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QUESTÕES SOBRE DOUTRINAS SOCIAIS VI



1. (Fameca SP/2013) Leia os documentos.
Texto 1
O príncipe, como príncipe, não é visto como um homem específico, mas como personagem pública. Todo o Estado encontra-se nele e a vontade de todo o povo está contida na sua. Tal como em Deus está reunida toda a perfeição e toda a virtude, assim também todo o poder dos indivíduos está reunido na pessoa do rei. Que grandeza, um único homem conter tanta coisa!
Texto 2
Há, em cada Estado, três espécies de poderes [...]. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as decisões públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.
(Apud Armelle Enders, Marieta Ferreira e Renato Franco. História em curso: da Antiguidade à globalização, 2008.)
Analisando-se os textos, é correto afirmar que
a) ambos justificam a monarquia absoluta, mas o primeiro usa a teoria do direito divino e o segundo, o racionalismo.
b) ambos fornecem a justificativa ideológica dos Estados absolutistas, baseada no binômio religião-política.
c) o primeiro fundamenta a origem divina do poder real, enquanto o segundo defende a divisão do poder.
d) o primeiro repudia o absolutismo monárquico, enquanto o segundo apresenta argumentos para defendê-lo.
e) ambos negam a ideia de concentração dos poderes em apenas um indivíduo, típica do Iluminismo.


2. (Fameca SP/2013) As teorias evolucionistas de Darwin repercutiram em todas as áreas de conhecimento. Em sociologia, criou-se o darwinismo social, que inspirou inúmeros pensadores a analisar as sociedades segundo o modelo da evolução das espécies. Por esse pensamento, as sociedades foram classificadas como mais ou menos evoluídas. [...].
O século XIX foi o momento das transformações tecnológicas mais revolucionárias do mundo ocidental, mesmo que muitos inventos ou descobertas só tenham sido aplicados plenamente no século XX. [...].
O século XIX trouxe o sucesso da ciência, dos experimentos, das invenções, dos mecanismos revolucionários – tudo isso somado à vontade de ganhar dinheiro.
(Ronaldo Vainfas et al. História, 2010.)
Esse contexto mencionado pelos autores está relacionado
a) ao neocolonialismo e aos avanços da industrialização.
b) à descolonização afro-asiática e ao neoliberalismo.
c) ao imperialismo e ao apogeu do monopólio mercantilista.
d) à corrida imperialista e ao auge do capitalismo mercantil.
e) à expansão marítimo-comercial e ao mercantilismo.


3. (IFGO/2012) Em conjunto com as grandes transformações econômicas, políticas e sociais do final do século XVIII e início do XIX, surgiram várias teorias e doutrinas que buscavam justificar, regular ou reformar a ordem capitalista burguesa. Uma dessas teorias foi a de Thomas Malthus (1766-1834). Em 1798, em sua obra Ensaio sobre a População, ele defendia uma série de teorias afirmando a importância do controle da natalidade, em que o bem-estar populacional estaria intimamente relacionado com o controle do crescimento demográfico do planeta. Malthus defendia que o crescimento desordenado acarretaria na falta de recursos alimentícios para a população, gerando, como consequência, a fome.
Tomando como base o que foi dito no texto acima, marque a alternativa correta.
a) Segundo Malthus, as mudanças climáticas é a causa maior da fome no mundo, pois períodos de estiagem e chuvas intensas provocam o desabastecimento de alimentos no mundo.
b) A teoria de Malthus, embora tenha sido feita no final do século XVIII e início do XIX, ainda é muito atual, pois ele previu que o desenvolvimento tecnológico, que temos na atualidade, poderia, se a sociedade desejasse, evitar a miséria e a fome no mundo.
c) Malthus foi um grande filósofo do século XVIII e início do XIX. Ele inspirou muitos pensadores iluministas que lutavam pela igualdade social e pelo fim da fome no mundo.
d) Para Malthus, a pobreza e o sofrimento eram inerentes à sociedade humana e, as guerras e as epidemias ajudariam no equilíbrio entre produção e população. Além disso, era preciso conter os nascimentos, limitar a assistência aos pobres, o que desestimularia o aumento da população.
e) Historicamente, as teorias de Malthus são frutos do contexto da Peste Negra na Europa, pois foi nesta época que grandes períodos de desabastecimento de alimentos provocaram muita fome e mataram milhares de pessoas.


