1. (UEFS BA/2013) A crise generalizada, no
século XIV, obrigou as várias categorias sociais a buscar uma resposta.
A dos
oprimidos do campo e da cidade foram as jacqueries e os levantes
urbanos. A da nobreza foram os conflitos dinásticos, que ofereciam a
oportunidade de obter novos feudos.
Outra
resposta, apoiada pela burguesia comercial, baseava-se no fortalecimento do
poder dos reis para restabelecer a ordem e abrir novos mercados. Para algumas
nações, isso implicava uma política de expansão marítima.
(BRAICK;
MOTA, 2010, p. 187).
A
expansão marítima e comercial do século XV, que representou uma das respostas
encontradas para o enfrentamento da crise europeia do século XIV, relaciona-se,
também, com
a) a necessidade de superar o controle do
Império Bizantino sobre a navegação do mar Mediterrâneo, especialmente nos
portos do norte da África.
b) a vitória dos reinos cristãos contra os
reinos muçulmanos, durante a Guerra dos Cem Anos.
c) as incessantes revoltas de escravos, servos
e trabalhadores urbanos, denominadas sob o nome geral de “jaqueries”.
d) a expansão dos árabes em direção do Extremo
Oriente e a proibição, por eles estabelecida, ao tráfico de africanos
escravizados para o mercado europeu.
e) o descompasso entre os limites da
produção de alimentos e de utensílios, gerados pela economia feudal, e as
crescentes demandas do aumento populacional do período.
2. (UNIUBE MG/2013) A partir do século XIII, o feudalismo atingiu o apogeu. As cidades
cresceram, os burgueses se fortaleceram e o movimento conhecido como Cruzadas
chegou ao seu apogeu. Sobre as transformações e descobertas ocorridas nesse
período da Idade Média pode-se afirmar que:
I. A conquista da Terra
Santa inaugurou uma nova fase na história religiosa e econômica nos polos da
Europa Ocidental.
II. A igreja assumiu o novo
papel na luta e defesa de seus objetivos, protegendo os cristãos peregrinos e
combatendo os infiéis.
III. O surgimento de ordens
militares de caráter religioso como a Ordem dos Templários teve papel
fundamental no domínio da Terra Santa.
IV. A Ordem dos Templários era composta pelos
monarcas e fidalgos da Europa, e, no fim da Idade Média, por motivos econômicos
e perseguições pelos turcos, passaram a ser reconhecidos como integrantes da
Ordem de Cristo.
As afirmações CORRETAS estão contidas em:
a) I, II e III, apenas
b) I, II, III e IV
c) I, II e IV, apenas
d) III e IV, apenas
e) IV, apenas
3. (Anhembi Morumbi SP/2014) À medida que o
riacho irregular do comércio se transformava em corrente caudalosa, todo
pequeno broto da vida comercial, agrícola e industrial recebia sustento e
florescia. Um dos efeitos mais importantes do aumento do comércio foi o
crescimento das cidades.
(Leo
Huberman. História da riqueza do homem, 1976.)
O
fenômeno descrito no texto refere-se
a) ao nascimento das primeiras civilizações na
região do Crescente Fértil.
b) ao processo de agrarização ocorrido na
Inglaterra no período moderno.
c) à passagem da sociedade escravista romana
para o sistema feudal de produção.
d) ao surgimento da civilização islâmica a
partir da unificação das tribos árabes.
e) ao renascimento comercial e urbano
ocorrido no período medieval europeu.
4. (ESPM/2014) Seu principal objetivo era demonstrar, por um raciocínio lógico formal,
a autenticidade dos dogmas cristãos. A filosofia devia desempenhar um papel
auxiliar na realização deste objetivo. Por isso a tese de que a filosofia está
a serviço da teologia.
(Antonio Carlos Wolkmer Introdução à História
do Pensamento Político)
O texto deve ser relacionado com:
a) a filosofia epicurista;
b) a filosofia escolástica;
c) a filosofia iluminista;
d) o socialismo;
e) o positivismo.
5. (Fac. de Ciências da Saúde de Barretos SP/2014) Desde as últimas décadas do século XIII, assistia-se a uma perda da
vitalidade que caracterizara o Feudalismo nos duzentos anos anteriores. A
origem disso estava na sua dinâmica, que levara o Feudalismo a atingir então os
limites possíveis de funcionamento de sua estrutura. Em outros termos, a crise
resultava das características do próprio Feudalismo.
