1. (UFMG/2006) Em 1726, o comerciante
Francisco da Cruz contou, em uma carta, que estava para fazer uma viagem à vila
de Pitangui, onde os paulistas tinham acabado de se revoltar contra a ordem do
rei. Temeroso de enfrentar os perigos que cercavam a jornada, escreveu ao grande
comerciante português de quem era apenas um representante em Minas Gerais,
chamado Francisco Pinheiro, e que, devido a sua importância e riqueza, frequentava,
no Reino, a corte do rei Dom João V. Pedia, nessa carta, que, por Francisco
Pinheiro estar mais junto aos céus, servisse de seu intermediário e lhe fizesse
o favor de me encomendar a Deus e à Sua Mãe Santíssima, para que me livrem
destes perigos e de outros semelhantes.
Carta
161, Maço 29, f.194. Apud LISANTI Fo., Luís. Negócios coloniais: uma correspondência
comercial do século XVIII. Brasília/São Paulo: Ministério da Fazenda/Visão
Editorial, 1973. (Resumo adaptado)
Com
base nas informações desse texto, é possível concluir-se que a iniciativa de
Francisco da Cruz revela um conjunto de atitudes típicas da época moderna.
É
CORRETO afirmar que essas atitudes podem ser explicitadas a partir da teoria
estabelecida por:
a) Nicolau Maquiavel, que acreditava que, para
se alcançar a unidade na política de uma nação, todos os fins justificavam os
meios.
b) Etienne de La Boétie, que sustentava que os
homens se submetiam voluntariamente a seus soberanos a partir da aceitação do
contrato social.
c) Thomas Morus, que idealizou uma sociedade
utópica, sem propriedades ou desigualdades, em que os governantes eram
escolhidos democraticamente.
d) Jacques Bossuet, que defendia o direito
divino dos reis apoiado numa visão hierárquica dos homens e da política, como
extensão da corte celestial.
2. (UFPA/2005) “…doentes atingidos por
estranhos males, todos inchados, todos cobertos de úlceras, lamentáveis de ver,
desesperançados da medicina, ele (o Rei) cura-os pendurando em seus pescoços
uma peça de ouro, com preces santas, e diz-se que transmitirá essa graça
curativa aos reis seus sucessores.”
(William
Shakespeare, Macbeth).
Essa
passagem da peça Macbeth é reveladora:
a) da capacidade artística do autor de
transcender a realidade de seu tempo.
b) da crença anglo-francesa, de origem
medieval, no poder de cura dos reis.
c) do direito divino dos reis, que se
manifestava em seus dons sobrenaturais.
d) da mentalidade renascentista, voltada ao
misticismo e ao maravilhoso.
e) do poder do absolutismo, que obrigou a Igreja a aceitar o caráter
sagrado dos reis.
3. (UFRN/2006) O rei Henrique VIII, que
governou a Inglaterra de 1509 a 1549, criou uma legislação específica sobre o
trabalho. Nessa legislação, determinava-se: Os mendigos velhos e incapacitados
para o trabalho deverão pedir licença para mendigar. Para os vagabundos jovens
e fortes, açoites e reclusão. Serão presos à parte traseira de um carro e se
lhes açoitará até que o sangue emane de seu corpo, devolvendo-o em seguida, sob
juramento, à sua terra natal ou ao local onde residiram durante os últimos três
anos, para que “se ponham a trabalhar”. [...] Em caso de reincidência, deverá
açoitar-se novamente o culpado e cortar-lhe metade da orelha; na terceira vez,
será enforcado como criminoso perigoso e inimigo da sociedade.
MARX,
Karl. O Capital. Apud FARIA, Ricardo de Moura et al. História. Belo Horizonte:
Ed. Lê, 1995. v. 1. p. 63.
Tais
leis foram elaboradas com o objetivo de:
a) controlar a enorme massa de camponeses expropriados
de suas terras, que, não encontrando trabalho, se tornavam mendigos e
vagabundos.
b) impedir o fluxo migratório do campo para a
cidade, uma vez que o sistema fabril não conseguia absorver esses contingentes
de mão-de-obra.
c) estimular o desenvolvimento da grande
indústria, disciplinando os vadios e os mendigos, para que operassem as
máquinas nas fábricas.
d) reprimir a reação da população rural, que,
obrigada a migrar para as cidades, se negava a submeter-se ao regime de
trabalho nas fábricas.