4. (IFSP/2013) Por volta dos séculos XV e XVI, os artesãos tinham grande interesse pelo seu trabalho específico e pela habilidade de realizá-lo. Assim, por exemplo, vidreiros, especialistas na difícil arte de fazer garrafas, copos e contas de vidro se realizavam, chegando até a revelar certo senso artístico. Dessa maneira, cada artesão se integrava totalmente em seu trabalho, interessando-se por ele.
(MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec. 1986. p. 81. Adaptado)
Passados alguns séculos, a Revolução Industrial do século XIX trouxe aos trabalhadores
a) a mesma satisfação que os artesãos dos séculos XV e XVI tinham em seu trabalho.
b) uma maior satisfação, pois, com a produção industrial, o fruto de seu trabalho era de melhor qualidade.
c) uma satisfação todo dia, pois, no século XIX, a jornada de trabalho era de apenas 6 horas diárias e sobrava muito tempo para o lazer.
d) uma satisfação a todo mês, quando ele recebia seu salário e, ao final de um ano, quando ele podia ter férias.
e) nenhuma satisfação, pois o operário não via o produto final de seu trabalho.


5. (IFSP/2013) Em 1843, a revista inglesa The Artisan publicou um artigo sobre as condições sanitárias dos operários nas cidades.
O artigo nos revela que as ruas eram tão estreitas que qualquer um podia saltá-las e entrar na casa da frente pela janela; os prédios eram muito altos e estreitos de modo que a luz mal penetrava no pátio ou ruazinha que os separava; não havia esgotos ou banheiros públicos ou mesmo sanitários nas casas: imundícies e excrementos de pelo menos 50 000 pessoas corriam nas valetas, trazendo um mau cheiro insuportável, que não só feria o olfato, mas representava um grande perigo à saúde das pessoas. As casas dessa gente pobre que ali morava pareciam ser sempre muito sujas. A maior parte delas se compunha de um único cômodo, com pouquíssima ventilação, com janelas quebradas ou mal colocadas, por onde entrava um cortante vento no inverno. Não raras vezes, um monte de palha servia de cama para a família toda: ali se amontoavam numa confusão revoltante, homens, mulheres, velhos e crianças. A água só existia nas bombas públicas e era muito difícil transportá-la, o que logicamente, favorecia tamanha imundície.
ENGELS, Friederich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Global. p.47. Adaptado)
Na Inglaterra do século XIX, a vida miserável levada pelos operários se devia
a) à resistência desses trabalhadores aos ensinamentos dos patrões: para se ter saúde, a primeira condição é ter higiene.
b) à Revolução Gloriosa que, ao implantar o regime parlamentarista, deixou de lado as preocupações com a sociedade, pois isso não interessava economicamente aos lordes e aos burgueses.
c) à diminuição de empregos pelo fechamento das indústrias e à extinção dos programas habitacionais feitos pelo governo.
d) à crise econômica existente na Inglaterra, vítima de seguidas secas e excessivos gastos com a Coroa e com a nobreza britânicas.
e) aos baixíssimos salários que eram pagos, o que lhes impossibilitava viver de modo mais saudável e mais confortável.