(Hilário
Franco Junior. O feudalismo, 1983.)
Entre
os acontecimentos que provocaram a crise do feudalismo, é correto incluir
a) a inexistência de práticas comerciais
internas e externas nas regiões ocupadas pelas terras senhoriais.
b) a exploração agrícola predatória e
extensiva, que pode ter provocado importantes alterações ecológicas.
c) a decadência da influência política da
Igreja Católica e o fim de sua hegemonia religiosa no Ocidente.
d) o desinteresse político dos senhores de
terra, que abdicavam da autonomia que os reis lhes concediam.
e) o encarecimento da mão de obra, provocado
pela substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre e assalariado.
6. (Fac. Direito de Sorocaba SP/2014) Na
Europa Ocidental, a partir do ano mil,
a) o sistema feudal, baseado no trabalho servil
e na autossuficiência econômica, começou a se estruturar.
b) as rotas comerciais ficaram sob controle dos
muçulmanos, fragilizando o monopólio das cidades italianas.
c) o desenvolvimento mercantil e urbano contribuiu
para o surgimento de uma nova camada social, a burguesia.
d) os reis perderam, gradativamente, seus
poderes para os senhores feudais, que sobrepujaram a autoridade papal.
e) o trabalho foi organizado em associações,
tais como as ligas de camponeses e as corporações de artesãos.
7. (Fameca SP/2014) Leia o excerto sobre a
medicina islâmica.
De todos os campos em que a civilização muçulmana foi admirável, um dos
mais importantes foi a medicina. Antes mesmo do século VII existiam instituições
que funcionavam como hospitais-escola, nas quais as pessoas eram tratadas e ao
mesmo tempo os jovens aspirantes a médicos recebiam uma sistemática formação
sob a orientação de profissionais mais experientes.
A prática da Medicina nesses locais estimulava os estudantes a examinar
e registrar as ações dos pacientes, suas excreções, a natureza e a localização
de suas dores, os inchaços de seu corpo, a cor e textura de sua pele, se quente
ou fria, se seca ou úmida, se flácida, se os pacientes podiam inclinar as
costas.
Característica relevante dos hospitais do mundo islâmico era a sua
gratuidade. Nessas instituições qualquer pessoa doente, independente de sua
crença, recebia o mesmo tratamento. Os médicos e funcionários do hospital eram
selecionados por suas habilidades.
(Fausto
Nogueira e Marcos Capellari. História: ser protagonista, 2008.
Adaptado.)
De
acordo com o texto e seus conhecimentos sobre a Europa cristã, é correto
afirmar que, na maior parte da Idade Média,
a) as práticas islâmicas desenvolveram a base do diagnóstico médico,
enquanto que os cristãos buscavam prioritariamente explicações pela fé.
b) a medicina islâmica era cerceada pelos
dogmas religiosos, assim como ocorria entre os cristãos, dificultando a busca
da cura das doenças.
c) a formação dos médicos islâmicos e cristãos
era puramente teórica, devido às proibições religiosas a todo tipo de
experimento e método.
d) os hospitais muçulmanos usavam princípios
místicos nos tratamentos, enquanto que os cristãos privilegiavam a ciência e a
experimentação.
e) o atendimento médico era oferecido àqueles
que professassem fé e obediência à respectiva religião, mas não dependia da
condição social.
8. (FATEC SP/2014) Nos séculos finais da
Baixa Idade Média europeia, a economia de subsistência e de trocas naturais
tendia a ser suplantada pela economia monetária, a influência das cidades
passou a prevalecer sobre os campos, e a dinâmica de comércio levou à mudança e
à ruptura das corporações de ofício medievais.
(SEVCENKO,
Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p.5. Adaptado)
Analisando
as transformações citadas, conclui-se, corretamente, que elas
a) evidenciaram o surgimento da nova classe
social burguesa e a crise do sistema feudal.
b) fortaleceram a Igreja Católica, que incentivava
a prática comercial no período medieval.
c) prejudicaram a burguesia comercial e
favoreceram os proprietários das terras feudais.
d) demonstraram a força do sistema feudal e dos
mecanismos de subsistência no campo.
e) enfraqueceram os reis absolutistas que
dominaram a Europa durante o período medieval.
9. (FUVEST SP/2014) Durante muito tempo,
sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade
Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos
apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria a conservação das
carnes.
