Pós-Modernismo
O
Pós-Modernismo se insere no contexto dos extraordinários fenômenos sociais e
políticos de 1945. Foi o ano que assistiu ao fim da Segunda Guerra Mundial e ao
início da Era Atômica, com as explosões de Hiroshima e Nagasaki. O mundo passa
a acreditar numa paz duradoura. Cria-se a Organização das Nações Unidas (ONU)
e, em seguida, publica-se a Declaração dos Direitos do Homem. Mas, logo depois,
inicia-se a Guerra Fria.
Paralelamente
a tudo isso, o Brasil vive o fim da ditadura de Getúlio Vargas. O País inicia
um processo de redemocratização. Convoca-se uma eleição geral e os partidos são
legalizados. Apesar disso, abre-se um novo tempo de perseguições políticas,
ilegalidades e exílios.
A literatura
brasileira também passa por profundas alterações, com algumas manifestações
representando muitos passos adiante; outras, um retrocesso. O jornal "O
Tempo", excelente crítico literário, encarrega-se de fazer a seleção.
Intimismo
- A prosa, tanto nos romances como nos contos, aprofunda a tendência já
trilhada por alguns autores da década de 30, em busca de uma literatura
intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice
Lispector.
Ao
mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica
de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja,
penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.
Na
poesia, ganha corpo, a partir de 1945, uma geração de poetas que se opõe às
conquistas e inovações dos modernistas de 1922. A nova proposta foi defendida,
inicialmente, pela revista Orfeu, cujo primeiro número é lançado na "Primavera
de 1947" e que afirma, entre outras coisas, que "uma geração só
começa a existir no dia em que não acredita nos que a precederam, e só existe
realmente no dia em que deixam de acreditar nela."
Essa
geração de escritores negou a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras
"brincadeiras" modernistas. Os poetas de 45 partem para uma poesia
mais equilibrada e séria", distante do que eles chamavam de
"primarismo desabonador" de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação
primordial era quanto ao restabelecimento da forma artística e bela; os modelos
voltam a ser os mestres do Parnasianismo e do Simbolismo.
Esse
grupo, chamado de Geração de 45, era formado, entre outros poetas, por Lêdo
Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir Campos e Darcy Damasceno. O final
dos anos 40, no entanto, revelou um dos mais importantes poetas da nossa
literatura, não filiado esteticamente a qualquer grupo e aprofundador das
experiências modernistas anteriores: ninguém menos que João Cabral de Melo
Neto. Contemporâneos a ele, e com alguns pontos de contato com sua obra,
destacam-se Ferreira Gullar e Mauro Mota.
Fonte: Domínio
Público
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