1. (Mackenzie SP/2004) Pela promessa de livrar a humanidade das trevas e trazê-la às luzes por meio do conhecimento, esses filósofos foram chamados iluministas, a sua maneira de pensar foi chamada de Iluminismo, e o movimento, em seu conjunto, foi chamado de Ilustração.
José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti - Toda a História
Assinale a alternativa em que todos os autores citados relacionam-se com as ideias apresentadas no fragmento de texto acima.
a) André Versálio, Robert Owen e Josquin des Pres.
b) Voltaire, Johann Kepler e André Versálio.
c) Josquin des Prés, Jean d’Alembert e Saint-Simon.
d) Robert Owen, Jean-Jaques Rousseau e Barão de Montesquieu.
e) Jean d'Alembert, Denis Diderot e John Locke.


2. (UEPB/2006) A Idade Moderna foi profundamente marcada pelo racionalismo cartesiano e pelo empirismo inglês, que, associados a processos históricos iniciados nos séculos XV e XVI, proporcionaram intensas transformações na vida dos Europeus. Os reflexos disso podem ser sentidos em muitos campos, como a cultura, a religião, a política e a própria economia.
Diante disso aponte a(s) sentença(s) correta(s).
I. Uma das matrizes ideológicas, da qual decorre a modernidade na Europa, é a que diz que só através da razão e da observação acurada dos fenômenos naturais é que o homem se desenvolve e a materialização disso pode ser percebida nas Revoluções Burguesas.
II. A expansão comercial do século XIV, que permitiu que o comércio tivesse relevância na vida econômica das sociedades, foi a arma que a burguesia europeia precisava para promover importantes mudanças nas formas de produção e circulação de mercadorias. Foi esse processo que forjou a sua própria identidade como classe social.
III. Outro desdobramento trazido pela modernidade na Europa foi a crescente preocupação com o aprimoramento dos processos produtivos, uma vez que, quanto mais eficientes mais mercados gerariam, a um preço menor, consumindo menos tempo e, eventualmente, menos matéria-prima.
Marque a alternativa correta:
a) Apenas as sentenças I e III estão corretas.
b) Todas as sentenças estão corretas.
c) Apenas as sentenças I e II estão corretas.
d) Apenas as sentenças II e III estão corretas
e) Todas as sentenças estão incorretas.


3. (UEPB/2006) O Iluminismo foi um movimento de ideias que teve origem no século XVII e se desenvolveu especialmente no século XVIII. Sua denominação está ligada ao fato de seus impulsionadores verem a si mesmos como militantes da luta da razão moderna contra a tradição cultural e institucional medieval.
Assinale V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
(__) Mesmo não se podendo atribuir às ideias iluministas um caráter revolucionário, sendo preferível chamá-las de reformadoras, pode-se perceber nitidamente uma influência dos iluministas no bojo do projeto revolucionário que levou a burguesia ao poder central na França, em 1789.
(__) As revoluções inglesas do século XVII, mesmo tendo a participação da nascente burguesia, não podem ser consideradas como influenciadas pelo Iluminismo, já que tiveram a participação da pequena nobreza e não deram a hegemonia política ao parlamento inglês.
(__) Os pensadores do século XVIII pregavam o fim da intervenção do Estado na vida particular dos indivíduos e na vida pública. Com isso, promoveram a crítica ao mercantilismo, propondo o fim da interferência estatal na economia.
(__) Alguns iluministas, mesmo condenando o absolutismo dos monarcas ingleses, consideravam que o Executivo deveria ter um papel preponderante sobre o legislativo e não aceitavam que este tivesse o poder supremo. Eles rejeitavam a possibilidade de um poder que fosse organizado para representar o povo, já que ele deveria existir para proteger a propriedade privada e as liberdades individuais.
Marque a alternativa correta:
a) V F V F
b) F V F V
c) V F F V
d) V V F F
e) F V F F


4. (UFMG/2006) Com base em conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que o pensamento iluminista:
a) levou seus principais ideólogos a tomar parte ativa nos acontecimentos da Revolução Inglesa e a se constituírem na principal liderança desse evento.
b) considerava a desigualdade um fenômeno natural e positivo, além de um importante elemento para garantia da estabilidade social e da paz.
c) favoreceu o envolvimento de todos os seus mentores em campanhas anticlericais, em que manifestavam um ateísmo militante e radical.
d) deu origem a projetos distintos, mas que tinham em comum reformas baseadas no princípio da tolerância e na busca da felicidade.