A utilização
de especiarias no período medieval
a) permite identificar a existência de
circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano.
b) demonstra o rigor religioso, caracterizado
pela condenação da gastronomia e do requinte à mesa.
c) revela a matriz judaica da gastronomia
medieval europeia.
d) oferece a comprovação da crise econômica
vivida na Europa a partir do ano mil.
e) explicita o importante papel dos camponeses
dedicados a sua produção e comercialização.
10. (FGV/2014) [A crise] do feudalismo
deriva não propriamente do renascimento do comércio em si mesmo, mas da maneira
pela qual a estrutura feudal reage ao impacto da economia de mercado. O
revivescimento do comércio (isto é, a instauração de um setor mercantil na
economia e o desenvolvimento de um setor urbano na sociedade) pode promover, de
um lado, a lenta dissolução dos laços servis, e de outro lado, o enrijecimento
da servidão. (...) Nos dois setores, abre-se, pois, a crise social.
(Fernando
A. Novais, Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. p.
63-4)
Segundo
o autor,
a) a crise foi provocada pelo impacto do
desenvolvimento comercial e urbano na sociedade, pois, na medida em que reforça
a servidão, origina as insurreições camponesas e, quando fragiliza os vínculos
servis, provoca as insurreições urbanas.
b) a crise do feudalismo nada mais é do que o
marasmo econômico provocado pela queda da produção, uma vez que há um número
menor de camponeses livres, o que leva à crise social do campo, prejudicando
também a nobreza.
c) a crise foi motivada por fatores externos ao
feudalismo, isto é, o alargamento do mercado pressiona o aumento da produção no
campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e às insurreições camponesas e
urbanas.
d) o desenvolvimento comercial e urbano em si
não leva à crise, pois o que deve ser levado em consideração é a crise social
provocada pelo enfraquecimento dos laços servis, tanto no campo como na cidade.
e) as insurreições camponesas e urbanas são as
respostas para a crise feudal, pois a servidão foi reforçada tanto no campo
como na cidade, garantindo a sobrevivência da nobreza por meio do pagamento de
impostos.
11. (FMJ SP/2014) No mês de
novembro (de 1095), o Papa reuniu todos os bispos da Gália e da Espanha e
realizou um grande concílio em Clermont.
Em seguida, fez uma comovente descrição da desolação da Cristandade no
Oriente e expôs os sofrimentos e a opressão atrozes que os sarracenos infligiam
aos cristãos. Na sua piedosa alocução, o orador, comovido até às lágrimas,
falou igualmente, com insistência, sobre a maneira como eram espezinhados
Jerusalém e os Lugares Santos. Nasceu, nos ricos e nos pobres, nas mulheres,
nos monges e nos clérigos, nos citadinos e nos camponeses, uma prodigiosa
vontade de ir a Jerusalém ou de ajudar os que aí fossem.
(Orderic
Vital [1075-1143] apud Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de
História, 1975. Adaptado.)
No
documento,
a) a Igreja Católica reafirma o dogma da
infalibilidade papal.
b) o Papa convoca os cristãos para a
Cruzada.
c) o clero propõe a reforma interior do fiel
por meio da penitência.
d) os teólogos proíbem o comércio dos cristãos
com os muçulmanos.
e) o papado condena as guerras religiosas.
12. (UECE/2014) A peste, a fome e a guerra
constituíram os elementos mais visíveis daquela que ficou conhecida como a
crise do século XIV, na Europa. Como consequência dessa crise ocorrida na Baixa
Idade Média,
a) o movimento de renascimento urbano foi
iniciado e depois interrompido por mais de três séculos, reaparecendo somente
na Revolução Industrial do século XVIII.
b) os camponeses, que estavam em via de
conquistar a liberdade, voltaram a apoiar o sistema feudal por mais alguns
séculos, como forma de superar a crise.
c) o processo de centralização e
concentração do poder político nas mãos dos reis, com o apoio da burguesia, intensificou-se
até se tornar absoluto no início da modernidade.
d) entre as classes sociais, a nobreza foi a
menos prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu com a burguesia.
