1. (FGV/2014)
Sobre
as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto
afirmar que a
a)
centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os
muçulmanos na guerra de Reconquista, o que garantiu o
estabelecimento
de alianças diplomáticas com os demais reinos ibéricos, condição para sanar a
crise do feudalismo por meio da expansão ultramarina.
b)
guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português,
uma vez que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a
centralização do poder, requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a
expansão marítima e comercial.
c)
canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão
ultramarina, só foi possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos
da península Ibérica na guerra de Reconquista, interessados em expulsar o
invasor muçulmano que havia fechado o rentável comércio no Mediterrâneo.
d)
expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino
português, ainda não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir
a sua unificação política contra os demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado
dos muçulmanos como forma de impedir o fortalecimento do futuro Estado luso.
e)
vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda
militar e financeira do Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a
expansão marítima e comercial, condição essencial para o fim da crise do
feudalismo na Europa Ocidental.
2. (UEA
AM/2014)
Ó
mar salgado, quanto do teu sal
São
lágrimas de Portugal!
Por
te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos
filhos em vão rezaram!
Quantas
noivas ficaram por casar
Para
que fosses nosso, ó mar!
(Fernando
Pessoa. Mar português. Mensagem, 1970.)
Mensagem
foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele
pensou, a princípio, dar-lhe o título de Portugal, considerando que os poemas
tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe
transcrita exprime com lirismo e tristeza
a) o orgulho
do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa
de ter criado o mundo moderno.
b) os
motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação
de caravelas e à perda de homens nos naufrágios.
c) a resignação
cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer
interesse comercial ou político.
d)
as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas
consequências para a população portuguesa.
e) a
perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de
habitantes do reino com as conquistas no além-mar.
3. (UECE/2014) A
chegada dos europeus à América no final do século XV ‒ como parte de sua
expansão marítima e comercial ‒ marcou de forma profunda as alterações que esta
região do planeta sofreria nos séculos seguintes; povos foram dizimados e
culturas ancestrais foram obscurecidas. Sobre este processo, analise os itens
seguintes:
I.
Colombo possuía a exata noção de sua ação, pois sabia da existência deste ‘novo
mundo’ e de suas variadas sociedades desde quando zarpou do porto de Palos em
03 de agosto de 1492.
II. Até
1492, somente a Espanha tinha-se lançado à busca por novos caminhos para as
riquezas do Oriente, daí o seu pioneirismo neste processo.
III.
Somente quando se corrigiu o equívoco inicial de Colombo, que pensava ter
chegado às Índias, é que a Europa se deu conta da ‘descoberta’ de um novo
território até então não registrado nos mapas.
IV. Mesmo
antes de Colombo chegar à América, os navegantes portugueses já haviam iniciado
a busca por um caminho marítimo para as Índias.
Está
correto o que se afirma apenas em
a) I,
III e IV.
b) II e
III.
c) I e
II.
d)
III e IV.
4. (UEPA/2014)
As
crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas
na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em
lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que
incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos
europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias
da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de
cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual
europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual
foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século
XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada
para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou:
a) a
ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento.
b) a
permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do
Renascimento.
c) a
confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações.
d) a
correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo.
e) o uso
da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas
Ibéricas.
5. (UNESP
SP/2014)
Ó
mar salgado, quanto do teu sal
São
lágrimas de Portugal!
Por
te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos
filhos em vão rezaram!
Quantas
noivas ficaram por casar
Para
que fosses nosso, ó mar!
Valeu
a pena? Tudo vale a pena
Se
a alma não é pequena.
Quem
quer passar além do Bojador
Tem
que passar além da dor.
Deus
ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas
nele é que espelhou o céu.
(Fernando
Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)
Entre
outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema
menciona
a) o
sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia
por quatro séculos.
b) o
reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no
apoio financeiro aos familiares dos navegadores.
c) a
crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o
reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.
d)
a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas
navegações e pelos riscos que elas comportavam.
e) a
dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que
os levou a confundir a América com as Índias.
6. (UEA AM/2013)
Cristóforo Colombo
Chamou de índios
Uns homens nus
Olha o que ele pensava
Dos hindus.
(Millôr Fernandes. A Bíblia do caos,
1994.)