5. (UNAERP SP/2006) O movimento iluminista teve início na Inglaterra, no século XVII, através de John Locke, mas os inspiradores básicos do movimento foram:
a) Santo Agostinho e São Tomás.
b) Spinosa e São Paulo.
c) Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.
d) Isaac Newton e René Descartes.
e) São Tomás e São Paulo.


6. (UNIMONTES MG/2006) “Mas por mais compacta que seja uma época, abrigam-se, no seu interior, as forças que a contestam. Eis porque vemos no século XVII surgir o racionalismo em oposição ao barroco. A clareza cartesiana que arma o homem para ver limpamente o mundo é um ato de contestação à opressão do Estado.”
Folheto da Peça Tartufo, O Pecado de Moliére. In: VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo:
Scipione. 1997, p. 210/211 (adapt.)
Do ponto de vista político, a contestação aludida no texto é feita ao/à:
a) Estado Teocêntrico
b) Regime Absolutista
c) Sociedade de Castas
d) Economia Capitalista


7. (FMJ SP/2007) Um dos mais importantes teóricos da revolução burguesa ocorrida na Inglaterra durante o século XVII, o filósofo John Locke, defendeu ideias que serviram de base ao pensamento iluminista e influenciaram movimentos contra o Antigo Regime na Europa. Na visão do autor, a função básica do Estado deveria ser
a) controlar as ações dos homens, punindo todos aqueles que agissem contrariamente às leis.
b) regulamentar as relações humanas, eliminando os conflitos causados por interesses divergentes.
c) dirigir os seres humanos em suas escolhas, evitando disputas por questões sociais ou econômicas.
d) manter a estabilidade da organização social, definindo as obrigações e privilégios de cada camada.
e) proteger os direitos naturais do indivíduo, garantindo o respeito a eles por toda a sociedade.



8. (UFPR/2005) “Nossas esperanças sobre os destinos futuros da espécie humana podem se reduzir a estas três questões: a destruição da desigualdade entre as nações; os progressos da igualdade em um mesmo povo; enfim, o aperfeiçoamento real do homem.”
(CONDORCET. Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano. Trad. de Carlos A. R. de Moura. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1993. p. 177.)
As esperanças de Condorcet foram compartilhadas pelos filósofos iluministas, representantes de um movimento cultural e intelectual que teve na França um dos centros mais importantes e atuantes no século XVIII. Sobre o iluminismo, assinale a alternativa correta.
a) Os iluministas acreditavam na capacidade humana de superar a miséria e a ignorância pelo uso da razão, condição fundamental para o exercício da liberdade e a conquista da felicidade; a história, nesse sentido, é entendida por eles como um movimento linear cuja finalidade é o progresso humano.
b) Condorcet e os filósofos iluministas defendiam a revolução política com o objetivo de extinguir as classes sociais.
c) No seu combate à Igreja Católica, os iluministas defenderam o confisco dos bens eclesiásticos, com o intuito de distribuí-los entre os pobres.
d) Rousseau, Voltaire, Diderot e D’Alembert foram duramente perseguidos por forças de repressão da monarquia francesa por defenderem um regime republicano e instigarem, com suas idéias, os camponeses à rebelião; em meados do século XVIII, estabeleceram formas de ação política retomadas mais tarde pelos jacobinos.
e) Os iluministas eram adeptos de um modelo econômico baseado na propriedade coletiva dos meios de produção