13. (UECE/2014) Era costume submeter o
acusado de cometer um crime a um perigo, para ver se era ou não culpado. Por
exemplo, colocar sua mão em água fervendo, ou fazê-lo segurar um ferro em brasa
dentre outras atrocidades. Acreditava-se que, se inocente, Deus produziria um
milagre, não deixando que algum mal acontecesse ao presumível culpado. A Igreja
Católica lutou contra e procurou extinguir esse costume que era
a) herança do Direito Romano, no qual os
acusados não tinham direito a uma defesa baseada em fatos fundamentados.
b) uma prática originária dos primeiros
cristãos que, apoiados pela Igreja Católica, acreditavam na intervenção divina
como única forma de justiça.
c) proveniente da tradição bárbara dos povos
germânicos, que tinham uma cultura monoteísta desde antes da chegada do
cristianismo na Europa.
d) uma tradição que, mesmo rejeitada pela Igreja Católica, perdurou na
Europa e em outras regiões do mundo até mesmo depois da Idade Média.
14. (UEPA/2014) A cidade medieval era
dominada por seus campanários: torres e agulhas de igrejas paroquiais, de conventos
e, evidentemente, da catedral Romana, depois gótica, a igreja do bispo era
objeto de todas as atenções [...] a catedral medieval nunca era uma construção
isolada, ela dominava toda uma circunscrição. [...] Eram muitos os
carpinteiros, vidreiros e pintores a participar do embelezamento da catedral.
Os ourives e os comerciantes vendiam relicários aos eclesiásticos, além de
tapeçarias de seda e incenso destinado a enobrecer a liturgia.
(BROUQUET,
Sophie Cassagnes - Novas cidades, novos ricos. In História Viva. Ano III, N°34,
p.44)
A
partir da descrição acima sobre a paisagem da cidade medieval e dos estudos
históricos que há sobre este período, afirma-se que a catedral:
a) desarticulava os poderes episcopais e
políticos, porque os fiéis utilizavam-se do espaço onde ocorriam os rituais
católicos, para fins comerciais, enfraquecendo os vínculos feudovassálicos
entre o clero, nobreza e os artesãos.
b) centralizava as atividades de comércio,
agrícola e de construção, promovendo a criação de uma rede de trabalhadores de
diversas regiões que, organizadas nas corporações de ofícios, depuseram o poder
do episcopado romano.
c) projetava o poder exercido pelas corporações
de ofício que controlavam o trabalho dos artesãos e dos comerciantes,
contratados no período das edificações das catedrais, fortalecendo os
mestres-de-obras e os mercadores.
d) enfraqueceu o poder dos senhores feudais, ao
promover o enriquecimento dos ourives e dos comerciantes que se tornaram a nova
classe social consumidora dos produtos da Igreja e dos serviços dos clérigos.
e) era objeto de grandes atenções na
sociedade medieval, pois não só congregava os religiosos e os fiéis que para
ela se dirigiam, como também atraía todo tipo de profissionais, constituindo-se
em um verdadeiro centro cultural, em que relações de caráter religioso e
profissional se inter-relacionavam.
15. (UFPR/2014) O Papa Francisco, eleito
em março de 2013, chamou atenção novamente para a figura de Francisco de Assis,
considerado o fundador da Ordem dos Franciscanos (ou dos Frades Menores) na
Baixa Idade Média. Assinale a alternativa que relaciona o contexto de
surgimento dos Franciscanos e sua motivação de ação.
a) Com a retração do renascimento comercial e
urbano, aumentaram a pobreza e o abandono de crianças, que eram recolhidas
pelas Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, para evitar que
fossem recrutadas nas Cruzadas.
b) Com o renascimento comercial e urbano,
aprofundaram-se a pobreza e as desigualdades sociais, suscitando o aparecimento
de várias Ordens Mendicantes, que pretendiam atuar junto aos necessitados,
entre elas a Ordem dos Franciscanos.
c) O renascimento comercial e urbano gerou um
empobrecimento da Igreja Católica na Baixa Idade Média, suscitando o
aparecimento das Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos.
d) Com o renascimento comercial e urbano,
surgem as Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, que constituíram
uma força de contestação da ordem feudal e do poder econômico da Igreja.
e) Com a crescente ruralização e o aumento da
pobreza no espaço europeu, surgiram as Ordens Mendicantes, como a dos
Franciscanos, para se tornar a principal instância da Igreja Católica.
16. (UNESP SP/2014) Mais ou menos
a partir do século XI, os cristãos organizaram expedições em comum contra os
muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo
tinha morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram então o
sentimento de pertencer a um mesmo grupo de instituições, de crenças e de
hábitos: a cristandade.