4. (UFMA/2006) Assinale a opção que
descreve corretamente o absolutismo inglês nos séculos XVI e XVII:
a) Foi o sistema de governo que aumentou o
poder do rei, à semelhança de outras nações européias, e que levou à formação
do parlamentarismo como instrumento político para reafirmar os interesses da
nobreza agrária protestante contra a burguesia comercial católica.
b) Foi o sistema de governo que contribuiu para
o avanço inglês no comércio e na indústria, reforçado pela chamada Invencível
Armada, a frota de navios que consolidou a sua hegemonia nos mares, garantindo
a implantação do mercantilismo e da expansão colonial.
c) Foi o regime caracterizado pela
descentralização política, através do crescente papel do parlamento e do
enfraquecimento do papel do monarca por uma constituição, ao mesmo tempo em que
os interesses de burgueses, nobres, comerciantes e camponeses foram
politicamente harmonizados.
d) Foi o regime marcado pela ascensão da
dinastia Tudor, responsável direta pela extinção do Parlamento, o que gerou
intensos conflitos internos e externos, com o enfraquecimento do comércio
internacional e a perda das colônias na América.
e) Foi o regime que favoreceu a consolidação
do mercantilismo através da aliança entre a burguesia mercantil e a nobreza,
destruindo progressivamente os vestígios do feudalismo no campo e rompendo com
a Igreja Católica, gerando intensos conflitos políticos e religiosos.
5. (UNIMONTES MG/2006) No processo de
unificação nacional português, após a morte de Dom Fernando I, no século XIV,
ocorreu a união de alguns setores sociais em torno de Dom João, mestre da Ordem
de Avis, configurando a chamada Revolução de Avis.
Essa
união pode ser associada à/ao.
a) desejo da alta e das pequenas nobrezas
latifundiárias portuguesas de formar a União Ibérica, aumentando o número de
camponeses e servos disponíveis para produzirem dentro do regime feudal.
b) apreensão da pequena nobreza, grupos
mercantis e artesãos portugueses, em relação à possibilidade de perda da
autonomia nacional e da anulação social e política lusa, face ao reino de
Castela.
c) preocupação das camadas populares rurais em
garantir o acesso a terras, de modo a permitir a manutenção e ampliação da
economia de plantation, fundamental para a economia lusa.
d) necessidade de assegurar, pela conquista e
domínio da região de Castela, um fornecimento constante de mercadorias e metais
preciosos, com vistas a aumentar o poder político português.
6. (UNIMONTES MG/2006) Analise as afirmativas abaixo acerca da França do século XVIII, assinalando
C para as CORRETAS e I para as INCORRETAS
(__) o Estado Absolutista
francês pautou-se pela hipertrofia das atribuições da monarquia nacional e pelo
enfraquecimento da ação dos Estados Gerais.
(__) o Estado Absolutista
francês pautou-se pela limitação do poder da Igreja e pela submissão do alto
clero ao pagamento de impostos.
(__) o Estado Absolutista
francês pautou-se pela ampliação do poder das Assembleias Populares, ou Estados
Gerais, na condução das questões políticas nacionais.
Você obteve:
a) C, I e I
b) C, C e I
c) I, C e C
d) I, I e C
7. (FGV/2006) “O hispano-americano principia como uma
justificação da independência, mas se transforma quase imediatamente num
projeto: a América é menos uma tradição a seguir que um futuro a realizar.
Projeto e utopia são inseparáveis do pensamento hispano-americano, desde o
final do século XVIII até nossos dias”.
PAZ,
Octavio. Labirintos da solidão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, 2. ed.,
p.109.