9. (UFPR/2006) “A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a força será contestada, porque há sempre maus; a força sem a justiça será acusada. É preciso reunir a justiça e a força; e dessa forma, fazer com que o justo seja forte, e o que é forte seja justo.”
(Pascal. Pensamentos V, 298. Apud. BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo: UNIMARCO, 2001.)
Essa passagem dos Pensamentos do filósofo e matemático Blaise Pascal (1623–1662) remete à relação de equilíbrio que deve existir entre o poder político e a justiça. A respeito dessa questão central para a filosofia e a ciência política desde o século XVII, assinale a alternativa correta.
a) John Locke (1632–1704) defendia que ninguém podia isentar-se das leis que regem a sociedade civil, criticando enfaticamente as teorias absolutistas, que consideravam uma prerrogativa do poder monárquico não se submeter às leis que regulavam a vida dos súditos.
b) Nos séculos XVII e XVIII, as monarquias absolutistas foram controladas pelos parlamentos em toda a Europa, prevalecendo as teorias políticas constitucionais sobre a teoria do direito divino dos reis.
c) Ao escrever sobre as formas de governo, Montesquieu (1689–1755) aproximou-se do pensamento político de John Locke, tornando-se um opositor da monarquia e defensor do regime republicano democrático.
d) Os pensadores políticos dos séculos XVI e XVII que defenderam a causa política da monarquia eram seguidores dos princípios políticos pragmáticos enunciados por Maquiavel no começo do século XVI, mesmo que para tanto tivessem que renunciar à moral e à religião.
e) Thomas Hobbes (1588–1679) foi um defensor do equilíbrio entre executivo e legislativo, pregando a necessidade de um parlamento forte que moderasse a monarquia.


10. (UFU MG/2006) O fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e submeterem-se a um governo é a conservação de suas propriedades, ou seja, de suas vidas, liberdades e bens.
Adaptado de LOCKE, John. Dois Tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p.495.
A autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é evitar danos aos demais.
Adaptado de MILL, J.Stuart. A Liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.17.
Os trechos acima referem-se aos fundamentos do pensamento liberal. Sobre esse tema, assinale a alternativa que apresenta a explicação INCORRETA.
a) Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.
b) As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais idealizadores John Locke.
c) A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução Francesa.
d) Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à liberdade e à propriedade.


11. (Mackenzie SP/2007) Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos grandes expoentes do movimento de ideias que se forjaram ao longo do século XVIII. Embora recusado por grande parte dos membros da alta burguesia, seu pensamento acabou por influenciar tanto os revolucionários franceses de 1789 quanto os pensadores clássicos do liberalismo econômico.
Considere os trechos abaixo:
I. Afirmo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade geral, jamais pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo, só pode ser representado por si mesmo. O poder pode transmitir-se; não, porém, a vontade. (Do contrato social)
II. O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-
se de dizer: Isto é meu!, e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos, e que a terra não pertence a ninguém! (Discurso sobre a desigualdade entre os homens)
III. Nasce daí esta questão debatida: se será melhor ser amado que temido ou vice-versa. Responder-se-á que se desejaria ser uma e outra coisa; mas como é difícil reunir ao mesmo tempo as qualidades que dão aqueles resultados, é muito mais seguro ser temido que amado, quando se tenha que falhar numa das duas. (O príncipe)
IV. Por outro lado, os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim, pelo contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito. Porque cada um pretende que seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele se atribui a si próprio e, na presença de todos os sinais de desprezo ou de subestimação, naturalmente se esforça, na medida em que a tal se atreva (o que, entre os que não têm um poder comum capaz de os submeter a todos, vai suficientemente longe para leva-los a destruir-se uns aos outros), por arrancar de seus contendores a atribuição de maior valor, causando-lhes dano, e dos outros também, através do exemplo. (Leviatã)
Pertencem a obras desse filósofo:
a) apenas I e II.
b) apenas II e III.
c) apenas I e IV.
d) apenas I, II e IV.
e) I, II, III e IV.



12. (UEPB/2007) O fortalecimento burguês e a formulação de críticas ao Antigo Regime permitiu o desequilíbrio das forças sociais do Estado e propiciou o surgimento do movimento cultural denominado Iluminismo.
São valores defendidos pelo Iluminismo:
a) Nacionalismo e absolutismo monárquico.
b) Conquista de propriedades materiais e fortalecimento dos princípios religiosos.
c) Tolerância religiosa e filosófica, igualdade e liberdade jurídicas.
d) Igualdade jurídica dos contratantes e a autoridade eclesiástica.
e) Propriedade de bens e capitais e escravidão humana.