(Jacques
Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Segundo
o texto, as cruzadas
a) contribuíram para a construção da unidade
interna do cristianismo, o que reforçou o poder da Igreja Católica Romana e do
Papa.
b) resultaram na conquista definitiva da
Palestina pelos cristãos e na decorrente derrota e submissão dos muçulmanos.
c) determinaram o aumento do poder dos reis e
dos imperadores, uma vez que a derrota dos cristãos debilitou o poder político
do Papa.
d) estabeleceram o caráter monoteísta do
cristianismo medieval, o que ajudou a reduzir a influência judaica e muçulmana
na Palestina.
e) definiram a separação oficial entre Igreja e
Estado, estipulando funções e papéis diferentes para os líderes políticos e religiosos.
17. (Unicastelo/2014) A fome fazia grande quantidade de vítimas. Diferentes epidemias
agravavam a situação. Levada pela fome, muita gente vagava em busca do que
comer, levando consigo as epidemias e a desordem.
Na verdade, este foi apenas um ensaio da
crise demográfica da Baixa Idade Média, que teve seu ponto crucial no
ressurgimento da peste, então conhecida por peste negra. Também a peste, de
certa forma, resultava da desmedida expansão do período anterior. Sempre
presente no Oriente, ela atingiu através dos tártaros uma colônia genovesa da
Crimeia (expressão da expansão territorial e comercial do Ocidente). Daí, os
navios genoveses levaram-na para Constantinopla, Messina, Gênova e Marselha.
Destes portos ela se difundiu pelo restante da Europa. Ela caminhava mais
rapidamente pelas principais vias de comunicação e penetrava mais facilmente em
regiões de alta densidade demográfica.
(Hilário Franco Júnior. A Idade Média:
nascimento do Ocidente, 1988. Adaptado.)
É correto afirmar que essa peste
a) provocou uma retração dos
salários diante da oferta abundante de mão de obra.
b) derivou das guerras pelo
controle das rotas comerciais no mar Mediterrâneo.
c) originou-se das péssimas
condições de trabalho e moradia dos servos feudais.
d) abalou as estruturas
demográficas ao minimizar preconceitos e superstições.
e) relacionou-se ao
desenvolvimento mercantil e urbano do final da Idade Média.
18. (FATEC SP/2014) O uso da pólvora teve
início na China e chegou à Europa em torno do século XIII. Sua utilização, na
forma de canhões e outras armas de fogo, contribuiu para a transformação das
táticas de guerra e para a diminuição do poder dos cavaleiros medievais, que
dominavam o mundo da guerra, no sistema feudal. A partir do emprego dessa
importante tecnologia, as guerras passaram a ser mais rápidas e eficientes, e
os valores da cavalaria medieval tornaram-se gradativamente obsoletos.
Considerando
as informações apresentadas, podemos afirmar corretamente que, durante a Idade
Média,
a) a Santa Inquisição, em nome da Igreja,
impedia o uso de tecnologias bélicas na Europa.
b) a introdução da pólvora nas batalhas
contribuiu para o declínio da cavalaria medieval.
c) os europeus dispensavam os conhecimentos de
outros povos no uso de tecnologias.
d) o uso de tecnologias era restrito ao
ambiente rural e à produção agrícola nos feudos.
e) os conflitos eram raros e tornavam desnecessários
o uso da pólvora para fins bélicos.
19. (UDESC SC/2014) “Ao cair da noite (...)
cada família se senta esperando em silêncio em cada uma de suas sinagogas; e
então desce por uma corda pendurada no centro um gato negro de proporções
assombrosas. A esta visão, apagam as luzes e não cantam ou repetem hinos de
modo distinto, mas murmuram-nos entre os dentes cerrados, e encaminham-se para
perto do lugar onde viram seu mestre, tateando para encontrá-lo, e, quando o
encontram, o beijam. Quanto mais quentes seus sentimentos mais baixos serão
seus alvos; alguns preferem seus pés, mas a maioria a cauda e as partes
pudentas. Então, como se esse contato daninho libertasse seus apetites, cada um
se deita abraçado ao vizinho e se satisfaz dele ou dela com todas as suas
forças. Seus anciãos sem dúvida sustentam, e ensinam a cada novato, que o amor
perfeito consiste em dar e tomar, consoante possam o irmão ou irmã solicitar ou
exigir, cada um saciando o fogo do outro.”
