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QUESTÕES SOBRE A EUROPA NO SÉCULO XIX - V



1. (PUC RS/2011) A autora francesa Josette François afirma: “depois da humilhação de 1871, as crianças francesas passaram a ser educadas para um único fim: a vingança necessária. Todas as canções que se escutavam nas festas familiares falavam da Alsácia-Lorena”.
Apud SENISE, M.H.V. e PAZZINATO, A. L.. História moderna e contemporânea. 12 ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 217.
A “humilhação” mencionada refere-se ao resultado da guerra _________. A “vingança necessária” era contra _________, sob cujo domínio encontrava-se a região mencionada. Um dos efeitos internacionais dessa posição francesa foi a assinatura, em 1907, da chamada Tríplice Entente, com _________.
a) da Crimeia a República Federal da Alemanha; EUA e Inglaterra
b) franco-prussiana o império alemão; Inglaterra e Rússia
c) da Crimeia o “Segundo Reich” alemão; EUA e Inglaterra
d) franco-prussiana o império alemão; EUA e Inglaterra
e) franco-prussiana a República Federal da Alemanha; Inglaterra e Rússia


2. (PUC SP/2011) “O culpado se chama burguesia. (...) Sim, a pátria está subjugada, Paris desonrada e, amanhã, terá a canga prussiana presa em seu pescoço. Mas é ela, a burguesia, quem prendia as mãos da revolução e esmagava seus dedos (...).”
Jules Vallès. Le cri du peuple (1/3/1871), in Crônicas da Comuna. São Paulo: Ensaio, 1992, p. 17
O texto, escrito no calor da luta da Comuna de Paris, relaciona o movimento
a) à revolução social proletária e à resistência contra a invasão estrangeira da cidade.
b) ao nacionalismo francês e prussiano e à revolução política liderada pela burguesia.
c) à reforma constitucional e à ampliação dos mecanismos institucionais de participação política.
d) ao fim do poder republicano burguês e à restauração do império na França.
e) à instalação do comunismo e à necessária repressão aos anarquistas.


3. (FMABC SP/2012) “Os anos de penúria das décadas de 1830 e 1840, especialmente na França, só aumentaram a sensação de contrastes profundos. De um lado o crescimento vertiginoso da população francesa (29 milhões em 1816, 36 milhões em 1850), concentrada nas cidades,
conduzindo a um estado de mal-estar e de tensão social que explodia em violentos motins urbanos (...).”
Elias Thomé Saliba. As utopias românticas. São Paulo: Estação Liberdade, 2003, p. 28. Adaptado.
Podemos dizer que a tensão social identificada pelo texto se associa
a) à ampla presença de estrangeiros na França do início do século XIX, provocada pelas ondas de migrações oriundas das colônias francesas do norte da África.
b) ao sucesso das reformas sociais promovidas pela Revolução de 1789, que permitiram a ampliação da oferta de empregos nos meios urbanos e rurais franceses.
c) à organização de sindicatos e partidos políticos comunistas e anarquistas, que preparavam os levantes sociais de 1848 e 1871 e iniciavam a gradual implantação do socialismo na França.
d) ao avanço da industrialização, que acelerou o processo de evasão rural e provocou forte concentração de trabalhadores nas grandes cidades europeias do período.
e) à escassez de alimentos, originada pelas longas temporadas de seca e de peste nos campos franceses e aprofundada pelas guerras ocorridas durante o período napoleônico.


4. (PUC RJ/2013) Ao longo do ano de 1848, o continente europeu passou por uma série de revoluções configurando um momento que muitos historiadores vieram a denominar de “Primavera dos Povos”. Sobre esses movimentos, é CORRETO afirmar que:
a) as revoluções de 1848 foram movimentos em defesa do retorno dos regimes monárquicos, uma vez que as tentativas de reformas políticas e econômicas de caráter burguês tinham fracassado e produzido uma grave crise econômica e social.
b) este conjunto de revoluções, de caráter liberal e nacionalista, foi iniciado com demandas por governos constitucionais e, ao longo do processo, trabalhadores e camponeses se manifestaram contra os excessos da exploração capitalista.
c) o movimento de 1848 deu prosseguimento às reformas religiosas estendendo o protestantismo para a Europa centro-oriental e enfraquecendo a posição dos regimes autocráticos católicos em países da região como a Áustria e Polônia.
d) a “Primavera dos Povos” está relacionada à publicação do Manifesto Comunista em fevereiro de 1848 e com a organização de ações políticas revolucionárias de cunho anarquista, republicano e secular.
e) essas revoluções estavam associadas às demandas burguesas por maior integração comercial e pelo fim das políticas mercantilistas intervencionistas ainda em vigor em países europeus dominados pela velha classe política aristocrática.