6. (UCS RS/2013) O anarquismo é uma doutrina política que, a partir da segunda metade do século XIX, teve presença marcante no movimento operário internacional.
Sobre os pensadores anarquistas, é correto afirmar que
a) acreditavam ser possível reformar o capitalismo por meio da ação do Estado ou da associação dos trabalhadores em cooperativas autogeridas, onde não existiria um poder centralizado, nem leis e polícia.
b) propunham a criação de uma sociedade ideal, por meio da extinção da propriedade privada dos meios de produção e da implantação do comunismo.
c) defendiam que só havia uma forma de extinguir a sociedade capitalista: abolir de um só golpe o Estado burguês e a propriedade privada, instaurando uma sociedade desprovida de qualquer tipo de poder e constituída por pequenas comunidades autônomas.
d) argumentavam que só a luta político-eleitoral e parlamentar das classes trabalhadoras poderia conduzir a uma reforma da sociedade capitalista e à instauração do socialismo, para, posteriormente, chegar ao comunismo.
e) acreditavam que, antes de a sociedade chegar ao comunismo, deveria passar pela fase de transição, que seria o socialismo. Nele, haveria Estado e, portanto, leis, polícia, prisões; porém não existiria mais a relação patrão e empregado.


7. (UEFS BA/2013) Era a visão vermelha que arrastaria a todos, fatalmente, numa dessas noites sangrentas desse fim de século. Sim, uma noite, o povo em torrentes, desenfreado, correria assim pelos caminhos, gotejando o sangue burguês, exibindo cabeças, semeando o ouro dos cofres arrombados. As mulheres gritariam, os homens abririam suas queixadas de lobos, prontos para morderem. [...] Não sobraria nada, as fortunas e os títulos das situações adquiridas desapareceriam, até o dia em que talvez desabrochasse uma nova sociedade. Sim, eram essas coisas que estavam passando pela estrada, como uma força da natureza, e vinha delas o vento terrível que lhes açoitava os rostos.” (ZOLA. In: BRAICK; MOTA, 2010, p. 216).
ZOLA, E. In: BRAICK, P.; MOTA, M. História das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, v. 2, 2010.
O trecho de uma obra de Émile Zola refere-se à violenta reação das famílias de mineiros franceses contra as péssimas condições de trabalho, na era da Revolução Industrial.
Como reação dos trabalhadores a situações como essas, surgiram as teorias socialistas, que
a) apoiavam o afastamento do Estado da vida econômica, deixando que o mercado se autorregulasse.
b) defendiam o progresso dos mais capazes, em prejuízo daqueles que não apresentavam força individual para progredir.
c) defendiam uma divisão justa da riqueza entre todos, por meio de reformas sociais ou pelo caminho da revolução.
d) recomendavam aos empresários a aplicação de medidas assistencialistas para a melhoria das condições de trabalho.
e) reconheciam que a exploração do operário pela classe empresarial era inevitável, necessitando-se, portanto, de medidas beneficentes para contornar os conflitos.


8. (UEG GO/2013) No processo de constituição social dos valores sociais, geralmente se mesclam concepções filosóficas, políticas e morais. Nesse sentido, o valor social predominante no
a) socialismo científico é a competição solidária.
b) socialismo utópico é o autoritarismo religioso.
c) liberalismo econômico é o individualismo.
d) fascismo é o igualitarismo social.



9. (UEG GO/2013) Em sua 11.ª tese sobre Feuerbach, Karl Marx (1818-1883) afirma que “Os Filósofos até hoje interpretaram o mundo, cabe agora transformá-lo”. Muitos marxistas interpretaram mal a frase de Marx e abandonaram livros, teoria e partiram para a prática, negligenciando o significado da noção de práxis em Marx. Nesse sentido, tem-se que
a) a tese marxista estimulava a prática e não a teoria, já que a ideia de práxis privilegia o fazer em detrimento do pensar, o que levaria à condenação da filosofia como teoria pura.
b) a noção de práxis em Marx exige que a filosofia sempre permaneça nos limites do conhecimento teórico, pois a práxis humana deve ser conduzida por peritos técnicos e não por filósofos.
c) a ideia de práxis em Marx foi desvirtuada por aqueles que não perceberam que existe uma ruptura entre teoria e prática, e que o trabalho intelectual deve prevalecer sobre o trabalho manual.
d) a tese marxista criticava a filosofia por não favorecer uma práxis revolucionária na qual toda prática suscita a reflexão, que por sua vez vai incidir sobre a prática reorientando uma ação transformadora.