Sobre o
processo de independência na América espanhola, é correto afirmar:
a) O Congresso do Panamá, de iniciativa de
Simon Bolívar, tinha como objetivo a criação de uma confederação pan-americana
e contava com a simpatia britânica.
b) A utopia da unidade era compartilhada por
líderes da independência, como San Martin, Hidalgo e Morelos.
c) A luta pela independência visava à
libertação dos criollos da tutela do domínio metropolitano, possibilitando
assim a modificação da estrutura social e econômica das colônias.
d) As guerras de independência, inicialmente
lideradas pelas elites nativas, ganharam força com a participação de índios e
escravos que concretizaram a emancipação do domínio espanhol.
e) Bolívar, chamado de o “libertador”, era um
político conservador, defensor de uma monarquia pan-americana.
8. (FURG RS/2006) A Idade Moderna (século XV à primeira metade do século XVIII) teve como
característica(s):
a) o surgimento da burguesia
e a consolidação do seu poder político-econômico.
b) a substituição das
práticas mercantilistas pelos princípios fisiocráticos.
c) a consolidação dos
regimes absolutistas, apoiados pela burguesia em ascensão.
d) o enfraquecimento do
sistema colonial, a partir do surgimento dos novos Estados americanos.
e) o surgimento do Estado
Burguês Liberal e a emergência da democracia como força política predominante.
9. (UEM PR/2006) O Antigo Regime é aquela
forma de sociedade que surge na Europa nos tempos modernos. Sobre esse assunto,
assinale a alternativa correta.
a) Os grandes teóricos do
absolutismo real na época do Antigo Regime foram John Locke e David Hume.
b) O Antigo Regime se
caracteriza, no terreno político, pela vigência do absolutismo real, e, no
terreno econômico, pela implementação da política econômica mercantilista.
c) Na Inglaterra, o
absolutismo real é abolido em 1760, durante a primeira Revolução Industrial.
d) Thomas Hobbes, em seu
livro Leviatã, propôs a abolição do absolutismo real e a derrubada do Rei
Carlos I da Inglaterra.
e) No Antigo Regime, vigora
o princípio jurídico-político republicano, que diz que todos os homens são
iguais perante a lei.
10. (UFPI/2006) As monarquias absolutas da
Época Moderna surgiram de uma combinação de interesses entre os Monarcas e a Burguesia.
Dentre os interesses que levaram a essa aproximação, podemos afirmar:
I. A definição de fronteiras e, ao mesmo tempo,
de mercados internos e externos.
II. A busca da implantação de certas práticas
econômicas destinadas a agilizar o comércio e as transações financeiras.
III. O incentivo à fragmentação territorial da
Europa, em pequenos feudos, diminuindo o poder dos reis na cobrança de
impostos, fazendo com que o comércio se desenvolvesse sem amarras tributárias.
IV. O crescimento do poder da Igreja Católica,
já que o protestantismo será extremamente combatido pelos monarcas
absolutistas.
a) Somente I e II estão corretas.
b) Somente I, III e IV estão corretas.
c) Somente III está correta.
d) Somente I e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.
11. (UFTM MG/2007) Leia os trechos:
O
processo de transformações (...) ocorridas na Europa ocidental, a partir do
século XI, culminou no século XVI com uma grande revolução espiritual. Essa
revolução, que eclodiu sob a forma de movimentos de contestação à autoridade e
ao poder da Igreja de Roma, tomou o nome genérico de Reforma Protestante.
O
processo histórico que levou à centralização monárquica na Europa ocidental deu
origem (...) às monarquias nacionais. (...) Em sua dinâmica (...) o rei
continuou a acumular poderes cada vez mais amplos e de maior alcance. Desse
processo surgiu, no curso do século XVI, em vários lugares da Europa, um novo
tipo de formação política: o Estado absolutista.