13. (UFRN/2007) Nos séculos XV e XVI, com as chamadas Grandes Navegações, os europeus chegaram às Américas, onde iniciaram um processo de conquista e colonização.
Esses empreendimentos aceleraram a acumulação do capital e garantiram o desenvolvimento do capitalismo europeu, pois a burguesia mercantil europeia
a) utilizou a mão-de-obra assalariada colonial para baratear os custos dos produtos manufaturados na metrópole.
b) quebrou o protecionismo econômico metropolitano, abrindo o mercado nacional e favorecendo a eclosão da Revolução Industrial.
c) apropriou-se dos lucros advindos tanto do monopólio comercial que as metrópoles mantinham com as colônias quanto do tráfico de escravos.
d) apossou-se da maior parcela dos lucros do comércio colonial, de modo a substituir, na metrópole, a mão-de-obra escrava pela mão-de-obra servil.


14. (UNIPAR PR/2007) No século 18 despontou na Europa o movimento denominado Iluminismo e que tinha entre os seus principais nomes a figura de Montesquieu. Um dos elementos principais do pensamento desse filósofo defende que:
a) o Estado deve ser a personificação da vontade geral do povo que deve ser estimulado a participar da vida política da nação.
b) a divisão do poder em legislativo, executivo e judiciário serve como uma barreira aos abusos que os governantes podem cometer quando não encontram limites a sua autoridade.
c) o governo ideal deve promover o bem comum e ser exercido de forma absoluta pelos homens mais esclarecidos.
d) a razão do governo é promover a igualdade social por meio da redistribuição da riqueza e cobrança de impostos sobre os mais ricos.
e) o Estado não deve intervir na liberdade econômica dos indivíduos, pois a busca da riqueza deve ser a essência da vida das pessoas.


15. (PUC RS/2007) Considere as afirmativas sobre o Iluminismo, uma revolução intelectual que se efetivou na Europa, no século XVIII.
I. As ideias iluministas surgiram como resposta a problemas concretos enfrentados pela burguesia, como, por exemplo, a intervenção do Estado na economia, que impunha limites à expansão dos negócios empreendidos por essa camada social.
II. As bases do pensamento iluminista – o racionalismo, o liberalismo e o desenvolvimento do pensamento científico – foram estabelecidas a partir das ideias de pensadores do século XVII, como René Descartes, John Locke e Isaac Newton.
III. Os iluministas, em suas obras, criticavam os resquícios feudais, como a servidão, assim como o regime absolutista e o mercantilismo, que limitavam o direito à propriedade.
IV. A filosofia iluminista incentivava a influência da Igreja Católica sobre a sociedade, principalmente no âmbito da educação e da cultura, o que resultou no aumento do poder político da Igreja, pela emergência da teoria do direito divino.
Estão corretas apenas
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.


16. (UNIFOR CE/2007) Reflita sobre os textos.
Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. (...) Toda autoridade (que não a paterna) vem (...) da força e da violência ou do consentimento daqueles que lhe são submetidos. (...) O poder adquirido pela violência é uma usurpação (...).
(Denis Diderot)
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas liberdade política não consiste nisso. (...) A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
(Charles Montesquieu)
(In: Myriam Becho Mota e Patricia Ramos Braick. História. São Paulo: Moderna, 2002 p. 250-1)
Os textos expressam ideias que foram amplamente discutidas no contexto da chamada História Moderna. A partir da análise dos textos, é possível depreender que esses autores faziam parte de uma corrente de pensamento que
a) atacava os princípios do Estado democrático porque este limitava a liberdade da sociedade civil.
b) criticava os amplos poderes que a burguesia adquiriu após a derrubada do sistema monárquico.
c) defendia a implantação de um Estado Constitucional na qual a autoridade tivesse poderes bem definidos e limitados.
d) aceitava incondicionalmente o projeto revolucionário da nobreza contra as liberdades individuais.
e) denunciava os teóricos socialistas porque estes desejavam uma sociedade baseada na propriedade privada.


17. (UNESP SP/2007) Sendo os homens, conforme (...) dissemos, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder de outrem sem dar consentimento.
(John Locke, Segundo tratado sobre o governo.)
O patrimônio do pobre reside na força e destreza de suas mãos, sendo que impedi-lo de utilizar essa força e essa destreza da maneira que ele considerar adequada, desde que não lese o próximo, constitui uma violação pura e simples dessa propriedade sagrada.
(Adam Smith, A riqueza das nações.)
A partir da leitura dos textos, é correto afirmar que
a) John Locke defende a democracia, isto é, a igualdade política entre os homens, ao passo que Adam Smith privilegia o trabalho, portanto a desigualdade.
b) John Locke funda sua teoria política liberal na defesa da propriedade privada, em sintonia com a defesa da livre iniciativa proposta por Adam Smith.
c) o consentimento para evitar o poder centralizado do rei, em John Locke, choca-se com a necessidade de intervenção econômica, segundo Adam Smith.
d) a monarquia absolutista é a base da teoria política de John Locke, enquanto o Estado não intervencionista é o suporte da teoria econômica de Adam Smith.
e) para John Locke, o consentimento é garantido pela divisão dos poderes harmonizando-se com a defesa da propriedade coletiva de Adam Smith.