10. (UEG GO/2013) A respeito do materialismo histórico de Karl Marx, verifica-se que é uma
a) concepção historicista que compreende que a única ideologia válida é o materialismo originado com o iluminismo e aperfeiçoado por Augusto Comte, sendo a divergência de Marx com esses antecessores apenas política, já que ele propunha uma concepção revolucionária diferentemente deles.
b) concepção que considera que a matéria é a origem do universo e da sociedade, e que ela muda historicamente transformando o homem e a natureza, sendo por isso que Marx intitulou essa concepção com a junção das palavras materialismo e história.
c) teoria da história que analisa o processo real e concreto, enfatizando o modo de produção e reprodução dos bens materiais necessários para a sobrevivência humana e que passa a ser determinada pela luta de classes em determinadas sociedades.
d) concepção da história que defende que o processo histórico é determinado exclusivamente pelos interesses econômicos e materiais, sendo devido a isso que Marx atribuiu o nome “materialismo” à sua concepção em oposição ao “idealismo”, que defende que as pessoas perseguem seus ideais.



11. (UEPA/2012) A primeira metade do século XIX, na Europa, é conhecida como a “Primavera dos Povos” ou, no dizer de Eric Hobsbawm, a “Era das Revoluções”. As manifestações populares, as insurreições e as mudanças da ordem política ocorridas da Espanha à Rússia, da Bélgica à Itália, entre 1820 e 1848, foram alimentadas, em grande parte, pelo descontentamento popular ocasionado pelo desemprego e pela fome. Em termos ideológicos, estas sublevações eram motivadas:
a) pela atuação de grupos conspiradores, organizados na forma de sociedades secretas como a maçonaria e os carbonários, infiltrados nos núcleos organizativos do movimento operário e nos círculos republicanos.
b) pelo crescimento de grupos apoiadores do poder absolutista e defensores da restauração política das dinastias retiradas do poder pelas intervenções napoleônicas, em países europeus, no início do século XIX.
c) pela agitação política jacobina, que alimentou as primeiras organizações operárias na França e na Inglaterra e contribuiu para a estruturação do movimento operário e de suas formas de atuação.
d) pelas ideias socialistas utópicas, defensoras do acirramento da luta de classes e da extinção da propriedade privada, de modo a originar uma sociedade plenamente igualitária e regida pelo consenso proletário.
e) pelo ideário liberal, em torno do qual se aglutinaram grupos republicanos e socialistas, em oposição ao poder absolutista e em favor de uma ordem legal igualitária que deveria reger a sociedade civil.


12. (UFPB/2013) O século XIX foi marcado pela ascensão da burguesia ao poder político na Europa e pelo surgimento de sistemas de pensamento que buscavam a reorganização política da sociedade. Sobre essas ideologias políticas, é correto afirmar:
a) O ludismo era uma forma de luta operária que visava a diminuição do tempo de trabalho, de
forma a que os trabalhadores tivessem mais oportunidades de lazer e de descanso.
b) O liberalismo era uma ideologia que propunha o direito dos trabalhadores a mudar livremente de emprego ou função, o que era combatido pelos proprietários das fábricas.
c) O socialismo utópico defendia que os trabalhadores abandonassem as fábricas e o trabalho industrial, vistos como símbolos de uma nova escravidão, e fundassem comunidades rurais onde todos teriam os mesmos direitos.
d) O comunismo, baseado nas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, lutava para que os trabalhadores se organizassem em partidos revolucionários, que derrubariam a ordem burguesa e estabeleceriam a ditadura do proletariado.
e) O anarquismo acreditava que a burguesia jamais concederia direitos aos trabalhadores e que estes deveriam lutar contra o sistema industrial, através de greves gerais, assassinatos de patrões e destruição de máquinas.