Millôr Fernandes confere uma forma poética
e irônica ao ciclo de viagens de Cristóvão Colombo que
a) viu os hindus como pagãos e aptos a
receber os ensinamentos cristãos.
b) julgou ter chegado
às fontes das especiarias navegando para oeste.
c) pensou ter chegado a terras pertencentes
a Portugal.
d) considerou a cultura dos nativos da
América superior à dos europeus.
e) procurou uma passagem para o Oriente
navegando pelas costas africanas.
7. (UNESP SP/2014) Inserido em um empreendimento mercantil,
financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do
absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma
realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas
orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do
experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter
informações e um projeto colonizador.
(Wilton Carlos Lima da Silva. As terras
inventadas, 2003. Adaptado.)
Segundo o texto, o relato de Colombo
a) revela a convicção do navegador de que as
novas terras oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da
Espanha.
b) expõe o esforço do navegador de
conciliar o reconhecimento da especificidade americana com as expectativas
europeias ante a viagem.
c) confirma o caráter casual da descoberta
da América e o desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da
metrópole.
d) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica
dos navegadores europeus em relação aos nativos americanos.
e) mostra a decepção do navegador com o que
encontrou na América, pois não havia riquezas que justificassem a longa viagem.
8. (UECE/2014) A viagem feita por Cristóvão Colombo em
1492 tem a sua relevância, porque abriu inúmeras possibilidades, dentre as
quais, o intercâmbio entre povos de diversos continentes, a implementação de um
sistema comercial por meio da navegação pelos oceanos e a colonização de novas
terras. Significou, para a população nativa, a escravização e a conversão ao
cristianismo.
A colonização europeia do continente
americano só foi possível graças à(s)
a) colaboração mútua e à troca de
experiências entre mundos diferentes.
b) operações de
exploração, conquista e destruição cultural sistemática.
c) implementação do vigor e do avanço
civilizatório.
d) conversão dos nativos para a religião católica.
9. (UFJF
MG)
Leia as afirmativas abaixo que se referem às grandes navegações e ao processo
de expansão ultramarina e numere a segunda coluna de acordo com a primeira.
I.
Portugal
II.
Inglaterra
III.
Espanha
IV.
Holanda
(__)
A
centralização do poder monárquico e o grande desenvolvimento dos estudos
náuticos, no que ficou conhecido como a Escola de Sagres, favoreceram o
pioneirismo desse país na empreitada das grandes navegações.
(__) Sua
expansão ultramarina começou ainda no século XV pela exploração do Atlântico e
desempenhou destacado papel na descoberta das terras do continente americano,
que teve grande parte de seu território colonizado por esse país. Tal
colonização foi responsável pela desestruturação dos grandes impérios aí
existentes.
(__)
Sua
atuação na expansão ultramarina foi muito mais de caráter indireto, por
exemplo, financiando a instalação da indústria manufatureira do açúcar no
Brasil e seu refinamento e comercialização na Europa.
(__)
Depois de tentativas fracassadas de abrir uma passagem para a Ásia pelo extremo
norte do continente americano e pelo Mar do Norte, na segunda metade do século
XVI, seu processo de expansão marítima se concentrou nas ações de pirataria,
principalmente, contra embarcações de um país inimigo, política essa
oficializada pelo Estado.
Agora,
marque a alternativa CORRETA.
a) III,
IV, I, II
b)
I, III, IV, II
c) IV,
I, II, III
d) III,
I, II, IV
e) I,
IV, II, III
10. (UFT
TO/2014) Avalie o texto descrito a seguir.
“Para
se compreender o caráter da colonização brasileira é preciso recuar no tempo
para antes do seu início, e indagar das circunstâncias que a determinaram”.
FONTE:
PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Círculo do Livro, s/d,
p. 11.
A
colonização do Brasil pelos portugueses, a partir do século XVI, foi
consequência de um amplo processo histórico denominado:
a)
fragmentação total do sistema feudal do Ocidente europeu.
b)
expansão marítima e comercial dos países da Europa.
c)
cristalização das monarquias nacionais europeias.
d)
ascensão social e econômica da burguesia.
e)
adoção do protestantismo luterano.