5. (UEG GO/2013) O movimento cartista (1838-1848) foi uma das primeiras manifestações coletivas do movimento operário inglês. Entre suas reivindicações, estavam o voto universal e secreto, o pagamento aos deputados e as eleições anuais para o Parlamento. Em fevereiro de 1848, houve a revolução que derrubou a monarquia liberal francesa e foi realizada essencialmente pela burguesia e pelo proletariado. Ao relacionar estes acontecimentos históricos com a teoria da luta de classes de Karl Marx, pode-se afirmar:
a) a Revolução de 1848 foi uma revolução burguesa que instaurou uma nova organização estatal que, posteriormente, reprimiu o movimento operário, manifestando o que Marx denominou de “contrarrevolução”.
b) a Revolução de 1848 foi uma revolução policlassista que gerou um regime socialista democrático, o que Marx considerou como modelo e primeira experiência de via pacífica para o comunismo pluralista.
c) a Revolução de 1848 foi uma revolução proletária que constituiu a primeira forma daquilo que Marx denominou “ditadura do proletariado” e que seria repetida na Comuna de Paris de 1871 e na Revolução Russa de 1917.
d) o movimento cartista foi a primeira expressão política do movimento comunista internacional e teve em Karl Marx o seu principal ideólogo e ativista, sendo a base da criação da Associação Internacional dos Trabalhadores.



6. (UFGD MS/2013) Karl Marx e Friedrich Engels são importantes e destacados autores das teses do socialismo científico, cuja proposição se baseou
a) em apontar e discutir as contradições do capitalismo, a partir da ideia de que seria necessária a ação revolucionária dos trabalhadores.
b) na perspectiva de que seria urgente a redução do papel do Estado na economia.
c) em redefinir o movimento sindical, por considerar que ele estaria ultrapassado após a Revolução Russa.
d) no desenvolvimento e execução de sucessivas reformas em diferentes modelos econômicos, visando ao aperfeiçoamento do Liberalismo.
e) na difusão da ideia de que a liberdade é um direito natural, portanto, os direitos individuais e de propriedade privada deveriam ser sempre defendidos.


7. (UFPR/2013) No Brasil, desde 2011, tem havido diversas comemorações dos 150 anos da Unificação Italiana, relembrando os fortes laços culturais entre os dois países. Sobre a relação entre a Unificação Italiana e a imigração de italianos para as Américas, é correto afirmar:
a) A Unificação Italiana foi o resultado de uma série de revoltas populares, que culminaram em 1861 com a formação de uma república socialista sob a direção de Giuseppe Mazzini. A burguesia, que não concordava com o novo regime, emigrou para as Américas, levando capital suficiente para iniciar a industrialização em países como a Argentina, o Brasil e os Estados Unidos.
b) O processo da Unificação Italiana contou com a intensa participação do Império brasileiro, pois D. Pedro II almejava estabelecer relações comerciais com os italianos. É notória a participação de Giuseppe Garibaldi na política brasileira do período imperial. Após a unificação, contudo, nem o Brasil nem os demais países aliados conseguiram levantar a Itália de uma profunda crise econômica, o que levou a uma grande leva emigratória para as Américas de 1880 a 1930.
c) A Unificação Italiana foi um processo iniciado no início do século XIX, que se concluiu em 1861, com uma monarquia constitucionalista, sob o comando de uma aliança entre burgueses e latifundiários, que afastou os setores populares do poder. Muitos italianos camponeses e trabalhadores saíram empobrecidos após a unificação, o que estimulou uma intensa emigração para as Américas entre 1880 e 1930, engrossando fileiras de trabalhadores agrícolas e operários.
d) A Unificação Italiana durou de 1861 a 1870, agregando estados independentes sob a direção do reino de Piemonte-Sardenha. Porém, sua conclusão só foi possível após a Unificação Alemã, que marcou o fim da ingerência de Otto Von Bismark na política europeia. Após esse processo, o monarca instituído perseguiu duramente seus inimigos políticos, que emigraram para as Américas.
e) A emigração italiana para as Américas teve início por conta de uma série de dificuldades financeiras causadas por problemas climáticos, que, por volta de 1850, prejudicaram as colheitas. O volume de emigrantes intensificou-se após a Unificação em 1861, em decorrência do fato de que o governo anarquista instituído fracassou na tentativa de reerguer o país.