13. (UFPB/2013) O materialismo histórico é uma das teorias utilizadas na interpretação e explicação dos processos históricos.
Sobre a concepção materialista da História, é correto afirmar:
a) Considera que as ideias criam a realidade social e histórica.
b) Acredita que a dinâmica da história é determinada por interesses individuais.
c) Prioriza os conceitos de cultura e ideologia em vez da categoria de trabalho.
d) Entende que os conflitos sociais são acidentais e isolados.
e) Compreende que a realidade econômica é predominante na explicação do processo histórico.


14. (UFPB/2013) O liberalismo e o socialismo são duas importantes correntes do pensamento político desde o século XIX.
Tendo em vista as características desses ideários políticos, é correto afirmar:
a) O liberalismo defendia a presença constante do Estado na vida social e econômica de uma nação.
b) O socialismo defendia os princípios da livre iniciativa e livre concorrência como condição para o progresso social.
c) O liberalismo criticava a intervenção estatal na economia, pois o mercado seria capaz de regular a produção da riqueza.
d) O socialismo acreditava que a economia deveria se voltar para as necessidades do lucro e da competitividade.
e) O liberalismo condicionava o crescimento da riqueza de uma nação à planificação econômica.



15. (UFT TO/2013) Em 1848, foi editada uma obra de Karl Marx e Friedrich Engels em que os autores difundiram as bases políticas e ideológicas da chamada “Luta de Classes.” Trata-se do livro:
a) Manifesto do Partido Comunista, no qual os autores conclamam os trabalhadores a se unirem para derrubar a burguesia e o capitalismo, por meio de uma revolução.
b) A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, que definiu o conceito de comunas e soviets.
c) 18 Brumário, obra que retrata o retorno do sistema imperial na França após o Governo do Diretório.
d) Manifesto do Partido Comunista, no qual os autores conclamam os trabalhadores a se unirem para implantar o socialismo na Rússia por meio de uma revolução.
e) A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, que definiu o conceito de comunismo.


16. (UNIUBE MG/2013) No século XIX, na Europa, enquanto se intensificava o processo de industrialização, os trabalhadores viam agravar suas precárias condições de vida. Nesse contexto, desenvolveu-se o pensamento socialista no afã de buscar soluções para essa realidade. O pensamento socialista ficou dividido em duas correntes: socialismo utópico e socialismo científico. As ideias comum e divergente entre eles são, respectivamente:
a) a tomada do poder político pelo proletariado; a distribuição das riquezas de acordo com as necessidades dos indivíduos.
b) a base da justiça social está na centralização estatal; a bondade dos homens levará à igualdade social.
c) o reconhecimento da luta de classes como base das desigualdades sociais; o trabalho como mecanismo produtor de riquezas e bem-estar.
d) a transformação social pela revolução; a criação de uma sociedade alternativa de base humanista e cristã.
e) a concepção de uma sociedade mais justa; a ausência de análise da realidade concreta para viabilização das transformações sociais.



17. (FM Petrópolis RJ/2014) [...] o traço mais evidente [dos cem anos entre 1814 e 1914] é a frequência de choques revolucionários. Esse século, por direito, pode ser chamado o século das revoluções [...]. Contudo, todos esses movimentos revolucionários não se reduzem — talvez nenhum se reduza de modo total — a sequelas da Revolução de 1789. À medida que o século se aproxima do fim, outras características se afirmam, passando pouco a pouco à frente da herança da Revolução Francesa.
RÉMOND, René. O século XIX: 1815-1914. São Paulo: Cultrix, 1974. p. 13. Adaptado.
De acordo com o texto, novas caraterísticas da realidade histórica europeia entre 1814 e 1914 resultaram num “novo tipo de revolução”.
Uma ideologia política que inspirou tais movimentos revolucionários e difundiu-se com intensidade inédita nessa nova conjuntura foi o
a) guevarismo
b) dadaísmo
c) getulismo
d) anarquismo
e) absolutismo