18. (UEL PR/2008) Para Locke, o estado de natureza é um estado de liberdade e de igualdade.
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 83.)
Com base nos conhecimentos sobre a filosofia política de Locke, assinale a alternativa correta.
a) No estado de natureza, a liberdade dos homens consiste num poder de tudo dispor a partir da força e da argúcia.
b) Os homens são iguais, pois todos têm o mesmo medo de morte violenta em mãos alheias.
c) A liberdade dos homens determina que o estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos.
d) A liberdade no estado de natureza não consiste em permissividade, pois ela é limitada pelo direito natural.
e) Nunca houve na história um estado de natureza, sendo este apenas uma hipótese lógica.


19. (UEL PR/2008) [...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência, por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as idéias que lançava acabariam frutificando.
(FONTANA, J. Introdução ao estudo da História Geral. Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.)
Com base no texto, é correto afirmar:
a) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social.
b) Idéias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o progresso humano.
c) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da sociedade.
d) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria existência da sociedade.
e) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.


20. (UEL PR/2008) Aliás, o governo, embora seja hereditário numa família, e colocado nas mãos de um só, não é um bem particular, mas um bem público que, consequentemente, nunca pode ser tirado das mãos do povo, a quem pertence exclusiva e essencialmente e como plena propriedade. [...] Não é o Estado que pertence ao Príncipe, é o Príncipe que pertence ao Estado. Mas governar o Estado, porque foi escolhido para isto, e se comprometeu com os povos a administrar os seus negócios, e estes por seu lado, comprometeram-se a obedecê-lo de acordo com as leis.
(DIDEROT, D. (1717-1784). Verbetes políticos da Enciclopédia. São Paulo: Discurso, 2006.)
Com base no texto, é correto afirmar:
a) Mesmo em monarquias absolutas, o soberano é responsável pelos seus súditos.
b) Ao Príncipe são concedidos todos os poderes, inclusive contra o povo de seu reino.
c) O governante é ungido pelo povo, podendo agir como bem lhe convier.
d) O povo governa mediante representante eleito por sufrágio universal.
e) Príncipes, junto com o povo, administram em prol do bem comum.


21. (UEM PR/2008) O século XVIII europeu foi conhecido como “O século das luzes” em razão de um grande movimento intelectual que, embora tenha suas origens na Inglaterra do século XVII, teve como epicentro a França e se disseminou por várias regiões do mundo ocidental. Sobre o Iluminismo, assinale a alternativa correta.
a) Os pensadores iluministas afirmavam que o poder político é uma criação divina, derivando daí sua crença de que a democracia é um regime político racional e perfeito, porque a escolha dos eleitores é guiada pelo Espírito Santo.
b) As concepções dos iluministas eram extremamente coesas; sendo assim, não havia divergências entre as posições de distintos ilustrados.
c) Embora amplamente disseminada pela Europa, a filosofia iluminista não exerceu influência em Portugal e Espanha, governados, respectivamente, pelo Marques de Pombal e pelo Marques de Aranda, ministro do Rei Carlos III.
d) Entre os principais pensadores iluministas, destacam-se Frederico II, Rei da Prússia; Catarina II, Czarina da Rússia e José II, Imperador da Áustria.
e) O Iluminismo atacava a intolerância religiosa e os privilégios jurídicos do clero e da nobreza. As posições dos iluministas legitimaram os ideais da Revolução Francesa e a luta pelo fim do Antigo Regime.