8. (IFGO/2013)
Leia o fragmento a seguir.
De pé ficamos todos
E com firmeza juramos
Quebrar tesouras e válvulas
E pôr fogo às fábricas daninhas.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p. 186.
O trecho foi retirado de uma das canções entoadas pelos trabalhadores ligados ao movimento ludista. Ocorridas na Inglaterra entre fins do século XVIII e início do século XIX, as ações encaminhadas pelo movimento em questão caracterizaram-se:
a) Por ações pacíficas, optando, assim, pela via da negociação.
b) Pela destruição das máquinas, afinal, elas representavam a perda dos seus trabalhos.
c) Pela defesa da via sindical.
d) Pela tomada de consciência de sua condição de classe.
e) Pela organização de greves como principal estratégia de luta pelos direitos trabalhistas.


9. (UDESC SC/2013) Sobre a segunda metade do século XIX, é correto afirmar.
a) Ocorreram várias mudanças nos países europeus, entre elas a formação de novos países, como a Itália e a Alemanha.
b) As relações de trabalho, na Europa, eram baseadas na escravidão, cujos trabalhadores se organizavam em sindicatos a fim de garantir seus direitos trabalhistas, tais como descanso semanal remunerado e limitação da jornada de trabalho.
c) Com o desenvolvimento da industrialização em países como a Inglaterra, houve crescimento da participação política das mulheres, pelo voto nas eleições dos governantes.
d) Na França, ocorreu a Revolução Francesa e posteriormente o governo de Napoleão Bonaparte.
e) Neste período, na Europa, houve uma grande migração de pessoas que deixaram as cidades, em busca de melhores condições de vida no campo.


10. (UECE/2013) O movimento político e social britânico, liderado por Feargus O’Connor e William Lovett, composto em sua maioria por representantes da classe trabalhadora, apresentou em 1838 à Câmara dos Comuns uma petição reivindicando várias reformas. Baseado nas reivindicações contidas nesse documento denominado People's Charter (Carta do Povo), analise os seguintes itens:
I. Voto secreto, para proteger o eleitor no exercício de seu direito, garantido a todo homem a partir dos vinte e um anos de idade.
II. Igualdade para todos e liberdade de negociação salarial para todos os trabalhadores ingleses.
III. Não obrigatoriedade de ter propriedade para concorrer ao Parlamento, e pagamento de salário ao parlamentar.
Faziam parte do referido documento as reivindicações contidas em
a) I e III apenas.
b) II e III apenas.
c) I e II apenas.
d) I, II e III.


11. (UFPB/2013) Na segunda metade do século XIX, ocorreram as unificações políticas da Itália e da Alemanha, países que se atrasaram em relação às potências que se unificaram séculos antes, tais como Inglaterra e França. Sobre esses processos de unificação, pode-se afirmar:
I. A península italiana estava dividida em vários Estados submetidos à influência da Áustria. Duas correntes políticas buscavam a unificação: os monarquistas e os republicanos.
II. A unificação da Alemanha foi comandada pela Prússia, que era a região mais rica e industrializada. Após várias guerras vitoriosas, a Alemanha foi unificada sob o comando do rei da Prússia, que se tornou o Kaiser Guilherme I.
III. A Áustria, grande potência da Europa Central, adotava uma política expansionista. Ameaçados, os reinos do Piemonte e da Prússia se uniram e, com apoio da França, venceram os austríacos, fundando o Reino da Itália e o Reich alemão.
IV. A França, comandada pelo Imperador Napoleão III, não desejava a unificação da Alemanha. Isso levou à Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), culminando com a vitória prussiana e a unificação alemã sob o comando do Kaiser Guilherme I.
Está(ao) correta(s) apenas:
a) I
b) I e II
c) I, II e IV
d) III e IV
e) II, III e IV,


