b) uma associação entre a estrutura moral dos
monarcas e a aprovação dos seus governos pelas autoridades religiosas.
c) a condenação de todas as teorias que
adotavam a cosmologia divina sobre a constituição do poder dos líderes da
Igreja Católica.
d) uma determinada visão sobre as relações
hierárquicas entre o poder espiritual e o poder temporal no mundo medieval
europeu.
e) os resquícios de uma concepção da
Antiguidade Oriental que reconhecia a supremacia das religiões monoteístas
sobre o paganismo.
19. (FGV/2012) Leia o texto.
Entre
1315 e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de
forma tão intensa e ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas
perdidas, gerando uma situação de calamidade para o mundo camponês e que se
soma aos vários anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis
bastante baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o grande
movimento de crise do século XIV.
(Francisco
C. Teixeira da Silva, Sociedade feudal: guerreiros, sacerdotes e
trabalhadores)
Pode-se
apontar, entre outros elementos, como parte da chamada Crise do Século XIV,
a) o progressivo processo de enfraquecimento
das monarquias nacionais, em especial da França, diante da forte resistência
liderada pela fração da nobreza voltada aos negócios financeiros.
b) a enorme disparidade entre a frágil produção
de alimentos e o crescimento da população europeia, este resultado da ausência
de conflitos bélicos e de revoltas populares importantes.
c) o efeito positivo das revoltas camponesas
para a maioria dos trabalhadores dos campos e das cidades, especialmente na Europa
Oriental, pois houve para estes consideráveis aumentos salariais e a concessão
do direito à sindicalização.
d) o descompasso entre uma produção de
mercadorias sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis na Europa,
provocando um inédito processo de hiperinflação, que paralisou a atividade
produtiva no final do século.
e) a conversão da prestação do trabalho
gratuito – a corveia - ao senhor, pelo pagamento em produto ou em dinheiro por
parte do servo, que representou um dos passos em direção à dissolução dos laços
servis.
20. (UFG GO/2012) Leia o poema a seguir.
A morte para todos faz capa escura,
E faz da terra uma toalha;
Sem distinção, ela nos serve,
Põe os segredos a descoberto,
A morte libera o escravo,
A morte submete rei e papa
E paga a cada um seu salário,
E devolve ao pobre o que ele perde
E toma
do rico o que ele abocanha.
FROIDMONT,
Hélinand. Os versos da morte. São Paulo: Ateliê/Imaginário, 1996. p. 50.
[Adaptado].
Este
poema do século XII refere-se ao impacto das mudanças ocorridas no Ocidente Medieval,
relacionadas à expansão urbana e comercial. Tendo em vista esse ambiente, ao
transformar a morte em personagem, o poema caracteriza-a com uma atitude
a) moralizadora, que expressa a necessidade
de correção dos costumes na vida terrena.
b) racionalista, que manifesta a retomada do
pensamento aristotélico.
c) idealista, que constrói uma imagem sublime
do homem como criatura de Deus.
d) heroica, que denota o desejo de incentivar a
coragem nos homens.
e) indulgente, que promove a convivência
tolerante entre cristãos e pagãos.
21. (Mackenzie SP/2012) “Ao lado dos
sinos dos conventos e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas
canônicas dos ofícios religiosos, aparecem os sinos laicos, sobretudo
utilizados para a proclamação do tempo do trabalho (início, interrupções e
fim). Nas cidades do nordeste da Europa, importante região têxtil, os novos
sinos opõem à autoridade dos campanários da igreja a altivez das torres que os
desafiam. Em face do tempo da Igreja, afirma-se o tempo do mercador, senhor do
processo de trabalho”.
Dicionário temático do Ocidente Medieval, v.II, p.163
O texto
aponta
a) os erros de certas análises historiográficas
a respeito das concepções medievais de tempo e de trabalho. De forma
precipitada, tais análises tendem a considerar a Igreja detentora absoluta de
tais concepções, durante toda a Idade Média, demonstrando a falta de análises
históricas empíricas.
b) que as estruturas e as mentalidades
medievais não sofreram transformações substanciais. De fato, como apontado no
texto, as ideias acerca do trabalho e do tempo continuaram as mesmas durante o
período, demonstrando que mentalidades não se alteram rapidamente.
c) para as transformações processadas na Idade
Média acerca do papel regulador da Igreja e do mercador. Aquela atenta à nova
realidade, adaptando-se cada vez mais; este, senhor do comércio e das
mercadorias, demonstra o seu poder ao impor o domínio sobre os sinos e os
campanários medievais.
d) para as transformações processadas no
final da Idade Média em relação ao tempo e ao trabalho. De fato, se antes tais
conceitos eram regidos e dominados pela Igreja, a partir daquele momento as
concepções valorativas acerca deles passam a predominar na transição
feudo-capitalista, sobretudo nos ambientes laicos.
e) que as concepções de tempo e de trabalho se
alteraram ao longo do tempo, exceto na Idade Média. De fato, analisado
empiricamente, o período é rico em representações a respeito desses conceitos,
sempre demonstrando a fragilidade eclesiástica em impor seus conceitos para a
população em geral.
