1. (UNB 2012) Vaso grego
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
lgnota voz, quai se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira. Poesias completas. In:
Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis. Rio de Janeiro: EDUERJ, 197. p.144.
A partir da leitura do soneto Vaso grego,
assinale a opção correta a respeito do tratamento estético conferido aos mitos
antigos pela poética parnasiana.
a) recorrência
a temas mitológicos atraía o leitor comum e amenizava os efeitos de
distanciamento impostos a ele pelo rebuscamento da linguagem parnasiana.
b) Os mitos
antigos são atualizados na poesia parnasiana e recebem um significado poético
novo, que promove a ruptura efetiva com o passado e a tradição mítica.
c) O
tratamento estético dos mitos gregos na poesia parnasiana aproxima o antigo
mundo mitológico dos problemas imediatos e concretos da vida social brasileira.
d) A presença de elementos da arte e da
mitologia gregas no soneto apresentado está de acordo com uma máxima do
Parnasianismo: a arte pela arte.
2. (PUC-RS)
Alberto de Oliveira é considerado o mais característico poeta parnasiano, pois
suas obras evidenciam:
a) erudição
linguística, descrição subjetiva e alusão à mitologia greco-latina.
b) culto à
forma, descritivismo e retorno aos motivos clássicos.
c) preciosismo
linguístico, recuperação dos moldes clássicos e devaneio sentimentalista.
d) lirismo
comedido, sentimento nacionalista e apuro vocabular.
e) descrição
pormenorizada, ruptura com os motivos clássicos e busca da palavra exata.
3. (PUC-RS)
"Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."
A poesia que se concentra na reprodução de
objetos decorativos, como exemplifica a estrofe de Alberto de Oliveira,
assinala a tônica da:
a)
espiritualização da vida
b) visão do
real.
c) arte
pela arte.
d) moral das
coisas.
e) nota do
intimismo.
4. (CEFET-PA) Leia os versos:
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia.
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Todas de roxas pétalas colmada.
(Alberto de Oliveira)
Assinale a alternativa que contém
características parnasianas presentes no poema:
a) busca de
inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo;
b) versos
impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso;
c)
revalorização das ideias iluministas e descrição do passado.
d) descrição
minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga.
e) vocabulário
preciosista, de forte ardor sensual.
5. (UEL 1998) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo
de época de acordo com o qual
a) o valor
estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota
diretamente das emoções.
b) a forma
literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares, sem as
quais não se enraíza culturalmente.
c) a poesia
deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um
vocabulário raro, numa sintaxe elaborada.
d) devem ser
rejeitados os valores do antigo classicismo, em nome da busca de formas
renovadas de expressão.
e) os versos
devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões, para melhor atender ao
ímpeto da inspiração.
6. (UNESP SP/2017) Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos
pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência quase
completa de interesse político no contexto da obra e pelo cuidado da escrita,
aspirando a uma expressão de tipo plástico.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura
brasileira, 2010. Adaptado.)
A referida “atenuação da subjetividade e do
sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano
Alberto de Oliveira (1859-1937):
a) Eu vi-a e
minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora a vi; Nos puros olhos e na
face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci.
b) Erguido
em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme, Numa terra de
reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme.
c) Quando em
meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não
derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente.
d) Longe da
pátria, sob um céu diverso Onde o sol como aqui tanto não arde, Chorei saudades
do meu lar querido – Ave sem ninho que suspira à tarde. –
e) Eu morro
qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de
outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia.
GABARITO
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