12. (UNIMONTES MG/2013) O que determina o florescimento ou o esgotamento das artes em qualquer período ainda é muito obscuro. Entretanto não há dúvida de que, entre 1789 e 1848, a resposta deve ser buscada em primeiro lugar no impacto da revolução dupla. Se fôssemos resumir as relações entre o artista e a sociedade nessa época, em uma só frase, poderíamos dizer que a Revolução Francesa o inspirava com seu exemplo; a revolução industrial, com o seu horror, enquanto a sociedade burguesa, que surgiu de ambas, transformava sua própria experiência e estilos de criação. (HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções, 1982.)
O movimento artístico e filosófico que surge, segundo Hobsbawm, na efervescência das grandes revoluções ocorridas na Europa é
a) o Modernismo.
b) o Romantismo.
c) o Humanismo.
d) o Simbolismo.


13. (Fameca SP/2014) Ao sul fica Hoxton, região de ruas de feira, malcheirosas de fábricas, depósitos de madeira, armazéns imundos, de becos onde fervilham pequenas lojas e oficinas, de travessas infectas que levam a uma escuridão pestilenta; por toda parte o trabalho em suas formas mais degradantes; as vias trovejando de carroças superlotadas, as calçadas pisadas por trabalhadores da espécie mais grosseira, as esquinas e recantos exibindo a mais feia miséria. Caminhando em direção ao norte, o explorador vai encontrar um ar mais limpo, ruas mais amplas, num bairro estritamente residencial; as estradas parecem entregues aos leiteiros, vendedores de carne de gato e fruteiros. Aqui encontram-se ruas em que há placas anunciando quartos para alugar em cada janela; outras proclamam uma respeitabilidade superior, casas recuadas por trás de pequenos jardins [...].
(George Gissing apud Raymond Williams. O campo e a cidade, 2011.)
Ao descrever Londres no final do século XIX, o autor mostra que
a) a luta de classes era resquício do passado pré-industrial da cidade.
b) o desprezo pela riqueza das elites aumentara entre os intelectuais.
c) o individualismo burguês contrastava com a solidariedade dos pobres.
d) a visão higienista favoreceu o crescimento ordenado da metrópole.
e) o espaço urbano refletia os contrastes de vida das classes sociais.


14. (UNISA SP/2014) No contexto da guerra franco-prussiana (1870-1871), surgiu na França um movimento popular e revolucionário que governou Paris por mais de dois meses. Embora efêmero, ele ganhou importância histórica devido à defesa da democracia e da República. Organizado em comissões, o governo teve a participação de operários eleitos pelo povo. O movimento descrito diz respeito
a) ao Comitê de Salvação Pública.
b) à Revolução de 1830.
c) à Comuna de Paris.
d) à Convenção Nacional.
e) às Jornadas de 1848.


15. (IFGO/2014) Leia os fragmentos:
“Por favor, leia os jornais com bastante atenção – agora eles valem a pena de ser lidos... Esta Revolução mudará a forma do planeta – assim deve e precisa! –
Vive La République!”
O poeta George Weerth à sua mãe, 11 de março de 1848.
“Estamos dormindo sobre um vulcão... Os senhores não percebem que a terra treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade está no horizonte.”
Pensador político francês Alexis de Tocqueville, 1848.
Os fragmentos acima se referem ao evento histórico conhecido como “Primavera dos Povos”, ocorrido na Europa, em 1848. A respeito desse processo revolucionário, é correto afirmar que
a) o proletariado envolvido nas mobilizações revolucionárias de 1848 em nada se identificou com os ideais socialistas.
b) de forma geral, compuseram as massas das manifestações de 1848 os trabalhadores, as populações sufocadas nos impérios, os camponeses e os despossuídos.
c) os revolucionários de 1848 lutaram na Europa pelo retorno dos valores consagrados no Antigo Regime.
d) a “Primavera dos Povos” foi um movimento político local e restrito à França.
e) ao contrário dos movimentos políticos anteriores a 1848, as revoluções de 1848 reafirmaram o discurso liberal burguês.