22. (UFF RJ/2008) O fracasso estrondoso de “O Contrato Social”, o livro menos popular de Rousseau antes da Revolução, levanta um problema para os estudiosos que investigam o espírito radical na década de 1780: se o maior tratado político da época não conseguiu despertar interesse entre muitos franceses cultos, qual foi a forma das ideias radicais que efetivamente se adaptou aos seus gostos?
(Darnton, Robert. O Lado Oculto da Revolução. São Paulo, Companhia das Letras, 1988, p.130)
Assinale a resposta que está mais de acordo com as colocações do autor.
a) A literatura clandestina que circulava na França no século XVIII foi um empreendimento econômico e uma força ideológica que legitimou o poder de Luis XV e o Antigo Regime.
b) Ao contrário da afirmativa acima, O Contrato Social de Rousseau foi um best seller da época, pois traduzia os anseios e expectativas da nobreza francesa em crise.
c) A progressiva separação entre ciência e teologia no século XVIII não liberou a ciência da ficção. Neste sentido, a ideia mística sobre a natureza e seu poder transformador traduzia-se numa visão radical que alimentou o espírito revolucionário dos franceses às vésperas da revolução.
d) As ideias radicais que alimentaram o espírito revolucionário dos franceses não eram tributárias da literatura da época, pois a população francesa era majoritariamente analfabeta.
e) A Revolução Francesa representou o fim dos privilégios da nobreza e a consagração dos interesses burgueses. Neste sentido, a literatura da época expressou tão somente a tensão entre a nobreza e a burguesia.


23. (UNIMONTES MG/2008) Pela Constituição de 1787, os Estados Unidos consolidaram a sua independência adotando um governo constitucional e representativo, republicano e presidencialista.
A Constituição dos Estados Unidos foi inspirada nas
a) ideias de Jacques Bossuet e nos princípios iluministas de Rousseau.
b) ideias de Adam Smith e Maquiavel.
c) ideias de Hobbes e nos princípios de Babeuf.
d) ideias de Locke e nos princípios iluministas de Montesquieu.


24. (UNIMONTES MG/2008)
“Só de Deus recebemos a nossa coroa, e o direito de fazer leis pertence-nos sem partilha nem dependência.”
(Luís XV, em dezembro de 1770)
“Cada século tem o espírito próprio que o caracteriza; o espírito do nosso parece ser o da liberdade.”
(Diderot, em abril de 1771)
(DOMINGUES, Joelza Éster; FIUSA, Layla Paranhos Leite. História: o Brasil em foco. São Paulo: FTD, 1996, p. 71)
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA.
a) As distintas leituras da sociedade que faziam Diderot e Luís XV se explicam pelas suas opções políticas e filosóficas, uma vez que o primeiro era “iluminista” e o segundo “absolutista”.
b) Luís XV, embora fosse francês, recorria a um argumento de tradição inglesa segundo o qual o rei se legitima primeiramente no direito divino e tem a prerrogativa de estabelecer leis para toda a sociedade.
c) O pensamento de Luís XV é convergente com a chamada teoria do direito de primogenitura, formulada por Maquiavel e Hobbes no século XVI e difundida em toda a Europa pelos séculos seguintes.
d) Diderot é considerado um precursor do chamado socialismo utópico porque pensava o século XVIII, quando os regimes autoritários predominavam como o “tempo da liberdade”.


25. (UFMG/2008) Leia este trecho:
“[As] camadas sociais elevadas, que se pretendem úteis às outras, são de fato úteis a si mesmas, à custa das outras [...] Saiba ele [o jovem Emílio] que o homem é naturalmente bom [...], mas veja ele como a sociedade deprava e perverte os homens, descubra no preconceito a fonte de todos os vícios dos homens; seja levado a estimar cada indivíduo, mas despreze a multidão; veja que todos os homens carregam mais ou menos a mesma máscara, mas saiba também que existem rostos mais belos do que a máscara que os cobre.”
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da educação. São Paulo: Martins Fontes, 1985. p. 311.
A partir dessa leitura e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que o autor
a) compreende que os preconceitos do homem são inatos e responsáveis pelos infortúnios sociais e pelas máscaras de que este se reveste.
b) considera a sociedade responsável pela corrupção do homem, pois cria uma ordem em que uns vivem às custas dos outros e gera vícios.
c) deseja que seu discípulo seja como os homens do seu tempo e, abraçando as máscaras e os preconceitos, contribua para a coesão da sociedade.
d) faz uma defesa do homem e da sociedade do seu tempo, em que, graças à Revolução Francesa, se promoveu uma igualdade social ímpar.


GABARITO