11. (PUCCamp
SP/2014) A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou, na
segunda metade do século XV, conflitos e inúmeras controvérsias acerca do
direito de posse sobre as terras descobertas ou a descobrir. Com o objetivo de
definir os direitos de cada país, formularam-se diversos tratados, dos quais o
primeiro foi o Tratado de Toledo, assinado em 1480. Esse tratado
a) foi
contestado pela Espanha por ter levado em consideração apenas os interesses de
Portugal, excluindo os espanhóis e os demais países europeus da partilha dos
territórios ultramarinos.
b) reformulou
a divisão das terras descobertas, ou a descobrir, entre portugueses e espanhóis
e determinou que constituíam ato de posse e domínio, somente as terras habitadas
e defendidas.
c) garantiu
à Coroa lusa as terras a descobrir ao sul das ilhas Canárias e constituiu uma
importante vitória da diplomacia lusitana, pois assegurava a Portugal a rota
das Índias pelo sul da África.
d)
tornou mais ampla para Portugal a possibilidade de conquistar os territórios a
serem descobertos no Atlântico ocidental, cuja existência já era do
conhecimento dos navegantes portugueses.
e)
promoveu a partilha do mundo entre Portugal e Espanha, por meio de um meridiano
situado a 100 léguas de Cabo Verde: terras situadas a leste seriam dos
portugueses e as do oeste seriam dos espanhóis.
12. (ENEM/2014)
Todo
homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um
milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em
sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente
podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los
todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.
J. P.
T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do
medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
Esse
relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna,
expressa um sentimento de
a) gosto
pela aventura.
b)
fascínio pelo fantástico.
c)
temor do desconhecido.
d)
interesse pela natureza.
e)
purgação dos pecados.
13. (Mackenzie
SP/2015) Durante o século XV, a Europa experimentou o início de uma
expansão marítima, que é um marco no início da europeização do mundo. Entre os
motivos que levaram os portugueses a buscarem a Expansão Marítima, podemos
apontar
a) a
queda de Constantinopla para o império turco otomano, em 1453, levando os
países católicos a buscarem um novo caminho que os conduzissem à Terra Santa.
b) o
crescimento da circulação monetária e a consequente estabilização dos preços,
na época, permitindo o acúmulo de que passou a ser investido nas empreitadas
marítimas.
c) o
fortalecimento do poder dos monarcas europeus, que passaram a governar em
caráter absolutista e centralizaram todas as decisões do Estado em suas mãos.
d) a
consolidação do sistema de manufaturas controladas pelas grandes corporações de
ofício, que passaram a financiar a Expansão Marítima em busca de novos mercados
consumidores.
e)
a necessidade da expansão comercial, que aumentaria os poderes do rei, manteria
os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia, pois o controle
comercial do Mediterrâneo pertencia aos italianos.
14. (UECE/2015)
Acerca
do projeto de expansão marítima dos portugueses, que resultou na chegada às
terras americanas no século XVI, é INCORRETO afirmar que
a)
atendia aos interesses de diversos grupos sociais e instituições, visto que era
oferecida uma saída para a retração econômica que Portugal vivenciava.
b)
recebeu o apoio financeiro da nobreza e da burguesia, interessadas na exploração
de outras terras e na expansão do comércio.
c)
conquistou o apoio dos segmentos médios da sociedade portuguesa que, desejosos
de encontrar novas fontes de renda, pretendiam mudar-se para as novas terras.
d)
recebeu o apoio da Igreja que sonhava em conquistar novos fiéis e empreender
seu trabalho de catequese em territórios virgens.
15. (UECE/2015)
A
compreensão cristã do encontro dos portugueses com os primeiros habitantes da
América teve forte conotação maniqueísta: de um lado estava o bem, simbolizado
pelos europeus na sua suposta busca pelo paraíso; de outro, o mal, representado
pelos indígenas e suas práticas diabólicas.
Analise
as afirmações abaixo acerca dessa compreensão.
I. Tal
compreensão foi alimentada por considerações imprecisas de alguns viajantes que
classificavam de “demoníacas” certas práticas culturais dos povos americanos.
II. A
leitura das práticas dos povos americanos pelos europeus aliou a ideia da
conquista de novas terras com o desejo de levar a palavra de Deus àquelas
criaturas “demonizadas”.
III. O pensamento
cristão português dissociava-se das ideias e políticas expansionistas; desse
modo, a propagação da fé era desvinculada da empresa marítima.
É
correto o que se afirma em
a) I, II
e III.
b) II e
III apenas.
c) I e
III apenas.
d)
I e II apenas.
16. (UFPEL
RS/2014) Das afirmativas abaixo sobre os motivos do expansionismo
ibérico e da primazia portuguesa nas grandes navegações:
I.
Centralização do poder e consolidação do regime monárquico.
II.
Escassez de recursos naturais.
III.