(Alceu
Pazzinato e Maria Helena Senise, História Moderna e Contemporânea)
Durante
o século XVI, a grande revolução espiritual relacionou-se à nova formação
política, pois essa revolução
a) dividiu a Europa em dois grandes blocos, o
católico, sob a hegemonia da França, e o protestante, sob a da Holanda, países
onde se implantou o absolutismo de direito divino.
b) garantiu a transferência das rendas
arrecadadas pela Igreja católica para os Estados monárquicos, o que assegurou o
enriquecimento, por exemplo, do Império alemão.
c) não só retardou a consolidação do absolutismo,
como na França, devido às guerras de religião, mas também fortaleceu os reis,
como no caso da criação da Igreja anglicana na Inglaterra.
d) permitiu aos monarcas a escolha da religião
de seus súditos, favorecendo, por exemplo, a afirmação das monarquias
absolutistas ibéricas, que aderiram ao protestantismo.
e) estimulou conflitos entre países com
religiões diferentes, o que gerou a Guerra dos Trinta Anos e, consequentemente,
contribuiu para consolidar o absolutismo no Sacro Império.
12. (UEL PR/2007) A formação do Estado
espanhol - constituído da aliança entre a monarquia, a nobreza fundiária e a
Igreja Católica - implicou uma estrutura fundiária patrimonial com uma
sociedade hierárquica e nobiliárquica.
Sobre o
tema é correto afirmar que:
a) A fragilidade da burguesia das cidades
comerciais espanholas foi superada com a formação do Estado.
b) O Estado nacional espanhol, ao se
constituir, deixou de lado os valores aristocráticos.
c) O setor religioso não teve importância na
formação do Estado nacional espanhol.
d) A Monarquia Espanhola Católica foi o
resultado de uma aliança marcada pelo predomínio de valores aristocráticos.
e) A nobreza fundiária estava desinteressada na
constituição da Monarquia Espanhola.
13. (UEL PR/2007) Leia o texto a seguir:
“A
causa pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade de almas foi unicamente
não terem outra finalidade última senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo,
subindo de um salto a posições que absolutamente não convinham a suas pessoas;
enfim, não foi senão sua avareza que causou a perda desses povos, que por serem
tão dóceis e tão benignos foram tão fáceis de subjugar; e quando os índios
acreditaram encontrar algum acolhimento favorável entre esses bárbaros,
viram-se tratados pior que animais e como se fossem menos ainda que o
excremento das ruas; e assim morreram, sem Fé e sem Sacramentos, tantos milhões
de pessoas.[...].”
Fonte:
LAS CASAS, B. de. O paraíso destruído. Tradução de Heraldo Barbuy. Porto
Alegre: L & PM, 1985. p. 30.
Com
base no texto, é correto afirmar:
a) Bartolomé de Las Casas voltou-se contra a
Coroa Espanhola ao perceber que a conquista da América sufocaria as
possibilidades de evangelização dos habitantes do novo continente.
b) No episódio da conquista da América, o
Frei Dominicano Bartolomé de Las Casas ficou conhecido como defensor
incondicional dos índios, ao ressaltar a crueldade dos conquistadores.
c) Os conquistadores da América hispânica e da
portuguesa rechaçaram o discurso do Frei Las Casas por considerarem que seus pensamentos
representavam os princípios da Igreja Católica, contrária à expansão
territorial.
d) O Frei Dominicano defendeu a dignidade e a
liberdade dos indígenas até sua morte, transformando-se, assim, em ícone do livre-arbítrio
nas Américas de colonização espanhola, portuguesa e inglesa.
e) O discurso de Las Casas em defesa dos
indígenas era uma das diversas estratégias de conquista, uma vez que ele
representava nas colônias os interesses da Coroa Espanhola.
14. (UEL PR/2007) Leia o texto a seguir:
“A independência
política e a formação dos Estados Nacionais na América Latina ocorreram a
partir do rompimento do sistema colonial e foram dirigidos por setores
dominantes da colônia descontentes com a impossibilidade de usufruir as ‘novas
vantagens’ que o capitalismo do novo século lhes oferecia. Portanto, essas
características peculiares distanciam o processo latino-americano do processo
pelo qual a Europa passou. Além disso, aqui havia, antes da colonização
espanhola e portuguesa, culturas autóctones, que se rebelaram e lutaram para
sobreviver depois do impacto da chegada dos europeus. E junto a elas estavam os
negros africanos, que também foram incorporados a este continente. Espanha e
Portugal quiseram se sobrepor e engolir as demais culturas, num processo de
homogeneização praticado por meio da língua, da religião, dos padrões
econômicos. Foram vencedores em parte: essa simbiose constituiu o cimento das
futuras nações latino-americanas”.