22. (UFRN/2012) Leia com atenção a definição abaixo:
Capitalismo: sistema econômico e social
predominante na maioria dos países industrializados ou em industrialização.
Neles, a economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente
livres, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário,
e capitalistas, os quais são proprietários dos meios de produção e contratam os
trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando
à obtenção de lucro.
SANDRONI, Paulo (Org. e sup.). Dicionário
de economia. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. p. 40.
Considerando as características apresentadas
acima, o modelo socioeconômico do feudalismo europeu na Idade Média se
diferencia do modelo capitalista, pois, entre outros elementos,
a) as demandas do comércio
internacional por produtos agrícolas possibilitaram aos camponeses grandes
lucros com a venda de excedentes da produção.
b) as revoltas camponesas do
século XV aboliram as taxações feudais e favoreceram a adoção do sistema de
colonato no regime feudal.
c) a maioria da mão de
obra era empregada no campo, dedicando-se a uma produção de subsistência e
ligando-se por laços servis à classe aristocrática.
d) a burguesia urbana
enriquecida comprava títulos de nobreza e agravava a exploração da classe
camponesa, submetida à servidão.
23. (Fameca SP/2013) No século XI,
os tecelões de Flandres começaram a produzir a preço módico panos de lã que
eram muito superiores aos tecidos em casa. Eles tiveram um crescente sucesso,
primeiro em escala local, depois no exterior. Os tecelões tiveram que buscar em
torno de si novas fontes de abastecimento. Acharam-nas na Inglaterra.
O comércio de genoveses, pisanos e venezianos no Leste transformou as
lãs flamengas na mais popular e lucrativa de suas mercadorias, que se tornou um
poderoso instrumento da expansão dessas cidades.
(Colin
McEvedy. Atlas de história medieval, 2007. Adaptado.)
O texto
descreve
a) os contatos comerciais entre cristãos e
muçulmanos, graças às relações de suserania e vassalagem.
b) o dinamismo mercantil da Europa Medieval,
com destaque para as cidades italianas e flamengas.
c) os motivos da decadência das feiras,
devido às novas rotas comerciais entre o Norte e o Sul da Europa.
d) o processo de formação do feudalismo, devido
à ruralização provocada pelas invasões à Europa.
e) o papel primordial do movimento cruzadista
para o enriquecimento das cidades medievais, como as italianas.
24. (FGV/2013) A partir do século X, mas principalmente
do XI, é o grande período de urbanização – prefiro utilizar esse termo mais do
que o de renascimento urbano, já que penso que, salvo exceção, não há
continuidade entre a Idade Média e a Antiguidade.
LE
GOFF, Jacques. Por amor às cidades. Conversações com Jean Lebrun. São
Paulo: Unesp, 1998, p. 16.
A
respeito das cidades medievais, após o ano mil, é CORRETO afirmar:
a) Tornaram-se centros econômicos e
financeiros e vinculados às rotas mercantis e à produção agrária das áreas
rurais próximas.
b) Eram fundamentalmente sedes episcopais e
centros administrativos do Sacro Império Romano Germânico.
c) Tornaram-se núcleos da produção industrial
que começou a desenvolver-se sobretudo no norte da Itália, a partir do século
XI.
d) Tornaram-se os principais entrepostos do comércio
de escravos africanos desde o início das Cruzadas.
e) Apresentaram-se como legado das póleis gregas
e das cidades romanas da Antiguidade.
25. (FGV/2013) Chegam a Jerusalém a 7 de
junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade, esperando que as
suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de Josué
tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e
venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é
tomada a 15 de julho de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre
sistemático de toda a população. Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a
posse de Jerusalém torna-se precária.
Tate,
G. Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente. In Arneville, M.-B.
D’ e outros, As Cruzadas. Trad., Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.
O texto
acima refere-se à
a) terceira Cruzada e revela os interesses
bizantinos nessa expedição.
b) Reconquista Ibérica e apresenta as
motivações religiosas dessa empreitada.
c) sétima Cruzada e demonstra a forte presença
da monarquia francesa.
d) primeira Cruzada e revela a forte
religiosidade da peregrinação armada.
e) quarta Cruzada e revela a participação
exclusiva dos fiéis franceses.
GABARITO
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