Estrutura social que não apoiava as atividades comerciais.
IV.
Liderança em tecnologia náutica.
V. Apoio
da Igreja na revisão das suas crenças e teses sobre o mundo.
Estão
corretas
a)
apenas a I e a IV.
b)
apenas a I, a II e a III.
c)
apenas a I, a II e a IV.
d)
apenas a II e a V.
e)
apenas a II, a IV e a V.
17. (UFPEL
RS/2014) Concorreu para a expansão marítima e comercial portuguesa
dos séculos XV e XVI
a) a
fragmentação do poder político.
b) o
desenvolvimento da agricultura.
c) a
revolução industrial e a busca por mercados para os capitais excedentes.
d) a
existência de um excedente populacional.
e)
a centralização administrativa.
18. (UNCISAL
AL/2015) A contestação francesa ao Tratado de Tordesilhas teve no
monarca Francisco I o mais veemente representante. Em 1540 chegou a dizer que
“‘o sol brilhava tanto para ele como para os outros’ e que ‘gostaria de ver o
testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo...’ Declarou
também que só a ocupação criava o direito, que descobrir um país, isto é, vê-lo
ou atravessá-lo, não constituía um ato de posse e que considerava como domínio
estrangeiro unicamente ‘os lugares habitados e defendidos’. São essas as bases
da colonização moderna”.
MOUSNIER,
Roland. História Geral das Civilizações. Tomo IV Os Séculos XVI e XVII. Tomo
IV. 2 Volumes. São Paulo: Diofel, 1958.
A
crítica feita por Francisco I ao Tratado de Tordesilhas baseia-se
a) no
uso da força, previsto no Tratado, como forma de efetivar a ocupação das novas
terras a serem descobertas.
b) na
existência de documento papal, nunca trazido a público, que determinava em
testamento a divisão do mundo.
c) no
fato de apenas países europeus terem direito às terras, deixando de fora os
países árabes do norte da África.
d)
na divisão das terras ocidentais entre Portugal e Espanha, sem levar em
consideração as demais nações europeias.
e) na
possibilidade de qualquer país ocupar novas terras, desde que as ocupasse de
fato segundo as regras do Tratado.
19. (UNESP
SP/2015) Que significa o advento do século XVI? [...] Se essa
passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não
tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que surgem as primícias
da globalização. E essa globalização é mais que um processo de expansão de
origem ibérica, mesmo se o papel da península foi dominante. [...] Em 1500,
ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do século XVI, a
globalização corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam ou não se
frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros.
(Serge
Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520, 1999.)
O
texto
a)
defende a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado
a globalização, pois tal expansão eliminou as fronteiras nacionais.
b) rejeita
a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado a
globalização, pois muitos povos do mundo se desconheciam.
c)
identifica a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, destacando, em ambos, a completa internacionalização da economia.
d)
compara a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, demonstrando o papel central, em ambos, dos países ibéricos.
e)
relaciona a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de
globalização, ressalvando, porém, que são processos históricos distintos.
20. (USP/2015)
O
período histórico conhecido como “Era das Grandes Navegações” traria forte
impacto na história europeia: por exemplo, com a inclusão do continente americano
nos novos mapas-múndi, com o estabelecimento de contatos com populações e
culturas até então ignoradas pelos europeus e com o conhecimento de novos
elementos de fauna e flora. No entanto, as atitudes dos europeus, perante o
mundo, permaneceriam as mesmas em muitos outros aspectos, como, por exemplo,
com
a) o
poder absoluto da burguesia, os saques e a apropriação de terras na própria
Europa e a prevalência de um catolicismo reformado a romper com suas matrizes judaicas.
b) o
desinteresse por quaisquer sociedades consideradas bárbaras, o forte
corporativismo político a unir diferentes Estados europeus contra ameaças
externas ao continente e a crença na capacidade de liderança espiritual da
Igreja Romana.
c) o atraso
tecnológico de seu continente em relação aos povos árabes e ao extremo-oriente,
o poder onipresente da Igreja de origem medieval e a pluralidade religiosa a
harmonizar católicos e protestantes.
d) a
concepção de superioridade da Europa em relação às demais culturas, o interesse
em explorar comercialmente outras partes do mundo e a intolerância diante de
quaisquer formas de religiosidade não cristãs.
e) a
manutenção de ambientes culturais refratários à democratização da educação, o
poder absoluto da Igreja e os conflitos internos regionalistas e nacionalistas.
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