Fonte:
PRADO, M. L. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1994.
p. 2.
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que:
a) As diferentes formas de conquista e
exploração das colônias contribuíram para a fragmentação desse “novo mundo”,
denominado América, em diversas “Américas”. A de colonização hispânica
apoiou-se, principalmente, na servidão indígena, enquanto a portuguesa
baseou-se na exploração da mão-de-obra escrava africana.
b) Independentes, as colônias espanhola e
portuguesa optaram por uma república democrática, que contemplasse em suas
constituições a ideia de igualdade e liberdade para os diferentes povos que
habitavam essas ex-colônias.
c) A utilização da escravidão africana e
indígena contribuiu para formatar as características das sociedades que foram
constituídas nas Américas hispânica e portuguesa, em relação à prática da
reciprocidade entre esses povos e ao sentimento de solidariedade entre os
países no que diz respeito às práticas políticas.
d) A exploração colonial originada com a
conquista e colonização da América Espanhola e América Portuguesa, embora tenha
acontecido em períodos diferentes, foi baseada na escravidão negra,
aproveitando a demanda do tráfico de mão-de-obra vinda da África.
e) O Brasil e os países hispano-americanos
configuram-se em exemplos de alteridade e prosperidade em função do projeto de
colonização empreendido nesses espaços.
15. (UEPB/2007) Sobre os fundamentos
teóricos para o absolutismo monárquico, relacione a segunda coluna de acordo
com a primeira:
I. Jean Bodin
II. Thomas Hobbes
III. Jaques Bossuet
(__) O rei era predestinado por Deus para assumir o trono e governar a
sociedade.
(__) Todo aquele que não se submetesse à autoridade do rei deveria ser
considerado inimigo da ordem pública e do progresso social.
(__) O
homem era lobo do homem. Só o rei dava segurança a todos.
A
alternativa correta é:
a) III, II, I
b) III, I, II
c) II, III, I
d) II, I, III
e) I, III, II
16. (UFPA/2007) O trecho abaixo é de um
dos mais importantes historiadores da Idade Moderna. Nele Fernand Braudel
descreve um aspecto da relação entre a política e a sociedade na Espanha
moderna governada por Felipe II. Leia-o atentamente.
“Diz-se,
com razão, que o Estado Moderno foi inimigo das nobrezas e dos feudalismos.
Contudo, é preciso entendermo-nos: foi ao mesmo tempo o seu inimigo e o seu
protetor, o seu associado. Reduzi-los à obediência, primeira tarefa, aliás
nunca terminada; em seguida usá-los como instrumento de governo. Para além
deles e por eles manter o peuple vulgaire [povo comum] ...”
(Fernand
Braudel. O mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Felipe II. 2
edições. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1995, p. 71).
A
alternativa que melhor descreve a relação entre o Estado Moderno espanhol e a
sociedade é:
a) Felipe II era um rei sábio e ilustrado, o
qual ao lado de seus súditos criou leis e também a primeira Constituição na
Espanha moderna, que se tornou um símbolo social do monarca constitucional.
b) O monarca era absoluto e superior a todos
os outros componentes da sociedade que governava. No entanto, seu governo devia
agradar à nobreza, pois esta era elemento importante para subjugar o povo não
nobre.
c) O rei era um déspota esclarecido: ao mesmo
tempo em que dominava a todos, os tratava de forma sensata, equilibrada e bem
organizada, garantindo com esta ordem uma dominação integral de nobres e povo.
d) Felipe II era um monarca absolutista
caracterizado por ser inimigo da nobreza e dos pobres em geral, os quais
reduzia pessoalmente à sua ordem e obediência, auxiliado por suas tropas e
exército.
e) O rei, embora absolutista, estava preocupado
em controlar o povo espanhol influenciado pelos ideais da Revolução Francesa.
Daí sua necessidade de acordos políticos com a nobreza local.
