1. (PUC SP/2002) "Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
"Fernando Pessoa, "Mar
Português" in Obra poética. Ria de Janeiro, Editora José Aguilar, 1960, p
19
O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão
marítima portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
a)
"Bojador" é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo
significava encontrar o caminho para o Oriente.
b) a
"dor" representa as doenças, desconhecidas dos europeus, mas
existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
c) o
"abismo" refere-se à crença, então generalizada. de que a Terra era
plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem os navios.
d) menção a
"Deus" indica a suposição, à época, e que o Criador era contrário ao
desbravamento dos mares e que puniria os navegadores.
e) o
"mar" citado é o Oceano Índico, onde estão localizadas as Índias,
objetivo principal dos navegadores.
2. (UFMA/2000)
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
in, Fernando Pessoa: Antologia poética /
organizador Álvaro Cardoso Gomes. Sl: Moderna, 1994. Col. Travessias.
No poema acima citado, Fernando Pessoa
refere-se à expansão do Império Português, no início da Era Moderna. Se os
resultados finais mais conhecidos dessas "Navegações Ultramarinas"
foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia; a conquista de novas
terras e a difusão da cultura europeia, outros elementos também compõem o
panorama daquele contexto, como:
a) os relatos de
viajantes medievais; a reconquista árabe em Portugal; o anseio de crescimento
mercantil.
b) a ânsia de
expandir o cristianismo; a demanda de especiarias; a aliança com as cidades
italianas.
c) a busca do
enriquecimento rápido; o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia.
d) o
desenvolvimento da matemática; a busca do ouro para as cruzadas; a
descentralização monárquica.
e) o avanço
das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do
universo, segundo uma ordem racional.
3. (UNIFOR CE/2003) Considere o trecho do famoso poema que segue.
"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Fernando Pessoa)
A construção das caravelas pelos portugueses
no século XV impulsionou consideravelmente as grandes viagens marítimas para
além do Cabo Bojador, localizado na costa da África e considerado durante
muitos anos o limite para as navegações. Essas embarcações estiveram presentes
em quase todas as grandes expedições empreendidas nessa época, como a realizada
por Cristóvão Colombo que, em 1492, conduziu duas caravelas e uma nau rumo às
Índias, chegando a um continente até então desconhecido pelos europeus. Aliada
à construção das caravelas, as inovações que contribuíram especialmente para o
êxito marítimo dos europeus nos séculos XV e XVI foram a:
a) bússola, o astrolábio e a cartografia.
b) máquina a
vapor, o quadrante e o telégrafo.
c) vela
triangular, as cartas de navegação e o termômetro de mercúrio.
d) luneta, o
cilindro a ar e a hélice metálica.
e) navegação de
cabotagem, o binóculo e o leme.
4. (PUC MG/2008) A História e Literatura têm trazido contribuições importantes para
compreensão do desenvolvimento das civilizações.
Leia o poema Mar Português, de Fernando Pessoa,
e assinale a afirmativa CORRETA de acordo com
o texto.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
a) Refere-se
à expansão marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera
política e geográfica do mundo conhecido.
b) Explica o
mito fundador da colonização do novo mundo a partir da imposição da Coroa Portuguesa
e de seus aliados espanhóis.
c) Trata-se de
uma interpretação idealista da expansão marítima portuguesa, criada a partir
das ideias
mercantilistas inglesas e francesas do século
XIX.
d) Critica o
modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da
mudança do eixo Atlântico para o Mediterrâneo.
5. (UNICAMP SP/2011) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português
Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:
“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.”
(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas
esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)
Nestes versos identificamos uma comparação
entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara
a) o sistema de
colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade
Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de
escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos
à terra.
b) o alcance
da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização
da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar
Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
c) a localização
geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as
cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus
domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte
da África.
d) a duração dos
impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os
mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente,
Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas
colônias.
6. (UEA AM/2014)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
(Fernando Pessoa. Mar português. Mensagem,
1970.)
Mensagem foi o único livro que o poeta
português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele pensou, a princípio, dar-lhe o
título de Portugal, considerando que os poemas tratavam da história do
esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita exprime com
lirismo e tristeza
a) o orgulho do
poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa de
ter criado o mundo moderno.
b) os motivos da
decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de caravelas
e à perda de homens nos naufrágios.
c) a resignação
cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer
interesse comercial ou político.
d) as dificuldades inerentes às navegações
marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa.
e) a perda do
domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de habitantes do
reino com as conquistas no além-mar.
7. (UNESP SP/2014)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa. Mar Português. Obra
poética, 1960. Adaptado.)
Entre outros aspectos da expansão marítima
portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
a) o sucesso da
empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro
séculos.
b) o
reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no
apoio financeiro aos familiares dos navegadores.
c) a crença
religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento
da grandeza da alma dos portugueses.
d) a percepção das perdas e dos ganhos
individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas
comportavam.
e) a dificuldade
dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a
confundir a América com as Índias.
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