(MAP,
Walter. De Nugis Curialium. Apud: RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação. As
minorias na Idade Média. São Paulo: J. Zahar, 1993. p. 70.)
O
trecho acima, escrito no final do século XII, apresenta o “beijo obsceno”, um
dos elementos constituintes do imaginário do sabá, a reunião secreta de bruxas
e bruxos para adorarem o diabo. Analise as proposições em relação à caça às
bruxas nos períodos medieval e moderno.
I. Cátaros e valdenses, membros de seitas
consideradas heréticas durante a Idade Média, foram importantes perseguidores
das bruxas no período, até firmarem um acordo com a Igreja Católica no Concílio
de Latrão. A partir deste momento, a Igreja de Roma assume a liderança no combate
às práticas mágicas.
II. A formulação do mito em torno da bruxaria
pressupõe a existência e ação do diabo por meio dos seres humanos, parte de um
mundo pré-racionalista que atribuía ao Mal a razão das catástrofes vividas, de
enchentes a epidemias.
III. A Igreja Católica justificava a maioria das
mulheres entre os acusados de bruxaria por uma suposta fraqueza natural do
gênero, tendo sido criada a partir da costela de Adão e sucumbido à tentação.
IV. A bruxaria consistiu uma realidade entre fim
da Idade Média e começo da Idade Moderna, com a revolta de populações pagãs
contra a Igreja oficial.
Assinale
a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são
verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são
verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são
verdadeiras.
d) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
20. (UEA AM/2013) Ocorre que as
cidades, no início do século XVI, concentravam 10% da população do Ocidente –
10% apenas. Mas esses 10% dispunham de um poder criador, um poder de dominação,
um poder de difusão de riquezas, um poder que não era proporcional aos números
da população.
(Jacques
Le Goff. Por amor às cidades, 1998. Adaptado.)
O
historiador descreve a situação histórica da Europa ocidental, onde as cidades
eram
a) sede do poder político e das inovações
artísticas, de que é exemplo o Renascimento.
b) governadas por conselhos populares e locais
de celebrações antirreligiosas.
c) pacíficas politicamente e contrárias à arte
e à cultura cristãs.
d) lugares de resistência às mudanças trazidas
pelo absolutismo e pelo Barroco.
e) dominadas pelos senhores feudais e centros
de difusão da arte românica.
21. (UERN/2012) Cruzadas – Batalhas da fé?
“Os promotores das Cruzadas haviam se colocado, pelo menos, três
objetivos: a conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a
união da cristandade contra os infiéis. Mas nenhum desses objetivos havia sido
alcançado plenamente. Nas palavras de um importante historiador da
Idade
Média, ‘Se os cruzados são os grandes perdedores da expansão crista no século
XII, os grandes ganhadores foram em definitivo os comerciantes’ [...]”
(Le
Goff, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid, Siglo XXI, 1985)
Baseado
no texto, analise.
I. As cruzadas consistiram em expedições
guerreiras estimuladas pelo papado com vistas à conquista da Terra Santa.
II. Os que das Cruzadas participaram, eram
chamados de cruzados, receberiam da Igreja de Roma uma indulgência específica,
ou seja, o perdão para seus pecados caso partissem para a Terra Santa.
III As cruzadas exerceram pouca influência na
evolução da civilização européia.
IV. Os mercadores enriqueceram, pois,
aproveitando-se das viagens, criaram novas oportunidades de comércio.
Estão
corretas as afirmativas
a) I, II, IV
b) I, III
c) III, IV
d) I, II
22. (UERN/2013) O florescimento econômico
e cultural ocorrido na Europa entre os séculos XI e XIII sofreu sério abalo a
partir do século XIV. Nesta época, uma conjunção de fatores levou os europeus a
enfrentarem uma profunda crise econômica e social, que transformou o continente
em palco de diversas revoltas e lugar de desolação. São fatores que justificam
esta grave crise, cuja consequência foi a desagregação feudal:
a) As invasões dos povos germânicos e as lutas
que marcaram o final do Império Romano e a ocidentalização da cultura europeia.
b) O grande cisma do Oriente, que gerou a
Igreja Ortodoxa e dividiu a Europa em Ocidente e Oriente, enfraquecendo-a
economicamente.
c) A fome, a peste negra e a ocorrência de
várias guerras que contribuíram para o desequilíbrio demográfico e,
consequentemente, social da Europa.
d) O desmantelamento dos ideais cristãos e
pagãos, que sustentaram durante bastante tempo a ordem hierárquica e de
trabalho à qual a sociedade feudal se submetia.