17. (UNIMONTES MG/2007) NÃO constitui característica do Absolutismo na França:
a) a identificação entre o
Estado e a figura do Monarca.
b) a manutenção do exército
nacional permanente.
c) a centralização dos
mecanismos de governo nas mãos do Monarca.
d) a adoção do racionalismo
iluminista como justificador do poder absoluto.
18. (UNIOESTE PR/2007) O bispo
Jacques Bossuet, grande teórico do absolutismo monárquico, afirmou: "Todo
poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus
representantes na terra. Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e
que atacá-lo é sacrilégio. O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar
contas de seus atos a ninguém."
(In:
Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau. São Paulo, SE/CENP, 1978, p.
79).
Assinale
a alternativa que NÃO CARACTERIZA o regime absolutista de poder:
a) A justificativa do poder real pela teoria do
direito divino.
b) A personificação do Estado na figura do rei.
c) A junção, na figura do rei, dos poderes de
legislar, executar e julgar.
d) A centralização administrativa.
e) A noção de representatividade, por
delegação através do voto.
19. (FFFCMPA RS/2007) “Aquele que
trocar o que se faz por aquilo que se deveria fazer aprende antes sua ruína do
que sua preservação; pois, um homem que queira fazer em todas as coisas
profissão de bondade deve arruinar-se entre tantos que não são bons. Daí ser
necessário a um príncipe, se quiser manter-se, aprender a poder não ser bom e a
se valer ou não disto segundo a necessidade”.
(Nicolau
Maquiavel, O Príncipe, 1513).
A
partir da citação acima, considere as seguintes afirmativas:
I. Maquiavel expressa de forma realista as
tendências políticas da era moderna. Com base na sua experiência histórica,
sugeria as regras de conduta necessárias à preservação do poder pelo novo
príncipe;
II. Defendia que o Soberano incorporasse
princípios e valores expressos por S. Tomás de Aquino face às crises e os
dilemas que inauguram a emergência da época moderna;
III. Maquiavel expõe teses que permitem
compreender em profundidade a divisão da península itálica e os novos métodos
necessários à sua unificação;
IV. Maquiavel exprime a existência de uma
moralidade dualista na vida política, a moral que se regia segundo as normas, e
a que o fazia segundo a conveniência.
Assinale
a alternativa correta.
a) Apenas II, III e IV são verdadeiras.
b) Apenas I, II e III são verdadeiras.
c) Apenas I, III e IV são verdadeiras.
d) Apenas I, II e IV são verdadeiras.
e) Apenas II e III são verdadeiras.
20. (Mackenzie SP/2007) A respeito do
nascimento e da consolidação dos Estados nacionais ibéricos, no limiar da Idade
Moderna, são feitas as seguintes afirmações:
I. As lutas de reconquista do território da
península aos muçulmanos, que a haviam ocupado desde o século VIII, constituem
um dos principais elementos do processo de formação desses Estados nacionais.
II. A ascensão de D. João, mestre de Avis, ao
trono português, em 1385, encontrou apoio nos grupos de comerciantes
portugueses, numa época de florescimento das atividades comerciais no Reino.
III. O ano de 1492, além de selar definitivamente
a centralização política da futura Espanha após a vitória militar sobre o rei
mouro de Granada, marca a descoberta da América por Colombo, que viajara a
serviço dos “Reis Católicos”.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas I e II são corretas.
c) se apenas II e III são corretas.
d) se apenas I e III são corretas.
e) se I, II e III são corretas.
21. (UECE/2007) Dentre os fatores que possibilitam o reino da França afirmar-se como a
primeira potência europeia no século XIII, podemos destacar:
a) O rei da França controla
diretamente uma grande e fértil parte dos territórios do reino.
b) Os reis da França detêm o
título imperial e contam com o sustento dos reis da Inglaterra, seus vassalos.
c) A união incondicional
entre a Igreja e os reis franceses permitiu a reunião de grandes fortunas e
extensões de terras férteis, passando a constituir-se um dos primeiros núcleos
dos estados nacionais.
d) O reino da França é o
maior e o mais populoso da Europa. Os soberanos consolidam as instituições
monárquicas e a centralização do poder, exercendo um forte controle sobre a
feudalidade.