18. (IFGO/2014) A produção capitalista não é apenas produção de mercadorias, ela é essencialmente produção de mais valia. Só é produtivo o trabalhador que produz mais valia para o capitalista, servindo assim à auto expansão do capital.
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro 1, v. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
Segundo as ideias de Marx, as duas classes fundamentais da moderna sociedade capitalista – a burguesia e o proletariado – se estruturaram ao longo do processo de industrialização ocorrido na Europa ao final do século XVIII e ao início do século XIX. Ao mesmo tempo, esse processo levou à consolidação de duas correntes opostas de pensamento econômico e social e que tem seus reflexos nas sociedades atuais e em suas históricas formas de organização política e econômica.
O texto expressa a existência de oposição entre as seguintes correntes de pensamento econômico e social nos séculos XIX, XX e XXI:
a) Liberalismo e socialismo.
b) Comunismo e socialdemocracia.
c) Fascismo e liberalismo.
d) Keynesianismo e liberalismo.
e) Comunismo e populismo.



19. (Mackenzie SP/2014) A respeito das consequências do processo industrial na Inglaterra, durante os anos 1840, Friedrich Engels escreveu.
Todas as grandes cidades possuem um ou vários “bairros de má reputação” – onde se concentra a classe operária. É certo que é frequente a pobreza morar em vielas escondidas, muito perto dos palácios dos ricos, mas, em geral, designaram-lhe um lugar à parte, onde, ao abrigo dos olhares das classes mais felizes, tem de se safar sozinha, melhor ou pior. Estes “bairros de má reputação” são organizados em toda a Inglaterra mais ou menos da mesma maneira, as piores casas na parte mais feia da cidade (...).
Friedrich Engels. A situação da classe trabalhadora em Inglaterra. Lisboa: Afrontamento, 1975, p.59
Pela análise da citação acima e do contexto histórico da época, assinale a alternativa correta.
a) Em uma perspectiva comparada, o Brasil também vivenciou, à mesma época citada do excerto, um processo industrial significativo, com exploração da mão de obra imigrante na implantação dos setores de infraestrutura. Esse processo ficou conhecido como “desenvolvimentismo”.
b) Apesar dos avanços verificados no processo produtivo, a introdução de máquinas pouco contribuiu para a remodelação do espaço urbano, uma vez que continuaram predominantes as mesmas concepções medievais, com destaque para os “bairros de má reputação”.
c) No início do século XIX, as cidades industriais europeias lembravam os antigos espaços urbanos da época renascentista: remodelados conforme as necessidades da população – elite e populares.
d) A Europa vivenciou, naquele período, o nascimento de ideologias contestatórias do sistema capitalista, destacando-se o Anarquismo defendido por Engels, segundo o qual o melhor caminho para alcançar uma sociedade mais justa seria a social democracia.
e) A consolidação da maquinofatura no processo produtivo provocou uma definitiva separação entre capital e trabalho, gerou amplas camadas marginalizadas do processo de acumulação capitalista e criou concepções burguesas de ocupação dos espaços públicos.


20. (UECE/2014) O século XIX foi marcado pelo surgimento de correntes de pensamento que contestavam o modelo capitalista de produção e propunham novas formas de organizar os meios de produção e a distribuição de bens e riquezas, buscando uma sociedade que se caracterizasse pela igualdade de oportunidades. No que diz respeito a essas correntes, assinale a afirmação verdadeira.
a) O socialismo cristão buscava aplicar os ensinamentos de Cristo sobre amor e respeito ao próximo aos problemas sociais gerados pela industrialização, mas apesar de vários teóricos importantes o defenderem, a Igreja o rejeitou através da Encíclica Rerum Novarum, lançada pelo Papa Leão XIII.
b) No socialismo utópico, a doutrina defendida por Robert Owen e Charles Fourrier, prevaleciam as ideias de transformar a realidade por meio da luta de classes, da superação da mais valia e da revolução socialista.
c) O socialismo científico proposto por Karl Marx e Friedrich Engels, através do manifesto Comunista de 1848, defendia uma interpretação socioeconômica da história dos povos, denominada materialismo histórico.
d) O anarquismo do russo Mikhail Bakunin defendia a formação de cooperativas, mas não negava a importância e a necessidade do Estado para a eliminação das desigualdades.



