O Arcadismo
O
Arcadismo no Brasil começa no ano de 1768, com dois fatos marcantes: a fundação
da Arcádia Ultramarina e a publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa. A
escola setecentista, por sinal, desenvolve-se até 1808, com a chegada da
Família Real ao Rio de Janeiro, que, com suas medidas político-administrativas,
permite a introdução do pensamento pré-romântico no Brasil.
No
início do século XVIII dá-se a decadência do pensamento barroco, para a qual
vários fatores colaboraram, entre eles o cansaço do público com o exagero da
expressão barroca e da chamada arte cortesã, que se desenvolvera desde a
Renascença e atinge em meados do século um estágio estacionário (e até
decadente), perdendo terreno para o subjetivismo burguês; o problema da
ascensão burguesa superou o problema religioso; surgem as primeiras arcádias,
que procuram a pureza e a simplicidade das formas clássicas; os burgueses, como
forma de combate ao poder monárquico, começam a cultuar o "bom
selvagem", em oposição ao homem corrompido pela sociedade.
Gosto
burguês - Assim, a burguesia atinge uma posição de domínio no campo econômico e
passa a lutar pelo poder político, então em mãos da monarquia. Isto se reflete
claramente no campo social e das artes: a antiga arte cerimonial das cortes
cede lugar ao poder do gosto burguês.
Pode-se
dizer que a falta de substitutos para o padre Antônio Vieira e Gregório de
Matos, mortos nos últimos cinco anos do século XVII, foi também um aspecto
motivador do surgimento do Arcadismo no Brasil. De qualquer forma, suas
características no País seguem a linha europeia: a volta aos padrões clássicos
da Antiguidade e do Renascimento; a simplicidade; a poesia bucólica, pastoril;
o fingimento poético e o uso de pseudônimos. Quanto ao aspecto formal, a escola
é marcada pelo soneto, os versos decassílabos, a rima optativa e a tradição da
poesia épica. O Arcadismo tem como principais nomes: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, José de Santa Rita
Durão e Basílio da Gama.
Fonte: Domínio
Público
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