22. (UFC CE/2007) “A etiqueta foi, nos
séculos do seu apogeu (do XV ao XVIII), minucioso cerimonial regendo a vida em
sociedade, (...) tudo isso esteve determinado pela lei e pelo costume.”
(RIBEIRO,
Renato Janine. A etiqueta no Antigo Regime: do sangue à doce vida. São Paulo:
Brasiliense, 1983, p. 7)
Em
relação à importância da etiqueta para as relações sociais no Estado Moderno,
assinale a alternativa correta.
a) A etiqueta, na sociedade de corte,
configurou-se como instrumento de dominação social dos banqueiros e de
incentivo à descentralização política e econômica do Estado Moderno.
b) A sociedade de corte identificou-se com a
formação do Estado Moderno, cujo processo de constituição deu-se contra a
fragmentação política e econômica praticada pelos senhores feudais.
c) A constituição do Estado Moderno propiciou à
realeza a oportunidade de eliminar as práticas mercantilistas e de impor o
retorno à economia desmonetarizada.
d) A sociedade de corte, dominada pela
burguesia, notabilizou-se por desprezar as boas maneiras, o uso da linguagem, o
luxo e a moda, enquanto formas de distinção social.
e) A etiqueta, além de recorrer ao uso de
costumes provenientes das civilizações inca e asteca, propiciou a difusão de
valores estéticos oriundos das mitologias egípcia e grega.
23. (UFPEL RS/2007) “Daqui nasce um dilema: é
melhor ser amado do que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível
ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais
seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas. [...]
Os
homens hesitam menos em prejudicar um homem que se torna amado do que outro que
se torna temido, pois o amor mantém-se por um laço de obrigações que, em
virtude de os homens serem maus, quebra-se quando surge ocasião de melhor
proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo que nunca nos abandona.
Contudo, o príncipe deve-se fazer temer de tal modo que, se não conseguir a
amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser
temido e não ser odiado, ao mesmo tempo.
MAQUIAVEL,
Nicolau (1469-1527). O Príncipe. Lisboa: Europa-América, 1976.
O
documento embasa
a) a organização de uma sociedade liberal,
precursora dos ideais da Revolução Francesa.
b) o direito divino dos reis, reforçando as
estruturas políticas e religiosas medievais.
c) o absolutismo monárquico, sob a ótica de
um escritor renascentista.
d) a origem do Estado Moderno, através do
Contrato Social.
e) o republicanismo como regime político,
apropriado para os Estados Modernos.
24. (UFRGS/2007) O sistema monárquico
absolutista, que atingiu seu apogeu sob o reinado de Luís XIV, apresenta–se
como o modelo de gestão política característico do período histórico moderno.
Sobre
esse sistema, é correto afirmar que ele
a) não era arbitrário, pois o monarca não
podia transgredir certas leis e costumes fundamentais do reino.
b) foi responsável pelo desenvolvimento do
conceito de cidadania, ao afirmar as liberdades individuais em contraposição ao
sistema político medieval.
c) apresentava, entre seus princípios teóricos,
a noção de que a potência soberana do Estado emana do povo.
d) foi enaltecido pelos iluministas, notadamente
pelo filósofo Montesquieu, admirador da tripartição do poder político adotada
pelo absolutismo
e) não foi bem-sucedido como forma de governo,
pois desprezava a racionalização burocrática da máquina estatal.
25. (UNIMONTES MG/2007) Para a
formação dos Estados absolutistas europeus, na transição entre a Idade Média e
Moderna, NÃO contribuiu
a) o auxílio econômico da camada mercantil,
interessada em obter proteção para suas rotas comerciais e se ver livre das
extorsões dos senhores feudais.
b) o apoio dos camponeses, superexplorados pelos nobres que poderiam
proporcionar a defesa dessa camada menos favorecida socialmente.
c) a retomada do Direito Romano, que ofereceu
suporte jurídico tanto para as atividades das camadas mercantis como para a
centralização política.
d) a capacidade de certos grupos da nobreza de
alcançarem vitória em guerras civis, ainda que dizimando grande parcela dessa
camada social.
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