21. (UNIMONTES MG/2014) Analise as afirmativas a seguir, marcando C para as corretas ou I para as incorretas, em relação ao socialismo utópico.
(__) Os socialistas utópicos formaram o primeiro grupo de teóricos a formular críticas profundas ao progresso industrial e a propor reformas sociais.
(__) Os teóricos do socialismo utópico atacaram a propriedade privada e formularam a teoria da luta de classes como agente transformador da sociedade.
(__) Os socialistas utópicos propunham a criação de uma sociedade sem classes, baseada na doutrina social da Igreja, exposta pela Teologia da Libertação.
(__) Os socialistas utópicos idealizavam propostas baseadas em acordos entre as classes sociais, como mecanismo de construção de um mundo mais justo.
A sequência CORRETA é:
a) I, I, I, I.
b) C, I, I, C.
c) C, C, C, C.
d) I, C, C, I.



22. (UFJF MG) Na Europa do final do século XVIII e início do século XIX, vários pensadores difundiam seus projetos políticos, econômicos e filosóficos com o objetivo de transformar radicalmente a sociedade e a economia capitalista. Influenciados pelas ideias oriundas da Revolução Francesa, pregavam a melhoria da condição de vida dos trabalhadores com base nos preceitos da igualdade e solidariedade. Saint-Simon (1760-1825), Robert Owen (1771-1858) e Charles Furrier (1772-1837) faziam parte de um grupo de pensadores que pretendia transformar a sociedade através da boa vontade e participação de todos. Almejavam a melhoria das condições de vida dos operários explorados pela Revolução Industrial e a igualdade de gênero (entre homens e mulheres). E defendiam a necessidade de desenvolver o cooperativismo entre os trabalhadores.
Tal movimento filosófico e político ficou conhecido como:
a) Comunismo Primitivo.
b) Anarco-Sindicalismo.
c) Socialismo Utópico.
d) Marxismo Leninista.
e) Darwinismo Social.



23. (ENEM/2013) Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.
MARX, K. Prefácio a Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado).
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.
e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.



24. (FM Petrópolis RJ/2015) Para alguns teóricos dos estudos demográficos, uma população jovem numerosa, resultante das elevadas taxas de natalidade, verificadas nos países periféricos, necessita de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, diminuem os investimentos em setores produtivos como o agrícola e o industrial, o que impede o desenvolvimento pleno das condições de vida da população em geral. Daí, defenderem-se a necessidade de programas de controle da natalidade e a disseminação da utilização de métodos anticoncepcionais nesses países. Nesse contexto, o planejamento familiar dos segmentos mais pobres da população torna-se imperioso.
Os argumentos apresentados sobre a dinâmica populacional referem-se à teoria
a) marxista
b) reformista
c) malthusiana
d) neomalthusiana
e) da transição demográfica


25. (Famerp SP/2015) A futura organização social deve ser feita somente de baixo para cima, pela livre associação ou federação dos trabalhadores, nas associações primeiramente, depois nas comunas, nas regiões, nas nações e, finalmente, em uma grande federação internacional e universal. É somente então que se realizará a verdadeira e vivificadora ordem da liberdade e da felicidade geral, a qual, longe de renegar, afirma o contrário e concilia os interesses dos indivíduos e da sociedade.
(Mikhail Bakunin. Textos escolhidos, 1980.)
O texto pode ser associado às ideias
a) comunistas, que propõem a ditadura do proletariado como caminho para a construção de uma sociedade justa e igualitária.
b) liberais, que criticam as interferências do Estado na economia e defendem a importância das ações individuais.
c) socialistas, que identificam a união dos trabalhadores como forma possível de confrontar e derrubar o sistema capitalista.
d) fascistas, que insistem na prioridade da vontade coletiva e dos interesses nacionais.
e) anarquistas, que contestam as diversas expressões da autoridade e defendem a supressão dos Estados.


GABARITO

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