16. (ENEM/2014) A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, é a maior praça pública de Paris. Inaugurada em 1763, tinha em seu centro uma estátua do rei. Situada ao longo do Sena, ela é a intersecção de dois eixos monumentais. Bem nesse cruzamento está o Obelisco de Luxor, decorado com hieróglifos que contam os reinados dos faraós Ramsés II e Ramsés III. Em 1829, foi oferecido pelo vice-rei do Egito ao povo francês e, em 1836, instalado na praça diante de mais de 200 mil espectadores e da família real.
NOBLAT, R. Disponível em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.
A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo dos anos manifesta o(a)
a) lugar da memória na história nacional.
b) caráter espontâneo das festas populares.
c) lembrança da antiguidade da cultura local.
d) triunfo da nação sobre os países africanos.
e) declínio do regime de monarquia absolutista.


17. (Mackenzie SP/2015) Ao analisar os acontecimentos e consequências de 1848, na França, Karl Marx denominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado por esse último. A denominação é historicamente possível, pois
a) estendeu a ação de seu Império da França até o norte da África, incluindo regiões na Itália e Alemanha, territórios anteriormente também conquistados por seu tio.
b) organizou um Império de caráter despótico absolutista, impôs a censura aos meios de comunicação e proclamou-se cônsul vitalício, atitudes já realizadas por Napoleão.
c) assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu golpe por meio de um plebiscito, extinguindo a República até então vigente para proclamar-se imperador.
d) Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princípio realizou reformas absolutistas para depois, já no Império, introduzir princípios iluministas de administração pública.
e) assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto coroou imperador, reduziu a interferência do alto clero no governo e limitou o direito ao voto a critérios censitários.


18. (Mackenzie SP/2015) Como a maioria dos estudiosos rigorosos, não considero a ‘nação’ como uma entidade social originária ou imutável. A ‘nação’ pertence exclusivamente a um período particular e historicamente recente. (...) Por essa razão as nações são, do meu ponto de vista, fenômenos duais, construídos essencialmente pelo alto, mas que, no entanto, não podem ser compreendidas sem ser analisadas de baixo, ou seja, em termos de suposições, esperanças, necessidades, aspirações e interesses das pessoas comuns, as quais não são necessariamente nacionais e menos ainda nacionalistas.
Eric J. Hobsbawm. Nações e nacionalismo desde 1780. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002, pp.19-20
Na visão do autor, o conceito de “nação”
a) é o resultado da interação entre economia e cultura sem, no entanto, significar que anseios populares serão levados em consideração na elaboração de projetos nacionais, elaborados e impostos pelas elites.
b) relaciona-se à política engendrada por governantes, que impõem ao resto da população a noção de pertencimento e o sentimento de lealdade ao país, mesmo que, para isso, guerras sejam realizadas.
c) surge em um determinado estágio de desenvolvimento dos povos e dá-se, necessariamente, por meio de conflitos armados contra os inimigos ou aqueles que potencialmente possam se tornar empecilho ao projeto político então imposto.
d) ultrapassa o discurso político e, para ser compreendido, é necessário que se vejam as relações sociais, tecnológicas e culturais que permitem a criação de aspectos legitimadores de uma unidade política, social e cultural.
e) só pode ser compreendido e analisado a partir da perspectiva política, pois essa permite forjar uma unidade entre os povos e institui todos os outros aspectos necessários para o desenvolvimento do país.


19. (UEG GO/2015) Quem saberá dizer quantos comunardos foram mortos durante a luta? Milhares foram massacrados posteriormente [...]. Esta era a vingança do “povo respeitável”. Daquele momento em diante, um rio de sangue correu entre os trabalhadores de Paris e as “classes melhores”. E daí em diante também os revolucionários sociais aprenderam o que os esperava se não conseguissem manter o poder.
HOBSBAWN, Eric J. A era do capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 234.
No trecho citado, o historiador inglês Eric Hosbsbawn descreve as consequências sofridas pelos participantes da Comuna de Paris, ocorrida em 1871. Esse levante popular que cercou e estabeleceu um governo de inspiração jacobina na capital francesa foi resultado imediato
a) da derrota francesa para o exército prussiano e das notícias do aprisionamento de Napoleão III em setembro de 1870.
b) da criação da Associação Internacional dos Trabalhadores, inspirada nas ideias de Karl Marx e Frederick Engels, em setembro de 1864.
c) do resultado das eleições para a Assembleia Nacional, que elegeu em sua maioria deputados ligados aos pequenos proprietários rurais.
d) do enfraquecimento político dos remanescentes do Antigo Regime que ainda ocupavam cargos públicos importantes na administração de Paris.