23. (UERN/2014) “A todos que partirem e
morrerem no caminho, em terra ou em mar, ou perderem a vida combatendo os
pagãos, será concedida a remissão [...] que sejam doravante cavaleiros de
Cristo os que eram senão ladrões [...] A terra que habitam é pequena e
miserável para tão grande população, mas no território sagrado do Oriente há
extensões de onde jorram leite e mel. Tomai o caminho do santo sepulcro,
arrebatai aquela terra da raça perversa e submetei-a a vós mesmos.”
(Pronunciamento do Papa Urbano II, em 1095. Vicentino, 2010.)
O
discurso proferido pelo Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, conclamava
a) os crentes a combaterem as heresias e a
reativarem os tribunais de inquisição, numa verdadeira caça às bruxas.
b) os cristãos a impedir a onda de igrejas
protestantes que proliferava na Europa, a partir do advento da reforma
Luterana.
c) os fiéis a expandirem a fé cristã com a
abertura de novas ordens religiosas, tais como a Companhia de Jesus e os
franciscanos.
d) as pessoas de fé a participarem do
movimento das Cruzadas – expedições religiosas e militares que alteraram o
panorama europeu.
24. (UFG GO/2014) Leia o fragmento a seguir.
A
cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da
cidade medieval do que esta última da cidade antiga.
LE
GOFF, Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Editora Unesp,1998. p.
25.
Nessa
passagem, o historiador Jacques Le Goff compara a cidade medieval com a
contemporânea, estabelecendo uma aproximação entre ambas. A característica da
cidade medieval que permite tal relação é a
a) exaltação da vida cívica, associada aos
jogos e aos espetáculos promovidos por seus governantes.
b) laicização da cultura, expressa na
arquitetura dos edifícios públicos em contraste com o domínio religioso.
c) valorização das atividades de produção e
de trocas comerciais, alimentadas por uma economia monetária.
d) afirmação da autonomia política, revelada
pela oposição dos citadinos ao poder dos senhores feudais.
e) segregação social, manifestada na criação de
bairros periféricos pobres e violentos.
25. (UFU MG/2014) No mundo dos séculos XII e
XIII, o setor de produção é essencialmente agrícola e inscreve-se no contexto
do modo de produção feudal. Esse modo de produção baseia-se na exploração da
terra por camponeses submetidos a um senhor. O senhor vive da renda feudal que
os camponeses lhe entregam, seja em produtos, seja em dinheiro. Com o dinheiro
dos censos dos camponeses e a venda dos produtos da terra, o senhor adquire os
bens de que tem necessidade e que aumentam durante o período em função do custo
crescente do equipamento militar e da totalidade das despesas necessárias a
“vida nobre”. O camponês, por sua vez, para pagar a parte monetária de censos
ao seu senhor e obter o mínimo de bens de que precisa e que ele não produz, compra
e vende, também ele, no mercado.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. São Paulo: Martins
Fontes, 1992, p.55, (adaptado)
Durante
muito tempo, a historiografia considerou que a revolução comercial e burguesa,
iniciada já no século XI, constituía, desde logo, um fenômeno radicalmente
alheio à lógica do feudalismo e levava à justaposição de dois sistemas
econômicos e culturais distintos. Porém, análises como a de Jacques Le Goff indicam
que o desenvolvimento urbano e comercial
a) teve origem na profunda crise na produção
agrícola do século XI, o que fez com que as áreas rurais se retraíssem e se
tornassem dependentes do fornecimento de gêneros alimentícios de subsistência
feito pelas cidades.
b) estabeleceu parcerias econômicas com o
sistema feudal, mas rompeu, já no século XII, com as hierarquias típicas do
mundo senhorial, tornando a cidade um espaço revolucionário no ordenamento da
sociedade.
c) estabeleceu um mercado regido, desde os
primeiros momentos de sua existência, pela lei da oferta e da procura, ou ainda
da livre-concorrência, apesar da estreita proximidade com o mundo rural e
feudal.
d) pressupunha que a cidade encontrou o seu
lugar no sistema feudal e formou com ele, não como aliada, mas como parte
integrante, uma relação de simbiose, que será chamada pelos historiadores de
sistema feudo-burguês.
GABARITO
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