20. (USP/2015) O Brasil formou-se como um Estado nacional independente e soberano antes de muitos outros com os quais, atualmente, integra um mesmo sistema de relações internacionais. Dentre esses outros, pode-se mencionar corretamente:
a) Chile, Inglaterra e Espanha.
b) Alemanha, México e França.
c) Itália, França e Chile.
d) Argentina, Itália e Alemanha.
e) Grécia, Espanha e Estados Unidos.


21. (Unesp 91) O desmonte do muro que dividia a cidade de Berlim e o acordo sobre a reunificação alemã são fatores relevantes para a construção de uma nova Europa. No entanto, a fundação do Estado moderno alemão remonta ao século XIX e se relaciona com a:
a) cooperação abrangente entre a Prússia e a União Soviética.
b) multiplicação das taxas alfandegárias, a revogação da Liga Aduaneira, a aliança franco-prussiana e a ação do Papa.
c) cooperação pacífica, duradoura e estável entre todos os Estados da Europa.
d) conhecida e inevitável neutralidade alemã na disputa de mercados.
e) reorganização do exército prussiano e com o despertar do sentimento nacionalista de união.


22. (UERJ/99) Em 1860, um contemporâneo da unificação da Itália afirmou:
"Fizemos a Itália; agora precisamos fazer os italianos."
(D'AZEGLIO, Massimo (1792-1866). Apoud HOBSBAWM, E. "A era do capital: 1848-1875". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.)
Essa frase traduz uma particularidade da construção da unidade italiana, que é identificada na:
a) divergência entre nacionalismo e nação-estado
b) fusão entre nacionalismo de massa e patriotismo
c) adoção da língua italiana no dia-a-dia da população
d) união entre os interesses dos partidários da Igreja e da República


23. (Fuvest 91) "Desde a 0h de hoje (20h de ontem em Brasília), existe uma só Alemanha. O hasteamento da bandeira alemã de 75 metros no mastro de 45 metros de altura em frente ao Reichstag, prédio do Parlamento, em Berlim, no primeiro minuto deste dia 03, selou a anexação da Alemanha Oriental pela Ocidental. A praça da República, onde fica o Reichstag, estava totalmente tomada. Centenas de milhares de alemães cantaram em coro a canção da Alemanha, hino nacional, para celebrar o fim da divisão do país".
(FOLHA DE S. PAULO, Quarta-feira, 03 de outubro de 1990)
A notícia anterior refere-se à recente reunificação da Alemanha, que "simboliza a conclusão de uma etapa marcada pela divisão do mundo em blocos geopolíticos desenhados por duas superpotências".
No passado, a unificação alemã também foi o principal objetivo da ação política de Bismarck, que, para concretizá-la em 1871, combateu:
a) Espanha, Prússia e Áustria.
b) França, Inglaterra e Espanha.
c) Dinamarca, Rússia e Itália.
d) Prússia, Inglaterra e Holanda.
e) Dinamarca, Áustria e França.


24. (PUCMG/99) No processo de unificação da Itália de meados do século XIX, destacam-se, EXCETO:
a) a preocupação da burguesia em evitar qualquer aliança com a massa camponesa.
b) a permanência de um sistema oligárquico que garante os interesses dos grandes proprietários da terra.
c) a ação dos liberais moderados, liderado por Cavour, para impedir as tentativas revolucionárias.
d) a obtenção da unidade através do alargamento do Estado piemontês e não de um movimento nacional.
e) o papel decisivo dos movimentos populares para a concretização da unidade italiana. 


25. (UFG/ 2006) A unificação italiana, no final do século XIX, ameaçou a integridade territorial da Igreja. Esse impasse resultou
a) no reforço dos sentimentos nacionalistas na Itália, provocando a expropriação das terras da Igreja. 
b) no envolvimento da Igreja em lutas nacionais, criando congregações para a expansão do catolicismo.
c) na adoção de atitudes liberais pelo Papa Pio IX, como forma de deter as forças fascistas.
d) na assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando Mussolini criou o Estado do Vaticano.
e) no "Risorgimento", processo em que segmentos ligados à Igreja defenderam a Itália independente.


GABARITO

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